04 dezembro, 2014

Olhemos para além dos rostos


Ah, se tudo se pudesse reduzir a uma questão de caras... olhemos, então, para além delas.
Para um, o congresso é um enorme colectivo que discute e assume ideias, compromissos, destinos, sob a forma de orientações e de programa. Para outro, o congresso é uma prova, que aglutina, funde, entrona, e onde as crenças substituem as ideias, dispensam  programas, omitem os compromissos. 
Os rituais, aos olhares menos atentos, quase se assemelham, mas na realidade são muito mais diferentes que as diferenças ostentadas nos sorrisos.
De um, dizem ser "a esquerda radical", do outro "ser do arco do poder". São dizeres que, de tanto repetidos, entram no ouvido e subjacente fica o medo e a ideia subliminarmente inculcada de que ao primeiro corresponde "um partido de protesto", como se o seu congresso se limitasse a um acto de luta e resistência. Para o outro, ser "do arco da governabilidade" é um estatuto independente de valores, pois outros, de valores supostamente inversos, também o são. A imprensa vende a expressão como marca, como garantia da qualidade afiançada e manutenção do paradigma, não como estigma, não como denúncia de continuação da ruína.
Podiam entender-se? Olhando-os, até parece meter raiva que o não tenham feito já. Mas tal é impossível. Pelos interesses que defendem, pelo funcionamento das suas "máquinas partidárias", pela coerência entre os discursos e as práticas. 
Resta ao povo a sabedoria das escolhas...

6 comentários:

  1. considerando o passado a 'sabedoria' do povo não me deixa muito segura.

    ResponderEliminar
  2. Todos pensamos que é urgente a mudança. Mas na hora de ir às urnas os votos caiem sempre nos mesmos. Cegueira coletiva?
    Um abraço e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  3. Ah, mas o povo tem sido tão burrinho!!

    Beijinhos Marianos, Rogério! :)

    ResponderEliminar
  4. Só tenho pena que não possamos olhar a alma de cada um deles.
    Seria bem mais fácil !

    beijinho e bom fim de semana amigo Rogério

    ResponderEliminar
  5. "água mole em pedra dura..."

    será que o provérbio se consuma?

    uhum ... duvido!

    forte abraço

    ResponderEliminar