23 junho, 2025

E SE A MANHÃ DE DOMINGO FOI INTENSA, VEJA AGORA O QUE FOI A TARDE


 O que foi dito e decidido em tal encontro, por agora
 ainda não vos digo... nem vos conto!
Saí dali a tempo de conseguir estar onde tanto queria...




22 junho, 2025

HOJE, UMA MANHÃ INTENSA E MEMORÁVEL...

Fui convidado para estar, e estive. Comecei por visitar demoradamente a arte de Serrão Faria, ora vejam...


... de seguida vieram as crianças...
(para quê palavras?)



21 junho, 2025

COMO SE TRANSFORMOU O HAMAS NA ORGANIZAÇÃO QUE HOJE SE DIZ SER? E QUEM CONTRIBUIU PARA TAL? - II

Porque o anterior post continha afirmações que, como alguém chamaria a atenção, não corresponderia à realidade, fui investigar e achei mais contributos, acho que apreciados no seu conjunto teremos os dados necessários para a tese final.

De tal investigação (que pode ser consultada aqui) selecionei este testemunho:

“Hamas, para meu grande pesar, é a criação de Israel”, diz o Cohen, um judeu nascido na Tunísia que trabalhou em Gaza por mais de duas décadas. Responsável pelos assuntos religiosos na região até 1994, Cohen viu o movimento islâmico tomar forma, deixar de lado os rivais palestinos seculares e depois se transformar no que é hoje o Hamas, um grupo militante que jura a destruição de Israel.

Em vez de tentar conter os islâmicos de Gaza desde o início, diz o Cohen, Israel os tolerou por anos e, em alguns casos, encorajou-os como um contrapeso aos nacionalistas seculares da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e sua facção dominante, a Fatah de Yasser Arafat.
LUTA DE UMA VIDA Líder da OLP, Yasser Arafat era reconhecido como o grande líder do povo palestino e, por isso, era o alvo preferido de Israel 

 

19 junho, 2025

COMO SE TRANSFORMOU O HAMAS NA ORGANIZAÇÃO QUE HOJE SE DIZ SER? E QUEM CONTRIBUIU PARA TAL?


Um dos principais atores do conflito no Oriente Médio é o Hamas, grupo que liderou o ataque contra Israel no dia 7 de outubro, sendo considerado uma organização terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão e nações europeias. Para entender a guerra atual na Palestina, é preciso conhecer as origens e história dessa organização. 

O Hamas, palavra que significa “Movimento de Resistência Islâmica”, foi fundado em 1987 após o início da primeira Intifada, que foi uma ampla revolta palestina contra a ocupação israelense em seus territórios. O grupo foi criado a partir da Irmandade Mulçumana que, até então, fazia um trabalho de assistência social na Palestina.

A partir dos anos 2000, Hamas passou a disputar eleições e, em 2006, conquistou a maioria no legislativo (76 das 132 cadeiras), em um pleito considerado limpo por observadores internacionais. Porém, Israel, Estados Unidos e potências europeias não aceitaram o resultado e a disputa entre Fatah e Hamas separou o território palestino, com Fatah controlando parte da Cisjordânia e Hamas ficando com toda Faixa de Gaza. Desde então, Gaza vive um bloqueio imposto por Israel, que monitora a entrada e saída de pessoas e mercadorias. 

Para entender melhor a história desse grupo islâmico, a Agência Brasil entrevistou dois especialistas no assunto, eis alguns extratos: 

Agência Brasil: Qual o atual objetivo do Hamas? Há espaço para negociação?   

José Arbex: Ao contrário do que dizem, o Hamas quis, ao longos dos anos, entrar num processo de negociação. Quem não quer é israel. A própria OLP, por exemplo, era chamada de terrorista antes do acordo de Oslo e isso não impediu Israel de negociar.  

Rashmi Singh: Hamas sempre mostrou capacidade para negociação. Temos que separar o que é narrativa e o que é comportamento. Apesar de sempre ter existido essa narrativa de não aceitar Israel, na prática eles sempre mostraram capacidade de diálogo, diferente da Jihad Islâmica, que é bem mais radical e não tem capacidade de negociar.  

Foram muitas vezes que eles sugeriram parar de usar violência, desde que Israel aceitasse determinadas condições, mas essas condições nunca foram aceitas, como o retorno dos palestinos para suas terras. Temos que entender que Israel não aceita a solução dos dois estados.  

Nós perdemos a oportunidade de moderar o Hamas quando ele ganhou as eleições em 2006 e o resultado foi rejeitado. Foi um grave erro nessa época.  

Agência Brasil: O que aconteceu depois da vitória do Hamas em 2006? 

José Arbex: Aconteceu que Israel e os EUA não reconheceram as eleições, considerada limpa por observadores internacionais. Como não aceitaram o resultado, iniciou-se uma disputa que deu ao Hamas o controle da Faixa de Gaza, com a Cisjordânia ficando com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) [entidade que administra parte da Cisjordânia e, até 2006, administrava Gaza].  

Mas essa foi uma crise provocada por Israel e Estados Unidos. Afinal, Benjamin Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] achava bom o crescimento do Hamas porque isso dividia os palestinos.   

Por isso, Israel fechou os olhos para o fato de o Hamas receber verbas e dinheiro do Catar e de outras fontes sunitas. Durante todo esse período, Israel permitiu que Hamas recebesse fundos, mantendo a política terrível chamada de ceifadeira. Essa política deixava o Hamas crescer e se armar. Depois de crescer um pouco, Israel vai lá e dá uma “podada” na grama. Isso explica os ataques à Gaza de tempos em tempos.  

Rashmi Singh: O Hamas herdou uma situação de guerra e de muita violência. Havia também muita corrupção na Autoridade Nacional Palestina. O sentimento da população, depois de dez anos de Oslo, era de que a ANP não tinha capacidade de garantir a paz ou os dois estados.  

Porém, Israel, Estados Unidos e União Europeia não aceitaram o resultado da eleição democrática. Esses países começaram a apoiar a ANP para dividir o movimento palestino. Mahmoud Abbas, que perdeu as eleições, viu a chance de continuar no poder e também não aceitou a vitória do Hamas.  

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