31 março, 2013

Claro que toda a gente sabe isto. Só ponho aquí para eu próprio não me esquecer: O subsidio de desemprego foi criado há 38 anos, em 31/Março/1975


É um duplo documento histórico, 1975 e 2010... ou triplo?
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Páscoas e opções da alma e da razão


Todos nós (ou quase todos) temos uma quinta a onde ir na Páscoa. Se não temos já tivemos. Eu tive. Tive duas, ambas no Ribatejo, das minhas avós. Eram diferentes as quintas e as chegadas. Mas em ambas não havia chaves debaixo dos tapetes, nem sei mesmo se havia tapetes ou se eram estrados plantados nas entradas sempre de portas encostadas ou fechadas no trinco... Uma avó adormecia contando as contas de um rosário e murmurava orações. Outra, contava os montes por onde passara e murmurava canções. Cresci passando Pascoas entre uma avó e outra amando as duas e com as duas aprendendo a enfrentar a deslocação dos medos... foi a alma que fez a opção, eu não, de ficar mais marcado por aquela que abraçava flores vermelhas. Nem me lembro se eram papoilas, mas talvez fossem...
(deixei este textonum comentários, aqui agora arranjado)
***
imagem que me foi enviada por um amigo, via mail
Abandonei a cruz desde sexta feira
Não quis tirar protagonismo a Cristo
pois eu não ressuscito 
Regressarei aonde estava
até à ressurreição dos corpos
das bandeiras e dos hinos

Abril é já amanhã. Boa Páscoa

28 março, 2013

A dona Esmeralda e a vizinha do 4º andar, a conversar - (15)


Vizinha do 4º andar (a ruborizar) - Dona Esmeralda, que homem... estou entusiasmada... Ele é que nos vai tirar do buraco... reparou que ele disse que tinham de parar de o escavar? 
Dona Esmeralda (com ar de quem está escaldada) - Foi ele que começou... Mas, se calhar, já começou a campanha eleitoral...ou então isto é uma "Cortina de fumo. Manobra de diversão. Desvio de atenção"...
Vizinha do 4º andar (sem a escutar) - ... e viu o baile que ele deu ao Cavaco?... Que homem... O Cavaco de certeza que ficou com as orelhas a arder! 
Dona Esmeralda (nada admirada) - Tem razão... parecia que ainda era governo. Ele nisso é espectacular... e não perdeu o treino... 
Vizinha do 4º andar (com voz de cochichar) - Ele é que nos vai salvar... repara que ele não falha?
Dona Esmeralda (enfadada) - Confessou uma, e estou surpreendida por declarar que tinha errado em formar um governo minoritário! 
Rogérito (interrompendo, nesse preciso momento) - Não foi um erro confessado, aquilo foi um recado, um cenário pré-anunciado...
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NOTA: este post foi reeditado com o link acrescentado

27 março, 2013

A maré que se apronta para adiar "O DEBATE INADIÁVEL"

Tal como, antes, a guerra colonial era tema proibido, 
hoje, a saída do euro é um debate ostracizado...

O regresso de Sócrates não é um facto isolado. Marcelo dizia que "o que a televisão não mostra, não existe". Se substituirmos o "que a televisão não mostra" por "quem a televisão não mostra" o juízo permanece com a mesma mensagem, evidenciando o poder da imagem (do quem) como suporte da mensagem (o quê). O regresso de Sócrates será uma forma de impor a sua imagem e o seu discurso, e acontece em simultâneo com o regresso das imagens e dos discursos de Marques Mendes, de Jorge Coelho, de Ângelo Correia, de Bagão Félix, de Medeiros Ferreira, de Morais Sarmento, de Santana Lopes e de Francisco Louçã. Já referi que a imprensa (os média, em geral) com esta maré de comentadores aceita que os seus jornalistas passem a ser parceiros de teatro em que o espaço de cena é dado aos convidados. Quem não entra directamente fica remetido ao papel de comentador dos comentadores ou à criação do ambiente para a próxima intervenção. "Quem" e o "quê" ficam de fora? "Quem" e o "quê", não sendo mostrados, não existem?

"Quem" não existe e o "que" não existe passa, nesta estratégia global dos média, a uma existência clandestina. Quer por falta de espaço quer pela estratégia que os partidos envolvidos determinarão. A estratégia ostraciza quem se disponha a encontrar soluções de alternativa ao caminho suicida delineado pela "Troika", designadamente a saída do Euro A maré de comentadores trará para cima da mesa tudo menos o "debate inadiável". Se o referir, será para o ridicularizar, considerar irresponsável ou irrealista.

JM Correia Pinto, hoje no seu Politeia (de onde retirei a imagem deste post) discorrendo sobre tal debate, evidencia as razões porque ao PS, ao PSD, ao CDS/PP e ao próprio BE não interessam por ele. Sobre o PS, escreve JM Correia Pinto:
«...Cortar com a Europa ou reconhecer o seu rotundo fracasso seria o mesmo que reconhecer a falência do seu próprio projecto. “A Europa connosco”, as ilusões sobre a construção europeia como uma zona de solidariedade e prosperidade sem par fazem parte da matriz genética do PS. Sem a Europa, como referencial imaginário – que para o PS funcionou como referencial substitutivo do mito imperial -, o PS não existe. E isso está-se notando já hoje, mesmo sem o partido ter feito esse debate ou sequer interiorizada a falência do projecto europeu, na incapacidade de apresentar uma real alternativa à presente situação, quer sob a liderança de Seguro, quer sob a de Costa ou de Assis, todos eles tolhidos pela ausência de saídas minimamente credíveis e susceptíveis de reverter a presente situação.»
Mas a discussão está a decorrer e não há maré que a faça parar. Nem Sócrates. É que, entre outras coisas, haverá jornalistas que não se venderão a tais estratégias e porque não há mais lugar nem condições para o silenciamento. Estamos perto, mas não chegámos a esse tempo!

A Lídia Jorge não foi poupada nas palavras, mas ela apenas quis ser rigorosa...


O programa foi inesperado... Teve erros de casting e foi dito o bom e o bonito...
"Cleptocracia, é um termo de origem grega, que significa, literalmente, “Estado governado por ladrões”, cujo objectivo é o do roubo de capital financeiro dum país e do seu bem-comum. A cleptocracia ocorre quando uma nação deixa de ser governada por um Estado de Direito imparcial e passa a ser governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o poder político nos diversos níveis e que conseguem transformar esse poder político em valor econômico, por diversos modos. (...) O Estado passa a funcionar como uma máquina de extracção de renda ilegal da sociedade, isto é, população como um todo, em contraposição à máquina de extracção de renda legal, o sistema de cobrança de impostos, taxas e tributos dos Estados que vivem em um regime não-cleptocrático[. Todos os Estados tendem a se tornar cleptocratas se não ocorrer um combate real pelos cidadãos, em sociedade. Em economia, a capacidade de os cidadãos combaterem a instauração do Estado cleptocrático é fortemente correlacionada ao capital social da sociedade[3]. A fase “cleptocrática” do Estado ocorre quando a maior parte de sistema público governamental é capturada por pessoas que praticam corrupção política, institucionalizando a corrupção e seus derivados como o nepotismo, o peculato, de forma que estas acções delitivas ficam impunes, devido a que todos os sectores do poder estão corruptos, desde a Justiça, os funcionários da lei e todo o sistema político e económico." in wikipédia

25 março, 2013

Rompendo o cerco de silêncio, vai sendo colocada, em cima da agenda da canalha, a discussão necessária

"(... ) Correndo riscos de simplificação, a posição transmitida pelos dirigentes do PCP nesta conferência (e vale a pena ouvir todas as intervenções) pode ser resumida em dois pontos:
i) a permanência de Portugal na zona euro é económica, política e socialmente insustentável, pelo que a saída de Portugal do euro – seja por iniciativa própria, seja por pressão dos restantes Estados Membros, ou num cenário de implosão da moeda única – é apenas uma questão de tempo;
ii) Portugal só deve sair do euro por iniciativa própria se e quando estiverem reunidas as condições para que tal processo seja liderado por um governo que garanta a minimização dos custos para as populações, num processo que será necessariamente difícil.
Ao assumir explicitamente que considera a permanência no euro insustentável e as suas consequências inaceitáveis, o PCP faz algo que nenhum outro partido do arco parlamentar fez até ao momento em Portugal.
Todos nós, eleitores, deveríamos exigir aos partidos que se apresentam a eleições que clarifiquem a sua posição relativamente às seguintes questões:
1º) Consideram ou não que a permanência do euro, de acordo com as regras vigentes, é compatível com um modelo de desenvolvimento aceitável para Portugal?
2º) Em caso afirmativo, qual o modelo de desenvolvimento que vislumbram como possível e desejável no quadro da UEM?
3º) Em caso negativo, que alternativa defendem à participação de Portugal na UEM, nos termos em que se verifica actualmente? Que estratégia pretendem prosseguir para a construção dessa alternativa? Quais os riscos, limitações e potencialidades dessa estratégia?
Neste debate, tanto o PCP e como os partidos da direita já responderam à primeira questão – o PCP negativamente, os segundos positivamente. Ainda estamos à espera que PS e BE clarifiquem a sua posição sobre qualquer uma das três questões.(...)" in "Ladrões de Bicicletas"
O texto acima transcrito é um exemplo de que, fora da blogosfera afecta ao meu partido, existem (embora raros) posts versando a discussão necessária

O texto abaixo, é a demonstração que, fora das publicações afectas ou próximas do meu partido, são raros os jornais que editam textos opinativos sobre a tal discussão necessária. Acho que é novidade o destaque. Mas existe, a partir de hoje...

Rompe-se o cerco? A discussão necessária rebenta com as agendas feitas e as manobras de prolongamento do cerco? Não tenho dúvidas. Nem tenho dúvidas que a chegada em catadupas de comentadores para cercar a verdade chega atrasada. Acho que Sócrates,  Marques Mendes, Jorge Coelho, Bagão Félix, Ângelo Correia, Santana Lopes, Morais Sarmento (e já se fala em Manuela Ferreira Leite) que se vieram juntar a Marcelo, vão ter a vida complicada, é que «O que está à vista não precisa de candeia.» e a discussão será feita...


É novidade o destaque, mas uma vez começada a discussão, quem a pára?

24 março, 2013

Geração sentada, conversando na esplanada - 30 ("é indiferente por onde e para onde vou. Posso, portanto, ter um guia cego")

(ler conversa anterior)
- Outra questão: quem se engana mais no caminho - aquele que não vê ou aquele que coxeia?
- Aí é fácil. O coxo não se engana no caminho, chega apenas mais tarde.
- É verdade.
- Se não tiveres pressa podes ter um coxo como guia.
- E se não te interessar para onde vais, podes ter um cego como guia.
- Para mim é indiferente se chego tarde ou cedo. Posso ter um guia coxo.
- Para mim é indiferente por onde e para onde vou. Posso, portanto, ter um guia cego.
- Para homens sem pressa, guias coxos. Para apáticos, guias cegos.
- Ora aí está.
Gonçalo M. Tavares, Noticias Magazine
- O passado é aquilo que vai acontecer depois de amanhã.
Idem, hoje

O sol, tímido, teimou em confirmar esta Primavera anémica e a esplanada a pouco e pouco se encheu. Mas é fácil evitar a pequena multidão, basta colocar os olhos vidrados ou dirigi-los ao chão. Nem sei a opção tomada, sei que hoje ninguém me dirigiu palavra (o que, intimamente, agradeci). 
Há dias assim... enquanto não chega a pequenina luz

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.

poema de Jorge de Sena (declamado ontem)

23 março, 2013

A Comissão Politica do PS deliberou, por unanimidade, que $##€@*%%\»">$§#. Alguém sabe o que isto é?

 
A troika ficou descansada e descodificou a charada...
Pensei que isto era esclarecedor para explicar o que para mim é uma charada, mas já não tenho a certeza de nada. Será que $##€@*%%\»"&$§#  é mesmo uma moção de censura? Depende do texto? Alguém a votará dando-lhe  o conteúdo preciso... entretanto Bruxelas irá tratar do assunto. O coiso irá intervir, quando o Tribunal Constitucional decidir... tudo se prepara para um governo de afundamento nacional. Talvez se lixem...

22 março, 2013

Óscar Lopes - In memoriam (1917 - 2013)

O valor de um homem e o que faz dele um pedaço da nossa memória não é só o muito que fez, as responsabilidades que assumiu, a obra deixada... é ainda a forma como fez tudo isso e algumas outras pequenas coisas. Por exemplo, a mim, que era suposto apenas aprender história da literatura com ele, aprendi, por ele, a amar a escrita... e a História.  
 
Uma biografia incompleta
 
Óscar Luso de Freitas Lopes (n. 1917) nasceu em Leça da Palmeira, Matosinhos, filho do folclorista Armando Leça e da violoncelista Irene Freitas. Licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo cursado também no Conservatório de Música do Porto. Foi professor efectivo do Liceu Nacional de Vila Real e dos liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas, do Porto. Em 1975 ingressou, como professor catedrático, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde se jubilou. Destacou-se como investigador de linguística e como crítico literário, atividade que praticou durante décadas em periódicos como Seara Nova, Vértice, Mundo Literário, Colóquio/Letras e o suplemento literário de O Comércio do Porto (sob o pseudónimo de Luso do Carmo). Sobre a obra e o método de Óscar Lopes como crítico literário leia-se, de Isabel Pires de Lima e Rosa Maria Martelo, Óscar Lopes em «A crítica do livro» - duas leituras. Foi presidente da delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Escritores e do conselho literário da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. É de há muito militante do Partido Comunista Português, tendo feito parte do seu comité central. De entre as suas obras merecem destaque: Gramática simbólica do português, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2.ª ed., corrigida, 1972; Entre a palavra e o discurso: Estudos de Linguística (1977-1993), Porto, Campo das Letras, 2005; História da Literatura Portuguesa (com António José Saraiva); Antero de Quental: Vida e Legado de Uma Utopia. Lisboa, Editorial Caminho, 1983; Os Sinais e os Sentidos: Literatura Portuguesa do Século XX, Lisboa, Editorial Caminho, 1986; Entre Fialho e Nemésio: Estudos de Literatura Portuguesa Contemporânea, 2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987. O presente texto foi publicado originalmente na revista ‘O Tempo e o Modo’ nº 40, Julho-Agosto de 1966, mas aqui utilizamos a versão revista e aumentada publicada pelo autor no volume ‘Ler e depois. Crítica e interpretação literária 1’, Editorial Inova, Porto, 1969.
 
 

Dia Mundial da Água: Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

se quiser conhecer todo o processo... é só entrar aqui
Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
INICIATIVA LEGISLATIVA DE CIDADÃOS FOI ENTREGUE NA A.R. - Quarenta e três mil assinaturas pelo direito à água
"Hoje, entregamos o nosso projecto de lei em defesa do direito à água, da gestão pública deste bem essencial e dizemos Não à Privatização! Porque a água é um direito, não é um negócio! Hoje exaltamos a democracia participativa, a intervenção e mobilização sociais. Hoje, podemos dizer que atingimos o nosso objectivo. Mas a nossa luta ainda agora começou. Sabemos que é urgente prosseguir o combate em torno deste projecto. Vamos contactar e confrontar os partidos políticos, responsabilizar os deputados, angariar mais apoios em defesa da água de todos e desta campanha!"
Imperdoável é... não ver isto! 

21 março, 2013

Os comentadores "crescem" e "diversificam-se" na televisão... entram todos, bruxos é que não (2)

Aos que há pouco entraram, juntam-se mais dois.
Não são representantes dos partidos do "arco do poder".
São os verdadeiros representantes do "cerco ao poder".
O poder está refém desta gente. Julgam eles...
 
Ângelo Correia - Bagão Félix - Jorge Coelho - José Sócrates - Marcelo Rebelo de Sousa - Medeiros Ferreira - Morais Sarmento - Santana Lopes e fora da ordem alfabética Francisco Louçã 
Estes são os encarregados de amarrar a opinião pública ao paradigma do "centrão". Haverá lutas verbais violentas? Claro, está em causa a liderança e o Sócrates vem equilibrar as refregas. Se Louçã está fora disto? Estar está, mas também não sei porque está lá. Mas admito que, estando, sirva para ilustrar o "pluralismo".  
Mas reparem, porque se tratam de "ilustres" figuras, teremos certamente os jornalistas a opinar sobre a opinião opinada. Nem será preciso voltar ao antigo jogo de pressão para que o jornalista diga isto ou aquilo. Não é preciso. Esta invasão inverte a questão. Todos falam, os "bruxos" é que não.
Talvez se lixem!, é que há um mundo "lá fora" que está disposto a fazer a hora...


Passaremos a ser a ausência dos lugares onde deviamos estar?

foto da Sofia Champlon de Barros

Há imagens reais para representarem o que é impossível imaginar. Mas peço-vos um esforço e que cada um de vós se imagine alguém que é, e, além de ser, ainda se desdobra na sua alma e no contrário dela. Isso mesmo: vós, vosso sentimento e vosso juízo crítico. Agora imaginem, num outro mais redobrado esforço, desertarem, partirem, deixando lugares vazios. Conseguem vislumbrar? Se sim, estarão a compreender o que nos está em risco de acontecer. E acontecendo, ninguem saberá onde pararemos, passaremos a ser a ausência dos lugares onde deviamos estar...
 
Ou voltamos ou seremos acusados de deserção.

20 março, 2013

É necessário "assegurar a imediata interrupção da atual política e garantir o regular funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela Constituição"


"Não pode haver nem mais um dia para este Governo continuar a fazer o seu percurso de destruição. Na situação que vivemos ou se está de um lado ou se está do outro e o PCP está claramente do lado da demissão do Governo, da convocação de eleições antecipadas e de uma nova política que inverta este percurso de degradação"
Bernardino Soares, hoje 
em conferência de imprensa

19 março, 2013

Dias do pai, com testemunhos de filhas....


 I
Palminhas, olaré, palminhas
A mãe dá maminhas
E o pai, quando vier
Dá aquilo que trouxer

Veio, e nada trouxe
De mãos vazias
Olhou-a
E o menina sorria
como sempre fazia
 II
Mordiscava a ponta da caneta
Enquanto desenhava uma borboleta
Pousada sobre uma flor
Em baixo, em escrita trémula e desalinhada
Deixava a frase que a professora lhe segredara

III
Ser pai requer um nível mínimo
de serviço, preciso
Sê-lo todos os dias, com um sorriso
 IV
O meu quase-pai está sempre bem-humorado e nunca se zanga seriamente. É uma base estável e segura para se conhecer o mundo, do exterior do mundo. Presta-me ajuda quando preciso, bastando um hesitante olhar para que entenda tudo, como se lesse as entrelinhas da minha alma. (escreve ela)
V
 

18 março, 2013

Do dia em que o Presidente deixou de o ser, até ao dia em que a corrente não pára de crescer...




Foi aquele um dia histórico: um 5 de Outubro festejado à porta fechada, simbólica medida a oficiar, envergonhadamente, que a terra Pátria nem precisa ser fisicamente ocupada para que a soberania se perca. Soberania perdida em enredado arremedo de democracia onde a ordem e a lei se condicionam à vontade dos intermediários dos credores. Quem devemos respeitar: o chefe de um Estado que não o é, porque aceitou deixar de o ser? ou devemos mais respeitar quem, não se vergando, canta e reclama que se alargue o protesto? É bem possível que nesse dia Cavaco Silva tivesse sentido que não era mais um presidente capaz de fazer o que dele se espera...
Parece este post fora da agenda e na contra corrente com o que vai acontecendo. Mas este texto ocorreu-me ao ver um papel timbrado, pedindo ao povo que se mantenha calado, que porte bem. Três partidos subscreviam tal pedido, a bem da paz dos cemitérios.  Com esse simples papel, quem anda tremendo terá recuperado o ânimo. Simbolicamente, também, aquele papel fez mais que qualquer discurso de afirmação do poder se manter do mesmo lado: o lado do compromisso assumido com os intermediários dos especuladores.

Tudo lhes correria de feição se o pedido fosse bem acolhido, mas o que acontece é que há uma corrente lançada e a Maria (em O Cheiro da Ilha) desafiou-me a que a fizesse crescer... 



...desafio, eu também, quem por aqui passar
que a façam crescer, crescer,
crescer sem parar

17 março, 2013

Geração sentada, conversando na esplanada - 29 ("A escuridão serve para esconder muita coisa, mas não é boa para esconder a luz")

(Ler conversa anterior)
- «O que está à vista não precisa de candeia.»
- Diz o povo.
- Não faz sentido, de facto.
- E Vossa Excelência também não precisa de uma segunda candeia para dar a ver a primeira candeia.
- Sim, isso é um facto.
- A luz, antes de iluminar as coisas, ilumina-se a si própria. Dá-se a ver a si própria.
- «Mais vale acender uma vela do que dizer mal da escuridão.»
- Ora aí está, de novo.
- Sete mil homens podem insultar a escuridão, é o que lhe digo.
- Sim, o número de pessoas capazes de insultar a escuridão é infinito. No entanto...
- No entanto...
- No entanto, basta um homem para acender uma vela.
- Mas deixe-me fazer-lhe uma pergunta.
- Sim.
- Cabem mais homens numa sala escura ou numa sala iluminada?
- Não faz sentido essa pergunta, parece-me.
- Faz sentido, sim. Numa sala escura temos sempre a sensação de que há menos gente do que numa sala iluminada.
- O escuro psicologicamente esconde mais. Física e psicologicamente. É isso?
- Nem sempre. Por exemplo, é mais fácil escondermos uma lâmpada iluminada no meio de cem outras lâmpadas iluminadas do que uma lâmpada iluminada no meio da escuridão.
- Ou seja?
- A escuridão serve para esconder muita coisa, mas não é boa para esconder a luz.
- Em suma, se alguém quiser esconder uma candeia não a deve esconder no meio de uma sala escura. Não é o local certo.
- O homem que quer esconder uma candeia num quarto sem luz - eis o bom título para falar de um homem desastrado ou distraído.
- O homem que queria esconder a luz num quarto escuro.

Gonçalo M. Tavares - hoje, no Noticias Magazine
"Ena tantos!... mas porque é a lista não integra nem um comunista?"
 
Enquanto o pombo e o melro disputavam as migalhas de bolo desperdiçadas pelo cão rafeiro, que gulosamente saboreava o que o dono lhe dava, todos na esplanada tinham a atenção concentrada. Por isso ninguém atendia às esclamações e comentários da Gaby, abandonada à sua apaixonada distração de interrogar textos e figuras editadas no seu iPad. Acho que parou no meu "Conversa". Acho que estava a ler o meu último post e abanava a cabeça, como se discordasse.
- ... mas porque insistem em meter os comunistas num quarto escuro?, interrogava ela, sem que qualquer de nós lhe desse resposta. Entretanto, no meu canto, eu sublinhava uma frase:"A escuridão serve para esconder muita coisa, mas não é boa para esconder a luz." , e fui-me à escrita

16 março, 2013

Os comentadores "crescem" e "diversificam-se" na televisão... entram todos, bruxos é que não

 
 

"Nestes tempos de incerteza, em que se procura uma maior orientação, ter a opinião e a análise de pessoas com independência, peso próprio e algo a acrescentar é importante para todas as antenas..." disse António José Teixeira (director da SIC-Noticias), ao Expresso, sem sequer esboçar um sorriso pois este assunto é sério e um bom manipulador não se ri, quando está em serviço.

De facto, percebe-se que, nestes tempos de incerteza, só há que não dar voz a "bruxos"...  as troikas agradecem.

 
Pode ler na integra o que o "bruxo" disse... em 1997, ler aqui.

15 março, 2013

Sexta-feira negra, mais um dia "não" e mais uma omissão...



Quem acordou cedo levou logo em cima com o resultado de uma sondagem. Dá um PSD a crescer... no que mal posso querer... Verdade se diga que não acordei a essa hora (às sete e tal ainda me estava a voltar...). Li no jornal. E li a "ficha técnica", como sempre faço...Leio e pasmo com um dado  E qual o dado? A "taxa de resposta"! Apenas aceitaram responder 46,7% dos contactados. Mas sobre isso o silêncio é absoluto. Mais de metade volta a costas e nada é comentado. Acho que entendo, há que condicionar a opinião sem qualquer outra distração. Falar disso iria colidir com os efeitos desejados... Quanto ao que iria ser anunciado a sondagem consolida a opinião de não haver outra solução...

À sondagem, 53%  não passaram "cartão"... mas ela prepararia para o resto do dia...

O resto do dia foi um dia negro, apontando para outros dias, meses, anos, onde não haverá outra cor no horizonte:
Défice fica em 5,5% do PIB este ano (Económico)
Governo estima recessão de 2,3% e desemprego de 18,2% (Económico)
Governo avança com 20 mil despedimentos (Expresso)
Em direto: Vítor Gaspar apresenta resultados da avaliação da troika (SIC)
Resta-nos o quê?

14 março, 2013

"Habemus papam" - Qual a cor dominante no fumo branco que foi visto?


Receio que os desejos de D. Januário não se confirmem e,
quer se queira quer não, será mais um Papa de transição


Dizia há uns dias D. Januário Torgal Ferreira que desejava um Papa que não fosse expressão de um "lobby". Não sei se foi um Papa assim que o fumo branco anunciou. O branco é uma luz que refracta múltiplas cores sem que se identifique qual a dominante. O branco nem sempre é claridade. Temo que sejam maioritárias, na Igreja, vozes como as de D. Ortiga, mais condizente com a perpetuação da miséria franciscana, onde a resignada humildade é o caminho indicado para a salvação das almas. Escreve-se sobre esta interrogação:
“Quando João Paulo II morreu todos nos iludimos com a possibilidade de que nosso cardeal Bergoglio assumisse como papa. Mas não aconteceu. Oxalá desta vez ocorra”, exclama sem ruborizar uma conhecida jornalista local em uma das tantas transmissões improvisadas da televisão argentina surpreendida, como o resto do mundo, com a renúncia de Bento XVI. “Deus não o permita”, responde o colunista Fernando D’Addario." - ler tudo aqui

13 março, 2013

Chávez e um resumo de 50 verdades...




Este video é um curto resumo. As 50 verdades sobre Cháves estão neste outro lado

... e, quem diria, a verdadeira "ditadura" é a da... tecnologia
 


12 março, 2013

Volto a falar de valores, apesar de insucessos nos posts anteriores...

 
A justiça emperdeniu, como se viu... e a ética, essa, também é de pedra, como se vê
"Se és líder e diriges os assuntos de uma multidão, esforça-te por alcançar toda virtude até que não haja mais falhas em tua natureza."
- não, não foi o Gil que disse

11 março, 2013

José Gil e os valores que nos podem fazer saír da adversidade

Quando em miúdo lia histórias cultivando valores em textos claros e simples, sempre tive a percepção que a vida é mais complicada que a simplicidade que me estava sendo dada. Fui sabendo que haveria quem mais tarde ligasse esses valores ao pensamento sobre o que é isto de sermos sociedade. Foi assim com um montão de histórias e contos populares. Ocorre-me, por exemplo, que os valores do trabalho, em contraponto com a ausência deles, me foi dado pelos "Dez anõezinhos da tia Verde Água" e que os valores da unidade os encontrei na ontem citada "Parábola dos sete vimes".
 
Podem dizer-me que o filósofo (ou politólogo?) tem razão em dizer que "aquilo que é solto" é que assusta o (des)governo, mas à luz dos valores que aprendi temos é que responder com a unidade a que se refere a história...

Pode o proeminente filósofo ser um grande pensador, mas não tem os meus valores... pudesse ele reinventar-nos a flauta, aquela que nos faz tanta falta em vez de pretender reinventar a Democracia. É que esta, não está provado que não nos sirva. O que é preciso é discuti-la. Discuti-la e correr com a rataria.
 

10 março, 2013

Geração sentada, conversando na esplanada - 28 (Gil, o filósofo que ainda não estando gá-gá, até parece que está)

"Há que transformar o sistema politico e reinventar a Democracia (...) Não é por acaso que o que contou, o que mete medo ao Governo, não foram as manifestações das organizações sindicais, dos partidos, etc. Tudo isso está ordenado, codificado, já se sabe para onde vai. Agora aquilo que é solto, que é imprevisivel, que não tem ideologia, que não tem discurso ordenado, pode ser impossível de captar e de capturar e de domar. É disso que o Governo tem medo, de que o poder tem medo" - José Gil, hoje ao DN 
Quem diria que a esplanada se enchia, se enchia de cor e de vozes, como uma praça...
 
Quando cheguei a esplanada rebentava, cheia de cor e de vozes, e os poucos lugares vazios eram os de mesas ocupadas. Na mesa "delas", das minhas professoras, não havia nenhum, mas na do engenheiro havia um. Pedi-lhe licença e ele estendeu a mão, acedendo, com um cumprimento, enquanto o seu cão rafeiro, parecia que sorria e abanava o rabo, prazenteiro. Comportávamo-nos como se fossemos íntimos, não o sendo. Nem sabíamos os respectivos nomes, nem sequer o do cão, que mentalmente eu baptizara de Sebastião - que era o nome do meu, já há muito falecido...
- Leu isto? e mostrava-me a fotografia do filósofo que ocupava grande mancha de dupla página.
- Li "as gordas"...
- O homem ás vezes parece que está gá-gá, outras parece que não está!
- O homem diz o que o que gosta de ler o leitor normal desse jornal!
- Uhmm... acha? a mim parece-me um discurso de grande lucidez. Mexe nas feridas todas, mexe com todos...
- Pois é isso mesmo!, cada um pode ver no escrito, o que pode ferir e atingir o outro...
- Vendo assim, tem razão! Mas... e este destaque aqui? em que ele diz que é...
- ... que é do que é solto, do que é imprevisivel, do que não tem ideologia, que é disso que o Governo tem medo?
- Essa mesmo... que diz?
- Digo que, se disso o Governo tem medo, mais razão teria ele para dizer que ele próprio devia ter. Eu tenho! eu tenho medo que o poder possa cair e ser tomado por quem não tem outra ideologia que não seja a de derrubar o poder, para o poder ter...
- Quer dizer que ele está a fazer o entendimento que para derrubar o sistema só a falta de ideologia é eficaz? Que ele está a fazer apelo subliminar ao aparecimento de um Grillo?, ou mesmo de um ditador?
- Ele está a dar cabo da "parábola dos sete vimes", é o que eu acho...
 
O cão rafeiro veio cortar o diálogo colocando a queixada sobre a minha perna dobrada. Estava a requerer-me uma festa, e eu dei-lha. O engenheiro fechou o jornal e lançou um olhar perdido, pensativo, sobre o colorido da esplanada sobrelotada... ficámos calados.. não dissemos mais nada.

09 março, 2013

Mulheres? Não, não sou nenhum leão...



Nem mesmo às mais pueris, parvinhas, tolinhas e sem tino eu desejaria tal destino

Oeiras, uma ilha de bem estar? - 5 (Apresentação dos candidatos concelhios da CDU, em Oeiras)

Valorizando o trabalho de equipa, a apresentação foi das listas e não apenas de quem as encabeça...
A sessão ocorreu na passada quarta-feira, dia 6 (no Auditório Municipal Maestro César Batalha, em Oeiras). A lista apresentada, que integra a juventude e a experiência, afirma como lema: "trabalho, honestidade e competência para melhorar as condições de vida das populações e continuar a justificar a confiança depositada na Coligação Democrática Unitária - CDU."

Na foto: Daniel Branco, cabeça de lista à Câmara Municipal ladeado por Amílcar Campos (ao centro) mandatário da CDU e actual vereador da CMO e por Carlos Coutinho (à direita), cabeça da lista dos candidatos à Assembleia Municipal. Competiu a Daniel Branco a comunicação principal, lendo a sua declaração, da qual destaco as seguintes passagens:
(...) Nós, aqui em Oeiras, pese embora a permanente propaganda de excelência utilizada por quem tem tido a maioria, não estamos imunes a todas as malfeitorias que têm sido feitas ao nosso país.

(...) Com uma população idosa – somos o terceiro município com maior envelhecimento dos 18 que integram a Área Metropolitana de Lisboa – e com uma forte implantação do que designam por “classe média”, apanhamos em grande com as políticas de austeridade que visam, essencialmente, empobrecer os portugueses trabalhadores e reformados.

(...) Afirmamos aqui, e desde já, claramente, que nos nossos programas eleitorais para estas eleições, assumiremos, em todos eles, o compromisso de continuarmos a lutar pela existência de 10 freguesias e que, mesmo que as mesmas venham a ser reduzidas para apenas 5, promoveremos as iniciativas necessárias para as voltar a reinstalar, logo que se verifiquem condições políticas que o permitam.

(...) Mas se as políticas de direita prosseguidas pelo PS, pelo PSD e pelo CDS/PP colocaram o país na situação que hoje vivemos, também em Oeiras o despesismo, a falta de rigor e a megalomania nos colocaram numa situação em que iremos ter de gerir uma pesada herança. Para que se tenha uma noção do que vamos ter pela frente, basta referir que apenas em quatro apostas mal feitas – a saber, nas Parcerias-Público-Privadas (PPP´s), na TRATOLIXO, no SATU-O e na LEMO, vamos ter que nos confrontar com a resolução de dívidas que no seu total são mais de 115 milhões de euros, para além dos cerca de 30 milhões de euros que surgem nas contas da Câmara como empréstimos legais celebrados com os bancos. Nunca concordámos com despesas mal feitas e menos ainda concordamos com as sistemáticas reduções de subsídios às Associações Sociais, Culturais, Desportivas e Recreativas. São estas que dão efectiva consistência à indispensável coesão social do nosso território.

(...) Temos assistido a um comportamento da Câmara muito disponível para apoiar o desenvolvimento estratégico de algumas empresas do Concelho – sobretudo, do tal “terciário avançado”, como lhe chamam – mas muito pouco ou nada em relação aos problemas dos trabalhadores. Mesmo os próprios trabalhadores do Município, que têm visto as suas condições de trabalho regredir de ano para ano, não dispõem todos das melhores condições de trabalho, nem dos melhores equipamentos e fardamentos. Pela nossa parte, continuaremos a dar a maior atenção ao mundo do trabalho, convictos que matéria tão importante não pode nunca passar ao lado dos órgãos autárquicos.

Não acreditamos em homens providenciais para dirigirem o nosso futuro, venham eles de onde vierem. Será com o contributo determinado, sério e honesto de cada um que teremos que percorrer o caminho que temos pela frente, num trabalho colectivo permanente no âmbito da CDU e com todos os restantes eleitos e a população em geral (...)
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08 março, 2013

No dia da mulher, uma flor...


Flor, desenhada
. vês esse ponto aí atrás?
é o bico do meu lápis afiado
Seque essa ponta e verás
que o bico vai subindo e depois descreve um arco
De seguida desce, desce até quase ao ponto de partida
Que desenhei? Isso mesmo: uma pétala, minha querida
Agora, no centro, uma muito pequena bola
Um botão, botãozinho, pequenininho
Há volta, repito o primeiro desenho feito
Uma, duas, três, várias pétalas, colocadas a preceito
Depois faço um traço, para baixo e... uma mão
Que o segura

Então... 
toma, é tua esta flor
Chamo-lhe bem-te-quer
Guarda-a, onde te aprouver
Neste teu dia

- a escrita, por cima desenhada
é de um poeta
da arte do concreto e da pedra
Agradeço à Laura a inspiração
para a construção deste desenho-quase-poema 
(Desenho de Òscar Niemeyer

07 março, 2013

Lula: a Venezuela não pode retroceder




"... Não surpreende que, para a gangue e asseclas de Goldman Sachs, Chávez pareça mais perigoso que a Peste Negra. A Venezuela comprou jatos Sukhoi de combate; criou e aprofundou laços estratégicos com dois grandes BRICS, Rússia e China – além de outros atores em todo o Sul Global; mantém mais de 30 mil médicos cubanos em treinamento de medicina preventiva, vivendo em comunidades pobres –, o que gerou uma explosão de jovens venezuelanos estudando medicina.

Números impressionantes contam grande parte da história que tem de ser conhecida. O déficit público na Venezuela não passa de meros 7,4% do PIB. A dívida pública alcança apenas 51,3% do PIB – muito abaixo da média da União Europeia. O setor público – ao contrário do que pretendem as apocalípticas acusações de “comunismo!” – equivale a apenas 18,4% da economia, menos que a estatizada França e que toda a Escandinávia. Em termos de geopolítica do petróleo, as quotas são estabelecidas pela OPEC; assim, o fato de que a Venezuela esteja exportando menos para os EUA implica que está diversificando seu portfólio de clientes (e exportando mais e mais para a China, parceira estratégica).

E eis o grande trunfo: a pobreza desgraçava 71% dos cidadãos venezuelanos em 1996. Em 2010, a porcentagem já fora reduzida para 21%. Para análise séria da economia venezuelana na era Chávez, consulte este site."
(leia tudo, no Burgos)
Outros indicadores em "A Venezuela antes e depois de Cháves"

Passos nunca leu Unamuno, e tem dos portugueses a imagem da anedota..


1907

Portugal é um povo triste. É-o até quando sorri.
A sua literatura é triste.
A brandura, a meiguice portuguesa não está senão à superfície, raspai-a e encontrareis uma violência que chegará a assustar-vos.
A brandura é uma máscara.”
 
Miguel Unamuno in OS PORTUGUESES UM POVO SUICIDA

(roubado ao bulimundo)

06 março, 2013

O 92º Aniversário do meu partido e ainda o tal comentário de um (muito querido) amigo

O comentário era, para quem não está lembrado, "Este não é o tempo de se agitarem cartões partidários, mas sim de se agitarem as mentes." e eu mais ao menos, em resumo, lhe respondia com a pergunta de como fazer isso, se o cerco à omissão campeia e são poucas as frestas que ao meu partido são abertas, e fazia referência aos tempos de antena...  
Para agitar as mentes vejam este, vale a pena:


E podem-me dar os parabéns, hoje "também faço anos"...

Hugo Chávez - Há mortos que não morrem...


Disse  eu dele o que disse do "chavismo", pois a ele e ao país mal conheço:
«Um dado interessante sobre o período "chavista" na Venezuela: a participação eleitoral passou de 60% em 1993 para 63,45% em 1998 (eleição de Chavez), 74,7% em 2006 e 80,9% em 2012. Há uma crescente politização da sociedade venezuelana e a subida dos votantes deve-se fundamentalmente à esperança que os mais pobres depositam no Pólo Patriótico. Só mais um dado: em 1998 Chávez foi eleito com 3.673.685 votos; em 2006 com 7.309.080; em 2012 com 7.444.062.» - escrito aqui
Mas quem sabe do que fala, acrescenta:
«Ele desmentiu numa breve e luminosa trajetória a tese da excecionalidade absoluta da Revolução Cubana. Demonstrou que, afinal, era possível, num país transformado em semi-colónia, conquistar a Presidência, enfrentar o imperialismo, e, num contexto histórico muito diferente, romper as engrenagens da dominação estrangeira e proclamar que a Venezuela Bolivariana se propunha a destruir o capitalismo e, com o apoio maciço classe trabalhadora e da maioria das Forças Armadas, lançar as bases de um partido revolucionário, inviabilizar o projeto recolonizador da ALCA, e iniciar as batalhas da construção do Socialismo e da Unidade Latino-americana.»
Miguel Urbano Rodrigues.
Há mortos que não morrem
 

05 março, 2013

Uma "ajudinha" para prolongar a agonia...

Sobre a "ajudinha" hoje anunciada, faço um texto longo e cheio de citações. Cito quem sabe da poda e quem dá, da história, indicações sobre caminhos, antes percorridos:
"...E a Europa recusa-se a aprender a lição. Continua a apostar em esperar por situações desesperadas para agir com medidas limitadas e fica à espera que, por milagre das forças do mercado, as coisas corram bem daqui a uns anos. Esta é uma má receita, à qual se somam os resultados comprovadamente maus da austeridade.
A reestruturação das dívidas da periferia só será eficaz se for feita a nível europeu numa perspectiva corajosa e de longo prazo, baseada no estímulo das economias e do emprego. Ficar à espera do nível seguinte do desespero para se dar mais um balão de oxigénio a economias moribundas, não é apenas ineficaz: é prolongar a crise deliberadamente." in "Ladrões de Bicicletas" 
"... Foi somente o chamado Acordo de Londres, assinado há exactos 60 anos, que fez com que o país pudesse respirar de novo, lembra a historiadora Ursula Rombeck-Jaschinski, da Universidade de Stuttgart. "Pode-se até mesmo afirmar que o milagre económico não teria sido possível sem o perdão da dívida", afirma."
Naquela época, cerca de 70 países cobravam dinheiro da Alemanha – dívidas contraídas em parte antes e em parte depois da guerra. No total, o país devia 30 biliões de marcos, e economizar e pagar aos poucos não era uma alternativa viável. Pelo contrário: a economia alemã precisava de investimentos, a fim de que a reconstrução e o crescimento pudessem ser financiados." (ler tudo, aqui)
"O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento.
O acordo adoptou três princípios fundamentais:
1. Perdão/redução substancial da dívida;
2. Reescalonamento do prazo da divida para um prazo longo;
3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor.

O pagamento devido em cada ano não pode exceder a capacidade da economia. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos. O valor dos montantes afectos ao serviço da dívida não poderia ser superior a 5% do valor das exportações." (ler tudo, aqui)

04 março, 2013

Diz-me um amigo: "Este não é o tempo de se agitarem cartões partidários, mas sim de se agitarem as mentes." - Agora fico à espera que ele me diga como....



O que o professor Marcelo diz não sei se é receita por ele ditada ou se se limita a segui-la. Goebbels era um primário ao pé desta gente. Meu amigo é por certo um inadvertido bem intencionado pois ignora o facto. Ele diz-me (num seu comentário) que é preciso é agitar as mentes. Pois eu queria...  queria... talvez nos "tempos de antena"... A seu pedido, não agito o cartão do partido, mas perante este cenário, só me resta ficar de bico calado e os outros que agitem as mentes:
RTP informação: debate semanal com Ana Gomes (PS), Paulo Rangel (PSD) e participação eventual de Joana Amaral Dias (BE).  
SIC Noticias: debate semanal com Pacheco Pereira (PSD) António Costa (PS) e Lobo Xavier (CDS).  
TVI 24: debate semanal com Fernando Rosas (BE) Santana Lopes (PSD) e Francisco Assis (PS).  
SIC Notícias ("novos" comentadores): Marques Mendes (PSD), Jorge Coelho (PS), Bagão Félix (CDS), António Vitorino (PS) e Francisco Louçã (BE).
 
NOTA DE RODAPÉ: O PCP anunciou em conferência de imprensa "Sete Propostas para libertar Portugal do desastre", se a televisão não mostra, não há qualquer proposta (até porque os outros as ignorarão)

"O importante, agora, é continuar a lutar. De preferência sem ver no PS o grande inimigo." - pede-me um amigo


O meu amigo pede (num comentário) que não se considere, o PS, o grande inimigo. Mas não me pede que o não considere o pequeno inimigo, o que me deixa sem margem para grandes alternativas. É que pequeno, o PS não se cosidera ser. E se eu considerar o PS um inimigo, nem sei que dimensão lhe hei-de dar. Fica a pergunta, para a resposta que queiram dar. Para ajuda, cito Seguro: "
"Os portugueses que hoje saem à rua têm muitas razões para estar indignados e para protestarem e exigirem uma mudança de política. E é por isso que as responsabilidades do PS aumentam" (ler mais
Uma coisa parece certa, Seguro meteu a rua na gaveta, e, pelo sim, pelo não, já iniciou a campanha...

02 março, 2013

E agora? Agora que se discutam as saídas, as soluções... (não pensem que só há as que nos cercam e apertam)

O rio "2 de Março" irá dar a uma foz, com a mesma voz (a entoar a canção que temos no coração)


O 4º poder não deixa de exercer a pressão conhecida. Esconde e omite rios, descobre e ostenta outros. Só fala dos que omite para colocar em destaque os que mostra. É uma regra de manipulação. Desta vez hesitou entre salientar o risco de águas misturadas e assustar as margens com a violência das águas, para finalmente optar pelo que tem sempre feito: dizer serem fortes os que terão fontes difusas (inorgânicas), são inconsequêntes os que nascem em conhecidas nascentes (os partidos e a organização sindical). Logo o helicóptero andará no ar e muito o 4º poder falará sobre o acontecido, mas ficará com o discurso dividido: os rios se juntam na foz da canção que nos está no coração. Terá razão quem não há muito escreveu:

01 março, 2013

Hoje é o dia dela, da do meio da tabela


Não é com angustias, gritos de alma e uma canção
que se entende uma geração (mas ajuda muito)
- acho que eu e ela nos entendemos -
<>
Há canções que nos ligam, desde há uns tempos...