24 julho, 2010

Metamorfose - II (Depois de ser árvore, regressei!)

Pediram-me que fosse árvore,
com olhos de implorar...
Não uma árvore qualquer,
mas com ramos de abraçar,
tronco forte
bem enraizado,
suavemente inclinado.

Aceitei e gostei.
Gostei que o vento me sussurrasse.
Uma ave em mim pousasse
escolhendo-me para seu ninho.
Gostei de me sentir enorme, gigante
dando conforto e sombra à caminhante
Gostei de me desnudar, perder folhagem
atapetando a paisagem
Gostei de sentir a seiva quente
percorrer-me como quando era gente...

Aí, senti saudade de voltar
e voltei, em festa...
Quem antes via apenas a árvore,
pode agora ver, através de mim, a floresta

12 comentários:

  1. Um belo texto, acompanhado de uma não menos belo foto.. adorei, ambos.

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  2. Um texto muito inspirado e maravilhosamente ilustrado...
    Abraço

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  3. Amigo Rogério,

    Que beleza!
    Poema e ilustração fabulosas.
    Nunca pensei que fosse tão bom ser uma árvore...
    estar presa, agarrada ao chão, não poder correr e saltar...

    Gostei muito.

    Bejinhos

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  4. Rogério
    Ajude-nos a ver a floresta!
    Será que em todas as árvores existe alguèm pronto para regressar?
    Se sim, que voltem depressa!
    Fazem falta muitos como o Rogério!

    Gostei muito

    Beijo

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  5. Mas pelo que vejo... essa de ter sido árvore, foi mesmo uma festa, não esteve nada mal acompanhado ;)
    Mas ainda bem que voltou, para podermos ver a floresta...e
    a piquena ;)

    Bjos

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  6. Bonito post!
    Gostei do texto e da foto que o acompanha.

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  7. Meus Caros

    polittikus, lolipop e luisa,

    è bom saber que gostaram. Não sei quem se inspirou em quem: se eu no belo poster, se o autor do poster nas minhas palavras...

    Abraço e beijos

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  8. Querida Fernanda,

    Um poema, tal como uma anedota, não deve ser explicado. Mas eu que sou mau contador de anedotas e não melhor poeta, devo acrescentar que quiz passar a mensagem, depois de ter passado pela experiência de ter sido árvore, que tudo o que de belo disse dela é prazer individualista e de um egoísmo comum a muita gente. Se as árvores tivessem veias e nelas corresse sangue humano. Ou dizendo de outra forma, se determinadas pessoas deixassem de ter seiva a percorrer-lhes as veias, todos nós veriamos melhor a verdade do mundo que fica por detraz de cada um de nós, a floresta...

    Quis deixar de ser árvore e não foi estar preso, agarrado ao chão, não poder correr e saltar... Foi por estar impedido de ajudar a ver a floresta...

    E esta?

    Beijo paternalista

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  9. Maiuka,

    O que falta... faltam mesmo, é muitos mais amigos como estes que já tenho!

    Beijos

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  10. Isa

    Por me ter dado este doce
    retribuo com travessura:
    Sabe que enquanto árvore, andava-me um sacana de um coelho a roer-me as raizes?
    Agora que posso correr, acho que o veu tramar. Ajuda-me?

    Beijo

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  11. Querido amigo Rogério, eterna alma de poeta e sonhador: que palavras dizer perante o que é tão belo?
    Um beijo em silêncio eloquente e emocionado.
    Guida

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  12. Muito inspirado, sim senhor. Valeu!

    :))))

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