Teria a minha-do-meio metade da idade que tem agora quando se entregou a uma actividade querida: dar lições à guia, num picadeiro próximo. Amante de cavalos e e de crianças por lá andou uns anos até atinar que o soldo era pouco e, embora gratificada pelos sorrisos dos meninos e dos equídeos, lá foi pensando que aquilo não era vida e deu a esta outro rumo...
Um dia, numa quinta próxima, uma cadela meio adoentada deu à luz uma ninhada de uns tantos cachorritos. E porque o leite materno faltava, alimentou-se a ninhada nas tetas de uma outra rafeira. Um dos recém-nascidos ficou desde logo debaixo de olho da Sandra, quer por ser o mais bonito mas também por carecer de acarinhado trato. E logo que o cãozito dispensou o aleitamento, trouxe-o para nossa casa.
Recebeu o nome de Sebastião. Eu acrescentei-lhe o apelido e o cognome, e ficou conhecido por Sebastião José de Carvalho e Pereira, o verdadeiro Marquês de Pombal, embora nunca tivesse conhecido qualquer vénia nem lhe tenha sido erigida qualquer estátua.
O Sebastião, de diminutivo Sebas, foi crescendo entre duas estadas, ora em nossa casa, ora no picadeiro. Aqui, as crianças nem sempre o tratavam carinhosamente e algumas até lhe prestaram judiarias que lhe vieram a condicionar o comportamento, passando a ser pouco amistoso com os mais pequenos, a ponto de lançar a pata ao Miguel deixando uma pequena marca na cara. De resto para todos, tinha a docilidade e o espírito brincalhão próprios dos boxer. Para os outros cães, a força e a agressividade de um doberman e vencia todas as lutas e disputas, embora não lhes mordesse. Viveu cá em casa até...
Memórias inesquecíveis que arrastam outras memórias.
ResponderEliminarAh, como tens razão!... A procurar a foto, tropecei em tantas outras e a comoção tomou conta de mim...
EliminarBelas memórias, Rogério!
ResponderEliminarComo em todas as casas da minha infância (os dois andares geminadas de Algés e o "chalet", no Dafundo) havia bichos não humanos, todas as minhas memórias, de uma forma ou de outra, têm bicho(s) por dentro.
Forte abraço
Eu fico a ganhar... as minhas, e esta em particular, até passam por éguas parindo acalmadas pela presença da minha família
EliminarAbraço, largo, largo!
Bonitas memórias.
ResponderEliminarNa minha meninice sempre tivemos um cão de guarda. O Matateu. Vivia preso numa corrente que corria num arame à volta da casa e do quintal. Quando ele morreu, o seu substituto, durou pouco tempo. Mordia em toda a gente que se aproximasse dele. Do meu pai ao meu irmão mais novo, todos fomos mordidos. O meu pai mandou abatê-lo, quando ele mordeu um vizinho e por causa disso tiveram uma briga feia.
Depois veio o Pirúças que morreu de velhice com 19 anos, já eu vivia em Moçambique. Depois disso meus pais mudaram de casa e nunca mais tiveram cães.
Abraço, saúde e boa semana
Cão assim, também se evita. Sempre nos recomendaram ou se conhecem bem antes (como foi o caso da nossa Lobita) ou se pegam cachorritos...
EliminarAbraço e saúde, da boa!
Gostei do Sebas e da-do-meio!
ResponderEliminarAbraço
Como não gostar?!
EliminarPena a foto da minha Sandra acusar a erosão do tempo...
Abraço
Uma memória com bichos muito terna.
ResponderEliminarO meu pai era caçador, sempre vivi com cães á minha volta, mas a memória mais marcante, não foi com um cão, mas com uma gata, que viveu connosco 19 anos e partiu no dia 1 de janeiro de 2020.
São seres muitos especiais.
Um beijinho
"Cão é prosa! Gato, poesia!"
EliminarFica a memória e fica bem, Sebastião.
ResponderEliminarum abraço Rogério
Olá, Manuela,
EliminarQue bom vê-la por aqui!
Abraço, querida amiga
Temo estes fins. A morte de um animal é uma dor profunda. Essa doença é terrível, o Black José além de ter a vacina usa, também uma coleira para a evitar. Há uns anos desconhecia-se a existência dessa doença. Hoje conhecesse mas há muitos donos que, como a vacina é cara, não vacinam os seus companheiros. Ainda há quem não os tenha chipado. Parece impossível mas é verdade.
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