Assim, não conseguir chegar aqui e produzir um texto de jeito. E estou triste por isso!
Assim, não conseguir chegar aqui e produzir um texto de jeito. E estou triste por isso!
A consciência é uma coisa que a gente não tem mas que vai tendo à medida que vai crescendo e que quando a gente é muito grande nem sempre a consciência tem a dimensão da gente até porque há gente muito baixinha pois um homem não se mede aos palmos e a consciência também não!
Eu acho que sempre fui consciente pois ao ter a percepção que a não teria procurava-a no convívio com os outros sobretudo em grupos e sempre com os mais crescidos e dava muita atenção ao que estes iam dizendo e percebendo o que queriam dizer olhando para tudo a que apontavam procurando ver porque há gente que olha e não vê o que é meio caminho andado para se ter pouca consciência de tudo e até deste Mundo.
A coisa mais parecida com a inconsciência é a pouca consciência pois ambas dão lugar à asneira e da asneira à trapalhada vai uma distância de nada.
Hoje me assino
Rogerito "O filósofo"
Nem por acaso, tudo o que se vai conhecendo e acontecendo, acontece em ano de comemoração da independência do México. O Presidente López Obrador assinala a memorável data (1821) com aquilo que aparece designado como "mañaneras" que mais não são que matinais conferências de imprensa, cada uma com seu tema, sendo que nesta que aqui trago vem falar do sector da produção e distribuição da energia eléctrica.
Nem por acaso, entra por áreas, denuncias e demonstrações de monstruosidades que são o retrato do que aqui se passa, com a bagunça quer dos processos de venda das barragens da EDP quer com as chorudas compensações de um tal Mexia e de um tal Manso, que deixaram de exercer os cargos depois de terem sido suspensos dos respectivos cargos, pelos tribunais, por suspeitas de corrupção. E são mais de 4 milhões de euros, em 3 anos, pasmem-se!
Nem por acaso, há pouco na RTP1, Fátima Campos Ferreira entrevista Maria José Morgado e esta disserta sobre o que foi a sua militante luta contra a micro, pequena e média corrupção... entrou um pouco pela grande e nem uma palavra a respeito da mega corrupção... Claro que a Fátima não a questionou nem referiu aquelas situações, em concreto. E tenho um pressentimento que a Morgado lhe terá ficado reconhecida por isso!
Oiçamos então o Presidente mexicano:
Teria a minha-do-meio metade da idade que tem agora quando se entregou a uma actividade querida: dar lições à guia, num picadeiro próximo. Amante de cavalos e e de crianças por lá andou uns anos até atinar que o soldo era pouco e, embora gratificada pelos sorrisos dos meninos e dos equídeos, lá foi pensando que aquilo não era vida e deu a esta outro rumo...
Um dia, numa quinta próxima, uma cadela meio adoentada deu à luz uma ninhada de uns tantos cachorritos. E porque o leite materno faltava, alimentou-se a ninhada nas tetas de uma outra rafeira. Um dos recém-nascidos ficou desde logo debaixo de olho da Sandra, quer por ser o mais bonito mas também por carecer de acarinhado trato. E logo que o cãozito dispensou o aleitamento, trouxe-o para nossa casa.
Recebeu o nome de Sebastião. Eu acrescentei-lhe o apelido e o cognome, e ficou conhecido por Sebastião José de Carvalho e Pereira, o verdadeiro Marquês de Pombal, embora nunca tivesse conhecido qualquer vénia nem lhe tenha sido erigida qualquer estátua.
O Sebastião, de diminutivo Sebas, foi crescendo entre duas estadas, ora em nossa casa, ora no picadeiro. Aqui, as crianças nem sempre o tratavam carinhosamente e algumas até lhe prestaram judiarias que lhe vieram a condicionar o comportamento, passando a ser pouco amistoso com os mais pequenos, a ponto de lançar a pata ao Miguel deixando uma pequena marca na cara. De resto para todos, tinha a docilidade e o espírito brincalhão próprios dos boxer. Para os outros cães, a força e a agressividade de um doberman e vencia todas as lutas e disputas, embora não lhes mordesse. Viveu cá em casa até...
Com esta homenagem ao "Intervalo - Grupo de Teatro" saúdo quem ao teatro se entrega e dedica. Teatro é vida em palco!
O ano passado, por esta altura, começavam tempos de aflição. Programas suspensos, ensaios parados, públicos arredados. E foi uns meses depois (em junho) que arrancámos com a campanha, no total levámos cerca de 1000 Garretts, a reforçar as bilheteiras dos teatros de Oeiras. Quem se lembra?
(a esta hora, o apoio do Governo tarda. Até agora, de concreto, nada!)
ver versão integral
https://youtu.be/x8qx3D9K53s
Estava eu todo lampeiro saboreando um guloso gelado, quando ela veio pousar seu focinho no meu braço acompanhando o meu gozo, com olhar expectante. Senti que devia fazer partilha e pedi autorização à minha filha. Ela deu-ma. E foi um prazer vê-la lamber, lamber, lamber...
(o fotógrafo foi o meu genro)
Foi um dia intenso. Depois da Assembleia da Confederação, a Assembleia de Freguesia... De regresso a casa, vinha com esta canção na cabeça...
Não fui buscar a versão antiga, encontrei esta!
Entra pelo Mundo adentro...
Aqui estavam todos sorrindo? Ainda hoje estão!
Ia eu a contar como tinha sido o dia, como tinha corrido o momento, quando me lembrei que já o tinha feito. Sim, foi num pedido de audiência a quem tem recursos e competências para o efeito. E foi assim:
Exmo Senhor Dr. (segue-se o nome dele)Venho, em nome das entidades organizadoras do evento "Não! Nunca! A vida e a poesia não se confinam!" que ontem decorreu na net com o uso do Zoom, solicitar que receba , na sua melhor oportunidade, uma delegação nossa a fim de podermos acertar ideias sobre os passos seguintes, na perspectiva de se poder vir a contar com o patrocínio da Oeiras Valley em relação a algumas ideias que temos em mente para poder levar mais longe a memória do que consideramos ter sido uma sessão memorável.Sobre a sessão, que envolveu, além da nossa Associação, o Centro Qualifica/AEPA e a APCEP-Associação Portuguesa para a Cultura e Educação, queremos deixar alguns significativos dados:
- Entradas registadas no Zoom: 272, abrangendo um público muito diverso do ponto de vista etário (desde crianças a idosos, um deles com 103 anos) do ponto de vista racial e linguístico e até mesmo geográfico;
- Participantes convidados: 32 de entre o universo que considera vários grupos inseridos em programas, designadamente:
- Alunos EFA
- Grupo de Alfabetização
- Grupo PLA - Português, Língua de Acolhimento
- Grupo ALEM - Associação Literatura, Literacia e Mediação
- Grupo RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
- Grupo i Creat-VNP - Vila Nova de Poiares
- Grupo de poetas escritores com vasta obra publicada
A sessão foi gravada e uma das ideias que temos em projecto é usar o vasto material a recolher e converte-lo em livro a integrar na dinâmica do LER+ e, assim, se poder promover a leitura e a escrita, para além do amor à poesia e ao saber.Na expectativa das suas melhores notícias, nos subscrevemosCom as nossas mais cordiais saudações associativas,P´la DIRECÇÃORogério Pereira
Há momentos em que sinto estar só a dar um passo em frente.
E olho para o lado, vejo muita gente.
Agora só falta olhar para trás e ver uma multidão!
Enviei, há pouco, na qualidade de Secretário da Direcção da "Desenhando Sonhos" um convite. E foi assim:
Car@s Associad@s,Como vem sendo hábito, não deixamos uma data memorável em branco. O Dia Mundial da Poesia tem sido disso um exemplo.Em anos anteriores, assinalámos a data, em parceria com o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos.Este ano vamos assinalar a data com o alargamento da parceria, juntando a Associação Portuguesa Para a Cultura e Educação Permanente e, dessa forma, alargando a participação a jovens do Bairro dos Navegadores (bairro social) alguns deles que saíram agora de uma situação de analfabetismo.A participação da Desenhando Sonhos será orientada pelo nosso secretário da Direcção e o encerramento de todo evento está a cargo da nossa PresidenteVai ser uma sessão usando a tecnologia da internet (Zoom) mas que também estará na página do Facebook, onde poderá ser seguida online, bastando clicar neste link
Não tem Facebook? Não tem problema, pensamos em tudo! Irá ser produzido um vídeo e, eventualmente também um livro! Vai é levar tempo... mas menos, do que é preciso para mudar o Mundo! Boa?
O dia tinha decorrido até ali com uma actividade intensa. Primeiro, escrever o resumo e as conclusões da última reunião do Partido, depois enviar à Heloísa o documento que lhe tinha prometido na última reunião da coordenadora da Coligação e por fim, integrar num único guião, os diferentes alinhamentos das intervenções dos convidados a participar na iniciativa agendada para a próxima terça-feira, introduzir alguns ajustes e validá-los com os parceiros e, por último, distribuir o guião final a toda a gente. Ufa! 5 da tarde, como o tempo passa!
Sem outro compromisso, o sol primaveril desafiava a um passeio. E dei-o. Fui a caminho da Torre e ao passar por uma árvore aconteceu o que jamais esperaria poder acontecer, o reencontro com o mesmo melro com o qual trocara, há tempos, melódicos trinados. De pronto não o reconheci quando ele começou e lançou um canto a que nem sequer liguei. Ele insistiu e pareceu-me então que sim, que era ele. Fiquei mais atento a escutá-lo até perder a dúvida. Sim, era mesmo ele. Fiz então o que fizera antes, lancei-lhe um tímido assobio, depois outro e depois outro ainda, mais afinado. Houve um silêncio, como se o pássaro quisesse interpretar a minha mensagem posto que ele voltou à liça num chilrear harmonioso, com volteios entre agudos e graves finalizando com chilrear desafiante. Respondi-lhe imitando-lhe parte e depois mais criativo fui inventando sons que nem antes tinha avançado. Estivemos assim um tempo, ora ele, ora eu até que se calou como se tinha calado. Percebi que o nosso diálogo tinha chegado ao fim. Antes que partisse, quis registar-lhe a imagem. Parecendo ter percebido, fez pose aguardando a foto e logo que aconteceu o clique, partiu e eu prossegui o meu passeio.
Fui ver o mar, exactamente no ponto onde acaba o rio.
_______Reeditado de um post antigo
«Ainda me lembro de como recebia, cartõezinhos com desenhinhos: uns a lápis de cor, outros com colagens misturadas com pinturas a guache, outros ainda a aguarelas. Todos com dizeres. Recebia-os de todas elas, acompanhados de beijinhos e abraços. Gostei até de um troféu que quase me convenceu que era o melhor pai do mundo. Acho que, sem lhes dar grande importância, fui gostando e até guardando. Mas agora, mudei de opinião. Acho que, para manter a família coesa, para quem é pai de filhas, que se deve proclamar dia 19, exéquo, dia do pai e do sogro. É o que proponho. Se assim não for, que assim não seja. Mas cá em casa fica decretado. É assim. Fica o assunto encerrado.»
O adjectivo começa por ter uma aplicação útil, porque de denúncia, mas depois passa a aplicar-se indiscriminadamente a tudo o que tenha a ver com a actividade politica. Hoje usa-se o termo "politiquice" em justaposição com a expressão "não me meto em política" e coincidente com um maior afastamento a essa prática de cidadania. Não é o seu crescimento, traduzido pelo absentismo e pela ausência de participação politica, característica específica das sociedades subdesenvolvidas mas é nestas que grassa a menor confiança nas instituições e no Estado.
O desenvolvimento dos povos é medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e resulta de uma estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional.
Os comportamentos sociais são muito determinados pelas condições de vida, pelo acesso à educação, pela estabilidade de emprego e também pela esperança ou pela falta dela. Nos comportamentos marginais acontece a coexistência de situações limite de todos ou de alguns daqueles factores.
Em Portugal, com a chegada da pandemia teme-se que se agravem vários daqueles aspectos, nomeadamente o desemprego e os indicadores associados aos padrões de vida, mas a confiança nas instituições, a existência de um Serviço Nacional de Saúde e a estabilidade politica, embora em risco, permite ter a esperança de se vir a ultrapassar este momento dramático que tantos estragos vêm fazendo.
Vem tudo isto a propósito do post de ontem... e, não tendo falado uma vez sequer do Brasil, desafio-os a entender o que lá se passa (já vão no 4º Ministro da Saúde) e a fazer a leitura do gráfico abaixo.
Bora lá (este link ajuda)
«É nos momentos difíceis que o carácter do ser humano se revela. Acontece aos indivíduos e o mesmo acontece aos povos. Quando estive em 1989 em São Paulo, decorria a campanha para a eleição do Fernando Collor de Mello e pelo que a imprensa fez, por aquilo que vi e pelo que passei (e foi mais de um mês), então pensei nesse mesmo momento "Meu Deus que estão a fazer deste povo irmão?"
Hoje não me espanta o que aí se passa...»
O dia amanheceu soalheiro convidando a um passeio. E eu dei-o.
Passei por uma praceta, depois por outra, dei a volta ao bairro e de regresso avisto a funcionária num quadro que há muito não via. Vou direito a ela e sorrindo a saúdo e lhe digo quanto gratificado me sentia. Respondeu-me à saudação com um ar entre o espanto e a satisfação. Eu lhe explico que fiquei agradado pela limpeza das ruas se estar fazendo sem recurso àqueles sopradores barulhentos que se limitavam a espalhar o lixo. Ela sorriu e retorquiu e eu respondi-lhe à letra e a conversa ia decorrendo amena, até que resolvi contar-lhe um sonho meu, que acontecera não há muito.
Sonhava eu que estava num palco à frente de uma orquestra e ao levantar a batuta dando inicio à obra sinfónica quando dou pela presença de um instrumento estranho, de forma grotesca e nunca vista. Dou-lhe entrada, e de dentro do instrumento saí um som intenso, síncrono, desafinado, medonho abafando todos os outros. Acordei, nem palco, nem batuta, nem orquestra e já bem acordado aquele som continuava. Fui à janela. Era a varredora mecânica da Câmara.
"Que giro, sonhou mesmo isso?" Perdoei-lhe a dúvida e pedi-lhe para lhe tirar a fotografia. "Sim, claro, desde que não mostre a cara"
E foi isso que fiz! E ela me agradeceu, feliz!
Esse aí é o Patrick, que considero meu sobrinho, não o sendo. Ele e o irmão Diogo tratam-me por tio, e, não o sendo sentem como se fosse. A história deste reciproco afecto, de certo modo, já a contei há bem pouco tempo como pode relembrar aqui, nesta outra página deste meu diário quando falava dos pais deles, o Quim e a Graça.
Ora acontece ter recebido apelo, lá do outro lado do Atlântico, para votar no Patrick de modo a que fique em primeiro lugar de entre os magos da cozinha que por lá manejam tachos e colheres. Se for grande a resposta será o chef maior lá de New Jersey.
Verdade se diga, não sei se fará melhor que eu uma boa "Moqueca de camarão", ou um delicioso "Arroz de cabidela", ou um tradicional "Cozido à portuguesa" ou mesmo se me bate nas "Tripas à moda do Porto", para já não falar da minha "Vinagrada", mas isso agora não interessa nada, pois que está em concurso é o "miúdo".
Vote! Bora lá a votar aqui!
NOTA: Só conseguirá votar se tiver conta no Facebook
O Quim e a Graça
Se eu fosse professor, daria uma aula assim. E explicaria esta luta.
«É perfeitamente ultrajante que António Mexia, que abandonou a chefia da EDP por questões judiciais, vá receber 800 mil euros por ano até 2023. É uma vergonha tão grande que ninguém imaginou que possa vir a ser preso, e continue a mamar da eléctrica que paga dividendos e salários à custa da factura obscena que mensalmente pagamos, tal é a certeza de que os processos contra poderosos nunca chegam a uma sentença e na maior parte dos casos prescrevem.»
Roubado de um sítio que raramente visito
Sim, é ultrajante! Mas o que mais me arrepia, nem é o Mexia. É sim, viver num contexto em que tudo isto, há muito, se venha permitindo e nem seja previsível que venha a mudar. A menos que...
Vem este título a propósito de sair de uma, para ir a outra e depois regressar à mesma, e depois a coisa se repetir indo a outra não àquelas.
Vem este título a propósito, de ter tido reunião do "executivo" e andar por aí com o chapéu errado!
Não se apercebeu? Nem eu!
A reunião de trabalho foi hoje à mesma hora em que decorria outra, onde também tinha de estar. Interrompi uma para ir a esta para depois regressar à outra. Fiz agora mesmo ponto-de-situação e estamos em condições de passar a integrar tudo voltando a reunir na próxima 5ª feira..
Temos como referencial a iniciativa em que assinalámos o Centenário de Sophia (a que se referem as imagens)
VAI SER (MAIS) UM DIA MEMORÁVEL
Num dos meus últimos posts, vem o Luís e diz: "Aqui ficou mais uma página do teu diário" ao que eu respondo:
"Eis uma coisa por ti dita que é muito para levar a sério
Este meu espaço
é, além de tudo, o meu diário"
E sim, porque é preciso estar por cima da espuma dos dias: Porque não precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, embora precisemos delas (e eu escrevo-as); porque não precisamos apenas de palavras que nos arrepiem a pele, embora precisemos delas (e eu escrevo-as); porque não precisamos apenas de emoções, mas eu nunca perco um momento para falar das que sinto, por mim e pelo outro. E uso palavras-semente e palavras-adubo. Mas passo e semeio sobretudo ideias sem esquecer como luto por elas. E faço-o dia a dia, neste meu diário.
Se fosse livro, teria mais de trinta cinco mil páginas
... PRESIDENTE DA FÁBRICA DE PRODUZIR RICOS...
... E SEM UMA PALAVRA SEQUER PARA SE REFERIR AOS HUMILHADOS E OFENDIDOS
Esta entrevista foi feita há cerca de cinco anos mas prevejo que neste mandato as coisas vão continuar como então!
«Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da «Liga Internacional das Mulheres Inúteis», ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, gostar dela, dizer bem de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mónica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre ou do ioga ou da pintura abstracta. Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e constante. Pode-se dizer que Mónica trabalha de sol a sol.De facto, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mónica teve que renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais. Mas a santidade é oferecida a cada pessoa de novo cada dia, e por isso aqueles que renunciam à santidade são obrigados a repetir a negação todos os dias.Isto obriga Mónica a observar uma disciplina severa. Como se diz no circo, «qualquer distracção pode causar a morte do artista». Mónica nunca tem uma distracção. Todos os seus vestidos são bem escolhidos e todos os seus amigos são úteis. Como um instrumento de precisão, ela mede o grau de utilidade de todas as situações e de todas as pessoas. E como um cavalo bem ensinado, ela salta sem tocar os obstáculos e limpa todos os percursos. Por isso tudo lhe corre bem, até os desgostos.(...)»
Porque meu pai foi ameaçado, sendo pessoa de não se meter em nada. Porque era forçado a marchar no recreio da escola, como se fosse parada. Porque em tertúlias literárias com outros jovens, as fazíamos às escondidas. Porque nessa altura conheci o Mário de Carvalho e o Penim. Porque li o "Processo Histórico" do Zamora. Porque trabalhei num jornal, revendo textos que eram sujeitos aos carimbos da censura. Porque aí conheci o Mário Castrim. Porque fui mobilizado, sem me mobilizar, para fazer uma guerra injusta. Porque passei a vida a trabalhar num sector que ao longo do tempo foi morrendo, por opções impostas. Porque tenho Alma Celta, Coração Luso e Sangue Mouro. Porque sempre decidi em colectivo ouvindo Minha Alma e Meu Contrário. Porque a verdade nem é o que eu digo, nem o que eu penso mas sim o que vou fazendo. Porque aprendi a não culpar ninguém e, desfulanizando, nuca deixo passar um acto em branco. Porque alinho com um conceito de liberdade que implica a liberdade dos povos na escolha do seu destino.
Por tudo isso, amanhã estarei em Caxias a festejar-me como seu eu próprio fizesse cem anos!
Mas, verdade se diga, por vezes faço um esforço para não reconhecer que há animais mais humanos do que os humanos que nós somos...
«Ambas as fotos se relacionam com acontecimentos recentes. A primeira, o inspirado logótipo da Associação POMBAL XXI - Ass. de Moradores dos Bairros do Pombal e Bento de Jesus Caraça, criado em Fevereiro, deste ano. A segunda, ilustra a doação de mais de uma centena de livros àquela Associação o que lhe permitirá passar a dispor de uma biblioteca aberta à população daqueles dois bairros sociais. Para a sua dinamização, pode a POMBAL XXI contar connosco.
Na foto, da esquerda para a direita: Adalberto Monteiro e Maria Joaquim, respectivamente Presidente e Secretária da Direcção da POMBAL XXI. Depois, Olívia Matos e Rogério Pereira, Presidente e Secretário da Direcção da nossa Associação, a "Desenhando Sonhos"»
Este o texto que ontem enviei para ser integrado no próximo número do "A VOZ DE PAÇO DE ARCOS".
Como podem ver, nós não paramos!
Era do outro lado da estrada, à porta da tasca, num terreiro onde parava a rara camioneta de carreira que ligava o Montijo ao Barreiro. Da quintinha até lá eram cem passos apressados e mal contados. Era ali que aos domingos se juntavam os homens. Miúdos não havia, era só eu. Minha avó deixava-me ir, contrafeita "não te quero ali, aquela gente não tem tino na língua e só sabem dizer destarelos". Mas eu insistia e ia. Ia e ficava por lá até que a última rodada fosse paga por quem não tivesse ouvido uma única vez o grito de "boa malha". Tino na língua, não tinham. Quanto a dizerem "destarelos", não sabia se os diziam, mas não parecia que os dissessem. Falavam das duras condições de trabalho lá na fábrica dos adubos do Barreiro, em confronto com as condições que havia na Mundet, a corticeira ali perto. Falavam do salário magro. Falavam do pão que fazia parte da semanada. Falavam de coisas do Estado e da volta que se esperava que este levasse.(...) O jogo, o "chinquilho" era mero pretexto e de cada vez que lhes ouvia coisa acertada, gritava para dentro de mim mesmo, sem que ouvissem nada: "boa malha!"»
Boa malha!
* O jogo do chinquilho continua vivo