07 outubro, 2024

VOU REGRESSAR MAIS FREQUENTEMENTE ÀS REDACÇÕES DO ROGÉRITO!


Estava eu a pensar naquelas manigâncias e naqueles truculentos discursos à volta do "Ornamento Geral do Estado" antevendo o que se vai passar no "Para_lamento" quando me veio à mente a falta que nos faz hoje um corpo redatorial como o tinha o "Diário de Lisboa"* e daí a recordar "A Mosca" foi um passo. Daí a recordar Sttau Monteiro, foi um salto. Estava eu nestas lucubrações quando me recordei do que escrevi para "O Tornado"... que transcrevo:
"Não houve ponta de nostalgia quando, em Janeiro de 2011, com a minha primeira edição das “Redacções do Rogérito” eu recordava as da Guidinha.

Julgo que o mesmo se passará com a autora das redacções da “Nova Guidinha”. O que me move, e o que a moverá a ela, não é apenas o prazer lúdico de brincar com as palavras mas, sobretudo, a redescoberta de uma forma de comunicação que conseguia romper com o espaço espartilhado e vigiado pela censura fascista.

Faz sentido hoje reinventar o objectivo e o estilo? Eis uma pergunta que seria (quase) disparatada, não fosse a lembrança de intervenções de alguns jovens jornalistas no seu Congresso, em Janeiro passado e o sepulcral silêncio a que as remeteu a imprensa.

Inquieta? Não tanto como no passado, mas é seguro estar alerta. É que se é verdade que os processos repressivos de então já não terão mais lugar, não é menos verdade que bastará a ameaça da omissão, do desemprego ou do trabalho precário para que o resultado seja o mesmo.

Parafraseando uma célebre frase, diria que é preciso que muita coisa mude, para que tudo fique na mesma.

Aproveito para render homenagem ao “pai” da Guidinha (Sttau Monteiro) em tempos em que a Justiça pactuava com o “regime” e em que a liberdade era crime."

Eram tempos para onde tendem os tempos de hoje...

*Jornal onde trabalhei, como revisor de imprensa

 

1 comentário:

  1. Concordo.
    O jornalismo está de rastos, os jornalistas por negligência ou por impotência (coagidos) estão a destruir a própria profissão.
    A continuar assim chegará o tempo em que terão audiências mas não influenciarão ninguém.
    A coisa tornou-se por demais evidente com a Operação Militar Especial da Rússia em que o contraditório era e continua a ser quase inexistente.
    A coisa deve ter tomado tal dimensão nos bastidores que até o Miguel Sousa Tavares veio a publico dizer que em 30 anos de carreira nunca tinha visto tanta pressão.
    As comentadeiras são praticamente todas compradas, as razões que fundamentam os factos não interessam para nada e são adulteradas com uma descontracção e desfaçatez que dá vómitos.

    Mas mesmo assim eles percebem que não estão a conseguir controlar a opinião pública de forma a criar a realidade que lhes interessa porque as pessoas contrapõem com a procura de informação na internet.
    A grande vantagem da internet é a democratização da informação (ainda ontem estive a ver uma entrevista a um ex-governador do banco central da Sérvia sobre a economia da Rússia e como o Ocidente falhou na analise e consequente falhanço na destruição da mesma) coisa que á 30 anos era impensável.
    Por isso hoje o nosso querido primeiro (o compra votos dos reformados com 100 euros) veio afirmar que as redes sociais são um perigo para a democracia e para que o verdadeiro jornalismo (aquele que os serve) esteja mais forte vai retirar as receitas da publicidade á RTP.

    Muita fixe.

    Abraço

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