Ontem, li o discurso da Lídia Jorge de ponta a ponta, mas só aqui pude ouvir um pedacinho dele. Gostei muito do que li, mas não deixei de perguntar-me : "que raio é isso de sangue puro?" É que não somos só nós que compomos o caldinho de cultura que é a espécie humana e não há sobre o planeta um único humano que tenha essa coisa absurda que a que chamam de sangue puro. O meu, por vontade da genética, é O positivo, o mais comum dos tipos de sangue. Outros tê-lo-ão do tipo O negativo, A positivo ou negativo, B idem, idem e até AB , mas não sei o que seja sangue puro, em Portugal ou na Patagónia. Bjs, neto meu.
Acabas, inadvertidamente, de retirares todo o alcance e sentido ao discurso da Lídia. Quando ela fala de sangue refere-se a raça... Ainda assim, deixo-te um beijo (ou não fosse o teu neto mais querido...)
E tu consideras-me estúpida, neto meu, ou passaste pela ironia sem dar por ela??? Então eu não sei muitíssimo bem que sangue é conotado com raça, valha-te Zeus!?
É melhor deixares mas é dois beijinhos na minha mão, com um pedido de perdão seguido de um outro, de bênção.
Olá, Rogério… só tu para convocar as vozes da terra, do sangue e da memória com essa mistura de graça e gravidade. Li o texto e quase ouvi os tambores antigos ecoando no peito tua alma celta, teu coração luso e esse sangue mouro rebelado sabem bem de onde vêm e por que não aceitam ser resumidos a 10%. Essa “costela alentejana” que responde com firmeza é mais que uma provocação: é a lembrança de que a história não se apaga com estatística. São séculos que moldaram a língua, o chão, os rostos. Reduzir isso a uma fração é esquecer que estamos feitos de mistura e que é da mistura que vem a força. Obrigada por dizer o que muitos sentem, mas poucos ousam gritar. E sim: cinco séculos… e não foram poucos.
Depois de te ler, fiquei pensativo... Pensativo e arrependido Arrependido por perceber que ao dar outra dimensão às nossas origens étnicas acabei por desvalorizar (ou esvaziar ) o discurso da Lídia Jorge. Até me apetece apagar o meu escrito...
Falei do seu discurso no Facebook. Claro que ninguém tem sangue puro, com tantos povos a "visitarem-nos" teria que haver misturas, até dos franceses que também passaram por cá.
Não consta que tenha havido grande miscigenação com os franceses. Lembro que miscigenação se refere ao processo de mistura de diferentes grupos étnicos, resultando em indivíduos com características físicas e culturais diversas.
Ontem, li o discurso da Lídia Jorge de ponta a ponta, mas só aqui pude ouvir um pedacinho dele. Gostei muito do que li, mas não deixei de perguntar-me : "que raio é isso de sangue puro?" É que não somos só nós que compomos o caldinho de cultura que é a espécie humana e não há sobre o planeta um único humano que tenha essa coisa absurda que a que chamam de sangue puro. O meu, por vontade da genética, é O positivo, o mais comum dos tipos de sangue. Outros tê-lo-ão do tipo O negativo, A positivo ou negativo, B idem, idem e até AB , mas não sei o que seja sangue puro, em Portugal ou na Patagónia.
ResponderEliminarBjs, neto meu.
Acabas, inadvertidamente, de retirares todo o alcance e sentido ao discurso da Lídia. Quando ela fala de sangue refere-se a raça...
EliminarAinda assim, deixo-te um beijo (ou não fosse o teu neto mais querido...)
E tu consideras-me estúpida, neto meu, ou passaste pela ironia sem dar por ela??? Então eu não sei muitíssimo bem que sangue é conotado com raça, valha-te Zeus!?
EliminarÉ melhor deixares mas é dois beijinhos na minha mão, com um pedido de perdão seguido de um outro, de bênção.
Assim farei... ao vivo e a cores
EliminarHoje foi dia de hospital, neto meu, só agora cá chego... e ainda mais derreadita do que de costume.
EliminarBjs
Olá, Rogério… só tu para convocar as vozes da terra, do sangue e da memória com essa mistura de graça e gravidade. Li o texto e quase ouvi os tambores antigos ecoando no peito tua alma celta, teu coração luso e esse sangue mouro rebelado sabem bem de onde vêm e por que não aceitam ser resumidos a 10%. Essa “costela alentejana” que responde com firmeza é mais que uma provocação: é a lembrança de que a história não se apaga com estatística. São séculos que moldaram a língua, o chão, os rostos. Reduzir isso a uma fração é esquecer que estamos feitos de mistura e que é da mistura que vem a força. Obrigada por dizer o que muitos sentem, mas poucos ousam gritar. E sim: cinco séculos… e não foram poucos.
ResponderEliminarPassando lendo e comentando.
Fernanda !
Depois de te ler, fiquei pensativo...
EliminarPensativo e arrependido
Arrependido por perceber que ao dar outra dimensão às nossas origens étnicas acabei por desvalorizar (ou esvaziar ) o discurso da Lídia Jorge.
Até me apetece apagar o meu escrito...
Se tiver tempo, te visito!
Falei do seu discurso no Facebook.
ResponderEliminarClaro que ninguém tem sangue puro, com tantos povos a "visitarem-nos" teria que haver misturas, até dos franceses que também passaram por cá.
Abraço
Não consta que tenha havido grande miscigenação com os franceses. Lembro que miscigenação se refere ao processo de mistura de diferentes grupos étnicos, resultando em indivíduos com características físicas e culturais diversas.
EliminarVou ver o que disseste por lá...
Abraço amigo