30 setembro, 2020

PORREIRO, PÁ!

Os primeiros parabéns...

Durão Barroso que, como sabemos, depois de ser quem foi e continuar a ser o garante da distribuição equitativa da riqueza mundial, pelo elevado cargo que detém no Goldman Sachs, vai ser o garante da distribuição equitativa da vacina anti Covid. 

Assim se assegurará a acessibilidade a ansiada vacina e fica praticamente garantida a imunização de todo o mundo, em particular nos países em desenvolvimento.

Marcelo e Costa já manifestaram a sua satisfação e, ao que (me) consta, o líder do Chega ter-se-á resignado por não ter sido ele o indigitado, reconhecendo que Durão teria curriculum mais pesado! 

29 setembro, 2020

Não o Sonho...

Talvez sejas a breve
recordação de um sonho
de que alguém (talvez tu) acordou
(não o sonho, mas a recordação dele),
um sonho parado de que restam
apenas imagens desfeitas, pressentimentos.
Também eu não me lembro,
também eu estou preso nos meus sentidos
sem poder sair. Se pudesses ouvir,
aqui dentro, o barulho que fazem os meus sentidos,
animais acossados e perdidos
tacteando! Os meus sentidos expulsaram-me de mim,
desamarraram-me de mim e agora
só me lembro pelo lado de fora.

Manuel António Pina

Poema que se ajusta ao momento, roubado ao Bulimundo


27 setembro, 2020

Ela passou a ser referência...

Esta imagem tem alguns anos, mas foi assim que ficou o tacho depois do nosso repasto e, então, deu azo a mais uma minha gabarolice que na altura a fez comentar, com o seu jeitinho bem conhecido, "maluco!" 

Escrevia eu então (2016) 

«Lá em casa, para evitar a violência doméstica (ela é uma fera), deixei aprontada uma lasanha e fui, a correr, preparar outro prato, num outro lado onde tinha a cargo tarefas diversas...» 

O tempo foi passando e fui perdendo as referências que tinha e ela foi-as acumulando, por tabela. 

Hoje, ao jantar, o meu neto lá ia dizendo "Pai, esta carne assada está quase, quase, como a avó fazia!" responde-lhe o meu genro, questionando, "E a sopa?" Responde-lhe o Diogo:

«A sopinha está cremosa, está igualzinha à dela, como a dela!»

E ambos os tachos ficaram no mesmo estado, não sobrou nada, o meu genro ficou inchado de orgulho e ela passou a ser a referência...

26 setembro, 2020

A sua nova morada... mas em nosso coração morou e morará sempre!


Hoje foi um dia muito emotivo cumprindo um desejo expresso, em dois momentos, por pessoas diferentes: meu genro e meu neto. 
«Areia Branca? Ah pois, Areia Branca. A praia onde a minha Teresa perdeu a aliança de noivado que Minha Alma lhe tinha dado. A praia onde prolongámos a Lua de Mel. A praia onde minha primeira filha disse a primeira palavra, a segunda teve a primeira doença e a terceira fez como a primeira. A praia onde os meus quatro netos, com diferenças de quinze anos, foram por lá passando. Ano a ano, fazendo crescer os talheres na mesa, diferentemente posta num qualquer quintal, debaixo de tantas árvores conhecidas, mas sempre diferentes... Não escreva eu sobre os lugares por onde passei e eles não falarão de mim.»
É a sua nova morada... mas, no nosso coração, morou e morará sempre! 

25 setembro, 2020

Há uma Igreja que me inspira... e é a mesma que "me faz saltar a tampa"! - 3

Sim, o projecto estava em marcha mas parou. Mas a ele devemos voltar. Ele foi inspirado... não, não vou voltar a explicar, caindo na esparrela de voltar às divisões da Igreja, posts anteriores a que ninguém ligou peva. Já dele, do projecto, vos tinha falado antes, num dia de lufa-lufa a que em breve hei-de voltar.

Quanto ao inquérito, podem dar uma olhadela, talvez contribua para uma melhor literacia e maior participação em actos de cidadania, de que as eleições são de tudo a base.

 

24 setembro, 2020

Há uma Igreja que me inspira... e é a mesma que "me faz saltar a tampa"! - 2

 Continuando...

A tal Igreja que me inspira, leio dela no jornal on line SETE MARES sobre a educação para a cidadania um texto inspirador que me empurrou para acção. Da acção falarei no próximo post. 

Quanto ao texto, a parte que inspirava, assim versava:

«As várias instituições (a nível europeu e nacional) têm de começar a procurar ensinar cidadania e processos de participação e envolvência política. Da mesma forma como na escola se apela a criar e realizar actividades ligadas ao ambiente, nas quais se faz uma consciencialização para a problemática desde cedo em aula que, de resto, tem sido bem-sucedida. Saber como funciona um Parlamento, quais são os vários órgãos fundamentais do país e da EU, como é que eles afectam as nossas vidas, etc., também é essencial.»

Quanto à Igreja que me "faz saltar a tampa", só a imagem assusta e o que está escrito fez com que exclamasse: «Mas... D. Manuel Clemente alinhou nisto?»



23 setembro, 2020

Somos todos jardineiros...

No meu bairro, à beira de comemorar o seu 50º aniversário, ainda perdura aquela relação de boa vizinhança, a mesma que reforça o sentido em se falar de comunidade, de laços solidários, de amizade de que se dá amiúde testemunho por longas conversas de praceta, de vão de escada ou até mesmo nas reuniões de condóminos que periodicamente vão acontecendo e tantas vezes são autênticas tertúlias,  povoadas de sorrisos.

Haverá excepções, mas eu falo da regra, e a regra herda um passado não alheio ao sentido colectivo que sempre uniu seus moradores.

Hoje, ao fim da manhã, um bater muito suave soando a bater de nó de dedo, tímido, quase a medo fez com que tenha aberto a porta, sem espreitar pelo ralo. Era o meu vizinho de cima. Na mão pendurava um vaso e o rosto era o espelho da alma quando me dizia que aquela planta era um abacateiro e que a ia plantar, no logradouro ajardinado fronteiro ao nosso prédio. Fez um pequeno silêncio e depois foi-me dizendo:

É a nossa homenagem à dona Teresa. 

Eu cheguei a dizer não sei o quê e de seguida acrescentar mais qualquer coisa, mas a voz embargada não deixou que dissesse mais nada. Emocionei-me e ele se emocionou também.

E o abacateiro lá está. Seremos todos jardineiros, disponíveis para cuidar e prontos para colher os primeiros frutos que haverão de ter um doce sabor a saudade...

22 setembro, 2020

Há uma Igreja que me inspira... e é a mesma que "me faz saltar a tampa"! - 1

A Igreja inspiradora está patente na imagem que mostra D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, durante uma conferência de imprensa em 12 out 2019, onde, entre coisas igualmente inspiradoras, o cardeal português sublinha que o problema da abstenção “denota um défice democrático” e “desinteresse pela coisa pública”. Diz ele, segundo um texto publicado em local insuspeito:

“É a própria democracia que está em jogo. A democracia não é um dado adquirido, vai-se construindo com o contributo de todos e todos os dias temos de trabalhar para a manter diante das ameaças que chegam diariamente através das ondas de choque populistas”

e, mais à frente:

“Não basta responder com slogans, análises superficiais, mas procurar fazer reflexão profunda, objectiva, científica, sobre as situações que provocam estes populismos, também acção de formação e iluminação das consciências".

Sobre o que estas palavras me inspiram falarei noutra oportunidade, vejamos agora outras posições, as tais que me fizeram  "saltar a tampa". São do Cardeal Patriarca de Lisboa e outros Bispos, sobre a disciplina "Educação para a Cidadania e Desenvolvimento". Leiam. Eu li e tremi...

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PS: Como terão percebido, mexo. Estou vivo (embora me vá pesando o desgosto)


21 setembro, 2020

Agradecimento

Obrigado pelo vosso carinho e incentivo. Deu-me força! Deu-me ânimo!
Há 10 anos atrás escrevi um poema
Mantém toda actualidade!
É o que me vale...
(ela continua a fazer parte de mim e não me canso de o repetir...)

20 setembro, 2020

Eis senão quando, alguém acende uma luzinha...

Centro de Canoagem de Alvega

Dei conta ontem de um passeio triste, passando por paisagem que fora bela, que agora a desfeava os múltiplos sinais de abandono, a desertificação, as ruínas por onde passei e que, tendo descido à beira Tejo, falei com as águas e, por acaso, com um jovem que por ali estava e cuja conversa guardei para a ela voltar um dia, quando calhasse.

Calhou hoje. Por detrás do edifício do Centro de Canoagem de Alvega, sem sinais de uso, o referido jovem começou por ser um vulto indistinto até me aperceber ser gente. À medida que me ia aproximando percebi não ser pescador. Já próximo, ele deu por mim, e perguntei que fazia ele ali com água pelo joelho, fato adequado para entrar Tejo dentro. Ele foi dizendo quem era e o que estava fazendo. Que era aluno da Faculdade de  Ciências, que estava ali em estudo, que o estudo se inseria numa investigação relacionada com a sua tese de mestrado, que estava ali em Alvega, como já tinha estado na Barragem de Fratel e noutros pontos, a colher dados de qualidade da água. Depois referiu fases seguintes da investigação, sem grande detalhe, mas que deu para perceber que ele acreditava na ressurreição do rio, e do regresso de muitas espécies, desde que, e que...

À medida que ia falando, ia eu pensando que ele era uma luzinha de esperança...

À despedida, perguntou se eu era lá da terra. Eu disse quem era e o que fazia ali.  Ele comoveu-se e eu também.

A tal alegria leve que equilibra a lágrima... e esta, embora leve, é perene


 Quatro dias mudando rotinas. Quatro dias na quintinha da minha-mai-velha, perto de Alvega. Passeios dados por carreiros em campos atapetados de folhas amareladas, por entre milheirais, nas cercanias pejadas de casas abandonadas e onde só uma ovelha de entre tantas concentrou a atenção no meu passo triste. Desci à beira Tejo onde falei com as águas e, por acaso, com um jovem que por ali estava e cuja conversa guardei para a ela voltar um dia, quando calhar. Até que chegou este sábado, dia que não posso deixar de assinalar entre afectos de filhas, genros e netos. A tal alegria leve que equilibra a lágrima... e esta, embora leve, é perene... E foi tão bom!
Se houve uma não-ausente? Sim, mas estará sempre presente, mesmo durante os meus passeios tristes...

17 setembro, 2020

EQULÍBRIO ENTRE A PENA E A PEDRA


 

Não pena de penar
O que conta é a leveza
Que dê para equilibrar
Este peso, esta tristeza
Que tanto agora me pesa

Já tenho a lágrima, a pedra
Procuro a leveza da pena
Procuro ainda que muito leve
Uma pequena alegria perene

12 setembro, 2020

HOJE, UMA VISITA HÁ MUITO ADIADA ACONTECEU... E FOI TÃO BOM...

O Arlindo, o Zé e a Fernandinha.

Visitei-os. Depois de quase 20 anos de não-ausências foi o dia de pôr a escrita em dia.

Primos, nós somos como irmãos, pois temos os mesmos avós, pois temos o mesmo sangue, pois  guardamos na memória tudo o que é passado comum e que foi hoje relembrado, sem saudosismos... 
Porque somos a memória que temos!

A tertúlia teve uma personagem central que esteve não-ausente, pois volta-não-volta era de "nossa menina" que falávamos.

Os nossos avós
E sobre a promessa que lhes deixei de lhes facultar textos meus sobre uma universidade pela qual passámos todos nós, hoje mesmo a cumpri. 
Em mail, que lhes enviei reafirmei que a quintinha dos nossos avós foi a nossa grande universidade da vida, e aqueles amados velhos foram os nossos grandes professores... 
Joaquim Bento e Mariana, os seus nomes... 
Seguiram os links: sobre a "escola da minha vida"; sobre "um conto ao domingo"; depois um outro "conto ao domingo,"; ainda um outro conto, mas de Natal; aquele texto sobre a flauta que hoje me faz tanta falta; e outro em que exclamava "Boa Malha!"

Boas recordações!, e quando me despedi deixei outra promessa: 
Quando a "nossa menina" puder 
havemos de voltar a recordar



 

11 setembro, 2020

EQUILÍBRIO ENTRE A ESPERANÇA E O DESESPERO

 

Entre um e outro dedo
alguém pôs um fio fino
e me apontou o caminho
que atravesso a medo

E deu-me um primeiro fardo
a que chamamos esperança
que é um esperar sentado
impotente ao que aconteça

E deu-me um segundo fardo
a que chamamos desespero
e caminhei sobre o finíssimo fio
procurando o difícil equilíbrio

Ainda não cheguei ao fim...
Se tremo? Tremo
Se balanço? Ó, tanto
Mas ainda não caí




10 setembro, 2020

EQUILÍBRIO ENTRE A EMOÇÃO E O JUÍZO


Todos os dias procuro
e tenho conseguido
o meu equilíbrio
entre a emoção e o juízo

Em cada dia que passa
procuro sem desespero 
todo o sentimento
da gargalhada à lágrima
até àquele grito de raiva
que me dá alento 
e prontidão para a luta

Quanto ao equilíbrio
é pesado o meu juízo
entre a dor e sorriso
E vem lá de não sei onde
aquela frase batida
já bem conhecida

O impossível
é tão só e apenas
aquilo
que ainda não aconteceu!

09 setembro, 2020

Ah, se houvessem os médicos que não há!


 A imagem é uma foto minha, caçada num dos noticiários da SIC Notícias*. Coincidência, ou não, o reflexo é, por ironia, uma estrela brilhando sobre a especialidade que tanta falta nos tem feito. Ela está em Medicina Interna e a competência e esforço da equipa supera, de alguma forma, a falta de médicos. Os que lá estão, "fazem das tripas coração". 

O problema, problema com a escassez de médicos, aconteceu quando foi preciso um anestesista, não havia... e o exame levou mais de 20 dias para ser feito...

 * Noticiado também nos jornais



08 setembro, 2020

E eis senão quando... uma luzinha...

Nós, aos 17 anos

Toca o meu telemóvel, de pronto atendo e oiço a voz dela
Ela - Olá!...
Eu - Que bom teres ligado... Então?
Ela - (...), (...)
Eu - Não, não fales. Falo eu. Já sei tudo de ti. Sei que estás e tens andando sonolenta, mas a razão está na medicação. Sei que ontem tiveste consulta no IPO para avaliar se era possível desfazer a massa que está alojada no pescoço e que a resposta foi positiva. Sei que hoje tiveste o primeiro tratamento. Sei que fizeste exame aos pulmões e que correu bem pois não houve sinais de líquido mas que amanhã vão continuar a controlar. Sei que a infecção na costura do dreno não estando assanhada, vai levar tempo a curar...
Ela - Mas estou tão chochinha...
Eu - Queres que te leve alguma coisa amanhã? Uma sopinha?
Ela - Pões sempre tanta... quero... quero... poucochinha!
Eu - E que tal um queque, daqueles aqui da Parede!
Ela - Sim! ... São... bons!
Eu - Bom, vamos desligar para não te cansares... Beijinho!
Ela - Xau!

E desligámos


06 setembro, 2020

Ricardo Araújo Pereira e a metáfora do comboio que partiu atrasado

Estava a composição na estação de partida, em hora próxima à que figurava no horário, quando os altifalantes alertaram 

"Senhores passageiros das três últimas carruagens, façam o favor de abandonarem a composição e esperarem pelo reforço de lugares, para que toda a segurança seja garantida".

Ordeiramente,  aquela gente que se apertava como sardinha em lata, saíram. Esperaram no cais. Entretanto chegaram mais três carruagens. Os passageiros, ajudados por diligentes funcionários, foram distribuídos pelos antigos e novos lugares. A quem não tinha máscara colocada foi recomendado que a pusessem. 

Com 15 minutos de atraso, o comboio lá partiu.

Claro que isto não se passou no comboio que figura na imagem mas sim num outro lugar onde esta história foi muito mal contada...

__________________________...mas eu estava lá!

04 setembro, 2020

A propósito de um evento que tem andado na berlinda!

 
 
Tudo o que é belo
resulta de um traço
prévio
e outro, e outro, e outro
cada um mais cuidadoso
para que nada saia torto 

Tudo o que tem harmonia
requer que o gesto 
rime com o traço
previamente desenhado
que lhe determine o ritmo

O resto 
só bate certo
pelo desempenho de um colectivo

A música? 
Sim, ajuda
... e o resultado é perfeito!

 

03 setembro, 2020

«Uma Festa do Avante! em tempo de crise»


Estão a ver aqueles pontinhos brancos? Em cima deles estará gente!

Estão a ver as linhas que estão a ser desenhadas? São caminhos para chegar aos tais pontinhos!

Se eu vou estar? Sim vou!

Se ocupo um ponto? Não, pois terei de estar pronto para estar noutro lugar... e a toda a hora tal poderá acontecer... 

(leia, pois a ler é que se fará luz na consciência e isto em mais lado nenhum aparece escrito)


Nova mensagem (fora de horas)


Isto é uma tábua! Ou melhor, são duas! Pudera eu juntar florestas e em todas as tábuas do Mundo nelas inscrever a bela, justa e urgente frase:

«... se a circunstância não é humana, humanizemos a circunstância»

Karl Marx

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A imagem acima

é muito antiga...


01 setembro, 2020

Parar? Eu?

As filhas empurraram e quando as filhas empurram dão alento e a gente vai. 

E foi assim que fui! Acabo de chegar da entrega de 50 "garrets" a um director de uma companhia de teatro. Do que falo? Falo da campanha! Essa mesmo! E que vai continuar! 


Mas qual campanha? Ora veja aqui, ou então neste outro lugar!

Os garrets são liiinnndos!