30 setembro, 2018

Cuidado! Cuidado com o Bolsonaro!



Lembram-se da tal forjada agressão, em 2010, n´outra eleição? A coisa caiu no ridículo e, apesar das TVs e de toda a imprensa dita de referência se lhe dar eco, não surtiu o esperado efeito e Dilma foi eleita. 

Nas sondagens, Bolsonaro tem um tanto, Haddad um pouco menos. Espanta que Bolsonaro tenha tanto e que Haddad, apesar do progresso, tenha tão pouco. Contudo, se ambos forem a uma segunda volta, a vitória não será de Bolsonaro e Haddad (candidato do Lula) será o novo Presidente.

Isto sabe Bolsonaro. Por isso cuidado, cuidado com o Bolsonaro e com quem vota no Bolsonaro. O aviso faz sentido. Dou a palavra à "Conversa Afiada" e ao meu mentor... é que, quando o fascismo deita a cabeça de fora, há que estar preparado para tudo...

28 setembro, 2018

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO"

 
Edição Nº 4 | 2018-09-28


TEMPOS MUITO PERIGOSOS

Se dúvidas houvesse, o discurso do presidente dos Estados Unidos da América perante a assembleia Geral das Nações Unidas desfê-las, como se demonstra na nova edição de O Lado OcultoO chamado "Estado profundo" norte-americano retomou totalmente a iniciativa e o Pentágono reassumiu, com Trump, ou contra Trump, ou apesar de Trump o comando da autêntica política norte-americana, a que é ditada pelo establishment, a tremenda coligação económica-financeira-militar-industrial-científica-tecnológica... E política. Essa política é a guerra de dominação. Por isso são cada mais perigosos os tempos em que vivemos, porque o aparelho militar do império age como se reinasse em situação de domínio absoluto. A guerra pelo derrube do governo de Damasco e destruição da Síria, cuja continuação foi prometida por Trump em Nova York não é equiparável, em possíveis consequências, às invasões da Líbia e do Iraque. A guerra contra a Síria e os seus aliados traz no bojo a ameaça de um confronto com amplitude e resultados imprevisíveis.

E se dúvidas houvesse quanto às reais intenções de Washington, basta aprofundar um pouco o que se passa, por exemplo, na Jordânia ou no Koweit, países transformados em colónias e bases de agressão. Ou através do comportamento provocatório de Israel ao atacar repetidamente a Síria e testando, mais uma vez, até onde irá a Rússia.

Não é apenas no Médio Oriente que se percebe o perigo. A guerra trava-se, por enquanto, por outras formas na Venezuela e também no Brasil, onde a aposta imperial e neoliberal se deslocou descaradamente para a solução fascista, fazendo das eleições presidenciais de 7 de Outubro um momento de escolha entre democracia e barbárie. E as provas de que o neoliberalismo dominante se vira cada vez mais para o lado do fascismo e suas variantes podem encontrar-se hoje na Alemanha; ou no maior partido do Parlamento Europeu, o PPE, que integra o PSD e o CDS. Nada há, porém, de novo nesta convergência entre o neoliberalismo e a supressão da democracia. Na verdade foi assim que tudo começou, há 45 anos, no Chile terrorista de Pinochet e Milton Friedman. Para contínuo gáudio, dos senhores do dinheiro e dos supostamente tão rigorosos reguladores bancários, nacionais ou europeus, que não conseguiram enxergar sob os seus olhos a gigantesca fraude de pelo menos 200 mil milhões de euros montada a partir de uma das pátrias do chamado "milagre báltico".

No meio dos perigos, um sinal de esperança na aproximação entre as duas Coreias. Infelizmente o entendimento não depende das próprias, sobretudo de Seul, também ela colónia do império.

Hoje é dia de não estar... estando


Onde não estou, vou estando. Eu explico. Enquanto cozinho, para que a ASAE não pegue, me equipo. Faço na cozinha o que me é devido. Mas a cabeça anda por tudo o que é lado. A imagem nada tem a ver com hoje. Ontem foi onde foi. Hoje irá ser a preparar o piquenique, na minha condição de "desenhador de sonhos"...

26 setembro, 2018

Universitários hoje! Outros jovens, outros tempos, outras escolas... I


Não há muito escrevia haver mil maneiras de a memória vir ter connosco. Até pelo correio. E discorria que há "séculos" atrás tinha acontecido ter recebido uma carta com um flyer a convidar-me. Lembrava que, depois de um largo interregno, ter recebido outra carta-convite ao qual não compareci. Como tantas vezes, fui então um não-ausente... ao fim ao cabo tinham-se passado 40 anos e temia, então, a confirmação de que ninguém encontra nos jovens de hoje a juventude passada...

Fugi então há confirmação. Ontem não consegui. A propósito da falta de espaços, casas, quartos, residências universitárias os estudantes manifestam-se na rua, e nisso não há diferença dos tempos idos... Contudo, se por um lado reconheço o direito, por outro lado não me parece que tenham regressado à velha tradição de procurarem solução coletiva, como há 40 anos se procurava. Se os pais estão hoje lisos, nesse tempo não era grande a fartura. Só que nesse tempo os estudantes procuravam soluções colectivas e assumiam-se como LyS.O.S . Mesmo havendo fortes razões para o protesto.


continua

24 setembro, 2018

Serralves, Mapplethorpe, eu e o meu neto

 

Não fico alheio à polémica. Serralves abafou todo o noticiário e até me tolheu, a mim, intenção de falar sobre coisas necessárias. Não vou a Serralves certo que Serralves não virá a mim e procuro no google não a discórdia mas o pomo dela: a obra.

Retiro a foto acima. Não é erotismo, ninguém está despido e não é sexo explicito. Imagino visitar a exposição com o meu neto, puto vivo... e ele pergunta (está na idade das perguntas), "Vô, o que é isto?" Hesito na resposta, pois desconcerta-me até explicar a um adulto os comportamentos perversos. Ia tentar e desisto. Ajudou-me o olhar firme do jovem acorrentado, e menti, dizendo à criança não saber. 

Claro que a minha abordagem é imaginativa. Eu nunca lá iria, Primeiro porque a entrada é cara, depois porque Mapplethorpe, na verdade, não me diz(ia) nada...

Outra coisa, será que a curadora Isabelle, lá na Galerie Thaddaeus Ropac também faz censura? É incompleta a mostra? Ou seguiu o mesmo critério de Serralves, não mostrando toda a obra?


23 setembro, 2018

Meu pai, taxista, também lá estaria


Já lá vai tempo, a propósito de uma bela frase de Sophia, contava eu que «Poucos anos depois de minha mãe ter deixado de ser uma das meninas da "loja nova" de Ermidas/Sado e de meu pai ter desistido de ser o rapaz da camioneta verde, que era fretado para tudo o que era transporte de carga, eu nascia e de pronto vínhamos para Lisboa, à procura de nosso destino. E porque o destino foi uma eterna procura dentro dos limites que o poder de então detinha, fomos andando de casa em casa e meu pai de emprego em emprego. Foram anos que não sei contar a não ser pelo que minha mãe cantava. Era de Amália o seu lamento. Se eu gostava? Pode-se lá gostar desse viver, desse cantar... »

Hoje acrescento, que naqueles tempos a vida, não sendo pera-doce, era uma vida onde a tristeza ficava à porta de entrada e cada um, na família, vivia sem conflitos de consciência e de bem com ela e com os outros.

A foto acima, retrata meu pai, taxista em praça fixa mas que ia cirandado pelas ruas todas de Lisboa, é de 1952. Tem um ar prazenteiro, junto ao seu "matateu", que em boa verdade era um carro há pouco adquirido a alguém que saíra do negocio e comprado em sociedade com um meu tio. Meio por meio o valor do carro e da respectiva licença.

21 setembro, 2018

O Escritor Possui Deveres?

«(...) não é meu objetivo desqualificar o texto puramente voltado a entreter, o plano é demonstrar a capacidade da literatura como arte que transcenda este aspecto superficial envolvida na atividade. Veja Mia Couto, por exemplo: branco, formado, descendente de portugueses, soube não apenas se apropriar da ficção como algo seu (em termos estilísticos), mas captar a alma do povo e da terra de Moçambique, onde cresceu, sendo não apenas um porta voz de seus sentimentos, ele atua em causas próprias do lugar (entre elas a preservação de animais nativos), usando muito de seu conhecimento e prestígio para tal. Assim, o moçambicano não apenas enxerga o mundo pelos olhos sensíveis do artista, valoriza as riquezas de sua terra, e luta contra as mazelas que a atormentam.

Ainda dentro desse viés, temos José Saramago, conhecido atuante de causas fortes e necessárias, dentro e fora da literatura. Segundo Ronaldo Lima Lins, em seu artigo Que Medo nos Contamina “Saramago, que ocupava como intelectual um lugar deixado por Sartre, aproveitando o Prémio Nobel para virar uma figura política além de seus romances, sentia as limitações da literatura dentre seus contemporâneos. Valia-se independentemente do fato de o escutarem. Criava espaços de constrangimento, inclusive entre Estados ou povos, o bastante para romper, de algum modo, com o isolamento à que se via relegado".

O relevo concedido pela distinção traz à reboque um renome internacional. É como um estadista de uma grande nação, neste caso a da literatura, cujos movimentos chamam à atenção. A época e a tradição de suas instituições permitem isso, diferentemente do que acontecia no século XIX, quando o importante, o que pesava, para lá da individualidade selecionada pelo sucesso, era o tipo de atividades que a constituía. Ou seja, o escritor português usou muito de sua influência enquanto artista para lutar por causas que lhe eram relevantes além da ficção, e dentro dela, cultivando em sua produção um debate subtil, delicado e profundo, sobre questões polémicas, mas enraizadas na população de sua época. Portanto, Saramago, quer nos discursos, quer no plano das narrativas, nos quais exerceu, enquanto lhe foi possível, a tarefa de construtor de teses, entre histórias que, de certo modo, metaforicamente, retomavam dados da realidade.
Deste texto, que na fonte é bem mais extenso, ocorrem-me palavras de Saramago: "O cidadão que o escritor é não pode ocultar-se por trás da obra. Ela, mesmo importante, não pode servir de esconderijo para dar ao autor uma espécie de boa consciência graças à qual ele poderia dizer que está ocupado e não tem tempo para intervir na vida do país."
 

Mas Saramago foi agora mais longe, soube-o (só) hoje. Vai ter tempo para intervir na ordem do mundo, no lugar próprio, na ONU.
Do que se trata? De uma carta inspirada no seu discurso de 1998:
CARTA UNIVERSAL DOS DIREITOS
E OBRIGAÇÕES DOS SERES HUMANOS
(ler aqui)



20 setembro, 2018

A UBER e a futurologia...


O ponto-de-situação dado reza que
«Os representantes do setor do táxi estiveram esta quarta-feira reunidos com os grupos parlamentares de PS, PCP, Bloco de Esquerda, CDS-PP e Os Verdes. Os socialistas defendem que a lei deve entrar em vigor a 1 de novembro e avançam que não vão pedir a fiscalização sucessiva do diploma. Já o PCP afirma que vai propor a revogação da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte. Por seu lado, o Bloco de Esquerda anuncia proposta de revogação da "lei Uber" O CDS está disponível para “atualizar e rever a lei” e dá razão a muitas das exigências dos taxistas. O PEV avança que não vai apresentar um pedido de fiscalização do diploma mas admite viabilizar.»
 O PS acrescenta que «os eleitos não podem fazer "futurologia sobre quais são as consequências efetivas no mercado que esta lei vai provocar".»

Ah, não podem fazer futurologia? Ficamos a saber que o PS não pode fazer futurologia. Nem precisa. Bastaria fazer a avaliação de risco olhando para o que se passa à volta inventariando quais são "Os perigos da uberização". Sobre isso, apenas um cheirinho (e um alerta):
«Muitas pessoas bem-intencionadas sofrem de uma fé equivocada nas habilidades intrínsecas da Internet de promover comunidades igualitárias e confiança e, assim, inadvertidamente ajudaram e incitaram essa acumulação de fortuna privada e a construção de novas formas exploradoras de emprego (...)
Daqui a vinte ou trinta anos, quando provavelmente enfrentaremos o fim das profissões e mais empregos serão “uberizados”, podemos muito bem acordar e imaginar por que não protestamos contra essas mudanças com mais força. Apesar de toda a conveniência da “economia do compartilhamento”, deliciosa e caseira, podemos acabar compartilhando as sobras e não a economia. Podemos sentir remorso por não termos buscado alternativas antes. Sem dúvida, não podemos mudar o que não entendemos. Portanto, vale perguntar: o que significa “economia do compartilhamento”?

A economia do compartilhamento indica uma força global e maciça em favor de “construtores de pontes digitais” que se inserem entre as pessoas que oferecem serviços e as que buscam tais serviços, imbricando assim processos extrativos em interações sociais. A economia sob demanda indica que o trabalho digital não é um fenómeno de nicho. A Upwork (anteriormente conhecida como oDesk and Elance) afirma ter em torno de 10 milhões de trabalhadores. A Crowdwork tem 8 milhões. A CrowdFlower, 5 milhões. Em 2015, 160 mil motoristas estavam nas ruas pelo Uber – se você confiar em seus números. O Lyft reporta 50 mil motoristas. O TaskRabbit afirma que possui 30 mil trabalhadores.

Na Alemanha, sindicatos como ‘ver.di’ concentram seus esforços em defender os direitos dos empregados, enquanto, nos Estados Unidos, vejo pouca chance de retorno às 40 horas por semana nos setores do trabalho autónomo ou temporário. A questão, portanto, é como melhorar as condições da enorme parte da força de trabalho que não tem um emprego tradicional.»
extratos do artigo "Os perigos da uberização"

19 setembro, 2018

Sobre o Brasil, a Globo e o candidato de Lula

«Com Lula, parafraseando Chico Buarque, construímos um país onde um operário brasileiro não falava grosso com um indígena boliviano e se relacionava de igual para igual com as grandes potências. No Brasil do golpe, falamos grosso com a Venezuela enquanto lambemos as botas dos Estados Unidos. Além de não se coadunar com a identidade das classes populares em relação aos nossos vizinhos, a diplomacia brasileira representa um crime contra larga tradição diplomática do país.»
ler tudo em O Lado Oculto 

O texto acima, extrato de um artigo que olha para 500 anos da História do Brasil, enquadra o que hoje se passa e onde golpe continua. Depois de afastados Dilma e Lula, passa (toda) a pressão a ser exercida sobre o candidato Fernando Haddad, candidato do PT. A estratégia golpista assentou e assenta na imprensa, por culpa dos governos de Dilma e Lula. A este respeito Noam Chomsky afirmaria "Nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo onde a imprensa é dos ricos, jamais ocorreria essa possibilidade de haver uma imprensa universal e uniformemente contra!"

Eficaz a máquina golpista, com destaque para a Rede Globo, onde vale tudo.

Exemplo? Todos os cinco principais candidatos foram entrevistados  no seu Jornal Nacional. No youtube pode rever todos, menos Haddad.


Antes do acto censório a entrevista aconteceu, e passar no Jornal Nacional não foi uma cedência. Os entrevistadores, em 33 minutos de entrevista, interromperam o entrevistado mais de 60 vezes e a toada fez lembrar os tribunais de inquisição, como é evidente nas imagens de um outro canal que a Globo não pode censurar nem retirar do youtube.

Noutro canal, o do meu patrono, Haddad avança e coloca a questão que nem Dilma nem Lula alguma vez ousaram... 

15 setembro, 2018

ALA, o génio


António Lobo Antunes passou a figurar na Biblioteca La Pléiade. A notícia veio acompanhada de entrevista. Registo, dela (como já antes fizera), o esforço da câmara que agarra o grande plano do seu rosto, vendendo dele a sinceridade do olhar e das rugas. Não tenho dúvidas, à força de tanto encenar, o rosto tornou-se um personagem de encenação. A arrogância não é ostensiva e é servida adocicada, perante a câmara, rendida. Em tempos recordei palavras suas dizendo ele que no mundo, haveria apenas cinco grandes escritores" e deixava no ar,  com charme insinuante,  que seu nome poderia muito bem ser um deles. Quanto a prémios literários? Desdenhava-os e afirmava te-los quase todos. Sobre o Nobel, dizia, só é diferente dos outros, porque é maior.
Na entrevista, agora, afirma que há coisa ainda maior que o Nóbel. E foi-lhe atribuído. Curioso destino juntar o seu génio àquele outro por ele antes tão desqualificado: 
«O livro do não sei o quê [Livro do Desassossego] aborrece-me até à morte. A poesia do heterónimo Álvaro de Campos é uma cópia de Walt Whitman; a de Ricardo Reis, de Virgílio. Pergunto-me se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor.»

14 setembro, 2018

O LADO OCULTO. Lendo textos, que recomendo

GUERRAS, MENTIRA E DESPREZO PELAS PESSOAS

A edição Nº2 de O Lado Oculto está online e conduz-nos por  viagens dramáticas demonstrativas das ligações entre guerras, as mentiras que estão por detrás ou as provocam. Um roteiro trágico mas que pode ser muito pedagógico. Por exemplo, no Níger e países vizinhos do Sahel o que fazem tropas norte-americanas, francesas, italianas, e alemãs? Combatem o terrorismo, diz-se. Será? Aprofunda-se a situação e deparamos com uma guerra colonial de nova geração. Tal  como na Síria, onde a mentira está na ordem do dia, como demonstram os segredos que revelamos sobre a encenação de um falso ataque químico para acusar o governo de Damasco e originar uma nova agressão norte-americana. E se de mentira se fala, o que dizer das que envolveram a guerra para destruir a Jugoslávia, hoje revisitada a propósito de pontes e pessoas.

Voltamos a África, agora com um exemplo diferente de cooperação, para observar como a China e a totalidade dos países do continente - menos um - criam condições para promover desenvolvimento humano sem recurso às "ajudas" do FMI e do Banco Mundial.

O Brasil continua na ordem do dia. Da mesma maneira que a Suécia, onde as eleições gerais comprovaram a incompatibilidade entre Estado social e neoliberalismo. Na Holanda constatamos como a vida privada dos cidadãos está à mercê da devassa praticada pelas grandes agências de espionagem. E revelamos o estranho mundo da Fundação Interpol, onde se cruzam interesses e entidades mais próximos da criminalidade do que de comportamentos recomendáveis.
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13 setembro, 2018

O meu regresso de férias e... as pedras


"Eu grito para um animal, ele foge. 
Eu grito para uma planta, ela não foge, 
mas talvez sinta algo, (...)
E eu grito para uma pedra e nada: 
nem foge nem sente coisa alguma." 
Gonçalo M. Tavares

As pedras andam tristes, 
mas pouco se mexem
Não é verdade
Não é verdade, que na hierarquia dos elementos
não haja momentos
em que a pirâmide não se inverta
e se movimente
aquilo que aparentemente
não se movimenta
e não sinta
o que qualquer outro ser sente

As citadas pedras, são o caso
Conheço as que se vão deixando estar
deixando estar, sem mudar de lugar
mas vão mudando
mudando lentamente
mudando seu estado
de pedra bruta a "calhau rolado"
e rolam, rolam, rolam
ao sabor das ondas e de cada maré
e falam, parecem dizer, "É triste, não é?"
As pedras estão convencidas que é seu destino

Só numa coisa o Gonçalo tem razão
"tudo o que é divertido...
... tem dois lados sérios"
e
"tudo que é sério...
... tem dois lados divertidos"
Precisamos de dizer isso às pedras
Rogério Pereira
AVISO AOS INCAUTOS: Este arremedo de poema (reeditado) nada tem a ver com a entrevista que o Gonçalo M. Tavares deu em 2012

12 setembro, 2018

«O GOLPE ESCRAVIZA O BRASIL E MATA MAIS QUE UMA GUERRA »

Zillah Branco, especial para O Lado Oculto


Lula tornou-se o símbolo de um processo que mostrou ao povo brasileiro ser possível libertar-se das imposições das potências hegemónicas, assumir um papel positivo no cenário internacional e iniciar uma série de transformações sociais que enfrentariam séculos de exclusão e miséria. A Bolsa Família lançada pelo seu governo é um programa divulgado pela ONU e adoptado nos países onde a miséria mata mais que as guerras.
«Ao analisarmos o legado de Lula, de 2003 a 2016, até que Temer abriu as portas do Brasil à destruição avassaladora, vemos que os prejuízos económicos (com a quebra das iniciativas de produção e emprego e o congelamento por 20 anos dos orçamentos para o sector social), financeiros (com o confisco, pelos bancos, das casas de habitação financiadas a crédito aos trabalhadores agora desempregados e a venda das empresas nacionais), do desenvolvimento cultural (com o corte nos orçamentos das universidades e das bolsas de estudo nos vários níveis do ensino, e das instituições públicas culturais), do desenvolvimento da estrutura de produção do Estado (com a desagregação para privatização da construção naval, da Embraer, da Petrobrás, e de mais de 7 mil empresas públicas), da atenção à saúde, da quebra da Bolsa Família e das múltiplas iniciativas para fomentar a pequena empresa ou cooperativa de produção, o corte de subsídios e reformas por invalidez, com a destruição não só do sistema judiciário que promovia a inclusão de milhões de brasileiros nos benefícios da cidadania mas da própria justiça social que era a base do desenvolvimento humano do povo brasileiro, vemos que o aumento da mortalidade infantil e materna, de jovens abandonados aos bandos criminosos, de famílias deixadas à fome, de suicídios e doenças mentais, de enfermos sem tratamentos, tende a ser maior do que em guerras e prolongam-se por anos afora, reduzindo um país potencialmente rico a escombros. As estatísticas registaram 63 mil homicídios por ano.

Devastação como numa guerra
O crime cometido pelos golpistas ultrapassa em muito o de agressores armados que invadem um território. É hediondo.
A ONU dá o testemunho de que o Brasil conseguira, com o combate à miséria, retirar 42 milhões de pessoas da fome, mas que depois do golpe, em 2018, já perdeu esta conquista. A queda da mortalidade infantil para a taxa de 14,1 óbitos por mil nascidos e a redução em 25% dos óbitos maternos em relação a 2001, que aproximou o Brasil das condições de países desenvolvidos, desvaneceu-se no meio das múltiplas catástrofes económicas e sociais.
O desemprego, que entre 2003 e 2004 desceu de 12% para 4,5%, acompanhado de melhor distribuição de rendimentos com o aumento do salário mínimo em 71,5%, produziram o aumento de consumo dos bens essenciais que animou a indústria e a comercialização de produtos básicos e de alimentos.(...)»
Pode continuar a ler este texto em "O LADO OCULTO". Escolhi-o por razões de proximidade afectiva e porque no Brasil se joga mais que o destino do povo irmão. A sua escolha pode ser esta ou outra, das tantas que pode ler.
De seguida dou conta da mensagem que recebi do Conselho Redactorial, como assinante do 


Não me perdoo, perdi a conversa com Mia Couto...


Não me perdoo perder essa conversa entre Zeferino Coelho e Mia Couto. Mas... pensando bem no que foi a Festa era mesmo impossível estar em todo lado. Vendo uma espécie de balanço fotográfico... (fotos de Egídio Santos) teria de ter perdido outra coisa e não me teria perdoado a essa não ter ido.

Se lá foste, conta-me um pouco do que terá dito Mia Couto...

Imperdoável, imperdoável, a ausência da imprensa!

10 setembro, 2018

Festa do AVANTE - A minha estatística


Há estatísticas que gostava de poder agora dispor, mas, não as podendo dar, imaginem. Imaginem o número de militantes e amigos envolvidos a montar a Festa. Imaginem os milhares de quilómetros de tubos de ferro erguidos e os milhares de abraçadeiras a ligá-los. Imaginem os milhares de metros quadrados de tábuas, placas e painéis pintados. Imaginem o número de militantes a planear a Festa, a divulgarem-na, a assegurarem o seu funcionamento. Imaginem o número de EP vendidas. Imaginem o número de operações multibanco, nas muitas "caixas" disponibilizadas no espaço. Imaginem os milhões de sorrisos trocados... Imaginem tudo o resto, que agora me ocorrendo, me dispenso. 

Há estatísticas apuradas directamente por mim. E dessas dou conta:
 

06 setembro, 2018

Finalmente aderi, de corpo e alma, ao “feissebuque” !


Actualmente, estou a tentar fazer amigos fora do Facebook, mas usando os mesmos princípios.

Todos os dias saio à rua e durante alguns metros acompanho as pessoas que passam e explico-lhes o que comi, como me sinto, o que fiz ontem, o que vou fazer mais tarde, o que vou comer esta noite e mais coisas.

Entrego-lhes fotos da minha mulher, dos meus filhos, do meu cão, minhas no jardim, na piscina, e fotos do que fizemos no fim de semana.

Também caminho atrás das pessoas, a curta distância, ouço as suas conversas e depois aproximo-me e digo-lhes que “gosto” do que ouvi, peço-lhes que a partir de agora sejamos amigos e também faço algum comentário sobre o que ouvi.

Mais tarde, partilho tudo quando falo com outras pessoas.

E funciona…! Já tenho 3 pessoas que me seguem…

São dois polícias e um psiquiatra.
_____________
Chegou-me este texto via e-mail
e, curiosamente é, ele também, faissebuquiano
tal como eu, vai lá de quando em vez
e muitas delas por engano

03 setembro, 2018

Não se passa nada... mas, afinal, muita coisa se passa...


Quando nos afastamos, claro que o mundo não pára. Basta passar em revista, notícia a notícia, as páginas publicadas no espaço representado por aquele rectangulozinho no canto superior da imagem, aqui indo por este caminho.

Logo abaixo desse "outro lado das notícias", outra novidade traduzida por uma capicua
 710017
Que sorte. Que sorte ter tantos amigos...