29 junho, 2023

FESTEJANDO O FIM DO ANO (O LECTIVO)


Quando cheguei já a festa do fim do ano lectivo, para "aquela turma", tinha começado. Algumas das alunas nem se dera conta da minha presença até que uma ovação, premiando a minha entrada, juntou a unanimidade 
As professoras Helena Nascimento e Adélia Leitão, competentes e habilitadas no uso do método Paulo Freire para lutar contra o analfabetismo, estavam presentes.
Quando entrei estava a Profª Helena a meio do desafio lançado às alegres alunas, convidando-as a, cada uma, escrever uma história, comprometendo-se a diligenciar a sua edição. A Olívia (Presidente da "Desenhando Sonhos" e a quem se deve a iniciativa deste combate ao analfabetismo) disse-me depois que tal trabalho colectivo da turma seria, por assim dizer, o exame final ( a realizar no próximo ano) o qual permitiria ao Centro Qualifica emitir o respectivo diploma.

Falando de livros, eu levava um braçado deles para oferecer a cada aluna. Tratava-se da minha primeira obra "Almas Que Não Foram Fardadas"...

A Olívia pediu uma ovação para as duas professoras, fazendo referência ao seu excelente trabalho.


A Olívia pediu à Profª Helena para falar da outra oferta, um livro de poemas "Da Pele e da Saudade" da autoria de Pedro Antunes, tendo esta salientado a importância do poema para desenvolver a oralidade...


... e a tertúlia continuou animada... mas não deixando, as presentes, de pousar para a fotografia.. Continuaria depois num pequeno lanche. Nessa altura, foi a hora de me pôr a andar (estou proibido de me deliciar com coisas doces)




 

28 junho, 2023

AO QU´ISTO CHEGOU!


Entretanto, também no Diário de Notícias, no seu EDITORIAL, escreve-se:

"Muitas famílias já estão com a corda na garganta porque o dinheiro não chega para pagar a prestação da casa, a conta do supermercado e os custos de energia e, à beira de irem de férias ou de tentarem pelo menos respirar e descansar, ficam ainda mais inquietas. Um mundo de incertezas permanece Christine Lagarde explicou que existem duas fontes de incerteza que afetam o "nível" e a "duração" das taxas diretoras.

O dinheiro não estica e a despesa sobe consistentemente. Dispara a conta do banco, dos alimentos (até mesmo os produtos com IVA zero estão em alta de preço, como é exemplificativo o caso dos ovos) e a energia ainda está demasiado cara. Ao ouvir Lagarde, ficamos com duas certezas: vamos ter de continuar a apertar o cinto e é cada vez mais difícil fazer previsões para a gestão do orçamento familiar. Como assumiu, a política é decidida caso a caso, reunião a reunião. Problema? A população ativa não está preparada para tamanha instabilidade. Nas últimas décadas as taxas nunca terem subiram tão rapidamente e ainda que façam ginástica financeira ou procurem um analgésico potente, capaz de aliviar tamanho impacto, nenhuma terapêutica está a funcionar. Hoje começam a ouvir-se relatos de casas entregues ao banco e do regresso de casais jovens à casa dos pais. Podem ser ainda casos pouco representativos, mas são micro sinais de um problema que pode virar macro, como aliás recentemente alertou o FMI."

 

27 junho, 2023

UM POEMA QUE ME FOI DEDICADO FEZ CRIAR EM MIM UM COMPROMISSO...


Sobre o que ontem se passou com as crianças daquela escola, já disse o que ontem disse. Mas não disse tudo. Este poema, escrito e dito por duas crianças, além de me tocar fundo, fez-me assumir um compromisso: o de fazer, no resto da minha vida, um caminho preenchido pela escrita.

Obrigado Laura! Obrigado Guilherme! Obrigado por tão ternurenta oferta. Obrigado queridos meninos, por me apontarem o caminho!

Um acontecimento
real*

Um conto para crianças
Não há melhor
Do que estas lembranças
De um senhor
Que com grande amor que
Se fez autor!

Um acontecimento real*
E um conto fatal
E um pouco pessoal...
Só para não dizer, muito sentimental!

Rogério Pereira, o melhor escritor do mundo.
Fez de mim um escritor profundo,
Por mais de um segundo!!

Laura e Guilherme 

(*) "UM ACONTECIMENTO REAL" 
título do último conto do livro
 "CONTOS PARA SEREM CONTADOS"



 

26 junho, 2023

COM TANTA CRIANÇA À NOSSA FRENTE, COMO TUDO FOI DIFERENTE (Minha Alma ia-se afogando naquele mar de carinho!)





A Prof.ª Sónia, Directora da EB1Sá de Miranda, tinha há dias me convidado a ir à Escola pois os alunos queriam conhecer o autor. Combinámos a data/hora, antes de findo este ano lectivo, e a sessão aconteceu esta manhã. Porque tínhamos sido avisados de terem os alunos realizado múltiplas actividades, eles reclamavam todo o protagonismo. Assim, e num cenário onde se destacava a exposição dos originais da ilustrações do meu livrinho, da autoria da Sílvia Mota Lopes, a abrir a sessão a Olívia (Presidente da "Desenhando Sonhos") foi breve e passou-me a palavra, pois era a mim que as crianças queriam conhecer. 

E falei da importância dos avós, falando dos meus. Disse-lhe que tudo o que sei na vida foi meu avô que me ensinou, tudo o que aprendi depois disso formam pequenos acréscimos e detalhes que confirmaram o que ele me tinha ensinado. Falei do amor aos contos e á escrita, herança que ele me deixara. Falei dos meus primeiros poemas e do facto de ter obtido o 2º lugar com um poema cujas duas primeiras quadras ainda as tenho na memória (e, nessa altura, recitei-as) e terminei referindo influências de outros contistas apontando que os escaravelho, personagem de um dos meus contos, tinha-o roubado a José Saramago. Nessa altura, perguntei á atenta assistência: "Quem leu já a Maior Flor do Mundo?" e foram ouvidos muitos "Eu" e vistos outros tantos detidos no ar. Nessa altura, disse, "Agora, vá lá, é a vossa vez".

Das duas turmas do 4º ano que estavam presentes,  cerca de 50 crianças, sucederam-se várias participações. Desde leituras de um conto, seguindo o formato jogral até curtas citações das leituras tidas e inscritas em desenhos (e foram muitos) até à leitura de um poema que me foi dedicado. E se o meu ego já vinha crescendo aqui ficou mais que inchado...

A encerrar, vinham-me oferecer todo o seu trabalhando e dar-me um doce e ternurento abraçinho. Foi lindo.

Como observadores, estava uma turma do 3º ano a antever coisa que lhes irá acontecer no próximo ano lectivo, em que lhes será doado a segunda edição do meu livrinho.

Ora vejam as minhas lindas prendas!




25 junho, 2023

PORQUE A LUTA TAMBÉM É CULTURA, ESTIVE LÁ A DAR UMA AJUDA


Hoje, na Quinta da Atalaia, aconteceu a primeira jornada de trabalho mobilizando camaradas a amigos que de modo voluntário participam na construção da Festa, aquela que não há outra como ela. Mesmo sob um sol abrasador, mesmo com forte limitações físicas, apareci por lá e dei uma ajuda. Foi pequena e curta? Sim foi, mas quem dá aquilo que pode... a mais não se é obrigado! 




 

24 junho, 2023

PELO SÃO JOÃO, SÓ ALHO PORRO, MARTELINHO NÃO!

(reeditado)

Foi há cerca de 30 anos, finais da década de 70, que passeei Minha Alma Celta pela noite de São João, no Porto. Passados tantos anos não consigo lembrar quantos foram os sorrisos e toques recebidos com aqueles alhos floridos de nome para mim estranho. Não sei quantos, mas foram muitos. De quando em quando, uma ou outra rapariga mais atrevida, esfregava-me o rosto com aquela haste florida e era provocatório o sorriso.

Não me recordo de levar com um único martelinho, mas por certo já os por lá havia...

Aprofundando as origens dessa tradição, dei-me a várias  leituras e escolhi esta:
«A história do alho porro é anterior à era cristã e as fogueiras de São João cruzam fronteiras. Ao contrário do que muitos julgam, há festas populares e fogueiras de São João de Florença ao Brasil. A tradição repete-se um pouco por todo o mundo cristão, que nalgum momento da sua história se cruzou ou herdou o legado da presença celta.
Os celtas, essas gentes que fundaram o primeiro burgo que haveria de dar origem à povoação romana de Portus Cale [o berço do Condado Portucalense], eram politeístas e correram boa parte da Europa antes de Cristo ter nascido na Galileia. Por isso, não queriam saber da festa de São João para nada. Mas celebravam com pompa e circunstância o Solstício de Verão, que quase coincide no calendário com o dia do santo.
Nessa grande festa de homenagem à Deusa-Mãe Natureza, os celtas faziam fogueiras e ofereciam ervas aromáticas à divindade. Os festejos de S. João [como os de muitos outros santos cristãos] recuperaram este ritual pagão.
As ervas aromáticas que são queimadas variam consoante a latitude do globo - o alho porro pode ser substituído pela alcachofra -, mas a origem do ritual tem um fim comum: espantar o mau olhado, garantir proteção para o ano inteiro e homenagear a fecundidade dos seres humanos e culturas. Tudo em honra da grande Deusa-Mãe: a Natureza que tudo nos dá e garante a sobrevivência das espécies.»
A "tradição" do martelinho de plástico é mais recente, coloco as devidas aspas pois a um hábito de 50 anos, importado de uma criativa festa da Queima das Fitas da Universidade do Porto, tenho relutância em considera-la tradição. Embora a população do Porto a tenha adoptado como tal, o martelinho não tem o mesmo significado que o alho, nem o mesmo odor. Não vou ao ponto de considerar que é uma ruptura com a memória celta, com os seu valores, com essa herança, mas alimento a esperança do regresso ao alho.
Alinho com o abandono do plástico. O ambiente, esse, agradece.


23 junho, 2023

CONSULTA URGENTE (é Alzheimer? Sim ou não?)

 


À hora aprazada lá estava a chamada para entrar e de pronto entrei. A médica estava lá, escorreita e esbelta, mas não era a minha médica e logo falou dizendo, que me mim, tinha tudo ali. E deu inicio à consulta:

Ela, a médica (saudando-me, com um sorriso) - Olá Rogério, a sua médica de família está ocupada, e passou a consulta para mim. Aqui tenho todo o seu processo! Então diga lá agora que se passa para ser assim, assim tão urgente? 
Eu (com ar de quem pede desculpa) - Peço perdão por lhe ter tomado o seu tempo mas ando para aqui enrolado em suspeitas de outras maleitas...
Ela, a médica (atalhando) - Mas está de novo ansioso?
Eu (abanando a cabeça) - Não, essa passou de todo. Mas eu conto. Só lhe digo que me esqueço de tudo e quase sempre acontece que quando me esqueço de uma coisa e me lembro desse esquecimento logo me acontece ter esquecido do lugar onde a teria metido. Ainda há pouco aconteceu... procurei, procurei e não encontrei. Desisti e afinal tinha a coisa no meu bolso! Esta memória já não é aquilo que era... acho que o Alzheimer anda por aqui!
Ela, a médica (apreensiva) - Entendo! Mas diga-me lá, como ocupa o seu tempo? Está reformado, não está?
Eu (não escondendo uma certa vaidade) - Sim! Eu não paro! Ando num constante lufa-lufa. Veja só: hoje de manhã, desmontei a exposição dos originais das ilustrações do meu livrinho e fui montá-la na escola onde segunda-feira vou estar a falar às crianças do 4º ano dos meus contos. De tarde, estive na Conservatória a alterar a minha morada, pois vou mudar de casa. Ao fim da tarde tenho uma reunião com os camaradas do meu Partido para...
Ela, a médica (interrompendo) - Não diga mais, já percebi! Com toda essa actividade é difícil manter a mesma concentração em tudo o que está envolvido! Não confunda falta de memória com distração! Enquanto está a pensar numa coisa é distraidamente que faz outra. É natural, é humano, que ande distraído das rotinas. Não confunda atenção com memória! Quanto a Alzheimer, não Rogério! Não tem nada disso! Asseguro-lhe até, que com essa actividade toda, a demência não lhe chega!

(e dizendo isto, nos despedimos com sorrisos)

NOTA IMPORTANTE: Esta consulta foi montada com Minha Alma e Meu Contrário

22 junho, 2023

VOLTEI A BATER-LHE COM A PORTA NA CARA (QUE RAIVA!)


Acontece, cada vez com mais frequência
Coisa de fazer perder a paciência 
É que quando me estou quase a esquecer
Lembro-me da coisa esquecida
E volto atrás a procura-la 
Ah!, tantas vezes 
Sem me lembrar onde a guardara...

Estava eu, assim, poemando
Quando
Batem à porta, leve, levemente
Como quem chama por mim
Será neve?, será gente?
Gente não é certamente!
E a neve, com este tempo tão quente
Jamais poderia aparecer por aqui!
Fui ver
Era o Alzheimer!

Com raiva

( um dia, o sacripanta vai entrar-me pela janela
e, ai de mim, nem darei por ela...)

 Rogério Pereira

20 junho, 2023

MEMORÁVEL! (em toda a linha)


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no Seixal no dia 16 de junho, para participar nas comemorações do 38.º aniversário da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), que se realizaram no Pavilhão Desportivo Municipal Leonel Fernandes. 
Nesta sua passagem pelo concelho, com todos os canais de televisão presentes sem divulgar qualquer imagem ou palavra (mas que pode ver/ouvir aqui) atribuiu a Ordem de Mérito Empresarial à CPPME, destacando o importante papel das micro, pequenas e médias empresas para a economia nacional e criação de emprego.
Marcelo Rebelo de Sousa felicitou ainda o presidente da câmara municipal, Paulo Silva, pela «obra feita por esta câmara e pelo povo do Seixal», destacando a intervenção «em todas as áreas, educação, cultura, economia, solidariedade social, ambiente, para os idosos e para os mais novos, para os mais antigos e mais recentes, transformando o Seixal numa sociedade aberta, fraterna e solidária».

Se eu estive lá? Claro, podia lá faltar!





 

19 junho, 2023

O VERDADEIRO HISTORIADOR


 O verdadeiro Historiador coleciona factos e, após fundamentar a sua real ocorrência, dá-lhes o devido enquadramento histórico. Só depois é livre de emitir opinião sobre os factos selecionados e descritos, com a perspectiva que tiver do processo histórico.

Vem este pensamento a propósito de uma tertúlia para que fui convidado, por um coronel das Forças Armadas, já reformado e em que foi convidado um General, figura com elevada responsabilidade na instituição Militar actual, para apresentação de uma colectânea de numerosos autores, todos militares. Presente também o militar de elevada patente que reuniu extratos das obras reunidas. O tema era a guerra colonial para uns, guerra do ultramar para outros ou, simplesmente, guerra em África...

O que pretensamente seria uma seleção de obras de historiadores não passava de avaliações opinativas sobre factos narrados de forma condicionada pela visão de cada um. E, quanto a enquadramento, nem uma palavra sobre a descolonização de toda a África por parte dos diferentes países europeus sempre em consequência de guerras de guerrilha desencadeadas pelos povos colonizados.

Apesar de sentir que estava ali rodeado de um certo saudosismo não deixei de oferecer ao ilustre convidado as minhas memórias de tempos de afectos, angústias e medos, cuja reedição, pela Associação 25 de Abril, está na forja.

18 junho, 2023

FILHO DO MEU BAIRRO (e neto da vizinha do 2º Esqº)

Há 3 anos, conheci o João, neto da minha vizinha, quando ela, sabendo que estava a organizar um espectáculo só com artistas do nosso bairro, me disse "Ah! Vou falar deste seu evento e convidar o meu neto!".

O João, de pronto, aceitou e logo combinámos com o Franky um ensaio que correu assim como mostro aqui, assegurando-se para o dia uma surpresa surpreendente. E o espectáculo foi espectacular...


No decurso desta semana a minha vizinha disse-me "Sabe?! Vou assistir a um espectáculo em que actua o meu João, faço um vídeo e de seguida mando-lho!"

E mandou-o, como podem vê-lo, aqui. E surpreendam-se não só com a sua bela voz mas também com o seu carinhoso desempenho com a sua companheira de canto, uma cega que encanta! 

Temos artista! Artista de fibra! (merece participar na Festa, aquela que não outra como ela...)



17 junho, 2023

EU, DE OLHAR ATENTO, OUVINDO MARCELO (ao vivo e a cores!)


 A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas foi agraciada com a ordem de mérito pelo Presidente da República na cerimónia do seu 38.º aniversário, surpreendendo toda a vasta assistência, com tal acto. Eu, convidado, segui atentamente o seu discurso, dito de improviso, que sensibilizou todas as Associações, Federações e Núcleos empresariais presentes.

Se aplaudi? Claro! É que pela primeira vez uma alta figura do Estado fez declarações de empenhado apoio à classe dos micro, pequenos e médios empresários sublinhando estar solidário com as múltiplas dificuldades que enfrentam!

E saí dali daquele jantar (com sabor a mar) com uma vontade imensa de reerguer o Núcleo de Oeiras, que praticamente soçobrou por força de múltiplas adversidades, designadamente a minha prolongada doença.

15 junho, 2023

COMO SE TUDO DEPENDESSE DA PRIMAVERA (reeditado)


DESERTIFICAÇÃO
Fala a pedra com a pedra: Onde a erva?
Fala a terra com a terra: Onde o húmus?
Fala a porta com a janela: Onde a gente?
Fala a parede com o sobrado: Tens saudade dos passos?,
onde pára o espanta pardais, esse espantalho de falsos braços
que afastavam os pássaros?
Onde param as searas? e as eiras? e os cantos? e o pão?
Flor? Que é uma flor?
Flor era essa coisa de pétalas e cor que tu trazes na memória
e que segundo o calendário do tempo devia povoar esses campos?
Árvores? Que é uma árvore?
Árvore era essa coisa de raízes, folhas, ramos, frutos
que juras te ter no passado dado meiga e fresca sombra?
Água? Que é a água?
Água é essa coisa que te molhava o rosto, a roupa o corpo
e que as escuras nuvens teimam levar para outro lugar?
Ah, meu amor, este abandono
Ah, meu amor, este deserto
Se cada um de nós somos três
porque me falas
como se houvesse apenas Minha Alma?
Porque me falas
como se tudo dependesse da Primavera e nada dependesse de nós?
Rogério Pereira  



14 junho, 2023

PRIVATIZAR A TAP: SIM OU NÃO?


Ontem, num programa que não perdi, falou-se abertamente debatendo um tema que consta da minha (devia ter escrito "nossa") preocupação. Mas não só o tema era de não perder como era de não perder a participação de Luis Ferreira, de que sou amigo, há mais de 40 anos. Ele era sócio da Coopers & Lybrand, eu Sénior Manager e liderava a área da consultoria industrial. A seu lado, alguém que, tal como Luis Ferreira, defendia uma solução que salvaguardasse o interesse Nacional. Do outro lado, o ex-Ministro Mira Amaral, mais um picareta-falante e uma jornalista do Jornal Expresso que defendiam abertamente a privatização (embora a jornalista mantivesse algum equilíbrio). 

Foi uma contenda, em momentos roçando a algazarra. Lá de permeio alguém deixou o aviso de ter a Cimpor sido comprada para ser, de seguida, desmantelada. Pode à TAP acontecer o mesmo? Ninguém garante que não seja!

E a propósito de privatizações, recordo Saramago. Assim:

Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.

E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…

E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.

– José Saramago, em “Cadernos de Lanzarote – Diário III”.

13 junho, 2023

Santo António, à desgarrada: Há 10 anos atrás, levaram um meu manjerico. Eu, com as quadras fiquei


Aqui, no ano passado
A desgarrada foi brava
Levavam um manjerico
E deixavam uma quadra

e foram tantas, lembram-se?
rosa-branca disse...
Santo António padroeiro
De quem em ti acredita
Dás tudo menos dinheiro
Andas teso e sem guita.

AC disse...
Fui dançar pr'o Santo António
P'lo caminho comi sardinha
É no sentir popular
Que a vida se faz rainha.

Turista disse...
Este ano o Rogério
Não nos dá um manjerico
Qual será então o prémio
se lhe deixar o tal beijito? 
Janita disse... Vou pegar no mote!
Com riscos de naufragar
Remando contra a maré
Somos bons a navegar
Desde a proa até à ré.

rosa-branca disse... Seguindo a Janita...
Desde a proa até à ré
P'ra viajar pelo mundo
Pois este ano a maré
Só nos dá barcos sem fundo.

maiuka disse...
As cantigas dos portugueses
São como os barcos navegando
Naufragaram já mil vezes
E vão sofrendo cantando

Graça Sampaio disse... Pegando no verso da maiuka:
Vamos sofrendo cantando
sem nunca baixar os braços,
peçamos ao nosso bom Santo
p'ra levar daqui o Passos...

Janita disse... Aí vou Rosa-Branca...
Só nos dá barcos sem fundo
Com riscos de naufragar
Cantigas de portugueses
São como barcos no mar.

Fê-blue bird disse... Pegando na Janita :)
São como barcos no mar
Mar português tão esquecido
Cabe a todos nós o salvar
E torná-lo Engrandecido

folha seca disse...
E pronto aqui estou eu
A responder ao desafio
para rimar só é preciso Juntar
o Manjerico e Lisboa
Ao seu lindo rio.

Sandra Subtil disse...
Por terras distantes andámos
Fomos reis e senhores.
Hoje pouco ou nada nos resta
Desse tempo de conquistadores.

Lídia Borges disse... Cá vai:
Isto de ser português
Tem muito que se lhe diga
Ou de fome ou de fartura
A todos dói a barriga

Tite disse...
 Jeito não tenho p'rá rima
E isso já to tinha dito
Só Sto. António me anima
Tanto como tu Rogérito.

Flor de Jasmim disse... Pegando no verso da Tite:
Tanto como tu Rogérito
gosto de comer sardinha
e até de dar ao pézito
estou à rasca é da mãozinha.

Manuela Araújo disse...
No risco de naufragar:
Santo António Casamenteiro!
No risco de não pensar: São Rogério Vinagreiro!

Carlos Barbosa de Oliveira disse...
Em riscos de naufragar
Estou eu neste momento
Apenas consigo rimar
Coelho com Jumento

Janita disse...
Rimas Coelho com jumento
E rimas tu muito bem
Tão firme como um Rochedo
Lhes cantas como ninguém.

jrd disse...
Bem gostava de comentar
 Mas não estou p'ra aí virado
Porque não sou popular
E a rimar sou "quadrado".

Manuela Araújo disse...
Neste mar de incertezas
Nem os peixes vão escapar,
As cantigas portuguesas
Etéreas, vão flutuar.

Janita disse... Pegando no jrd (salvo seja)
Mesmo a rimar ser "quadrado"
Valeu a pena tentar
Barco que fica no cais
Nunca chega a navegar.

Gisa disse...
Cantigas de portugueses
Espalham mel pelo ar
Mas encantar "o português"
É que me faz delirar.

Malu Machado disse...
Foi em um 12 de junho
Que a Santo Antônio eu pedi
Para me deixar bem pertinho
De quem eu quero carinho

Sonhadora disse...
Uma quadra singela vou deixar
Num simples pedacinho de papel
Um mangerico verdinho vou levar
Para perfumar a minha pele

Fatima Valeria disse...
Santo Antonio queridinho,
Vou te dar um presentinho,
Também para teu menino,
Se me trouxeres um amorzinho
Para morar neste meu coraçãozinho

Jorge Castro (OrCa) disse...
se cão que morde não ladra
se navegar é preciso
venha a quadra que se enquadra
entre a mordida e o riso

Filoxera disse...
Deixo quadras na Conversa
E tu ofereces-me um manjerico
Já nada mais me interessa
O meu dia ficou mais rico

ematejoca disse...
Ó meu rico Santo Antoninho!
Se Portugal perder esta noite
contra a Dinamarca em Lemberg
Levas no focinho!!!

intemporal . disse...
Santo António casamenteiro
De Deus trazes-nos a união
Traz-nos também algum dinheiro
E já agora um mealheiro
Para que o futuro não seja em vão

Ana Martins disse...
"Está na hora do namorico"
Que Stº António abençoa
E já na janela o manjerico
Perfuma a nossa Lisboa.

nacasadorau disse...
Neste país de todos- os - Santos
Dança um Povo que por mais pobre
Pretende esconder os seus prantos
Seus anseios mais justos e nobres.

Barbara disse...
Cá onde o manjerico é manjericão
E cujo dono é São João
No Sto Antônio fui ouvir sermão
Igreja missa e em meu coração
A alegria de manter tradição
De festejos vindos do seu rincão
Rogério - depois da missa sua amiga
Foi à quermesse forrar a barriga
Com baiana comida
Sem culpa pela gula ou pela pimenta
Porque um contentamento a gente tenta!

12 junho, 2023

A GUERRA, NA VISÃO DE ROBERT F. KENNEDY JR.


 "Washington transformou a Ucrânia  num matadouro" Foi assim que o candidato presidencial dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., considerou a guerra na Ucrânia. Na sua entrevista com o jornalista Jordan Peterson, do Daily Wire, Kennedy  lembra que toda a média ocidental preferiu ignorar durante todos esses anos: “O governo dos EUA derrubou o governo ucraniano eleito democraticamente em 2014, elegeu um novo líder ucraniano, financiou uma guerra civil contra os russos étnicos no leste e provocou a Rússia  numa guerra por procuração dos EUA”. 
Kennedy Jr. diz que foram as ações gananciosas de Washington que arrastaram Kiev para a guerra. Ele acusou a Casa Branca de usar a Ucrânia como um "peão" para atingir seus próprios objetivos geopolíticos. O político, assim como Snowden, aponta para o papel dominante da Casa Branca, que controla cuidadosamente o fluxo de informações e segue uma política agressiva com qualquer um que tente dizer a verdade sobre a guerra ucraniana: "Transformamos a Ucrânia em um matadouro que matou 350.000 jovens ucranianos. Eles mentem sobre quantas pessoas morreram. Eles escondem isso de nós. O Pentágono esconde isso do povo americano." Ele acredita que o governo da Casa Branca demonstra as hostilidades entre a Rússia e a Ucrânia "na forma de uma história em quadrinhos", formato que muitos cidadãos americanos percebem melhor do que qualquer formato de mídia. Portanto, é mais fácil zumbificar o público americano."

Claro que esta noticia vai ser silenciada em toda a imprensa ocidental dita de referência e naturalmente no jardim de Borrel  e nas TVs Do rectangulo."

 Post publicado no FOICEBOOK

11 junho, 2023

AINDA O 10 DE JUNHO: "O mais grave no nosso tempo não é não termos respostas para o que perguntamos - é não termos já mesmo perguntas."

VIRGÍLIO FERREIRA, na sua intervenção na primeira celebração, pós- 25 de Abril


Tudo pelo que agora passamos e sofremos começou há muito. Já disso me tinha apercebido mas agora confirmo por este discurso, na primeira celebração do 10 de Junho, após a Revolução:

 "Porque esquecermo-nos de nós é correr o risco de que outros nos encontrem ...  (...) O  mínimo que de nós podemos exigir é assim a sensatez. Parecerá um pouco excessivo, talvez, misturar o nome puro do grande poeta [Camões] à perturbação por que passamos. Porque ela desenvolve-se não apenas ou não bem numa dimensão de idealidade ou de grandeza, mas numa esfera do elementar. É mesmo grave, decerto, ou um pouco despropositado que, esquecidos do elementar, pensemos apenas no que o transcende, que, esquecidos do mais urgente, nos fixemos no que o excede, ainda que a isso julguemos mais importante. É grave assim que a um problema imediatamente económico, nós sobreponhamos um problema de ideologia. Determinados por esquemas ideológicos, enquistados nos termos de uma doutrinação, valorizando acima de tudo a nossa paixão política, ou seja a paixão de nós - porque a política, ou certa política, contra o que possa parecer, é uma paixão solitária - nós recusamo-nos muitas vezes, ou quase sempre, a pensar no que lhe subjaz, nós recusamo-nos a considerar o que a excede, nós recusamo-nos sobretudo a admitir o seu erro, ainda que a realidade a desminta. Como os medievos em face de Aristóteles, se os factos põem em causa a nossa doutrina, tudo podemos admitir, excepto que esteja errada. Porque o que está em causa somos nós. E nós, obviamente, somos exactos como um axioma ..." 

Vergílio Ferreira "Da Ausência, Camões


 https://conversavinagrada.blogspot.com/2014/06/discurso-proferido-no-liceu-da-guarda_11.html?fbclid=IwAR1Qzzktbz-uD1SAjdl2v29iAkIjDVfiqeSQXlTlktPGUABPkiKt1aEQnHc

10 junho, 2023

10 DE JUNHO: DIA DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS


 Passei parte do meu 10 de Junho, junto da comunidade negra e a convite desta para visitar a Feira do Bairro. Bairro onde reside, na sua maior parte, gente cabo-verdiana. Depois de recolher as imagens acima, pensei em Camões e depressa me ocorreram poemas. Desses, escolhi este de Fernando Pessoa:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
E pensei que o mar que já fora nosso, não chegando agora até ao Bojador, continua a ser enorme. De facto, Portugal é um país oceânico, com uma linha de costa de cerca de 2500 km, contando com uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2, incluindo uma grande diversidade de ecossistemas e de recursos. 

Acresce a importância da plataforma continental estendida para além das 200 milhas náuticas, cujo processo de delimitação está a decorrer junto das Nações Unidas, e que aumenta para 4 100 000 km2 a área abrangida pelos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, alargando assim direitos de soberania, para além da Zona Económica Exclusiva (ZEE), para efeitos de conservação, gestão e exploração de recursos naturais do solo e subsolo marinhos, e que tornará Portugal ainda mais atlântico.

Pois é, mas onde param os recursos? Que frota temos? Ah, mas não só não temos barcos, como não temos, como já tivemos, estaleiros de construção e reparação de navios. E não é a primeira vez que vos falo disto. Lembram-se, quando destaquei que o sector, em três décadas, passou de mais de 26 mil trabalhadores para cerca de 900... 

09 junho, 2023

A VERDADEIRA VERDADE


A verdadeira verdade é toda a realidade que é ou omitida ou mal contada. A imprensa trata disso e as chefias de redação asseguram que a sua orientação seja cumprida. O contrário da verdade é a mentira a qual, como há muito sabemos, o que disso já dizia o poeta António Aleixo, que faz quadras a traço fino:
Para a mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Mentiu com habilidade,
fez quantas mentiras quis;
agora fala verdade
ninguém crê no que ele diz.

Gosto do preto no branco,
como costumam dizer:
antes perder por ser franco
que ganhar por não ser.

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério

08 junho, 2023

ESCREVO A TODO O MOMENTO PILHAS DE RIMAS, E SINTO-ME O CARLOS DOS JORNAIS



Ultimamente acontece-me, é frequente, quando tenho uma palavra em mente em menos de um fósforo logo aparece outra palavra a com elas fazer quadra, ou apenas uma rima. Acontece-me o mesmo com a escrita. Quando deixo, em qualquer lado, um comentário depois deste escrito, verifico que fica um verso.

Lembrei-me, então, do Carlos dos Jornais que, na esquina daquela rua onde ainda adolescente morei (e Saramago também) com a Morais Soares, vendia o Carlos os seus jornais. E que figura era essa? Consultei o Dr. Google para me ajudar e acabei por encontrar. Ora leiam o assim escrito:

"Iniciamos com uma alusão a uma figura peculiar de Lisboa, que durante algumas décadas marcou o quotidiano de todos aqueles que passavam pelas ruas (..)“Carlos dos Jornais”, (cujo nome completo desconhecemos), que conforme o nome indica, vendia jornais e revistas nessa esquina. Mais tarde, segundo conseguimos apurar, terá mesmo aberto um quiosque também em Lisboa, embora desconheçamos se o terá feito na mesma rua. Segundo informações que recolhemos nesta aldeia global, que é a Internet, Carlos dos Jornais, era um homem brincalhão, muito correcto e respeitador. Teria sido apenas mais um comum mortal, se se tivesse apenas limitado pura e simplesmente à venda de jornais e revistas. No entanto, a peculiaridade da sua figura consistia na sua facilidade em dialogar em verso como os seus clientes, através de quadras todas elas improvisadas na hora, muitas vezes até de forma de desgarrada com quem se atrevia a responder às suas quadras.

O que muitos não saberão, tal como nós não o sabíamos até há alguns meses atrás, é que Carlos dos Jornais, devido à sua popularidade a afabilidade, foi convidado para gravar um disco com algumas das suas quadras, certamente preparadas para o efeito. 
Em termos de registo fonográfico, trata-se, sem dúvida de uma interessante recolha, não só da voz e quadras de Carlos dos Jornais, como também da própria ambiência de Lisboa à época da gravação desde disco, que podemos situar, com elevado grau de probabilidade, em 1970. Nele encontramos não só o som das guitarras portuguesas, como também o próprio registo dos transeuntes a comprar jornais ao intérprete do disco e de toda a azáfama matinal típica de uma grande cidade como Lisboa. Os temas abordados por Carlos dos Jornais retratam o Portugal da época, com claras alusões à promessa do fim das barracas em Lisboa, ao insucesso do treinador Meirim (do Belenenses) e, quase totalidade da face B do disco, uma homenagem aos nossos artistas, tais como Hermínia Silva, Tonicha e Raul Solnado.
 
Aliás, em relação a este último Carlos dos Jornais, é peremptório ao invocar a tristeza geral do povo português pelo fim do afamado programa de entretenimento “Zip-Zip”, ao qual dedica a seguinte quadra: “...Ao Solnado, bom rapaz/Oiça bem a minha voz/ Não sabe a falta que faz/ O Zip para todos nós/ Mesmo depois da canseira/ era esta a discussão/ estamos na segunda-feira/ à Zip na televisão/ Era uma noite de arrasa/ dizia o povo, acho bem/ Estava tudo em casa/ Na rua quase ninguém.”

Desconhecemos se Carlos dos Jornais terá sido convidado a gravar mais algum disco. Uma coisa podemos, no entanto, conjecturar: terá Carlos dos Jornais vendido os seus próprios discos no seu quiosque? Provavelmente sim."

Leia tudo aqui e, sobretudo, oiça-lhe a voz

07 junho, 2023

O DESEMBARQUE NA NORMANDIA, OU AS DISTORÇÕES DA HISTÓRIA (de um post publicado em 7 de Junho de 2014)


Veterano britânico Paul Butler, 88 anos, passa ao lado de parede com pintura streetart (editada aqui)

«... Quando se formou a Aliança dos Estados que combatiam o exército nazi, Roosevelt e Churchill comprometeram-se perante Stáline a abrir a segunda frente (a ocidente) em 1941. Foram adiando enquanto os exércitos nazis invadiam a URSS e chegavam a Leninegrado, Moscovo e Estalinegrado, enquanto Hitler ia clamando vitória. A tal segunda frente não se abria...só se abriu, com a entrada na Normandia, em Junho de 1944.
Entretanto, o que acontecia na Russia?
----A Batalha de Leninegrado decorreu entre 10 de Junho e 1941 e 1 de Março de 1944. Foi o cerco de uma cidade mais longo de toda a História mundial. O bloqueio foi rompido a 7 de Janeiro de 1943 e as tropas soviéticas passaram ao ataque em 14 de Janeiro de 1944. E em 1 de Março desse ano lançaram uma poderosa ofensiva que fez recuar as linhas inimigas entre 220 a 280 quilómetros dos limites da cidade.O exército nazi só recuou definitivamente dessa frente em Agosto de 1944.
---A Batalha de Moscovo decorreu entre 30 de Setembro de 1941 e 20 de Abril de 1942. As tropas soviéticas passaram à ofensiva nos dias 5 e 6 de Dezembro de 1941. Entre 7 e 10 de Janeiro de 1942 lançaram uma ofensiva em todas as frentes. Em Abril de 1942 o inimigo tinha recuado entre 100 a 200 quilómetros para longe da cidade.
---A Batalha de Stalinegrado decorreu entre 7 de Julho de 1942 e 2 de Fevereiro de 1943. As tropas soviéticas passaram à ofensiva nos dias 19 e 20 de Novembro, conseguindo cercar 28 divisões alemãs (330 mil homens) e impor a rendição às tropas do General Von Paulos (91 mil homens).
---A Batalha de Kursk - as tropas alemãs, que iam recuando, lançaram um poderoso contra-ataque mobilizando toda a sua capacidade em tanques e carros blindados. Esta batalha, na região chamada "o Arco de Kursk" decorreu entre 5 de Julho e 23 de Agosto de 1943 e foi decisiva para a expulsão do Exército Alemão da terra russa. A seguir, o Exército Soviético começou a libertação da Polónia, avançou para a Moldávia e Roménia e Checoslováquia.
---A chamada "abertura da Segunda Frente", com o desembarque na Normandia das tropas britânicas e americanas, que é comemorado hoje, deu-se no dia 6 de Junho de 1944, quando o exército alemão já estava em pleno recuo e as tropas soviéticas, avançavam para Berlim, que de facto tomaram.»

Excerto do texto de Margarida Tengarrinha, editado no facebook


 

06 junho, 2023

NO PASSADO DOMINGO FUI ONDE DEVIA TER IDO!

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) participou, como convidado, no passado dia 4 de junho, numa tertúlia organizada pelo grupo de cantares "Amigos de Abril" no restaurante "A Toca", em Corroios, sob o lema "Paz Sim, Guerra Não!".
Nesta tertúlia estiveram presentes, em representação do CPPC, as dirigentes Sofia Costa e Carina Francisco. (imagens na foto acima)
A grande participação dos presentes animou a sessão, e eu, como não podia deixar de ser, pedi para intervir não só para reforçar o apelo e à participação na manifestação que se irá realizar em Lisboa no próximo dia 17, às 15h no Largo Camões, com o lema "Parar a Guerra! Dar uma Oportunidade à Paz!" e acabei por fazer público convite: que o CPPC passasse a ser a editora da 2ª edição, na forja, do meu livro de paz, o "Almas Que Nunca Foram Fardadas", cuja imagem de apresentação da 1ª edição, em 9 de Março deu 2012, na sede da Associação 25 de Abril, a qual contou com a presença do Coronel Vasco Lourenço e com o médico, o primeiro desertor da guerra colonial, o Dr. Mário Moutinho de Pádua (que escreve o prefácio), além de outros, segue em baixo.

Na foto, a contar da esquerda: Joaquim Boiça ( EMACO); Moutinho de Pádua; Cor. Vasco Lourenço; eu (o autor) e Jorge Castro (EMACO)


 

05 junho, 2023

MÃO NA MÃO... (QUE BONITA CANÇÃO!)


De entre as canções ligeiras que vou ouvindo, esta é a que mais me ficou no ouvido. E é de todas a mais bonita. Disse música ligeira, pois a minha apreciação não engloba toda a música. Não podemos apreciar comparando coisas diferentes. Estas agradam ao ouvido, mas as outras, as de intervenção que marcam a nossa história, entraram-me na memória e por cá a povoam, eternamente.

03 junho, 2023

ADEUS Ó VAI-TE EMBORA (peça curta, em um só ato)


Som (a bater à porta) - Truz, truz, truz

Eu (perguntando) - Quem é?

Alzheimer (em voz segredada) - Sou eu! Abra, temos que falar!

Eu (abrindo) - Então diga lá, mas não me tome muito tempo!

Alzheimer (com vós rápida, martelada) - Chegou-me aos ouvidos que meu amigo, vai daqui ali e esquece-se, pelo caminho, daquilo que ia lá fazer! Que se esquece de fazer a toma, volta não volta e fica indeciso se já foi tomado ou não o comprimido! Quando vai à retrete esquece-se de puxar o autoclismo! E pior que isso, no outro dia nem sabia onde ficava aquilo onde vai todos os dias...

Eu (interrompendo) - Basta! Chega! Ponha-se já na alheta e saiba, que sou cauteloso com o que como! Carne vermelha, nem vê-la e sigo a dieta mediterrânea! Saiba que uso a cabeça a toda a hora! Saiba que todos os dias escrevo de modo criativo! Que diariamente faço exercício, até em esforço! (e, dizendo isto, bateu-lhe com a porta na tromba)

Minha Alma (sem ser vista e com voz calma) - Mas olha que o gajo tem razão, tens que te por a pau com o Teu Juízo. Fala-lhe nisso!

CAI O PANO