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Como, à excepção do primeiro e do quarto, todos os outros factores permanecem após a eleição presidencial, afigura-se que a unidade de esquerda´ser vier a ser um objectivo, terá que ser adiado. Julgo que será até para data distante pois as razões (e mais do que estas, a própria metodologia) que levaram ao lançamento da candidatura de Manuel Alegre se não forem revistas tornam ainda mais distante a percepção, por parte do País, de qualquer possibilidade da unidade da esquerda. Aquilo que André Freire apelida por esquizofrenia da esquerda vai continuar. Resta ao PCP continuar a sua luta. De acordo também com André Freire, o PCP tem “apenas e só apostado em resistir, além de tentar disputar a liderança do voto de protesto ao BE”. Eu não diria assim, mas diria quase igual ao que André Freire escreveu.“Vários factores pesados concorriam contra Alegre. Primeiro, o facto de se tratar de uma reeleição, que favorece o incumbente (vencedor Cavaco Silva). Segundo, por ser apoiado por um partido que suporta um governo impopular, seja pelos enormes sacrifícios que tem pedido à população (PEC), muitos deles experienciados à "boca das urnas" (Orçamento 2011), seja por estar a governar a contrario do que prometeu em 2009 e do seu código genético (independentemente da eventual necessidade das medidas). Terceiro, as divisões no seio do PS, de que o apoio à candidatura de Nobre é um sintoma (ver aqui). Quarto, a contradição entre o discurso em defesa do Estado social e a circunstância de o principal partido que o apoiava estar, todos os dias, a emagrecer o dito. Last but not least, os problemas da relação entre o PS e o BE.”