31 outubro, 2017

Seca severa (transcrição de uma mesa redonda já antiga mas onde entra uma visita)

(reedição de uma mesa-redonda publicada em 2012)


Eu, Meu Contrário e Minha Alma, reunidos. Pensativos. 

Eu (dissertando sobre o foto) - Se ninguém faz nada, isto vai ficar... (e falou, falou, sem se calar)
Meu Contrário (com voz horrorizada) - Mas isso é.... a Terra martirizada... nem sei porque procuram Marte... se aqui a desertificação se espalha por toda a parte!
Minha Alma (com um humor deslocado) - Julguei que era a foto de um pormenor da pele de um elefante gigante...  
Eu (irritado) - Um deixa-se abalar, a outra goza. O pessimismo é um pensamento reaccionário. Fazer humor é  pior que olhar para o lado... Baixar os braços é fazer o jogo contrário...
Minha Alma (atrapalhada por ser repreendida) - Tens razão, não nos deixemos abalar. Mas que fazer?, a solução só pode ser... fazer chover. O Homem pode fazer chover?
Meu Contrário (pensativo) - O Homem pode é criar condições para reduzir a seca, mas faz exactamente o contrário.
Minha Alma (pensativa) - Florestando?  Evitando incêndios?... 
Meu Contrário (completando) - ...Controlando o abate criminoso de árvores... utilizando racionalmente a água e fazendo-a chegar onde for necessário regar...
Minha Alma (sem humor, mas com ironia) - O relvado de um campo de golfe bem regado, certamente que não chega... devia ser pecado e punir-se o pecador.

E os três continuaram a falar, sobre o tema, sobre o desaproveitamento do Alqueva, sobre para que serve uma maior consciência ecológica se os povos permanecem amorfos... e sobre a incerteza de a fome os despertar. Estavam eles nessa, quando ela entro em cena.

Manuela Araújo (que tinha acompanhado tudo) - Julgo que ainda não se percebe, de forma generalizada, quanto a água caminha para a escassez. Tanta coisa a fazer, por cada um e por todos, e tanta coisa mal feita (ou não feita) pelos que têm o poder!

Quanto ao Alqueva, estive a semana passada no Baixo Alentejo, na zona de Serpa: fiquei espantada! Julguei que estava no Minho, com tanto milho a ser cultivado, pois é uma cultura que precisa de bastante água. E o número de novos olivais, irrigados, espantou-me igualmente. E vi campos de cebolas! Perguntei... e soube que pagam a água para irrigação (do Alqueva) a 8 cêntimos o m3, mais uma taxa de manutenção de 50 euros por hectare; e que o milho (espiga) se destina a farinha para rações e para outras indústrias transformadoras, e o resto da planta para alimentar gado; e que as cebolas são liofilizadas e vendidas à McDonalds.

Afinal, parece que já alguns agricultores estão a tirar partido do Alqueva, assim como a Syngenta e outras corporações da biotecnologia, não faltavam lá placas junto ao milho e também aos girassóis... serão transgénicos? não sei...

Pelo menos estão a produzir algo.
Se as terras vão ficar menos secas? com este sistema de cultivo (junta-se água, adubos e herbicidas e fabricam-se monoculturas de produtos destinados à indústria alimentar) o que vai acontecer é que o solo cada vez vai ser mais pobre e cada vez mais poluído...; primeiro virão uns anos de fartura... depois... Disseram-me também que a Andaluzia já está a reduzir fortemente a produção agrícola...

Na minha opinião, o Alqueva devia servir em primeiro lugar para uma agricultura biodiversa e que permitisse a auto-suficiência alimentar das comunidades locais e do país, para muitos agricultores e não apenas alguns latifundiários, num modo de cultivo que permita que o solo enriqueça e melhore com os anos, retendo a água e a matéria orgânica.

Uma agricultura ecológia ajudaria a reter a água no solo e a prevenir a desertificação e fome de amanhã.

Deste modo que vi, alguns vão enriquecer mas o solo vai empobrecer... e a água vai acabar por desaparecer... as alterações climáticas ajudam!

Eu, Minha Alma e Meu Contrário (em coro) - Apoiado!

29 outubro, 2017

Alberto Garzón, outro saramaguiano (se não me engano)


28 outubro, 2017

Em dia de aniversário... era desnecessário!


Pois querida filha, a minha primeira reação foi mais uma vez "#*&#"@€$!!", mas depois... pensei, pensei, pensei que teu amigo, desta feita, não estava era a ser bom contigo:

Mantém-te é assim, bonita para o resto da tua vida (como o teu pai)...
(Luís Azevedo, desta vez não está desculpado
______________________________________________
Outros trabalhos, explorando a expressividade e fotogenia da minha mainova que já é "cota"

27 outubro, 2017

A minha "tomada de posse"


A tomada de posse só não foi igual a todas as outras porque foi a minha. Foi já na terça-feira passada e, para publicar algo, faltava-me a foto adequada. Esperei, mas não chegava. Procurei, encontrei. Foi esta, e não julguem a irei legendar negativamente (ela fala por si). Nada disso. 
A tomada de posse foi para mim o tomar de pulso sobre o que irá ser este mandato. Qual será o seu curso e desempenho.

Os que na tomada de posse nada disseram, por certo continuarão a nada dizer. Os que deram sinais de aproximação à maioria, irão aproximar-se da maioria. Os que aproveitaram a intervenção para o mero auto-elogio continuarão, certamente, a envaidecer-se. Os que detendo o poder afirmaram que o querem partilhar com condições, registei a afirmação (faltam as condições). 
Todos, todos sem exceção tiveram ovação. Até eu.

Do que disse, fica apenas um pequeno apontamento:
«(...) jamais colocaremos as pessoas no centro das discussões que pretendemos vivas e respeitadoras do diálogo democrático.

O que poremos em causa não serão as pessoas.
O que poremos em causa, sempre que acharmos nosso dever o fazer, serão a obra que não corresponda ao benefício e aos anseios das populações.
O que poremos em causa serão as trapalhadas, acaso ocorram.
O que poremos em causa serão as decisões do executivo que não se baseiem em critérios transparentes e aprovados pela Assembleia.
O que poremos em causa será a falta de rigor no cumprimento dos procedimentos que a lei determina.
O que poremos em causa será a postura subserviente perante a Câmara, ignorando ou fazendo tábua rasa das competências consagradas na lei.
O que poremos em causa serão a prepotência ou a tendência para usar uma maioria absoluta contra o diálogo democrático e contra a dignidade da Assembleia e do Poder Local Democrático.

Se lembramos tudo isso, é porque no anterior mandato tudo isso aconteceu e, como diz o nosso bom povo, “mais vale prevenir do que remediar”.

Registem que não nos limitaremos a pôr em causa tudo o que acharmos dever ser porto em causa.
É marca da CDU apoiar todas as propostas, venham de que força política vier, desde que nos pareçam oportunas e adequadas e contribuam para o bem-estar das populações. É igualmente nossa marca ter iniciativas e propostas (...)»
Sem vivas, nem vaias, fui (como todos os outros) muito aplaudido. 

25 outubro, 2017

19 anos... (ena, com catano, tanto ano)

 Foto de Miguel Lopes.

Conselho cá do mai´velho
Esse teu olhar não engana...
para tudo o que quiseres, és capaz... 
portanto... liberta em ti a chama
não queiras ser poucochinho.... 
ou poucochinho serás

24 outubro, 2017

Santana Lopes, a "geringonça" e os geringonços


Santana defende que não se chame "geringonça" ao Governo porque "eles gostam"

Sim, eu gosto! Desde pequeno que adoro! Meu avô Joaquim me ensinou a gostar... (aquela flauta era já o prenuncio de uma bela geringonça que me acompanhou toda a vida, até agora)
Quanto ao geringonços, não! Detesto! São uns mal-acabados! Nunca um mal-acabado* (segundo uma dada rogériografia) produziria uma geringonça.
_____________________
*Entendo por mal-acabado, alguém sem arte nem imaginação para arquitetar algo que, com poucos recursos, funcione. Quem pense que uma geringonça é o resultado do empenhado esforço de um geringonço, esqueça. Não é! Nunca um geringonço  produzirá uma geringonça. 


23 outubro, 2017

«A terra a quem a trabalhar»

Ocupado a escrever a minha intervenção de tomada de posse, dei com esta crónica, e cá vai disto. Caso gostem, façam o favor de irem saudar o autor.

Quando Leonor voltou à terra já não era a mesma que dali partira nas raias da maioridade. Na capital deveria ter encontrado companheiro com bons abonos, emprego em boa loja ou repartição já que, aos olhos de quem a via, virara fina. Quem a vira e quem a via: óculos de sol, saltos altos, lábios e unhas pintados, permanente, colar, malinha no ante-braço, cuidada no uso da palavra com recurso a termos por ali pouco usados e, a juntar a tudo isto, conduzia ela própria um volkswagen azulinho claro.
A meio da volta das visitas a que vinha, desceu, com os cuidados que o seu calçado e o seu jeito exigiam, a rampa de acesso à taberna da rua onde nascera, entrou e, naturalmente, toda a gente se calou para a mirar e para a ouvir.
Falou, do posto da autoridade efémera que lhe concederam, não do pedaço de vida que lhe desconheciam pela ausência mas das mudanças que notava na terra e que a surpreendiam.

- Efetivamente, estou chocada, a quantidade de silvas e ruínas que vão por este lugar além! Que desmazelo o desta gente! Hoje em dia ninguém quer trabalhar!
Foi o Zé da Venda, que por sabedoria de ofício ouvia muito mais do que falava, que a pôs no seu lugar:
- Leonor, se ainda sabes distinguir uma foice dum foice, vais ali às minha alfaias e podes começar já naquilo que herdaste dos teus pais!
Meia engasgada, abreviou as despedidas, saiu porta fora e pôs-se ao volante, deixando abafadas pelo ruído do motor algumas gargalhadas. E então não é que na primeira curva por entre o casario, de má visibilidade, diga-se, espeta uma traseirada no carro de bois do Esquim Manel. A junta aliviou a canga por instantes mas os animais nem olharam para trás. Pararam à ordem do boieiro que veio à retaguarda verificar o acidente. O capot do automóvel bem amolgado e coberto de esterco que resvalou da carga, Leonor a sair irada e de voz esganiçada, os clientes da Venda e outras vizinhanças a acudirem ao local convocados pelo estrondo e pela discussão crescente.

- Efetivamente isto não se admite! Não devia ser permitido andar com gado nesta estrada!
- Já por cá andavam muito antes de teres carro!
- Ó Esquim mas tu tens de me pagar efetivamente os estragos no carro!
- Ó cachopa, eu não tenho a carta mas sempre ouvi dizer que quem enfia por trás paga!

A discussão prolongou-se, como é normal, alargou-se ao julgamento dos outros presentes, elevaram-se alguns tons mas, fosse qual fosse o argumento ou a sentença, a todos o Esquim Manel respondia:
- É muito simples, quem enfia por trás paga!

Não tendo corrido muito bem a ida de Leonor à terra, ressabiada, nunca mais voltou mas é ainda recordada por alguns com o "enfia atrás" e "efetivamente". Ou melhor, voltou hoje, já septuagenária, numa passat conduzida por um filho, depois de ter visto na televisão a sua terra em chamas. Não conseguindo localizar as sua propriedades teve de pedir ajuda a um primo residente!
- O que isto era e o que isto é! Isto tinha de acontecer! Esta gente sempre foi muito desmazelada! E depois ninguém quer trabalhar!
- Ó prima, há já aí quem diga que o pessoal que cá vive tem de se unir e fundar uma cooperativa e que as terras abandonadas irão ser propriedade de quem a trabalha!
- Efetivamente estou a ver que também tu viraste comunista! Tu, ouve bem, ai de quem tocar naquilo que os meus paizinhos me deixaram ou que ouse mexer nos meus marcos!
- Efetivamente prima, vou dizer-te uma coisa que nunca te disse: eu quero que tu te... tu te... tu te...

22 outubro, 2017

Isaltino, as inverdades e os exageros da imprensa

«O grande auditório do Núcleo Central do Taguspark, em Porto Salvo, foi pequeno para as centenas de pessoas que quiseram assistir à tomada de posse do novo presidente da Câmara de Oeiras, tendo sido colocado um ecrã gigante no exterior para os que não tiveram lugar puderem acompanhar a cerimónia.
Trinta minutos depois da hora marcada, às 18:30, Isaltino Morais entrou na sala, merecendo um longo aplauso de pé de todo o auditório»
Este texto, tão curto, contém uma inverdade e um exagero. A inverdade é que eu não fui lá para ver a tomada de posse do novo presidente da Câmara. O exagero é que nem todo o auditório o aplaudiu.  Entre muitos que não aplaudiram, um deles fui eu. E quanto ao estar de pé, já estava. É que para recolher a imagem para a produção do vídeo que se segue, sentando, ninguém consegue...

20 outubro, 2017

Os incêndios, a ANAFRE e os magustos


A ANAFRE - Associação Nacional das Freguesias anda muito bem calada sobre tudo o que se passa na imensa floresta queimada e... promove magusto... em destaque, na sua página oficial.
Porque sou eleito numa união de freguesias, onde o (quase) único pulmão natural sofre mais a ameaça do betão do que do fogo, fico surpreendido com tal silêncio pois estou convencido de duas coisas.
  1. Que às freguesias, pela proximidade, compete um papel que talvez esteja por bem definir e a ANAFRE devia ter uma palavra a dizer;
  2. Que houve tempos em que a ANAFRE se sabia situar, tomar posição e dá-la a conhecer, independentemente de ser escutada ou não.
Cabe a pergunta: o atual Presidente, já terá sido convidado... para o tal magusto? 

19 outubro, 2017

Irá Costa romper com o paradigma?



Há muito que não comprava um jornal e hoje decidi quebrar a promessa que a mim mesmo fizera. Nesta quebra, há a evidência que é tão difícil romper com hábitos antigos, como sair de qualquer toxicodependência. Isso, comprei o DN por vicío. Gostei da "chamada de capa" e fui diretamente à 4ª página.  E continuei a ler o texto encabeçado pelo título: «Costa admite flexibilizar défice publico por causa dos incêndios». 

Boa! Até que enfim que o Costa sai do paradigma do sacrossanto défice. 

Há hora (agora) de escrever algo sobre isso neste espaço, procuro a notícia. No google, coloco o título e como resposta... nada. Coloco o já referido subtítulo da 4ª página... e nada. Tento outras hipóteses no "motor de busca" e vou parar a parte nenhuma. Que se passa? 
Talvez que simplesmente "alguém" tenha considerado que a pressão de fecho da edição tivesse consentido algo inconveniente de ser escrito? Terá sido isso?   É que ceder em matéria de aumento da despesa pública agravando o défice é heresia. Na versão editada na net, o texto desaparece.
[ocorre-me o que, sobre a matéria, disse em Outubro de 2015  um herege: «Gostava que um economista me explicasse por que é que o défice tem que ser de 3% em vez de 4%»]
Sabem que mais? 
Não comprem mais jornais! 
Se querem saber, vão beber à fonte

18 outubro, 2017

Por mim, o PS só não continuará a ser Governo se não quiser! (mas onde é que eu já ouvi isto?)


Nascer em berço como o nascido dá valores e dá destino. Pode o Mundo dar muita volta (e deu), pode ser até que ele tenha empatia (e tem), pode até ele parecer equidistante (e parece), pode até ele ser apaziguador (e é). Mas vem sempre à superfície algo que irremediavelmente o denuncia. Chamemos a isso, por mera facilidade de expressão, "opção": 
 "Marcelo alinhando, como alinhou, nesta culpabilização absurda de considerar politicamente responsável quem tenta no quadro existente – que tem limitações de toda a ordem, desde os meios que são finitos, até à própria situação sobre que incidem, passando pela excepcionalidade das condições atmosféricas – minimizar os prejuízos materiais e humanos, sabe que está a dar alento à direita, tentando projectá-la para um patamar político que ela não está em condições de alcançar. "

17 outubro, 2017

É insanidade estar-se contra e depois dedicar-lhe dia festivo. Salva-se o poema, apesar de não ter sido dito

Ontem celebrou-se o 4º aniversário do dia da criação da União das Freguesias de Oeiras e S. Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias. 
Na primeira celebração, 16 de Outubro de 2014, assinalei o meu protesto. Hoje, assinalo ter havido o bom-senso de se dispensarem loas e discursos, tendo a cerimónia oficial sido concentrada na atribuição de título honoríficos propostos e aprovados por unanimidade pelos eleitos. Seguiu-se a parte festiva em que nós, representantes da CDU, saímos da sala por consideramos ser insanidade estar-se contra uma medida e depois juntar-se à data que lhe é festiva...
Como saldo de tudo isso, fica o poema, que não chegou a ser dito.
A FLOR E A ARMA

Dei-vos a flor das armas que não tinha
- ou tinha e quereria nunca usar... -
E a dupla imensidão desta alma minha
Num corpo que a mal sabe resguardar.

Entreguei-vos a espada, sem bainha,
Na baioneta, pronta a disparar,
E ninguém reparou que ela, sozinha,
Se transformava em flor pr`a vos cantar,

Por isso já não sei se arma, ou se flor,
Mas seja ela aquilo que ela for,
Ninguém pode negar-lhe a dupla vida

E, ao entregá-la com tão grande amor,
Com ela disparei, sem mágoa ou dor,
Um verso em flor por pétala caída...

Maria João Brito de Sousa no momento em que recebia a medalha
 TÍTULOS HONORÍFICOS ATRIBUÍDOS
ARTE E CULTURA
Maria João Brito de Sousa (na imagem) e Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles CIDADANIA E SOLIDARIEDADE
Associação Pombal XXI – Associação dos Moradores Bairros Pombal/ Bento de Jesus Caraça; Associação Coração Amarelo (Delegação de Oeiras) e Edson Moreira - Projecto “MoreiraTeam Kickboxing”
DESPORTO
Mário Wilson
ECONOMIA E EMPREENDEDORISMO
 Pedro Fidalgo

16 outubro, 2017

Os fogos florestais e os crimes cometidos


A imagem acima integra a página da Celpa e expõe razões que estão na base do drama dos fogos florestais. O crescimento da floresta, nos últimos anos, foi exponencial e  centrada no eucalipto em prejuízo das espécies autóctones, que cumpre salvar. Tal crescimento foi acompanhado por políticas coniventes com o desregramento e com o desleixo. A isso eu chamo crime e os criminosos são conhecidos.
Outros criminosos andam por aí, sem rosto nem rasto, como aqui é denunciado

14 outubro, 2017

AUTO-RETRATO (em forma de elogio)

AUTO-RETRATO

Diz ter alma celta
e um coração luso
que o desperta
que lhe corre nas veias
sangue mouro
Diz que já fez, na vida
de tudo um pouco
quer como poeta,
quer como louco

Diz nada decidir
sem convocar o coletivo
seu Eu, sua Alma e seu Contrário
ao qual apelida de Juízo

Quanto a Deus,
não o nega
mas d´Ele nada espera
pois sendo infinitamente bom
é, muito mais, infinitamente lento

Diz ser fácil mudar o mundo
só que leva é tempo

[Retrato quase completo de mim
o que falta... consta no BI]
Rogério Pereira

13 outubro, 2017

José Sócrates - Afinal o tribunal está na praça pública

Pelas 21 e pouco, comecei a ver
Pelas 21 e muito, continuei a ver
Pouco antes das 22, acabou
Ele apresentou prova pública
Se pensa que vou julgá-lo
"Tire o cavalinho da chuva"

12 outubro, 2017

O Ricardo Salgado entrou mudo e saiu calado...


Ricardo Salgado entrou mudo e saiu calado. Falou o advogado pois para isso foi pago. Como sabemos, não só os advogados são pagos, pois os comentadores também recebem e são (foram) defensores não oficiosos. A imagem acima não é antiga, só tem dois anitos e explica como chegou Ricardo a este estado de entrar mudo e sair calado.

Este texto está ininteligível e enigmático? Veja o vídeo, está mais claro:

11 outubro, 2017

Sócrates? Falei dele há quatro anos, bem posso esperar mais quatro...


...andava ele a treinar para candidato a Presidente da República

Lula da Silva, o que está em jogo... (II)


Este post completa o anterior e ambos residem no blog que me inspirou a existência. Estou certo que será difícil despertar interesse por algo fora da agenda mediática nacional e de acontecimentos que, em matéria de corrupção, trazem para a ordem do dia outras noticias. Mas aos que se disponibilizem para tal, vejam. Até porque quando soar a hora de se conhecer o recurso dos defensores de Lula, caso se confirme a condenação, não haverá clarividência para perceber o que está em jogo...

10 outubro, 2017

Lula da Silva, o que está em jogo...

Regressado eu há pouco a este espaço, retorno à ronda dos que me seguem. Nuns, na maior parte, vou deixando comentários. Noutros limito-me a leitura atenta. Li atentamente um deles, que juntava Isaltino a Lula, e escrevia: «As pessoas só se indignam com os políticos corruptos, quando eles fazem mal o seu trabalho.» e, após paralelo com Isaltino, referia estar Lula da Silva destacado à frente das sondagens para as eleições presidenciais brasileiras de 2018. Por lá voltei, a dizer coisas que ele logo rebateu, sem o ter feito quanto à observação minha de, por Lula ter recorrido, dá-lo por culpado seria assumir as dores do acusador Moro...

Mas deixemos o tema Lula (uma condenação anunciada), vamos ao Processo Lava Jato. Entender o que se passa é fundamental para compreender o que tem estado (e continua a estar) em jogo, e é muito, muito...

08 outubro, 2017

Continuando com o tema Catalunha, me declaro saramaguiano... até ao tutano


Sobre os meus escritos citando Saramago, as "Homilias Dominicais", já por duas vezes lhes anunciei o fim. Uma, depois de 104 semanas a fio. Outra, sob a forma de posfácio. Não é sina, antes necessidade de repor valores, princípios, utopias... e venho trazer à liça o vaticínio da fundação da Ibéria.
E sobre valores, claro o da autodeterminação dos povos e... o não ser rendeiro em terra própria. O resto será o que tiver que ser, leve o tempo que durar.

07 outubro, 2017

Eu, que ainda não falei da Catalunha, delego a palavra


A EVOLUÇÃO DOS ACONTECIMENTOS
Maldigo la poesía concebida como un lujo
cultural por los neutrales
que, lavándose las manos, se desentienden y evaden.
Maldigo la poesía de quien no toma partido hasta manchars
e”.
ler aqui no POLITEIA

06 outubro, 2017

O Conselho Português para a Paz e Cooperação saúda, e eu também!

Nobel da Paz 2017
Pela Abolição das Armas Nucleares
«O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúda a atribuição do Prémio Nobel da Paz à Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês) e considera que esta representa um incentivo à acção de todos quantos intervêm pela abolição das armas nucleares, pelo desarmamento, pela paz.
Não esquecendo a controvérsia que rodeou a atribuição do Prémio Nobel da Paz noutros momentos, para o CPPC esta atribuição contribui para dar ainda mais força à legítima exigência e aspiração dos povos e do movimento da paz por um mundo livre de armas nucleares e, consequentemente, da ameaça do holocausto nuclear – exigência e aspiração que teve no Apelo de Estocolmo, promovido no início dos anos 50 pelo Conselho Mundial da Paz, a sua primeira e grande expressão ao nível mundial.

Na actualidade, a exigência da abolição das armas nucleares e da sua não-proliferação, do desanuviamento das relações internacionais, do desarmamento universal, simultâneo e controlado, da paz, adquire uma ainda maior importância.

72 anos após o horror de Hiroshima e Nagasaki, o número de armas nucleares existente no mundo – quase 15000 ogivas – e a sua capacidade de destruição significariam, se utilizadas, uma imensa devastação e o extermínio da Humanidade.

O CPPC recorda a adopção, no passado dia 7 de Julho nas Nações Unidas, do Tratado pela Proibição das Armas Nucleares, entretanto aberto à subscrição a partir de 20 de Setembro, tendo sido já assinado por 53 países.
Neste âmbito e no passado dia 26 de Setembro – Dia Internacional para a Abolição das Armas Nucleares, o CPPC tomou a iniciativa de lançar a petição “Pela assinatura por parte de Portugal do Tratado de Proibição de Armas Nucleares - Pela paz, pela segurança, pelo futuro da Humanidade!” (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=nao-armas-nucleares), e que nesta ocasião convida todos os amantes da paz a subscreverem e a divulgarem.»

6 de Outubro de 2017
Direcção Nacional do CPPC

05 outubro, 2017

Reuni o conselho senior e perante a questão colocada, a resposta não se fez esperar...


Reuni o meu conselho de seniores. E a pergunta foi direta "Devemos fazer acordos pós-eleitorais com quem ganhou uma câmara mas sem maioria?"
A resposta nem precisa tradução!
Depois, aquelas duas do manguito ficaram a falar comigo e lembraram o que algures tinham lido:
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades"."É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida",
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades". "É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida", acrescenta.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/pcp-disponivel-para-convergencias-pontuais-na-camara-de-lisboa?ref=Bloco_CMAoMinuto
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades". "É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida", acrescenta.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/pcp-disponivel-para-convergencias-pontuais-na-camara-de-lisboa?ref=Bloco_CMAoMinuto
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades". "É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida"

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/pcp-disponivel-para-convergencias-pontuais-na-camara-de-lisboa?ref=Bloco_CMAoMinuto
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades". "É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida"

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/pcp-disponivel-para-convergencias-pontuais-na-camara-de-lisboa?ref=Bloco_CMAoMinuto
"o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades". "É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida"

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/pcp-disponivel-para-convergencias-pontuais-na-camara-de-lisboa?ref=Bloco_CMAoMinuto

04 outubro, 2017

Cem anos de Parra, a Violeta de Maio


Se fosse viva, a cantautora chilena Violeta Parra completaria 100 anos esta quarta-feira.
Agradeceu a vida a cantar e deixou-nos um hino, que tantas vezes canto, tão em surdina que apenas Minha Alma o ouve (mas todo o meu corpo que se alenta)...

Eu? Eu fui eleito!


E mais... à esquerda, só a CDU se aguentou!

02 outubro, 2017

As autárquicas e a razão do sucesso do PS


Como facilmente de percebe, Mário Centeno nunca terá dito isto. A imagem, montada, é uma metáfora que dá expressão ao que eu penso sobre a vitória do PS, sobre a tremenda derrota da direita e, também, sobre as significativas perdas da CDU. 
Explicando melhor, depois de Jerónimo há exatamente dois anos atrás ter aberto a porta à solução - "O PS só não forma Governo se não quiser" - Mário Centeno consegue o enorme feito de ser qualificado como "o Ronaldo do Ecofin" e ser chamado a dar as notícias de reposição de salários, pensões, descongelamento das carreiras. E, no mesmo dia em que se anunciam os resultados da vitória autárquica do PS, a imprensa anuncia a promulgação pelo Presidente da República do diploma que elimina os cortes nas reformas antecipadas das carreiras contributivas longas e põe em destaque Vieira da Silva.
O eleitorado, reconhecido, votou naqueles que a circunstância (e a imprensa) fez com que o PS capitalizasse todo o mérito pela inversão das políticas do anterior Governo.
Lamento a queda da CDU? Nem pensar. Lamentaria é se o Povo ainda se mantivesse sob o jugo da direita.
E quanto às câmaras perdidas, cito o que o cão diz ao cego: "a ver vamos!"