22 março, 2013

Óscar Lopes - In memoriam (1917 - 2013)

O valor de um homem e o que faz dele um pedaço da nossa memória não é só o muito que fez, as responsabilidades que assumiu, a obra deixada... é ainda a forma como fez tudo isso e algumas outras pequenas coisas. Por exemplo, a mim, que era suposto apenas aprender história da literatura com ele, aprendi, por ele, a amar a escrita... e a História.  
 
Uma biografia incompleta
 
Óscar Luso de Freitas Lopes (n. 1917) nasceu em Leça da Palmeira, Matosinhos, filho do folclorista Armando Leça e da violoncelista Irene Freitas. Licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo cursado também no Conservatório de Música do Porto. Foi professor efectivo do Liceu Nacional de Vila Real e dos liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas, do Porto. Em 1975 ingressou, como professor catedrático, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde se jubilou. Destacou-se como investigador de linguística e como crítico literário, atividade que praticou durante décadas em periódicos como Seara Nova, Vértice, Mundo Literário, Colóquio/Letras e o suplemento literário de O Comércio do Porto (sob o pseudónimo de Luso do Carmo). Sobre a obra e o método de Óscar Lopes como crítico literário leia-se, de Isabel Pires de Lima e Rosa Maria Martelo, Óscar Lopes em «A crítica do livro» - duas leituras. Foi presidente da delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Escritores e do conselho literário da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. É de há muito militante do Partido Comunista Português, tendo feito parte do seu comité central. De entre as suas obras merecem destaque: Gramática simbólica do português, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2.ª ed., corrigida, 1972; Entre a palavra e o discurso: Estudos de Linguística (1977-1993), Porto, Campo das Letras, 2005; História da Literatura Portuguesa (com António José Saraiva); Antero de Quental: Vida e Legado de Uma Utopia. Lisboa, Editorial Caminho, 1983; Os Sinais e os Sentidos: Literatura Portuguesa do Século XX, Lisboa, Editorial Caminho, 1986; Entre Fialho e Nemésio: Estudos de Literatura Portuguesa Contemporânea, 2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987. O presente texto foi publicado originalmente na revista ‘O Tempo e o Modo’ nº 40, Julho-Agosto de 1966, mas aqui utilizamos a versão revista e aumentada publicada pelo autor no volume ‘Ler e depois. Crítica e interpretação literária 1’, Editorial Inova, Porto, 1969.
 
 

15 comentários:

  1. Como imaginas, é um dos meus mestres e como calculas «os mestres não morrem»...

    Beijinho

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  2. Boa homenagem a um homem com valor
    Apetece-me dizer que existem pessoas que são como as árvores. Cheios de vida e de sabedoria.
    Depois da sua partida os frutos continuam saborosos e as raízes alongam-se pelas gerações.

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  3. Bom recordar um Homem marcante nas memórias da minha juventude.

    Beijos

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  4. Caro Rogério
    A lei da vida leva-nos os melhores. já escrevi num post que conheci pessoalmente Óscar Lopes na actividade política. Recordo dele a humildade e naturalmente a sua capacidade intelectual.
    Este é daqueles que apenas deixa de cá estar fisicamente.

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  5. Co-autor da "minha" História da Literatura Portuguesa que ainda guardo em lugar de destaque. E cunhado do grande Jorge de Sena. Já muito velhote todavia é daqueles que nunca morrem.

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  6. .

    .

    . o tributo de um Homem . é uma dádiva de Deus .

    .

    .

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  7. Começou a acompanhar-me quando entrei na Faculdade de Letras de Lisboa!
    Ainda hoje sei o local exacto onde está a sua Literatura numa das minhas estantes!
    Um grande senhor em todos os sentidos!

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  8. Mais um grande Homem que nos deixa... permanece o seu legado, pois é dos que fazem parte ds nossas memórias, para sempre.
    Um SENHOR!

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  9. A Busca do Sentido

    da sua vida



    um grande professor!


    um abraço

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  10. Uma referência que permanecerá para sempre na História e na cultura portuguesas.

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  11. Incontornável! Citei-o tantas vezes.


    Obrigada

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  12. Uma vida que deixa marca e a força do exemplo.

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  13. Uma vida dedicada à literatura e à cultura portuguesas.
    Ficará para sempre a sua obra!

    Bj

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