13 junho, 2012

Dia de Santo António de Lisboa, dia de tudo lembrar


Soubesse eu desenhar um só som que fosse
Soubesse eu escrever entre claves de várias partituras
Palavras e quadras (1) alegres, graves, suaves ou duras
Que sob a forma de canção
Te desse deste dia toda a sua dimensão

De arco, balão, vestes antigas e com antigas lembranças
Desceram a avenida com marcação e sorrisos
Da Liberdade de que desceram esquecidos
de antes sonhadas e ansiadas esperanças

Soubesse eu desenhar um só som, que nos fosse querido
E escreveria, à memória dos meus mortos (2) um hino
Que lembrasse, também, um sermão esquecido (3)
Desse, que trás ao colo um menino

Povo tão afastado de si, bem levado se leva
Quem de alegria mascara a treva 
Rogério Pereira
(1) desgarrada (2) meus mortos (3) sermão esquecido

14 comentários:

  1. Gosto especialmente da ultima estrofe! Faz lembrar Camões - muito bonito.

    Beijinhos antoninos...

    ResponderEliminar
  2. Acabei de lhe responder ao seu comentário lá no meu sítio.

    Gosto do seu poema. Desenha muito bem o som, não um, mas todos.

    E concordo com a Graça, fez-me lembrar, no último dístico, Camões.

    Beijo

    Laura

    ResponderEliminar
  3. Obrigada, Santo António,
    mas pelo sim e pelo não,
    também pedi a victória
    ao meu querido São João!!!

    ResponderEliminar
  4. gostei muito deste trabalho em poesia e fui ler os postes relacionados.

    deixo um beij

    :)

    ResponderEliminar
  5. Meu amigo, pode não saber desenhar, mas escrever, SABE!
    O povo anda tão esquecido!

    Parabéns por este excelente post.

    beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Tanto sabes que o fizeste lindamente.
    Quanto mais pobre mais dança, mais se afasta da realidade porque nada mais o apoquenta do que o seu Clube e Fanfarra :(


    A pedido mas sem jeito, aqui fica a "quadra"


    Neste país de todos- os - Santos
    Dança um Povo que por mais pobre
    Pretende esconder os seus prantos
    Seus anseios mais justos e nobres.

    Beijiho

    ResponderEliminar
  7. Eu fico-me com o sermão esperando sempre que o grande acabe por explodir com o fel que vive nele. Beijinhos

    ResponderEliminar
  8. Se eu soubesse escrever música
    Far-te-ia um acalanto
    Entoaria as notas com ternura
    Sempre para aplacar o teu pranto.

    Depois de dormires na calma
    Bejar-te-ia os cabelos
    Sussurraria "bons sonhos,querido amigo"
    E afastaria os pesadelos.


    Um grande bj e bons sonhos.

    ResponderEliminar
  9. Rogério boa noite!
    Muito bom mesmo, o que seria então se soubesse escrever.

    Beijinho,
    Ana Martins

    ResponderEliminar
  10. Excelente e lindo poema, quadras perfeitas que dão gosto reler.
    Os meus parabens.
    Manuel Aldeias

    ResponderEliminar
  11. "Povo tão afastado de si, bem levado se leva
    Quem de alegria mascara a treva"

    Não sei! Esta parece-me uma alegria genuína, a que todo o "louco" tem direito.
    E "de médico e de louco todos temos um pouco", não é assim?

    Por outro lado, no verbo "mascarar" porque de máscara se trata, está implícita uma consciencia profunda da realidade que se vive. Quanto aos "sermões", nem sempre são acessíveis aos "peixes".

    L.B.

    ResponderEliminar
  12. Falta complementar:

    Por outro lado, no verbo "mascarar" porque de máscara se trata, está implícita uma consciencia profunda da realidade que se vive.

    SERÁ QUE ELA EXISTE?

    Lídia

    ResponderEliminar
  13. Sobre aquilo de ontem, já consegui transformar a minha sombra em côr... não sei bem como o fiz... mas está feito lol

    Bjos

    ResponderEliminar