16 fevereiro, 2011

Ao que parece, sem nada que o fizesse esperar, à recessão fomos parar...

Entrar em recessão, em pleno ciclo dos Deolinda que segundo alguns, não é pra inda
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Tudo vai bem
Assim é dito, com sentido
(Só vai mal para o despedido)
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Tudo vai bem
Os indicadores indicam... clara melhora
(Só vai mal para quem tem de ir embora)
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Tudo vai bem
Em palavras discursadas, no tom certo
(Só vai mal para quem deixa o campo deserto)
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Tudo vai bem
É o discurso oficial, em tom contagiante
(Só vai mal para o pequeno comerciante)
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Tudo vai bem
Diz sereno, sério, engravatado
(Só vai mal para o casal recém-casado)
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Tudo vai bem
Afirma o dirigente da Nação
(Só vai mal para o reformado, sem tostão)
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Tudo vai bem
Em palavras solenes, de encantar
(Só vai mal na hora de pagar)
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Mas afinal isto vai mal ou bem?
Claro que vai bem e eu sei para quem

18 comentários:

  1. Engraçado, eu hoje também escrevi acerca deste tema e até lá pus os Deolinda.

    Bem , vai sempre para os do costume; mal, também vai para os mesmos de sempre.

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  2. São,
    Não pus um link aos Deolinda mas sim um (bom) video digno de ser visto (melhor até que o programa aí anunciado)

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  3. Para quem não esperava a rececessão, convenhamos que tiveste muita e boa inspiração.

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  4. Rogério,

    Sabe que essa dos reformados tem muito que se lhe diga. Há reformados e reformados.Há reformados em solidão com reformas de 5.000 euros, e reformados com o ordenado mínimo rodeados pelo afecto da família. O inverso também é verdade. O que não é verdade é que todo e qualquer reformado esteja em situação precária, como muitas vezes se faz crer.Fala-se em reformados e tocam as campainhas da compaixão, por favor... Ainda me lembro da campanha do Paulo Portas a vociferar contra as pensões degradadas..., pois pois, estavam degradadas porque eram escandalosamente altas. Só que é um discurso que dá votos, olá se dá.

    :))

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  5. E provavelmente veio para ficar uma temporada.

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  6. incisivo. directo ao cérebro...
    excelente.

    abraços

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  7. Ariel,
    Tem razão!
    Retirei aos reformados "a solidão"
    e coloquei-os, a rimar, "sem tostão"
    (não gosto de ambiguidades...)

    Boa?

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  8. Acho que é preciso ser muito ingénuo para acreditar que isto andava bem ou que conseguíamos fugir da recessão, mas há outra hipóteses... não são ingénuos mas andam a comer do "tacho"... nunca houve tantas fortunas milionárias feitas em tão pouco tempo.
    Não tenho nada contra as fortunas, mas o modo como são feitas... aí, sim... até me saltam os parafusos ;)

    Bjos

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  9. Rogério
    Excelente criatividade...ainda por cima fala na realidade.
    Abraço

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  10. Con certeza que melhorou.:)))
    Temos associada a determinados conceitos uma ideia cristalizada, que se reproduz indefinidamente de geração em geração, uma delas é a de reformado "casar" com miséria, outra é dizer mal dos hospitais publicos. Passo-me.

    Abraço

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  11. Caro Rogério

    É aqui que se fala
    do caso de recessão
    e a gente não se cala
    Portugal não está nessa situação

    Oliveira Martins diz
    é uma questão de técnica
    essa já nos chega ao nariz
    uns afortunados outros mizéria.
    Beijo

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  12. Meu amigo:
    Ficou decepcionado? Sempre pensei que fosse mais avisado!

    Tudo vai bem…diz arrogante como quem troça...
    ...porque nós é que puxamos a carroça!!

    E por causa disso, o sábio Decreto que nos ia alegrar a vida, foi fechado na gaveta...das coisas belas, mas sem saída!

    Não há direito!))

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  13. Tudo vai bem, para quem tem
    e tudo vai mal, para os sempre igual.

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  14. Meu amigo:
    Claro que tudo vai bem para quem tem o poder de nos aldrabar todos os dias.
    Claro que tudo vai bem para os filhos e amigos dos ditos que não precisam de procurar empregos pois têm-no assegurado.
    E nós vamos deixando tudo ir muito bem.. para eles.

    beijinhos

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  15. Nem sempre tenho tempo para ler os comentários precedentes mas desta vez li e concordo com a Ariel.A mudança introduzida foi oportuna.

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  16. Todos os indicadores apontavam para esse estado de coisas.
    Claro que tudo vai bem, para aqueles que sempre tiveram e continuam a ter de tudo.

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