20 fevereiro, 2016

Umberto Eco, in memoriam

 

"os jornais não estão feitos para difundir, mas para encobrir notícias", diz uma sua personagem no seu derradeiro livro. Faz todo o sentido te-lo escrito, sobretudo quando toda a imprensa reduz a sua obra a um único livro, quando tem uma obra imensa. E apreciada.
Dele, escrevi eu um dia, naquele estilo exigente que caracteriza este espaço, que um escritor que escreve para o futuro, corre o risco de mais tarde não ser lido pela razão simples de o futuro não estar assegurado. Foi a propósito de uma entrevista:
"Qual o papel do intelectual hoje? Não dar muitas entrevistas! [risos] Falando a sério, penso que é duplo. Primeiro, é dizer o que as outras pessoas não dizem. Não é dizer que há desemprego em Itália. Segundo, não é resolver os problemas imediatos, é olhar para a frente. Se um poeta está num teatro e há um incêndio, não se põe a recitar poemas: chama os bombeiros. Pode é escrever sobre incêndios futuros."
Humberto Ecco, ao Expresso 
E comentava eu então
E se à sua frente não houver mais nada do que terra queimada? E se à sua volta já tiver ardido tudo e da humanidade não restar mais nada? A imagem do poeta ligando o 112 é forte e revela sentido prático, mas é um apelo à deserção do ataque em contra-fogo...

 

11 comentários:

  1. "Para ser tolerante é preciso sempre estabelecer os limites daquilo que é intolerável."

    Ciao Umberto Eco!

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    1. A Eco
      eu lançaria o repto
      mais adequado, certo

      Para ser intolerante é preciso sempre estabelecer os limites daquilo que é intolerável.

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  2. Lamento, conheço muito mal Umberto Eco. Apenas li O Pêndulo de Foucault.
    Que descanse em paz.
    Um abraço e bom fim de semana

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  3. Li muita coisa dele e admiro-o como pensador.

    Que vá em paz !

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    1. Desculpa, camarada Rogério, não ter compreendido o teu comentário, mas a nossa querida São, explicou-me o que tu querias dizer.

      Claro que, o filme "Balada de um Batráquio" devia ser trabalhado nas escolas e nas paróquias.

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    2. Estamos sempre a tempo
      para o reconhecimento

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  4. O “O nome da rosa” continuará a ser sempre o seu livro mais conhecido. Um facto que o incomodava pois dizia que não o deixavam sair daquele impasse e seguir em frente.
    Harper Lee também faleceu na sexta-feira, 19 de fev.

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    1. Dois nomes que vão ficar para sempre na nossa memória, Catarina.

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    2. Três! o terceiro foi (1997) Rómulo de Carvalho

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  5. Conheço mal a sua obra, mas acho que o papel de um escritor, além de dizer o que as outras pessoas não dizem, é fazer o que as outras pessoas não fazem.
    Que descanse em paz!

    Um beijinho constipado :)

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