"Comecei este livro num blogue. Páginas, poucas, editadas semanalmente, que vieram a recolher comentários de apreço e incentivo para, primeiro, que continuasse escrevendo e que, depois, passaram a reclamar que o texto fosse editado. Assim, a esses amigos agradeço e deles (dos mais frequentes) transcrevo palavras deixadas em alguns desses comentários. A todos deixo o meu reconhecimento, certo que a eles devo o incentivo para a publicação destas memórias, por mim vividas, numa guerra perdida e sem outro sentido que não fosse adiar a história.
– «Na tua narrativa dá para sentir o pó da picada, os odores das sanzalas... A zona por onde andei, Mucaba, Negage, Carmona é igual ao que tão bem descreves.» – A. Tapadinhas (Pintar a Palavra, Escrever a Pintura).– «Li. Depois fui reler o Prefácio. Voltei e... embarquei. Há-de encontrar-me quando aportar. Ensombro ruas, ergo-me no meio do nada. Uma acácia rubra de Angola que viu chegar tantos em tantos navios...» – Acácia Rubra (acácia rubra).– «É muito criativo e disseca bem um tempo – memória difícil e intensa. Por essa altura eu escrevia cartas, por encomenda, a algumas vizinhas... Partiriam de avião para essa África distante… Esperamos o livro.» – Ana Tapadas (Rara Avis).– «A escrita do seu livro está a tornar-se cativante! Não nos deixa perder um único passo do que descreve. Utilizando, como raramente tenho visto, recursos on line, remete-nos para ilustrações que mais cor e data dão às suas palavras. Mas, não só. Também nos encaminha para leituras como o mimo que é «Terra de Siena Molhada», de Saramago, e o importante trabalho de José Carlos Oliveira, já meu conhecido. Como se não bastasse, o Rogério foi mais longe. Criou uma figura (Maria do Sol) porque logo me encantei. Fez-me lembrar, de imediato, Blimunda, que não era de Sol, mas Sete-Luas. Com que mais nos irá, agradavelmente, surpreender?!» – Carlos Albuquerque (Conversas daqui e dali).– «Não passei por essa terrível guerra colonial mas tenho conhecimento de testemunhos vividos de pessoas como o meu caro amigo que tendo sido violadas nos seus valores mesmo assim prestaram serviços de grande humanidade. A ditadura fascista massacrou povos utilizando como carne para canhão os nossos jovens em nome da barbárie e de interesses contrários a Portugal e aos povos colonizados. Os seus textos expõem a irresponsabilidade do sistema mas dão nota da sua personalidade de homem bom a cumprir ordens dos senhores da miserável guerra. Não apagar memórias creio ser o seu objectivo – por isso aplaudo o seu esforço de condenação da canalha responsável pelo massacre de tantas formas imposto. (Continuarei a seguir os seus relatos e se me permite ainda bem que não seguiu a “profissão”).» – Eufrázio Filipe (Mar Arável).– «Texto para ler com atenção e delicadeza, para não perturbar as subtis metamorfoses da Alma e seus contrários...» – Herético (Relógio de Pêndulo).– «Meu amigo: Em primeiro lugar é um privilégio para todos nós, ter-nos escolhido para fazer parte de um percurso tão marcante da sua vida. Descreve tudo de uma forma apaixonada e sentida, o que revela que tem presente todos aqueles momentos e vivências. Da guerra colonial, e como não tive familiares próximos naquela situação, só recordo as mensagens de Natal em directo e que sempre me comoviam e as medalhas póstumas que os “chefes de estado” colocavam no peito dos familiares que por lá tinham perdido os entes queridos. Nem imagino o que o Rogério deve ter vivido e sentido, longe da família, num cenário de guerra. Embora o seu humor amenize a narração, noto também saudade e angústia nas suas palavras. Que mais posso acrescentar, a não ser que estou fascinada e rendida à sua história de vida. Por isso, num domingo de manhã aqui estou a ler fervorosamente mais um capítulo.» – Fê-blue bird (Só te peço 5 minutos).– «Sempre me surpreendes pela positiva. Já te sabia “enfermeiro/médico” à força, mas digo-te que és bem melhor do que muitos dos reais que encontramos nos nossos consultórios. Diagnóstico errado, mas pelo sim pelo não, uma pequena colher de desparasitante e assunto resolvido. A substituição do nome do diagnóstico, para constipação, estaria mais próximo da verdade se estivesses no Reino Unido ou noutro país onde se falasse inglês. Adorei, como sempre.» – Fernanda, Ná (Na Casa do Rau).– «Como fui criado em Angola, dos 3 aos 29 anos de idade, compreenderá que muitas das situações que conta não são novidade para mim. Vi coisas muito más e, outras, fantásticas, no que se refere à convivência entre raças. A mim, pelo que vivi e aprendi na vida, e na leitura, não me custa nada perceber como se pode ser humano em qualquer situação. Mesmo nas extremas. Estou a gostar e está muito bem enquadrado e bem escrito.» – Fernando Freitas (A Beiça).– «Desta vez vou apenas dizer-lhe que é em alturas como esta, quando um texto seu me comove até às lágrimas, ainda por cima acompanhado do pequeno excerto de uma carta que, religiosamente, guardou, que eu fico cheia de remorsos!» – Janita (janita).– «A força de um testemunho, que “cala” os silêncios.» – jrd (bons tempos hein?!).– «É uma narrativa que prende o leitor pelo tom leve. No entanto, não deixa de dar a conhecer alguns dos azedumes de uma época em que o mundo decorre a dois tempos distintos: A chegada à Lua, signo do progresso do Homem e a Colonização, signo da sua pequenez. Maravilhosa é a forma como utiliza esta dicotomia e tece com as palavras relações tão inesperadas e divertidas…Tem todos os ingredientes para captar a atenção do leitor. Movimento, humor, apelo aos sentidos, suspense... E o encanto próprio do narrador autodiegético, pois que também ele é personagem, ou melhor, personagens. Sobre os cheiros (de África)... Sei que a memória guarda um espaço de eleição para eles. É através deles que muitas vezes nos vemos a viajar no tempo de encontro a lugares e momentos do passado.» – Lídia Borges (Searas de Versos).– «Um texto comovente e sério. Relato de um tempo em que os pais viviam a angústia de acompanharem apenas à distância o crescimento dos filhos, não sabendo se, na verdade, os voltariam a ver. Sei do olhar das mães, cheio de incerteza e medo, e do quanto faziam para esconder tudo isso das suas crianças. Sei também das cartas que escreviam aos pais delas. Poucos seriam aqueles que reflectiriam, na altura, sobre os fundamentos teóricos da educação da criança. Os princípios educativos estavam de tal forma firmemente interiorizados que educar era igual a fazer crescer (com tudo de bom e de doloroso que isso implica).» – Maria João Martins (Pequenos Detalhes).– «Apesar de ter escapado à tangente dum percurso idêntico a esse e no meu caso não passaria de um soldado “raso”, não consigo ler os “caminhos do seu navegar” sem me abstrair de estórias da guerra colonial que fui ouvindo e lendo. Confesso-lhe que nunca li nada que um qualquer autor publicasse que descrevesse uma “viagem” duma forma tão apaixonante e me agarrasse tanto a ela.» – Rodrigo Henriques (Folha Seca)."
(este texto integra o prefácio)
E veja como foi o lançamento... |
Olá, Rogério, fiquei muito contente em ver lançamento tão lindo,
ResponderEliminartão simpático e a sua alegria, amigo!
Meus votos de muito sucesso, você merece toda a alegria com esse novo livro, e pelas verdades que sempre leio por aqui, deixo meus parabéns.
Um beijo, amigo.
É uma centelha de felicidade viver contente consigo próprio. Vai ser a continuação de um êxito.
ResponderEliminarUm abraço.
O livro está muito bem cotado e os comentários incentivando é de fato
ResponderEliminartestemunho do sucesso que seria a edição de um livro seu. E, temos já prova disso. Daqui, de mais longe só posso desejar muito sucesso e mandar abraços, muitos abraços .
Então, Rogério, já compraram todos os teus livros?!
ResponderEliminarA vida são dois dias.
A festa do AVANTE são três.
E eu, que aqui entro gaga e timorata depois de mais de três meses de silêncio forçado e que ainda mal consigo alinhar 14 versos, não encontro palavras para te dizer o quanto gostei do teu "Almas Que Não Foram Fardadas". Tu sabes que sim, é o que me vale...
ResponderEliminarUm grande e grato abraço!
E eu, desaparecida por motivos que o meu amigo sabe, num domingo à tarde, tive a intuição de vir aqui, e tal como quando li seu livro, comovi-me de novo por ver o comentário que escrevi na época. Boa sorte meu amigo, bem merece. Beijinhos para si e para os seus.
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