11 março, 2017

Na manif do MDM: I´m a celtic man


Disparava fotos a torto e direito. Aquela, outra, esta. Primeiro no Rossio, depois Rua do Ouro fora. Animava-me a alegria. Os rostos, sorrisos ao ritmo dos bombos. A confiança estampada nos rostos. Cantares alentejanos e, logo de seguida, saxofones e trompetes numa miscelânea de encher a alma. A dada altura, quando passavam pandeiretas e gaitas, foi interrompido na minha tarefa de reportar. 
- Are you portuguese? 
- Yes...!
E ela olhava-me muito corada, com olhitos muito brilhantes de exaltação ou o que queiram pensar de alguém que comovida não sabia o que se estava a passar e me abordava para saber o que era... 
(o diálogo segue-se em português, pois de inglês mal sei uma palavra, quanto mais escreve-la) 
Dizia-me ela:
- Sabe?!, eu sou inglesa e eles estão a tocar... musica minha
( nessa altura as gaitas de foles, agudaram os decibéis)
Respondi eu:
- É tanto tua como nossa, no norte de Portugal a influência celta é enorme. 
- E o que se passa aqui? A que se deve o protesto? Isto é uma manifestação, não?
(nessa altura, as palavras de ordem eram de luta)
- É uma afirmação da disposição para a luta. Comemora-se o Dia Internacional da Mulher!
- E há tanto homem... é bom ter tal apoio e suporte.
(despedimo-nos com sorrisos, e ela foi contar ao marido o que eu lhe tinha dito)
A seguir, mais cantares alentejanos.
Meu Sangue Mouro e Minha Alma Celta  gostaram e meu Coração Luso acelerava à medida que o desfile passava.
Vinte mil? Mais? Menos?
Que importa ao certo?, se eram tantos e tant@s:
homens, mulheres, crianças.

10 comentários:

  1. Que bom que assim tenha sido.
    Pena não ter estado lá. Mas hoje tinha teatro. À tarde e à noite.
    Abraço e votos de bom Domingo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A vontade de ter estado, conta.
      Considero-a uma não-ausente. Boa?

      Eliminar
  2. ... eu teria sido mais uma desses vinte mil, ou mais, caso me não não fosse tão obviamente impossível acompanhar uma marcha...

    Abraço!

    Maria João

    ResponderEliminar
  3. Obrigada pela descrição! Deu para sentir um cheirinho de festa, aqui...


    Lídia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aqui para nós, que "ninguém" nos lê, participar refresca a alma, dá-nos dimensão à asa e reforça-nos o juízo.
      Sim! Foi bonito!

      Eliminar
  4. Rogério: A Alma é Celta, o Sangue é mouro, mas o Cérebro é greco-romano.Tudo isto define a nossa idiossincrasia, no bem e no mal; na coragem e no medo; na alegria e na tristeza; na glória e no desastre; na vitória e na derrota; na inteligência e na estupidez. O português tem particularidades únicas, sendo a mais marcante o mito sebastianista (ou sebastiânico).
    Com esta manifestação, no Dia Internacional da Mulher, o PCP marcou terreno e ganhou pontos. Abraço e saudações.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não te esqueças do nosso Coração Luso quando falares do Império Romano (dos gregos nem ferros, nem medos)

      Eliminar