31 outubro, 2024

30 outubro, 2024

A BLOGOSFERA JÁ NÃO É AQUILO QUE ERA... DESTA VEZ FOI O BLOGGER QUE ME MANDOU PORTA AFORA

 

L`embellie por Rene Magritte

Em tempos escrevi uma coisa assim:

São cada vez mais frequentes os momentos em que sou tomado pelo impulso de fechar a porta. Depois, olho-a, e medito. Se saio, fico de fora como se estivesse cá dentro. Se fico cá dentro, sinto a mesma liberdade como se estivesse fora.

Consultada Minha Alma, numa ocasião semelhante à de hoje, perguntando se parto ou se fico, responde-me ela  com as mesmas palavras de então:

Eh pá, sei lá! É verdade que a blogosfera já não é aquilo que era. Que parece que de ti esperam eternos e repetidos interregnos para coisas belas, poemas, textos bucólicos bem construídos e  pejados de alegorias ou metáforas, e nada de actos apelando à cidadania. Mas se teu lema era "O meu acto de cidadania é um constante (e militante) apelo à resistência...", fechar esta porta é desertar de um projecto. É fechar um diário por acabar. É deixar de resistir...

Fico, mas passo em revista os tantos que há uma dúzia de anos desistiram do seu espaço, os tantos que partiram (a lista é uma mera amostragem) fazem parte da minha memória...

  1. mdsol 26 de setembro de 2010 às 10:54
  2. A.Tapadinhas 26 de setembro de 2010 às 11:33

_____________________ 

DESTA VEZ BATO MESMO COM A PORTA

ADEUS 

 

27 outubro, 2024

NÃO HÁ-DE O MUNDO HUMANO SOFRER COM TANTO SOFRIMENTO...


Ontem fui onde achei que devia ir, não por mero divertimento mas para sentir o que na verdade senti. Olhando o que ia passando não deixar de pensar naquele povo, na sua dança, no seu cantar, na sua cultura e... na nossa luta. Luta contra o genocídio. Não há-de o Mundo humano sofrer com tanto sofrimento...

Tal sofrimento não lhes retira o ânimo de estarem como estiveram... Tal luta teve a participação de quem de nós tão bem participou.

Ah, e o que me comoveu ver tanta criança...

A plateia, bem composta, estava longe de estar cheia. É que, há mesma hora, decorria uma manifestação. Quem estava ali, não foi lá. Quem foi lá, não estava ali. 

24 outubro, 2024

...E QUANTOS MAIS CONTENTORES E AUTOCARROS VÃO ARDER? E AO MARTINHO, QUE LHE TERÁ ACONTECIDO?


Há quatro meses atrás publicava eu isto, assim:
"Este é o Martinho, cabo-verdiano de cerca de 50 anos que há muito anda, na vida, perdido.

A imagem é clara. Eu aponto-lhe o caminho. Ele confirma. Vamos ver se o segue ou se desiste. Não me limito a dar-lhe rumo, pois tenho vindo a dar-lhe apoio, nada tendo feito sem sua aceitação. Está nas suas mãos o que fazer da sua vida. Já o acompanhei em duas consultas no Centro de Saúde de Oeiras, pois sofre de dependência alcoólica.   A própria médica, pediu-me que estivesse na próxima (ainda por agendar). Consegui que alguém, com trabalhos diversos nas obras lhe desse atenção e lhe encaminhasse trabalho. Ok registado. E Martinho está agradecido...

Quanto ao apoio,  não estou só nessa tarefa. Alguém lhe terá oferecido um telemóvel e o respectivo cartão pronto a ser usado... Amanhã, vou perceber como é que ele se desenrasca..."

Nos dias seguintes, e nos outros, e outros fui percebendo que nada mudou na vida do Martinho. Quantos mais contentores e autocarros vão arder até que a vida de gente como a dele vai mudar? Quanta gente ainda vai ter de morrer?

21 outubro, 2024

AGORA SOU ESPECIALISTA, PRONTO A DESINQUIETAR O MUNDO DA NEUROCIÊNCIA


Como disse, não há muito, que iria falar de seguida após ter deixado, no ar, o "suspense" de o ir fazer. O facto de ter um "Certificado de Participação" dá-me competência para desinquietar o mundo da neurociência. O primeiro passo foi dado, fiquei com o contacto dela (Luísa Lopes) e deixei-lhe a introdução ao tema. Ficou de antenas despertas... vamos ver o que vai dar!

17 outubro, 2024

15 outubro, 2024

PENSANDO A TRAÇO FINO - O VERDADEIRO HUMOR

Há gente em que rir é frequente. Riem por duas razões: por tudo e por nada. A esses, nada interessa este meu pensamento mesmo sem ter a certeza de a todos os outros tal juízo possa interessar. Ultrapasso a dúvida e passo a dissertar pondo em confronto o verdadeiro com o falso:

  • Ironizar ou ridicularizar uma pessoa, é humor falso (o verdadeiro, incide sobre o que a pessoa fez acontecer)
  • Construir uma piada ou fazer rir para fazer alguém feliz, é humor falso (o verdadeiro faz alguém pensar)
  • O humor falso distrai da realidade, o verdadeiro concentra-se nela.
Aceita-se o contraditório e desafia-se a dar exemplos de um (o falso) e de outro (o verdadeiro).

NÃO ME LIMITO A OLHAR-ME, OLHO OS OUTROS. NÃO ME LIMITO A OLHAR OS MEUS, OLHO OS OUTROS. OLHO A COMUNIDADE QUE ME ENVOLVE... E MEXO-ME

Conseguimos atrair a atenção da imprensa e amanhã mesmo vamos, com um canal de televisão, discutir um projecto de guião que eu mesmo escrevi. Quando souber quando passa o programa, aviso.

13 outubro, 2024

NO CRESCIMENTO DAS CIDADES POR VEZES ACONTECE HARMONIA, OUTRAS VEZES...

 ... outras vezes o território explode... mas ainda há arquitectos como Nuno Portas. E mais, com a visão que ele tinha! Este trabalho dele tem mais de 40 anos, mas está mais que atual...


E porque trago eu isto aqui? Ora adivinhem... 

09 outubro, 2024

AS REDACÇÕES DO ROGÉRITO - 58 (Amanhã há Para_lamento!)

Tema da redacção: O OGE - Ornamento Geral do Estado vai ser apresentado

A stora quando entrou na sala de aula deu por sentença que o tema iria ser aquilo que foi e dissertou sobre os seus ais sobre os ais dos seu filhos e do senhor seu marido que disse ela ser tristeza infinda para toda a família que assim fosse pois ele companheiro da sua vida também tinha a mesma profissão e ambos erraram na escolha pois os professores não ganham nem para mandar cantar um cego quanto mais para seu abrigo e sustento.
Depois lá foi dizendo que o que vai ser discutido nem merece discussão pois àquilo que chamam orçamento não passa de um Ornamento a ornamentar uma discussão onde o que um diz em confronto com o que diz o outro é uma forma de concordarem em passar ao lado daquilo que deveria ser o âmago da decisão a decidir: dar dignidade à função.
No fim da aula levantei o dedo e pedi para falar e uma vez concedida a autorização pedida deixei-lhe a recomendação: "Vá à luta!
Me assino 
Rogérito

07 outubro, 2024

VOU REGRESSAR MAIS FREQUENTEMENTE ÀS REDACÇÕES DO ROGÉRITO!


Estava eu a pensar naquelas manigâncias e naqueles truculentos discursos à volta do "Ornamento Geral do Estado" antevendo o que se vai passar no "Para_lamento" quando me veio à mente a falta que nos faz hoje um corpo redatorial como o tinha o "Diário de Lisboa"* e daí a recordar "A Mosca" foi um passo. Daí a recordar Sttau Monteiro, foi um salto. Estava eu nestas lucubrações quando me recordei do que escrevi para "O Tornado"... que transcrevo:
"Não houve ponta de nostalgia quando, em Janeiro de 2011, com a minha primeira edição das “Redacções do Rogérito” eu recordava as da Guidinha.

Julgo que o mesmo se passará com a autora das redacções da “Nova Guidinha”. O que me move, e o que a moverá a ela, não é apenas o prazer lúdico de brincar com as palavras mas, sobretudo, a redescoberta de uma forma de comunicação que conseguia romper com o espaço espartilhado e vigiado pela censura fascista.

Faz sentido hoje reinventar o objectivo e o estilo? Eis uma pergunta que seria (quase) disparatada, não fosse a lembrança de intervenções de alguns jovens jornalistas no seu Congresso, em Janeiro passado e o sepulcral silêncio a que as remeteu a imprensa.

Inquieta? Não tanto como no passado, mas é seguro estar alerta. É que se é verdade que os processos repressivos de então já não terão mais lugar, não é menos verdade que bastará a ameaça da omissão, do desemprego ou do trabalho precário para que o resultado seja o mesmo.

Parafraseando uma célebre frase, diria que é preciso que muita coisa mude, para que tudo fique na mesma.

Aproveito para render homenagem ao “pai” da Guidinha (Sttau Monteiro) em tempos em que a Justiça pactuava com o “regime” e em que a liberdade era crime."

Eram tempos para onde tendem os tempos de hoje...

*Jornal onde trabalhei, como revisor de imprensa

 

06 outubro, 2024

UM IMPROVISO (MUITO) BEM IMPROVISADO...


Lembram-se de vos ter falado da nossa festa?
 Pois lá, também se falava deste improvisado improviso!
Ah, e quando for a antestreia... eu vos convido!

05 outubro, 2024

5 DE OUTUBRO DE 2024 - a actualidade da metáfora, sob a forma de (um belo) hino


VA PENSIERO (letra/tradução)

Voa, pensamento, sobre as asas douradas
Voa, e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde os ares são tépidos e macios
Com a doce fragrância do solo natal!
Saúda as margens do Jordão
E as torres abatidas do Sião.
Oh, minha pátria tão bela e perdida!
Oh lembrança tão cara e fatal!
Harpa dourada de desígnios fatídicos,
Porque você chora a ausência da terra querida?
Reacende a memória no nosso peito,
Fale-nos do tempo que passou!
Lembra-nos o destino de Jerusalém.
Traga-nos um ar de lamentação triste,
Ou o que o senhor te inspire harmonias
Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.

------------------------------------------------------------------------------------(ver texto elucidativo e outra versão)

03 outubro, 2024

SE LÁ ESTIVE? COMO NÃO ESTAR?


O tema era desafiante e eu gosto de desafios à memória. Relembrar passados de luta vividos e observados uns, ter de ir a quem sabe dar testemunhos da história, outros, era um desafio desafiante. 
De que falo? O tema consta do cartaz que promove a exposição. Não dou imagens pois elas devem ser vistas no local em que estão expostas. Mas filmei o que mais me preencheu a alma. Podia lá perder Adriano Correia de Oliveira, cantado desta maneira? 

02 outubro, 2024

POR PROMESSA, HOJE TRAGO MIA COUTO


Domingos Lobo enviou, para o meu WhatsApp um vídeo de uma actualidade dramática - "O medo global" - mas não ultrapassei as dificuldades técnicas em traze-lo a este meu espaço. Tendo-lhe prometido fazer isso e para não faltar totalmente ao prometido, não trago esse, trouxe este outro!

28 setembro, 2024

NÓS SOMOS DESENHADORES DE SONHOS... E FIZEMOS TUDO ISTO (QUE SE MOSTRA NO VÍDEO)


Celebrámos, hoje, o nosso 9º aniversário... e foi tão giro!
O alinhamento, já vosso conhecido
começou com a projecção de um vídeo.

(dispense 10 minutos e ver um trabalho em que gastei 10 horas)

24 setembro, 2024

HOJE FIZERAM-ME REGRESSAR AOS MEUS TEMPOS DESDE CRIANÇA ATÉ SER JOVEM...


Sem saudosismo mas tão só e apenas porque 
"somos a memória que temos". 
Esta foi-me despertada por uma priminha minha 
(viu e, de seguida, mandou-me o vídeo)

22 setembro, 2024

SE TAMBÉM DEI DEPOIMENTO? NÃO, AINDA NÃO!


A construção megalómana ainda ia a caminho quando foram recolhidos estes depoimentos dos moradores. Foi numa zona conhecida por Espargal (a que corresponde a imagem)... Depois, veio o plano para construir de torres, e mais torres, e mais torres nos terrenos da antiga Fundição de Oeiras, agora está na hora de lutar contra betão, e mais betão, e mais betão, nos terrenos do Moinho das Antas. 

A luta vai ser dura! E mais tarde ou mais cedo, darei o meu depoimento!

19 setembro, 2024

DÁ DEUS O FOGO, CONFORME A INCÚRIA E O LOUCO (reeditado/original de Agosto de 2016)


As imagens televisivas reproduzem as chamas e inspiram pirómanos. Nenhuma reportagem ou notícia dá conta de que tenha ardido um só hectare de uma qualquer propriedade florestal explorada e existem muitas. Tal demonstra que os incêndios nem são uma inevitabilidade nem castigo divino. 
Em texto antigo eu explicava o que pensava e veio o meu amigo e camarada Cid Simões, num comentário, resumir tudo:
«O país arde porque está abandonado e continuará a arder enquanto não for repovoado. Tudo o resto é conversa sem sentido.»
E faz agora um ano, porque se assistia ao mesmo cenário trágico e esfarrapadas justificações, ouve que fazer denuncia. Palavras oportunas e actuais e que aqui lembro antes que a mesma argumentação surja e a tragédia para o ano se repita:

18 setembro, 2024

SE ANDO METIDO NISTO? COMO NÃO ANDAR?

Tenho aparecido! Tenho feito intervenções!
Temos discutido e trocado opiniões!
Já sei como vamos pegar nisto...
...mas... para já... nada antecipo!


 

15 setembro, 2024

JÁ PASSARAM QUATRO ANOS... E SÓ HOJE ESCREVO SOBRE O QUE ONTEM TANTO LEMBREI!


Não escreva eu sobre os lugares por onde passamos e eles não falarão de nós. 

Um dos lugares mais marcantes da nossa vida foi por mim referido ainda este meu espaço estava dando os primeiros passos... Passados quatro anos sobre a eterna despedida, confesso ter aprendido (e na Minha Alma gravado) o significado da palavra "resignação".

A imagem é a da sua eterna morada... mas, no meu coração, morou e morará sempre!

14 setembro, 2024

ESTA CENA FOI HÀ CINCO ANOS...


... E NÃO CONSTA
CONTRARIAMENTE ÀQUELA OUTRA
QUE ESTA SEJA PRODUTO 
DA INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL
NÃO! 
ESTA É BEM REAL

13 setembro, 2024

MEDO! MEDO COM O TERROR LÁ DENTRO! (falando da Inteligência Artificial)


MEDO 

Houve um tempo
em que falando do medo
provei que qualquer medo
de susto ou enredo
não tinha nada dentro

Engano, ledo
pois apareceu novo medo
trazendo dentro
um terror violento

E o perigo
é que se mascara de sorriso

Rogério Pereira

12 setembro, 2024

UMA CELEBRAÇÃO QUE IRÁ FICAR CÉLEBRE - II

Lembram-se da imagem e de vos ter desafiado perguntando "quem conhecia quem"?
Na ausência de resposta, hoje apresento-vos o nº 1 - Franky Innocenti

“DE COMO O IMPROVISO PODE TOMAR CONTA DA ALMA”

Franky Innocenti é exemplo disso. Italiano radicado no país há cerca de 40 anos é hoje um oeirense assumido. Qual o seu génio? Piano. Dá conta das teclas  e elas são cúmplices. Toca em Oeiras e nas comunidades próximas, em centros comerciais e até em universidades. Não falha festas/feiras percorrendo o Pais.

E agora ele se apresenta. Não percam:

O QUE VALEM OS MEUS DIÁLOGOS COM O MEU CORPO - II


Todos diálogos são uma necessidade. A um nível mais corrente, falar com o outro é, por si só, um acto emérito. Fazer tertúlia é colocar o diálogo a um nível tão mais superior quanto maior for o número de elementos a dialogar. Por vezes o diálogo acontece entre espécies e esse é sempre belo, até porque demonstra inteligência no uso de linguagens diferentes...

Por falar em linguagens diferentes, nem sei que dizer da que tenho vindo a empregar quando me dirijo à minha próstata e ela me responde, ou quando faço apelo ao meu ânimo e ele cumpre o papel de me animar. 

Há quem desenvolva teses e leve a questão para a abordagem científica. Soube disso por via da Drª  Ana Sofia, a farmacêutica que me faz aviamento das receitas passadas pelo meu urologista. Por ela fiquei a saber como a Epigenética aplica a ciência à  biologia pessoal e melhora não apenas o bem-estar físico, mas também a qualidade e o carácter da vida diária.

Deu-me a pista e hoje estou no percurso do entendimento do poder da mente sobre o nosso corpo. Claro que não vou aprofundar este conhecimento. Vou limitar-me a usá-lo! E não por entretenimento ou curiosidade intelectual, mas porque preciso!

ler aqui todos o "Diálogos"

11 setembro, 2024

O NOSSO 11 DE SETEMBRO (poema-metáfora)


A janela, e a grade que puseram nela
Entre o espaço dali
E o de lá 
Havia um pequena fresta
E a luz da manhã
Vinha todos os dias beijar-lhe o rosto
E os sons da manhã
Vinham todos os dias acordar-lhe o sono
E os odores da manhã
Vinham todos os dias dar-lhe conforto 
Hoje, a fresta é uma gradeada janela
E nada lhe entra ou sai por ela 
Como é que se sai disto? 

Rogério Pereira/2012

10 setembro, 2024

OS RECLUSOS DERAM O SALTO NAS CALMAS? OLHA A NOVIDADE!...

Há 8 anos, escrevia eu, sob este título "Um bom projecto do qual não há o menor rasto (no terreno)" o que hoje aqui repito...
Mal sabia eu que estava antecipando as razões que estão na causa do que aconteceu... em Vale dos Judeus (realidade que tão bem conheci)


De um projecto que devia ter marcado profundamente a realidade prisional do País,  há ligeiro vestígio a provar apenas que terá existido. Existiu e dele se deu brado, entre 2005 e 2007: 14 reportagens/referências televisivas;40 artigos de imprensa; 2 grandes reportagens de rádio; 4 artigos em brochuras; 16 084 visitas ao site do projecto; 116 284 páginas visitadas; 20 apresentações públicas no exterior; 4 apresentações na Alemanha, Itália e Polónia;4 apresentações a delegações estrangeiras (Roménia, Letónia, Angola e Moçambique); 73 apresentações de divulgação interna.

Tanta projecção para agora só dele se lembrar quem mal pisa uma prisão. No terreno, nos estabelecimentos prisionais, ficou talvez só o amargo de ter acreditado e, assim, a descrença. O Projecto GERIR PARA INOVAR OS SERVIÇOS PRISIONAIS foi um "flop", um grande faz-de-conta. E podia não ter sido assim. Bastava para deixar marca, ter seus objectivos atingidos e a inovação acontecer, se o Ministro da Justiça do Governo de Santana Lopes o abraçasse e o integrasse num projecto mais amplo. Se o tivesse feito, o então Director Geral dos Serviços Prisionais teria dado força, ânimo e incentivo ao trabalho. O mesmo aconteceu no Governo de Sócrates, com o seu Ministro da Justiça e o correspondente Director Geral. PSD e PS repetiram o distanciamento e descansam no mesmo argumento tão estafado quanto errado para contra-argumentar às insistentes queixas de falta de guardas prisionais: o índice do número de guardas/reclusos são dos melhores do Mundo...

Prometi a uma ex-diretora de um estabelecimento prisional enviar-lhe alguma documentação sobre o projecto e descubro que o Projecto continuou a ser propalado como sendo de grande sucesso  Pessoalmente, duvido que o tenha tido. Por uma razão, no sistema prisional para além da falta de guardas, a sobrelotação canibaliza tudo...

Uma recomendação, esqueça a página www.pgisp.info.  a tal que teve quase 17 mil visitas... 

05 setembro, 2024

INSISTO! VÁ À FESTA E COMPRE O MEU LIVRO! (dele, hoje descrevo, da sua gestação ao lançamento)

"Comecei este livro num blogue. Páginas, poucas, editadas semanalmente, que vieram a recolher comentários de apreço e incentivo para, primeiro, que continuasse escrevendo e que, depois, passaram a reclamar que o texto fosse editado. Assim, a esses amigos agradeço e deles (dos mais frequentes) transcrevo palavras deixadas em alguns desses comentários. A todos deixo o meu reconhecimento, certo que a eles devo o incentivo para a publicação destas memórias, por mim vividas, numa guerra perdida e sem outro sentido que não fosse adiar a história. 
 – «Na tua narrativa dá para sentir o pó da picada, os odores das sanzalas... A zona por onde andei, Mucaba, Negage, Carmona é igual ao que tão bem descreves.» – A. Tapadinhas (Pintar a Palavra, Escrever a Pintura). 
 – «Li. Depois fui reler o Prefácio. Voltei e... embarquei. Há-de encontrar-me quando aportar. Ensombro ruas, ergo-me no meio do nada. Uma acácia rubra de Angola que viu chegar tantos em tantos navios...» – Acácia Rubra (acácia rubra). 
– «É muito criativo e disseca bem um tempo – memória difícil e intensa. Por essa altura eu escrevia cartas, por encomenda, a algumas vizinhas... Partiriam de avião para essa África distante… Esperamos o livro.» – Ana Tapadas (Rara Avis).
 – «A escrita do seu livro está a tornar-se cativante! Não nos deixa perder um único passo do que descreve. Utilizando, como raramente tenho visto, recursos on line, remete-nos para ilustrações que mais cor e data dão às suas palavras. Mas, não só. Também nos encaminha para leituras como o mimo que é «Terra de Siena Molhada», de Saramago, e o importante trabalho de José Carlos Oliveira, já meu conhecido. Como se não bastasse, o Rogério foi mais longe. Criou uma figura (Maria do Sol) porque logo me encantei. Fez-me lembrar, de imediato, Blimunda, que não era de Sol, mas Sete-Luas. Com que mais nos irá, agradavelmente, surpreender?!» – Carlos Albuquerque (Conversas daqui e dali).
 – «Não passei por essa terrível guerra colonial mas tenho conhecimento de testemunhos vividos de pessoas como o meu caro amigo que tendo sido violadas nos seus valores mesmo assim prestaram serviços de grande humanidade. A ditadura fascista massacrou povos utilizando como carne para canhão os nossos jovens em nome da barbárie e de interesses contrários a Portugal e aos povos colonizados. Os seus textos expõem a irresponsabilidade do sistema mas dão nota da sua personalidade de homem bom a cumprir ordens dos senhores da miserável guerra. Não apagar memórias creio ser o seu objectivo – por isso aplaudo o seu esforço de condenação da canalha responsável pelo massacre de tantas formas imposto. (Continuarei a seguir os seus relatos e se me permite ainda bem que não seguiu a “profissão”).» – Eufrázio Filipe (Mar Arável). 
 – «Texto para ler com atenção e delicadeza, para não perturbar as subtis metamorfoses da Alma e seus contrários...» – Herético (Relógio de Pêndulo). 
 – «Meu amigo: Em primeiro lugar é um privilégio para todos nós, ter-nos escolhido para fazer parte de um percurso tão marcante da sua vida. Descreve tudo de uma forma apaixonada e sentida, o que revela que tem presente todos aqueles momentos e vivências. Da guerra colonial, e como não tive familiares próximos naquela situação, só recordo as mensagens de Natal em directo e que sempre me comoviam e as medalhas póstumas que os “chefes de estado” colocavam no peito dos familiares que por lá tinham perdido os entes queridos. Nem imagino o que o Rogério deve ter vivido e sentido, longe da família, num cenário de guerra. Embora o seu humor amenize a narração, noto também saudade e angústia nas suas palavras. Que mais posso acrescentar, a não ser que estou fascinada e rendida à sua história de vida. Por isso, num domingo de manhã aqui estou a ler fervorosamente mais um capítulo.» – Fê-blue bird (Só te peço 5 minutos).
 – «Sempre me surpreendes pela positiva. Já te sabia “enfermeiro/médico” à força, mas digo-te que és bem melhor do que muitos dos reais que encontramos nos nossos consultórios. Diagnóstico errado, mas pelo sim pelo não, uma pequena colher de desparasitante e assunto resolvido. A substituição do nome do diagnóstico, para constipação, estaria mais próximo da verdade se estivesses no Reino Unido ou noutro país onde se falasse inglês. Adorei, como sempre.» – Fernanda, Ná (Na Casa do Rau).
 – «Como fui criado em Angola, dos 3 aos 29 anos de idade, compreenderá que muitas das situações que conta não são novidade para mim. Vi coisas muito más e, outras, fantásticas, no que se refere à convivência entre raças. A mim, pelo que vivi e aprendi na vida, e na leitura, não me custa nada perceber como se pode ser humano em qualquer situação. Mesmo nas extremas. Estou a gostar e está muito bem enquadrado e bem escrito.» – Fernando Freitas (A Beiça). 
 – «Desta vez vou apenas dizer-lhe que é em alturas como esta, quando um texto seu me comove até às lágrimas, ainda por cima acompanhado do pequeno excerto de uma carta que, religiosamente, guardou, que eu fico cheia de remorsos!» – Janita (janita). 
 – «A força de um testemunho, que “cala” os silêncios.» – jrd (bons tempos hein?!). 
 – «É uma narrativa que prende o leitor pelo tom leve. No entanto, não deixa de dar a conhecer alguns dos azedumes de uma época em que o mundo decorre a dois tempos distintos: A chegada à Lua, signo do progresso do Homem e a Colonização, signo da sua pequenez. Maravilhosa é a forma como utiliza esta dicotomia e tece com as palavras relações tão inesperadas e divertidas…Tem todos os ingredientes para captar a atenção do leitor. Movimento, humor, apelo aos sentidos, suspense... E o encanto próprio do narrador autodiegético, pois que também ele é personagem, ou melhor, personagens. Sobre os cheiros (de África)... Sei que a memória guarda um espaço de eleição para eles. É através deles que muitas vezes nos vemos a viajar no tempo de encontro a lugares e momentos do passado.» – Lídia Borges (Searas de Versos). 
 – «Um texto comovente e sério. Relato de um tempo em que os pais viviam a angústia de acompanharem apenas à distância o crescimento dos filhos, não sabendo se, na verdade, os voltariam a ver. Sei do olhar das mães, cheio de incerteza e medo, e do quanto faziam para esconder tudo isso das suas crianças. Sei também das cartas que escreviam aos pais delas. Poucos seriam aqueles que reflectiriam, na altura, sobre os fundamentos teóricos da educação da criança. Os princípios educativos estavam de tal forma firmemente interiorizados que educar era igual a fazer crescer (com tudo de bom e de doloroso que isso implica).» – Maria João Martins (Pequenos Detalhes).
 – «Apesar de ter escapado à tangente dum percurso idêntico a esse e no meu caso não passaria de um soldado “raso”, não consigo ler os “caminhos do seu navegar” sem me abstrair de estórias da guerra colonial que fui ouvindo e lendo. Confesso-lhe que nunca li nada que um qualquer autor publicasse que descrevesse uma “viagem” duma forma tão apaixonante e me agarrasse tanto a ela.» – Rodrigo Henriques (Folha Seca)."

(este texto integra o prefácio)

E veja como foi o lançamento...

 

 

04 setembro, 2024

VÁ À FESTA... CHEGANDO LÁ, RECOMENDO...

... recomendo que visite esta Festa dentro da FESTA...
 
... e de lá não saia sem comprar o meu livro!

Se já tem, compre na mesma pois é uma boa oferta a quem importa passar essa memória de afectos, angústias e medos, por mim tidos e vividos em terras de Angola, durante a guerra colonial, nos anos de 1969 a 71

( o valor das vendas revertem para o colectivo que montou a Festa!)

31 agosto, 2024

SÁBADO... FOI ASSIM A SEMANA QUE HOJE FINDA



O que o vídeo exprime dá bem ideia de um horror que não pára. Esta semana aconteceu a matança em Gaza ir-se estender à Cisjordânia e ao Líbano. Mau demais para ser humano... 

Referir o que de bom, correu para mim, só o faço como forma de encontrar ânimo.
E a primeira coisa boa a registar, também tem a ver com a guerra, pois esse meu tal livro serve para celebrar a paz. Foi confirmada a autorização para a venda dos últimos exemplares na Festa do AVANTE. 
E como uma boa notícia nunca vem só, houve esta semana notícia de estar praticamente assegurada a segunda edição...




 

30 agosto, 2024

PENSANDO A TRAÇO FINO: O VERDADEIRO EGOCENTRISMO

 

O egocentrismo não é tão só e apenas pedantismo, presunção, egoísmo, vaidade, egolatria, empáfia, jactância, impostura, bazófia. Isso, são comportamentos excessivos de um egocêntrico. O normal, o verdadeiro egocentrismo, é todo o ser que julga o mundo de uma maneira fechada à sua própria visão. O ser egocêntrico vive fechado numa bolha, é incapaz de se sentir com a pele do outro e, num limite, é incapaz de se associar a causas, a movimentos, de "estar em família"...

... e o drama que estamos vivendo resulta, em larga medida, da tendência crescente da incapacidade de se olhar e sentir o outro!

Repito o tema depois de há muito lhe ter dado a forma de poema:

Saudação aos umbigos da nação
Passa-lhe tudo ao lado
Nada tem a ver consigo
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo

Tornou-me assexuado
Basta-lhe o amor recebido
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo

Canta, declama, fala e é escutado
Pelo seu mais velho amigo
Está louco e encantado
Com o meu próprio umbigo

Desdenha ou comenta com enfado
Os porquês dos caminhos que sigo
Está louco e encantado
Com o seu  próprio umbigo

Faz poemas e num verso bem alinhado
Com ele próprio parecido
Ficou mais que enfeitiçado
Com o seu próprio umbigo

Um dia, depois de por momentos se ter perdido
Reencontro-se. Era ele. O próprio umbigo

Rogério Pereira/Abril 2012


29 agosto, 2024

DEPOIS DE ME TER SENTIDO FRANCISCO, HOJE SINTO-ME CARDEAL

“Vivemos um défice de cidadania, não só civil, mas também na pertença à Igreja. Estamos muito habituados a pronunciar-nos em circuito fechado, porventura, ou num teclado, que é muito mais cómodo, e depois, quando chega a hora de dar o corpo ao manifesto, pessoalmente, e arregaçar as mangas juntos e fazermos caminho, a adesão é mais lenta”

Estas palavras dele bem podiam ser palavras minhas...


28 agosto, 2024

ARREMEDO DE POEMA, COM SALVA AO FUNDO


VERMELHAS GERBERAS 
(Arremedo de poema, com salva ao fundo) 
Esvaziadas do momento
as pedras, mantêm memória
de um outro tempo
alheando-se deste
enquanto este se alheia delas
das pedras 

Nem a erosão dos salinos ventos
apagam vestígios dos mares nunca dantes navegados
e dos arrojados mareantes que deram
como foi escrito, tantos mundos ao Mundo

Outros são os tempos  
onde, Portugal, que já foi o centro do Mundo 
hoje se assume como periferia
orgulhosamente
ao invés do que tanto podia ser
nesta Europa de mal-lhe-querer 

As pedras não exultam
perante tratados e pactos
nem reclamam
se tais actos rompem  
a iconografia, o imaginário
o sonho
de um povo 

Os claustros não choram
perante fúnebres exéquias
São pedras,
(com povos dentro) 

Entre um tempo e outro
pelo caminho ficou o sonho
da Jangada de Pedra

Que aconteceu aqui?

O olhe que não,
olhe que não
passou 
a um olhe que sim,
olhe que sim
A terra voltou a deixar de pertencer a quem a trabalha
E a Democracia
passou a ser essa, esta
que dia a dia se suicida  

Ai Portugal, Portugal
Onde os cravos da nossa esperança?

Podem vermelhas gerberas 
por serem belas
tomarem o lugar da flor de Abril?
(A resposta é uma salva de 25 tiros)
Rogério Pereira

27 agosto, 2024

UMA CELEBRAÇÃO QUE IRÁ FICAR CÉLEBRE


Sim, a festa deste Aniversário irá ficar célebre. Embora seja uma muito jovem associação, a sua inserção nas comunidades locais, nas escolas, nos bairros sociais e nas paróquias é já uma realidade... A arte, a cultura, a intervenção cívica e as suas múltiplas actividades são as linhas de força que nos anima e orienta.

Convidamos todos esses artistas e grupos, mas, para além disso, o programa irá ter algumas surpresas, que convém que continue a sê-lo. 

Atendendo a que ainda falta exactamente um mês iremos ter tempo para entrar em alguns detalhes e o grande objectivo é encher a sala.

Agora fica o desafio: quem conhece quem?

26 agosto, 2024

NÃO FUI DE FÉRIAS... MAS RELEMBREI A ALEGORIA DAS PEDRAS


"Eu grito para um animal, ele foge. 
Eu grito para uma planta, ela não foge, 
mas talvez sinta algo, (...)
E eu grito para uma pedra e nada: 
nem foge nem sente coisa alguma." 
Gonçalo M. Tavares

As pedras andam tristes, 
mas pouco se mexem
Não é verdade
Não é verdade, que na hierarquia dos elementos
não haja momentos
em que a pirâmide não se inverta
e se movimente
aquilo que aparentemente
não se movimenta
e não sinta
o que qualquer outro ser sente

As citadas pedras, são o caso
Conheço as que se vão deixando estar
deixando estar, sem mudar de lugar
mas vão mudando
mudando lentamente
mudando seu estado
de pedra bruta a "calhau rolado"
e rolam, rolam, rolam
ao sabor das ondas e de cada maré
e falam, parecem dizer, "É triste, não é?"
As pedras estão convencidas que é seu destino

Só numa coisa o Gonçalo tem razão 
"tudo o que é divertido...
... tem dois lados sérios"
e
"tudo que é sério...
... tem dois lados divertidos"
Precisamos de dizer isso às pedras

Rogério Pereira

 

NOTA: Poema reeditado de um tempo rodeado de amigos

24 agosto, 2024

COMEÇARAM, ONTEM, AS FESTAS DE PAÇO D´ARCOS


A convite da Presidente da Junta, lá estive. Colhi imagens, muitas, muitas, muitas. Algumas delas das cerimónias oficiais, iniciadas com o desfile da Banda dos Bombeiros Voluntários de Paço d´Arcos a que seguiram discursos e depois o resto... Colhi essas imagens todas mas edita-las seria distrair destas... 

 

23 agosto, 2024

SERÁ QUE A MADEIRA PRECISA... DE UMA BRAQUITERAPIA?


Ficámos a saber, como a ministra deu a conhecer, que o problema da Madeira é no âmbito da urologia. De facto o cancro está diagnosticado... mas será que vai ser necessária uma braquiterapia

(Não se ria, o assunto é mesmo, mesmo, mesmo... muito sério!)

vídeo cedido pelo Cid Simões