Estava eu a pensar naquelas manigâncias e naqueles truculentos discursos à volta do "Ornamento Geral do Estado" antevendo o que se vai passar no "Para_lamento" quando me veio à mente a falta que nos faz hoje um corpo redatorial como o tinha o "Diário de Lisboa"* e daí a recordar "A Mosca" foi um passo. Daí a recordar Sttau Monteiro, foi um salto. Estava eu nestas lucubrações quando me recordei do que escrevi para "O Tornado"... que transcrevo:
"Não houve ponta de nostalgia quando, em Janeiro de 2011, com a minha primeira edição das “Redacções do Rogérito” eu recordava as da Guidinha.Julgo que o mesmo se passará com a autora das redacções da “Nova Guidinha”. O que me move, e o que a moverá a ela, não é apenas o prazer lúdico de brincar com as palavras mas, sobretudo, a redescoberta de uma forma de comunicação que conseguia romper com o espaço espartilhado e vigiado pela censura fascista.Faz sentido hoje reinventar o objectivo e o estilo? Eis uma pergunta que seria (quase) disparatada, não fosse a lembrança de intervenções de alguns jovens jornalistas no seu Congresso, em Janeiro passado e o sepulcral silêncio a que as remeteu a imprensa.Inquieta? Não tanto como no passado, mas é seguro estar alerta. É que se é verdade que os processos repressivos de então já não terão mais lugar, não é menos verdade que bastará a ameaça da omissão, do desemprego ou do trabalho precário para que o resultado seja o mesmo.Parafraseando uma célebre frase, diria que é preciso que muita coisa mude, para que tudo fique na mesma.Aproveito para render homenagem ao “pai” da Guidinha (Sttau Monteiro) em tempos em que a Justiça pactuava com o “regime” e em que a liberdade era crime."
Eram tempos para onde tendem os tempos de hoje...
*Jornal onde trabalhei, como revisor de imprensa
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