Quando pensei neste post, hesitei em dar-lhe este título. A alternativa era "É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!" e de facto o que se vem verificando na Alemanha é o declínio do sistema económico que explica tudo. Não há muito, dizia-se, lá como cá, que os níveis de desemprego são baixos só que os salários não acompanharam o elevadíssimo agravamento do custo de vida o que tem conduzindo ao descontentamento de vastíssimas camadas da população.
Assim, lá como cá, a extrema direita ganha espaço e força. Lá como cá e por todo o lado. Por todo o lado e até na cada vez mais desunida UNIÂO EUROPEIA.
De há pouco, a esta parte, NOVIDADES, NOVIDADES, NEM NO CONTINENTE!
Senão, vejamos. O voto contra do PCP foi pré-anunciado e tal voto faria todo o sentido. Contudo, no decurso das intervenções que se seguiram às respostas do Primeiro Ministro tivemos de ouvir 15 perguntas de 15 deputados do PSD em que cada pergunta questionava André Ventura se também censurava isto, e mais aquilo e ainda mais outra coisas, em que todas as 15 coisas eram referidas medidas do programa do Governo. Em cada pergunta, os deputados terminavam do mesmo modo "O Chega censura e o Governo responde com competência!"
Ou seja, a bancada do PSD colocou a Assembleia entre a Moção de Censura e o voto de confiança. E, assim, votar contra seria tido como um voto de confiança no Governo!
Já deixei por aqui um convite. Também o coloquei um pouco por todo o lado e já tenho inscrições de pais, avós, professores, catequistas e até artistas...
Se não pode ir ou não quer ter essa maçada, ao menos veja o vídeo...
No dia em que se celebra o nascimento de Carlos Paredes, as homenagens proliferam mas dão uma imagem limitada à projecção dada à sua (extraordinária) obra e ao instrumento que usava. De facto deu alma à guitarra. Mas tudo passa ao lado da sua luta, como homem de Abril!
Trago aqui essa dimensão e partilha com a notável (e muito querida) voz do Xico.
"Convenci a Teresa e aquela que viria a ser minha sogra a ir ao concerto de Carlos Paredes, nas "Belas Artes". A sala estava apinhada e o concerto ia correndo como eu previa e Minha Alma esperava. Tinham sido ainda poucas as pautas tocadas, quando um coro de vozes berraram: "czardas, carzadas, czardas". As palavras gritadas eram acompanhadas por palmas. Digno, o mestre levantou-se e silencioso abandonou a sala. Num rápido momento a sala tomou-se de arrependimento e silenciosamente abandonou também o salão. Aquela que viria a ser minha sogra ainda me perguntou o que se tinha passado. Acho que lhe terei respondido..."
Ela acordou com um acordar dentro de um número par. Ele já tinha saído sem o beijo 29 e ela reagiu com o encolher de ombros 32, da tabela dos afectos. Apurou-se no trajar 112 a condizer com o dia, tomou o pequeno almoço do menu, o 9 habitual. Saiu. No emprego, o mesmo desvelo nas tarefas 6, 12, 28 e 42 e também nos procedimentos depois. Na pausa para o almoço, fez as compras da tabela do dia festivo, e comeu a correr. A tarde, como a manhã, as mesmas tarefas, mas por ordem inversa. Há hora regulamentar, saiu. E a correr, sempre a correr, comprou-lhe a prenda 79 do catálogo das ofertas. Em casa, pôs a mesa, as velas, as flores e foi preparar o jantar com a receita 108, que já antes fizera e ele tanto gostara. A mesa estava bela e foi experimentar as luzes e a música a tocar, regulando o som à altura do falar. Findo tudo, esperou... estava na hora que o catálogo do tempo indicava para o seu chegar.
Ouviu-lhe os passos. A chave a rodar. Levantou-se, segundo o gesto 52 da rotina das chegadas. A porta se abriu, mas ele não entrou. Com os olhos pousados no chão, disse: "Anda, vamos ali, temos que falar". Sem pensar em nada, atordoada, saiu como estava. No percurso que ensaiavam para algures, junto ao mar, ele lhe contou a conversa tida com o encarregado e da incerteza quanto à indemnização. Depois não mais falaram. Sentaram-se no paredão com o olhar a se suicidar no mar. Deram-se as mãos, numa ternura de gestos, pela primeira vez sem numeração no catálogo dos afectos...
CONVIDA-SE TODA A COMUNIDADE EDUCATIVA, BEM COMO TODAS AS ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS, A ASSISTIR A ESTE ESPECTÁCULO.
Sinopse: O tema da peça liga-se com a crescente dependência do uso do telemóvel. No decurso da representação são lançados teatrais alertas, ao som de uma conhecida composição de António Variações, sobre os efeitos de tais dependências e, também, sobre a necessidade de se incrementarem hábitos de leitura. Sobre este relevante aspeto, serão lidos em palco extratos de um livro de contos para crianças (da autoria, também, de Rogério Pereira) e do conto “A Maior Flor do Mundo” de José Saramago (Prémio Nobel da Literatura).
A peça, de curta duração, desenvolve-se, num primeiro ato, no pátio de recreio entre crianças, sendo estas representadas por fantoches e, num segundo ato, no decorrer de uma refeição em família, representada por atores amadores que fazem parte do elenco do GTNM.
No final da peça, haverá “mesa-redonda” reunindo convidados, com formação em psicologia e neurociências, que deixarão alertas sobre os efeitos da dependência, não deixando produzir as suas próprias recomendações sobre cuidados a ter.
A peça irá ter várias representações dirigidas às escolas de Oeiras, cujo agendamento está a cargo do Departamento OEIRAS ENSINA.
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Ficha Técnica
Encenação de Nuno Loureiro
Com Fátima Apolinário, Maria João Vieira, Mário Santos e Nuno Loureiro
Fico sentido por mais esta perda. A outra, a da Maria Velho da Costa, mereceu a minha sentida homenagem. Então escrevi um texto que agora repito, com um renovado apelo:
"um apelo à leitura de um trabalho"Mulheres: a outra metade da humanidade" e onde se dá uma ideia do papel desempenhado pelo julgamento das célebres «Três Marias» no contexto do desenvolvimento dos movimentos feministas no que respeita aos direitos das mulheres. Este trabalho viria a receber, em 2010, o Prémio «Paridade: Mulheres e Homens na Comunicação Social», da CIG."
Há semanas que correm e nada se passa. Há semanas que vão correndo e algumas coisas vão acontecendo. Ultimamente tem acontecido e é perturbador o frenesim e a avalancha de situações que ameaçam tudo e todos. Mas foi esta semana que aconteceram situações que, em última análise, são rastilho para... vamos lá saber para quê...
Mas e por outro lado, há coisas que sendo menores podem-se tornar grandes pelo alento que nos dá.
Sobre as ocorrências-rastilho, nem as referirei pois uma imagem vale mais que mil palavras e são milhentas as palavras ditas e repetidas em extensos telejornais. E, essas, bastam para nos arrepiarem a pele e me fazer perguntar a mim próprio: "Que posso eu fazer, para mudar o Mundo?"
Sobre as tais coisas menores que (me) poderão dar alento, é cedo para falar delas. Foram várias, mas é cedo para falar delas! Talvez no próximo sábado, quem sabe?
Até lá, entretenham-se, pois há comentadores a quem importa dar espaço...
Hoje, a manipulação, faz tardar os factos e promove narrativas indutoras da percepção. Quando finalmente a realidade é mostrada, já poucos lhe ligam. É por isso, que as redações se despem de recursos enquanto superabundam os comentadores especializados
"Oeiras está a transformar-se num “concelho a duas velocidades”. À clivagem entre a Oeiras ribeirinha e a Oeiras a norte da A5, soma-se agora e agrava-se um cenário de clivagem sócio-económica entre quem consegue aceder a uma habitação no concelho e quem é forçado a sair e a afastar-se do seu emprego, da sua família, das suas expectativas de vida."
Assim começa uma intervenção que deve ser ouvida, aqui:
«Do ponto de vista dos judeus, Israel não poderá nunca ser submetido a julgamento, uma vez que foi torturado e queimado em Auschwitz. Pergunto-me se esses judeus que morreram nos campos de concentração nazistas, esses que foram perseguidos ao longo da História, esses que foram trucidados nos progrons, esses que apodreceram nos guetos, pergunto-me se essa imensa multidão de infelizes não sentiria vergonha pelos atos infames que os seus descendentes vêm cometendo.
Pergunto-me se o fato de terem sofrido tanto não seria a melhor causa para não fazerem sofrer os outros.
As pedras de Davi mudaram de mãos, agora são os palestinos que as atiram. Golias está do outro lado, armado e equipado como nunca se viu soldado algum na história das guerras, salvo, claro está, o amigo americano.
Ah, sim, as horrendas matanças de civis causadas pelos chamados terroristas suicidas... Horrendas, sim, sem dúvida, condenáveis, sim, sem dúvida. Mas Israel ainda terá muito que aprender se não é capaz de compreender as razões que podem levar um ser humano a transformar-se numa bomba.»
«Acha que a sua opinião sobre
a situação palestiniana vale a perda de milhares
de leitores israelitas dos seus livros?
Ai de mim se quando vou dizer ou escrever alguma coisa começasse
por pensar se com isso irei vender mais ou vender menos livros...
Em Março venderam-se em Israel 3000 exemplares de "Todos
os Nomes", em Abril, depois das minhas declarações
em Ramallah, apenas 280. A conclusão é fácil:
2720 leitores andavam equivocados a meu respeito, 280 sabiam
quem eu era. Estes são os que me importam.
Não o impressiona o argumento
daqueles que lembraram que os seus leitores se encontram em
Israel e não na Palestina? É um argumento estúpido e mesquinho, que denuncia
uma mentalidade de avaro. A Israel não falta dinheiro
para comprar livros, mas eu não me vendo a quem compre
os meus, seja quem for e onde quer que esteja. Em todo o caso,
que não se preocupem, estou traduzido ao árabe
e alguns dos livros que escrevi circularão certamente
na Palestina. É mesmo muito possível que um
exemplar desses se encontre soterrado sob os escombros de
Jenin...»
O argumento perde-se nas suas mais que três centenas de páginas. Mas tem um tema e, esse, é bem sentido. Tudo lá tem a ver com as comunidades locais. Desde a comunidade de surfistas à comunidade jovem masculina que habitou o bairro, com uma ou outra excepção e uma delas foi a Minha-Mai-Velha... Tal excepção levou o autor a considerar a minha casa um TEMPLO. Na página 33, em recorte pouco literário, escreve ele:
"Casa da MJ (Maria João) - A Casa da Maria João era a única de uma rapariga no Bairro. Grande amiga de todos, inteligente e linda de morrer, ir a casa da MJ era sinónimo de Liberdade. Tardes e tardes lá em casa a ouvir-mos religiosamente Paul Simon And Art Garfunkel/Live at Central Park é das memórias mais fortes para mim. A OUVIRMOS, cada um do seu mundo a curtir e a apreciar o Som. De resto foi ali que ganhei o gosto obsessivo pela percussão/congas com o Late in the Evening."
Esta passagem fez que me lembrasse da carinha das minhas três filhas no dia em que trouxe para casa tal LP...
Minha laranja amarga e doce, meu poema Feito de gomos de saudade, minha pena Pesada e leve, secreta e pura Minha passagem para o breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha redia Meu potro doido, minha chama, minha restia De luz intensa, que após aperta Minha denuncia, e do que pensa que sente gente certa
Em ti respiro, em ti eu procuro Por ti consigo esta força que de novo Em ti persigo, em ti percorro Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura Minha curagem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce, minha espada Poema feito de dois gomos, tudo ou nada Por ti renego, por ti aceito Este corcel que não sossego a desfilar no meu peito
Por isso digo, canção castigo Amendoa trava corpo alma, amante, amigo Por isso canto, por isso digo Alpendre casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura Minha coragem de correr contra a ternura Minha ousadia, minha aventura Minha coragem de correr contra a ternura
Minha alegria, minha amargura Minha coragem de correr contra a ternura Minha ousadia, minha aventura Minha coragem de correr contra a ternura
A amizade, tal como o amor, é fogo que arde sem se ver. E se a amizade traz consigo algum toque de cumplicidade, passa rapidamente de simples grupo de amigos a ser uma verdadeira família...
Desde há muito frequento aquele lugar e sempre de que de lá saio sinto, mais que vontade, um quase compromisso de lá voltar. Passa-se com esta nova família o que há muito se passava (e passa ainda) com esta outra...
Visitei-a ontem no São Francisco Xavier, estava a soro numa pequena sala pejada de gente, na sua maioria idosa, a ser assistida pela equipa que faz o seguimento das urgências. Médicos e enfermeiros atenciosos e prestáveis em contraste com os cadeirões pouco cómodos e sem préstimo. Fomos conversando e fiquei a saber que quem a levara não tinha sido o 112 mas sim os bombeiros que cobraram 40 € pelo transporte. A saber fiz uma careta bem expressiva de tão inesperada notícia. Procurei a médica que a estava assistindo e conversámos um pouco sobre a sua situação, tentando tranquilizar-me sobre o seu estado e informando-me que já lhe tinha passado a "nota de alta". Esperei e, quatro horas depois, transportei-a a casa. Estava dorida mas calma, embora apreensiva. Horas depois, do hospital, ligaram-me dizendo que a Maria João se esquecera do telemóvel. Fui e vim, num tiro. Subi ao seu quarto andar, e juntos fumamos mais um cigarro...
Hoje levei-a à farmácia e fomos falando. Do que ela disse, fixei o diagnóstico e o seu pessimismo:
"Rogério ter tido insuficiência cardíaca, descompensada por infecção respiratória e com liquido nos pulmões, não é coisa que passe assim... Se tivesse mais animo não teria aceite a alta!"
Esta foto volta a estar desactualizada. Ela perdeu o sorriso, eu mantive o ar sério. É que tais ares sisudos, pesados, retratariam o nosso estado de espírito.
Mas contando tudo, desde o principio.... levei-a ao Centro de Saúde para uma análise de rotina, uma simples picada no dedo. A médica, teve suspeita de complicações e recomendou urgência na realização de um raio x e análises ao sangue. Levei-a ao radiologista. O médico disse o que foi pesado ouvir-se e deu ordem de internamento.
A Maria João quis, antes de chamar o 112, assegurar assistência à Mistral...
Escrevi eu um dia que a senhora Sophia dizia que devemos assinalar que em tempos havia o Gaspar o Melchior e o Baltasar e eram todos reis por ela muito considerados e por isso os devemos celebrar e ela os celebrou com os contos que ela tão bem contou.
Escreveu a senhora Sophia que aqueles senhores reis um era indiano outro persa e o terceiro era árabe pelo que não consta que nenhum fosse Luso nem tal podia acontecer pois por cá não consta que houvessem camelos nem dromedários razão também porque lá não apareceu nenhum rei europeu nem americano nem canadiano e se o menino jesus nascesse no dezembro passado apareceriam bombas e drones por tudo é que lado pois agora o que não falta por aí quem apoie e fomente e o genocídio e não sei mesmo se o presépio resistiria pois Belém está a ferro e fogo e desse inferno nem o Menino se salvaria e desse modo nem Jesus teria seu fim na cruz nem morreria para nos salvar.
Sim, mudei de casa e a Minha-mai-nova veio cá hoje montar os cortinados (lindo, lindos) e, no quarto, colocar uma confortável carpete. Agora, há um lugar para cada coisa e cada coisa foi colocada em seu lugar.
Detalhes da decoração? Na parede em frente... o meu altar de sempre e, à saída da sala, olham-me como que a dizer-me: até sempre!
Ainda é cedo para vos falar da nova comunidade, mas... lá para a frente não deixarei de o fazer!
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Nota triste: o blogger continua a impedir-me de colocar novas imagens... quem tiver FaceBook pode ir lá espreitar!