25 dezembro, 2012

NATAL (um conto colectivo, editado em 2010)

...até o camelo se riu...
"...Andavam assim todos em desatino, por todos sítios e lugares, esquecendo até o menino. Menino de Jesus chamado e nas palhinhas deitado. O pai que tinha sido apanhado em flagrante achocolatar sapatos fingindo-se de um pai que não era, não conseguia disfarçar a contrariedade. Como iria explicar à restante família que fora apanhado e causador por desfazer uma crença que todos julgavam comum a toda e qualquer criança. Foi então que o filho mais velho, ainda dorido pelos beliscões do mais novo, arquitectou um plano. Explicou ao pai, com o espanto do mais novo, dada a bem engendrada proposta de encenação. Os três combinaram nada ter acontecido. Os irmãos, fingiriam continuar em sonhos natalícios e o pai fingiria não ter sido apanhado. E assim, em grande cumplicidade, juntaram-se aos restantes familiares. Foi tal o teatro que todos os adultos ficaram convencidos que continuariam a prolongar o mito dos putos. O mais velho piscou o olho ao mais novo e depois ao pai e os três esboçaram um sorriso de indulgência. É que para a gente crescida há que ter paciência. O menino Jesus, amante da verdade, também sorriu continuando nas palhinhas onde continuava deitado (acho que por gostar da verdade e que veio a ser crucificado). Mas não só o menino fez isso, foi todo o presépio a sorrir e também a estrela iluminada. Até o camelo do rei Belchior soltou uma sonora gargalhada.…" Rogério Pereira
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A quem teve a ideia de escrever este conto a várias mãos, a quem o escreveu, a quem há dois anos o leu, a quem passados dois anos, mesmo passando a correr, não se dispensa de o ir ler, renovo os votos de 

BOAS FESTAS

9 comentários:

  1. Rogério,

    Boas festas, apesar do Natal não ter grande significado para mim.

    Abraço

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  2. Obrigado.
    Boas festas também.
    2013 não é ano a ver, mas, apesar disso, que ele te traga tudo de bom.
    Reli o conto que em boa hora a Fê promoveu. E já lá vão dois anos!...

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  3. Um Natal ao faz de conta...Não fosse o brilho no olhar das crianças e a sua pureza, não seria mais Natal. A mim nada me diz, só lembranças tristes do tempo em que nada se explicava ás crianças...Boas Festas e beijos com carinho

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  4. Li a participação de todos quantos contribuiram para este conto maravilhoso, e pergunto-me por onde andaria eu que não me apercebi de nada.

    Se fosse hoje, creio que seria o camelo do Gaspar que a gargalhada soltaria.

    Feliz 2013.

    :-)

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  5. Como aqui continua o Natal, festa que tem GRANDE significado para mim, ainda posso desejar ao Rogério e a toda a sua família

    BOAS FESTAS DO NATAL!!!

    Li este conto com um sorriso nos lábios, mas sem soltar qualquer gargalhada.

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  6. Sábia gargalhada, a do camelo do Gaspar... perdão, que não haja nenhuma leitura ambígua! É a este específico camelo, do conto, que me refiro!

    Passou e espera-nos uma despedida de um ano nada bom... a não ser para aquela "meia dúzia" que sabemos empenhada em tornar o próximo ainda pior...

    O meu abraço!

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  7. Dois anos, já?! :)
    Tinha muito mais inspiração e tempo do que actualmente :(
    Mas a amizade que nos une mantém-se intacta.
    E a árvore de Natal que o meu amigo nos ofereceu ! :)

    BOAS FESTAS!!!!!!!!

    beijinho

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  8. Um camelo a rir é bem melhor do que um coelho a mentir...

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