09 janeiro, 2016

Os anjos podem esperar

um "cupido", de Caravaggio, já antes editado
«Não sendo certo que os anjos andem por aí entre os humanos, ocorre-me a possibilidade de que alguns humanos, que provavelmente serão tão incontáveis quantos os anjos, tenham sido colocados na terra, com a missão secreta de proteger outros humanos. Até pode haver reciprocidade: o protetor protege o protegido e este protege o protetor. Pode, creio, dar-se o caso de este sistema de proteção mútua ter uma designação já definida. Se alguém lhe chamar amor, não ficaria surpreendido.»

Escrito pelo Xilre

17 comentários:

  1. O amor tem asas, como os anjos.

    Beijinhos, Rogério.:)

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    1. Tenho essa impressão
      e nem preciso de confirmação

      Beijinhos, Maria

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  2. Também li esse texto do Exmo. Xilre ( como já foi apelidado por alguém que 'conheço') e achei-o de um beleza indescritível. Aliás, tenho lido tudo o que esse senhor escreve e deixo-me extasiar por tão bela escrita!
    Gostei que o Rogério tivesse aqui trazido esta metáfora/relação, sobre a verdade insofismável que existe entre protegidos e protectores.
    Ao tempo que eu andava a namorá-la...

    Um abraço e obrigada a ambos.

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    1. Lei-o (quase) sempre e gosto de metáforas.
      Gosto delas claras
      As herméticas, são impenetráveis
      quadradas
      Esta é bela!, e fez-me lembrar um texto meu, escrito há muito, e onde usei a bela pintura de Caravaggio.

      Gostei que tivesse gostado.

      Abraço

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  3. Um texto muito bonito. Gostei tanto do texto, que acabei lendo toda a página inicial do autor, e levei para o Sexta o link do blog para continuar a acompanhar.
    Obrigado pela partilha.
    Um abraço e bom Domingo

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    1. Elvira,

      Eu só não trago ao meu espaço mais coisas de que muito gosto
      porque
      se fosse esse o caso
      ele seria um continuo "interregno para coisas belas"
      e Xilre forneceria muitas delas

      Abraço

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  4. eu fico surpreendida, com esta declaração de Amor

    .


    um abraço, Rogério

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    1. Manuela,

      Ainda há, neste mundo,
      imundo
      lugar para surpresas assim
      (e gosto de as trazer aqui)

      Abraço

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  5. Li e reli e fui ler novamente no espaço do autor, porque coisas assim tão belas são para guardar e apreciar lentamente.

    Um beijinho e boa semana amigo Rogério

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    1. Sempre que queira fazer um interregno
      para uma coisa bela
      e eu não o tenha
      vá lá
      e depois
      passe por cá

      :))

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  6. Conheço alguns pássaros assim

    a fingir de anjos
    Abraço

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  7. Quando a criança era uma criança / andava com os braços a dançar /queria que o ribeiro fosse um rio / o rio fosse uma torrente / e este tanque o mar.

    Quando a criança era uma criança / não sabia que era uma criança / tudo estava pleno de alma / e todas as almas eram uma.

    Traduzido e adaptado de um poema de Peter Handke.

    Muito obrigado e um abraço caro Rogério.

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    1. Xilre

      Obrigado eu, por me fazer regressar ao tema do amor... e falando de crianças, trago aqui o texto a que conduzia o link sob a imagem do "Cupido" de Caravaggio, que dizia assim:

      «Definir o amor deixou de ser tema que me ocupe. Nem me atrevo a contestar a imagem do menino com asas e setas que, as lançando às cegas, acerte em quem acertar fará apaixonar quem com elas leve. Sendo anjo, portanto sem sexo, não olha a sexos. É assim, e pronto. Há poetas que tentam uma definição, em vão, pois amor é mais que o belo que deixam escrito e mais que alguns escritores tentam escrever...

      Posto este enquadramento... Hoje é um dia negro, entre muitos outros dias negros e outros tantos cinzentos. O parlamento, através de gente que não aguento, votou adiar dar amparo àqueles a quem eles próprios diariamente colocam no gueto das crianças mal-amadas. Crianças, sem asas nem armas, apenas meninos. Meninos sozinhos...»

      Um abraço, caro Xilre

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  8. Agradada por ter decidido segui-lo...
    Belo texto!
    Também sou um anjo :)
    Abraço

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  9. que belo texto, tenho uns quantos na minha vida :)

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