23 março, 2012

Greve. Dizeres improváveis (ou talvez não)

-------------------------------------------------------------------------------------------- foto cedida por Brancamar (vá lá espreitar)
Das janelas da Reitoria da Universidade do Porto, os professores universitário mediam o povo. Diziam entre si coisas que só os catedráticos -  e outros sábios - sabem dizer entre si: 
Manifestações?, umas boas bastonadas e davam em nada; a greve geral seria grave se fosse geral e não está sendo por razões umas conhecidas, outras não; a greve é um contratempo fora de tempo, se lhes retirarem mais salário ninguém falta ao trabalho; a greve é importante pois faz parte da democracia desde que não seja em demasia; a greve assim é que está bem, não chateia ninguém; ...quando se acabar com a economia, não haverá quem a fará; vejam só a chatice se houvesse muito operariado,..
E prosseguiram, comentando o programa que ouviram na rádio:

13 comentários:

  1. Pode aumentar o desemprego e a imigração que já suplantou a dos anos 60... mas com este governo, parece que não vai haver défice... de bastonadas.

    Bjos

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  2. Se não fosse verdadeiro seria hilariante!

    Beijinho

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  3. Os números da emigração já estão ao nível dos dos anos sessemta.

    Eu só espero que estas dádivas do nosso querido Governo CDS PSD caiam em cima de quem os apoiou!! E se foram acompanhas por umas bastonadas não metaf´ricas, melhor

    Tudo de bom

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  4. Caro Rogério
    Já fui provavelmente inconveniente em demasia consigo hoje. Mas atrevo-me a recordar-lhe um estudo que fez em tempos a meu pedido, sobre as micro e pequenas empresas. Só o questino Um operário numa serralharia com 20 ou 30 trabalhadores, não é tão operário como a antiga Lisnave com uns milhares? O direito de fazer greve não é o mesmo. Será que os micro e pequenos empresários são todos (ou em grande parte) tão reaccionários e repressivos que tomem medidas descriminatórias contra quem faz greve?
    Ontem liguei ao meu amigo Manel e perguntei-lhe se os seus funcionários estavam em greve: Resposta esta "cambada" quer lá saber disso, nem um para amostra. E eu sei caro Rogério que o Manel no fundo até gostava de ver o seu pessoal em greve.

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  5. Meu caro Rodrigo, meu amigo.

    Burro velho não ENSINA línguas... Burro velho não tem lições a dar a outro burro velho.
    Somos ambos burros velhos... Bons burros, mas burros.

    Fala-me em "mesmos direitos" eu falo-lhe "consciência de classe" falamos de coisas tão diferentes como um de alhos e outro de bugalhos.

    Falo-lhe em sector industrial que foi dizimado e responde-me com uma pequena unidade "sobrevivente" com boa gente... é um diálogo inconsequente, sem acordo nem conclusões à vista.

    O problema não somos nós, mas o bloqueio gerado. Temos o "acesso bloqueado"...

    Acho que começo a entender porquê António Gedeão deixou suas memórias aos tetranetos...

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  6. Calões! Vagabundos! Vão trabalhar!...

    As pessoas são temporárias - cada vez mais! Cada vez mais!

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  7. Assim é!

    O texto reflete, através da ironia, uma linha de pensamento que vai sendo "construindo" em torno de toda e qualquer manifestação de descontentamento, num processo estruturado de manipulação da opinião pública. Verdadeiramente preocupante esta vaga de ataques à democracia.

    Já nem o Ricardo me consegue fazer rir.

    Um beijo

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  8. Desculpe: Vai sendo "construída" e não "construindo".

    L.B.

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  9. Estou como a Lídia, já pouca coisa me faz rir, mas a ironia do teu texto é tremendamente pertinente e muita aguda, muito interessante e inteligente.

    Também gostei muito de te ler noutro sítio por onde passei e a minha alma estava lá nas tuas palavras, espantada porque afinal não estava sózinha, mas o meu eu ditou-me outros sentires numa releitura.

    Decididamente o mundo não está para coisas de encantar, mas sei que apesar de desencantado te vou voltar a ler com a força e esperança que te são habituais.

    Beijos.
    Branca

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  10. Caro Rogério
    Gedeão deixou escrito e até dito: "o mundo pula e avança..."
    Marx analisou o mundo até a sua capacidade intelectual e mental o permitir, creio que até aos finais do século XVIII. Cabe-nos alimentar o sonho "sem sonhadores não há sonhos" sem perceber Marx e "evolução" do mundo o Marxismo não passa duma espécie de "biblia" ou "alcorão" a recitar àqueles que não são capazes de fazer mais de que a decorar...
    Burro velho...também pode aprender, desde que que queira e não se limite a repetir o "Zurrar" que lhe ensinaram, tal como saber os rios de cor e não fazer ideia onde é que desaguavam...

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  11. e que a nossa voz nunca se cale
    aliada a outras talvez um dia dÊ frutos.
    a foto da Branca ficou bem.
    um beij

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  12. "Um safanão dado a tempo"...onde é que ouvi isto?

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