30 janeiro, 2014

Poesia (uma por dia) - 59

MÃO(s)

A mão que esboça o verso, ampara a vida,
Transporta o saco cheio, amassa o pão,
Cava o torrão mais duro e, mesmo f`rida,
Prefere a dor sentida a nem ser mão…

Renasce a cada causa antes perdida
E tece e fia e doba e faz questão
De, sobre a tela pronta e já tecida,
Lavrar, do próprio gesto, a criação…

A mão trabalha ainda, a mão persiste
E até quando algemada ela se agita;
Ou se livra da peia… ou lhe resiste!

Será por cada mão que não desiste
Que a força de que o mundo necessita
Justifica a razão que ao povo assiste…

Maria João Brito de Sousa, no FB

6 comentários:


  1. "por cada mão que não desiste"
    Será, seremos!

    Mais uma "maravilha" da Maria João que faz da palavra matéria de aprendizagem.

    Obrigada!

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  2. Eis aqui um belo soneto, que se lê e relê com agrado!
    Revemos nele a vida através das mãos , que mesmo agrilhoadas não se deixam vencer.
    Parabéns e obrigada, à autora e ao Rogério, pela partilha

    Um abraço.

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  3. Um belo poema. Uma mão bem fechada e um punho cerrado.

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  4. Muito obrigada, Rogério!

    Que as nossas mãos se não rendam enquanto lhes restar um sopro de vida!


    Abraço grande!

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