Diz a
Uva Passa, que se "passou" com a obscenidade expressa em letra de imprensa num espaço virtual (que por o ser, lhe impede o destino que ela lhe queria dar):
«Nem sei bem como começar isto.
Os jornalistas do OBSERVADOR, malta muito jovem - a ver pelo alarde que
fizeram com o recrutamento de jornalistas com menos de 30 anos a semana
passada -, saudável, sem preconceitos, e sem inimigos, além dos
comunistas, resolveram armar-se em constitucionalistas, e fazer pelas
suas próprias mãos, com uma pouco clara componente de 'consulta
popular', a revisão da Constituição Portuguesa.
Extraordinário.
E digo extraordinário porque perigoso, e até doentio, porque um jornal que cresce a cada dia e a cada dia se afirma como opinion maker,
que é lido por milhares de pessoas, muitas deles jovens, tão jovens
quanto os que lá trabalham, e que resolve de ânimo leve fazer um
exercício de alteração da Constituição Portuguesa, e fazem-no, oh Lord!,
baseado em princípios neoliberais vilanos que já todos, ou quase todos, perceberam onde nos fizeram chegar, dá-me assim valentes arrepios na espinha.
Com que então um Constituição apolítica, hem? Sim senhora, muito bem pensado.
E quereis também, porque não vos basta terem o Primeiro-Ministro, o
Presidente da República e a Procuradoria Geral da República, tudo com o
mesmo fardamento, que seja [de acordo com as vossas propostas] o
Presidente da República (que pode ser a nossa atual amiba unicelular, ou
quem sabe, uma amiba sem qualquer célula) a nomear o
presidente do Tribunal de Contas, o Procurador-Geral da República, as
chefias militares, o provedor de Justiça e ainda os sete juízes do
Tribunal
Constitucional.
Que bonito.
E, porque achardes pouco o que tendes, ainda quererdes ver esse
desespero, que é meter a fruta [podre] toda na mesma cesta - o que foi
um dos maiores erros da história da democracia em Portugal -, também
escarrapachado no articulado da nossa Constituição.
E não vos chega a miséria nos hospitais e a morte nas urgências, a
miséria no ensino e a morte da língua portuguesa, o desemprego jovem e
as privatizações burguesas, a emigração idosa e a estagnação
populacional, que também quereis a redução do elenco de direitos sociais e a desconstitucionalização do respectivo financiamento, consagrado na atual Constituição.
Calai-vos!
Calai-vos porque vocês não sabem o que dizem.
E sabem o que é que eu, e outras pessoas como eu, faziam às vossas
propostas jornaleiras que englobam, claro está, cai-vos a máscara, a
redução da hiper-rigidez da Constituição e a flexibilização das normas
sobre a revisão constitucional?
Que não fosse ele um jornal virtual, e eu uma pessoa de bem, e dizia-vos o que fazia.»
Desta vez não se espera um D. Sebastião saído do nevoeiro. Deseja-se de volta o Absolutismo?
ResponderEliminarComo diria minha avó "Minha alma está parva"
Um abraço e bom fim de semana
ResponderEliminarEnfim, tantos jovens que já partiram e haveriam de ficar cá estes "criativos" que, a bem dizer, não têm nada para dizer.
Lídia
A Lídia disse tudo !
ResponderEliminarInfelizmente são estas cabeças que "gravitam" neste nosso pobre país.
Também já nada me surpreende.
beijinho e bom fim de semana!
Fê
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ResponderEliminar.
. um país ? . qual país ? .
.
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Tá tudo muita jeitoso!
ResponderEliminarQue mania tem esta gente para "simplificar"!
ResponderEliminarFazem-se despachos, resoluções, deliberações, leis, decretos e, agora, constituições!!!??? em (in)certos escritórios e rodas de confrades, prontinhos para usar; é só fazer copy paste e publicar no DR.
Então é para voltar ao Marquês ou ao Santa-Comba-Dão?