30 setembro, 2022
A dona Esmeralda e a vizinha do 4º andar, a conversar (38) - [Preocupadas com as novas mazelas]
27 setembro, 2022
26 setembro, 2022
GOSTO DE SER SURPREENDIDO...
O som dos meus passos
sobre as folhas secas
lembra-me que estou a caminhar
sobre o Outono
como se fosse a primeira vez
E nada me alegra tanto
como encontrar-vos de novo
Luís Rodrigues
25 setembro, 2022
A LUA DE MEL DO GAFANHOTO MAROTO
Imagem criada por Sílvia Mota Lopes |
“A LUA DE MEL DO GAFANHOTO MAROTO”
Estava o avô do menino, fazendo o que tantas vezes fazia, contando, desta vez não um conto, mas sim um acontecimento há muito, muito tempo, ocorrido e que o deixara muito, muito aflito. A ele e a milhares de agricultores desde o Algarve até à cidade à beira Tejo, que se chama Barreiro.
Contou, que uma praga imensa de gafanhotos, devastou muitas plantações, sobretudo searas de trigo, centeio e milho. Os insetos de todas as cores e tamanhos, não o faziam por maldade, mas por uma fome medonha. Não tinha sido uma presença demorada. Numa só manhã, “enquanto o diabo esfrega o olho” quase toda a sementeira foradevorada. Foi preciso muito esforço e tempo para repor tudo como agora estava.
“Avô, só vi gafanhotos em livro, nunca vi nenhum vivo... anda ainda algum por aí?
“Sim, um ou outro... ali para os lados do pomar até deixei um canteiro com comidinha escolhida para seu alimento... e acontece uma coisa engraçada um gafanhoto, muito maroto e traquina namora uma “gafanhota” que, ao que parece é bonitinha. Para onde um salta, salta o outro. Para onde o gafanhoto voa, voa a “gafanhota” atrás...
“Será que se eu for lá, os vou encontrar”?
O avô alimentou-lhe a esperança de ir ver quem nunca tinha visto ao vivo. O menino lá foi andando e pulando, pulando e andando em direção ao pomar, entrando pelo lado do laranjal. Mal tinha dado dois passos, pimba, um objeto bateu-lhe no rosto e ficou-lhe colado à face. Tentou tirá-lo e conseguiu isso sem grande custo, mas doeu-lhe um pouco. Olhando a mão, percebeu que era o gafanhoto que tinha acabado de agarrar e que a bochecha lhe ficara a sangrar. Zangado, mas sem pensar em fazer-lhe mal, ouviu o gafanhoto, com voz trapalhona pedir-lhe desculpa, que fora sem querer, um erro de salto mal avaliado, que elenão fazia mal nem a uma mosca...
Logo de seguida, ouviu-se a voz da joaninha: é verdade, ele até me salvou quando fiquei presa numa teia de aranha. E o louva-a-deus, dizendo que ele ajuda toda a comunidade. De seguida deu testemunho a borboleta contando que, quando um acidente lhe tinha quebrado umaasa, o gafanhoto a transportava levando-a até onde precisasse ir até a asa se curar. A abelha, que ia ouvindo tudo, lembrou como ele mobilizou a colmeia para fazer fugir um camaleão. A libelinha que ia passando, deu conta de como o gafanhoto a convenceu a regressar ao lago e deixar de comer os insetos daquela comunidade.
O menino, ouvindo tudo isto, largou o gafanhoto que de pronto se foi juntar à sua namorada que assistindo à cena, ficou ainda mais apaixonada e lhe disse baixinho para que nenhum inseto ouvisse: vamos fazer uma lua de mel e depois acasalar?
O gafanhoto deu o braço à namorada e saíram dali, cantando uma canção muito querida mas só pelos dois ouvida...
Depois de tudo isto, cada um dos outros ficou onde estava e o menino regressou a casa onde contou tudo ao avô, depois da avó lhe tratar da cara que ficara levemente arranhada.
O avô, pediu para que ele se sentasse ali, junto a ele. Começou por dizer que ele assistira a um belo momento, depois fez um prolongado silêncio como que a tomar coragem para o que ia dizer a seguir. Começou com uma breve pergunta: “sabes quanto de vida têm esses simpáticos insetos?” e depois, sem esperar pela resposta, assegura, “No máximo 16 semanas, vê lá...”
Com a resposta na ponta da língua, comentou o menino “Quem determina isso é o destino. Se tiveram vida curta, de uma coisa me fica sem dúvida: foram respeitados e felizes”
O avô sorriu e abraçando-o foi dizendo:
"Dure a vida o tempo que durar o que é importante é espalhar o bem e saber amar".
Quando ia a sair, voltou atrás para perguntar “Porque lhe chamavam gafanhoto maroto?”
O avô respondeu sorrindo “Porque fazia tudo, mesmo o muito sério, com um sorriso de gozo!”
Rogério Pereira
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Este conto é a resposta a um desafio proposto pela Teresa (Ematejoca) e conta com o apoio da Lídia Borges (revisão do texto) e a bela arte da Sílvia Mota Lopes
23 setembro, 2022
21 setembro, 2022
ASSIM, A MODOS DE BOLETIM CLÍNICO - II
19 setembro, 2022
"O ZERO À ESQUERDA"
Sigo Fernando Campos, há anos, e ontem deixei-lhe a promessa de trazer ao meu espaço o seu trabalho. Ei-lo
“O primeiro-ministro, António Costa, assegurou esta sexta-feira que o Governo foi até ao limite do que era permitido pela Comissão Europeia nas ajudas às empresas que estão a enfrentar um forte crescimento do custo da energia. “É suficiente? Seguramente que não. É aquilo que é o limite legal fixado pela Comissão Europeia e, portanto, a restrição não foi financeira, não foi política. É a restrição legal que vigora em toda a Europa para as medidas de auxílio de Estado”.
Se bem entendo esta notícia do Observador, António Costa até fazia, mas não faz. Não porque hoje joga o Benfica ou porque o meu pai não quer. É porque a Comissão Europeia não deixa. Está-se mesmo a ver o que é necessário, mas "deus não permite". Ou seja, o país não tem soberania. O seu governo é um zero à esquerda, não risca nada.
É assim:
Não no dá a pátria, não, que está metida no gosto da cobiça e na rudeza duma austera, apagada e vil tristeza.
Confesso que nunca tinha visto, nem ouvido, um governante português recitá-lo tão ilustradamente, assumindo-o com tão cândida como contentinha e quase orgulhosa imbecilidade.
Fernando Campos, in "O Sítio dos Desenhos"
18 setembro, 2022
A VISITA INESPERADA DA NINFA
Estava eu naquele descanso, só activo no juízo, quando pousa no meu antebraço, junto ao cotovelo, um pequeno insecto. Atrevido, o bichinho, percorre-me o membro e a mão e chega-me à ponta do dedo.
"Eu sou a ninfa mais nova, filha do casal que referes na sinopse do teu conto, e tenho toda a comunidade de insectos, que meu pai uniu, à espera da tua história. Quando estiver pronto, dás três pancadas fortes naquela árvore e todas as ninfas, gafanhotos, joaninhas e abelhas, virão aqui ouvir o conto de tu mesmo terás que contar"
Deixei promessa de o fazer...
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A foto acima foi-me enviada pela Psicóloga Drª Marta Camilo, a quem prometi o meu livro. O conto em breve será publicado.
17 setembro, 2022
12 ANITOS, TÃO BONITOS
Hoje o dia, passado em família, foi mais um a soltar-me a alma e a contribuir para a minha terapia
Foi tão bonito...
14 setembro, 2022
DOIS ANOS DEPOIS, CONTINUO À PROCURA DO EQUILIBRIO
Não pena de penarO que conta é a levezaQue dê para equilibrarEste peso, esta tristezaQue tanto agora me pesaJá tenho a lágrima, a pedraProcuro a leveza da penaProcuro ainda que muito leveUma pequena alegria perene
11 setembro, 2022
"A LUA DE MEL DE UM GAFANHOTO" - sinopse antecipada
"Tu que sabes escrever contos infantis como ninguém, Rogério, escreves “A lua de mel de um gafanhoto”. Em contra partida, eu traduzo o teu livro“CONTOS PARA SEREM CONTADOS” para a língua da menina que detesta livros 📚"
Tendo aceite o desafio da Teresa Palmira Hoffbauer, antecipo a sinopse. A imagem acima é provisória. Quando o conto vier a ser publicado, seguirá arte final com a qualidade habitual com que os meus contos são ilustrados.
SINOPSE
A historia conta o que se passou com uma pequena comunidade de gafanhotos, deixada depois de uma imensa praga ter invadido uma quinta minha muito querida. Entra em detalhes sobre o comportamento de um gafanhoto maroto e do seu namoro com uma gafanhota bonitona, da sua relação com a libelinha, com o louva-a-deus, com a joaninha e com a borboleta, perante gula contida de um camaleão tolerante e com apetite contido perante tanto insecto apetitoso.
Falará do casamento, da curta lua de mel e da filharada deixada e do desfecho, onde alinho uma moral resignada com os ditames da mãe natureza, que assim reza: "Dure a vida o tempo que durar o que é importante é espalhar o bem e saber amar"
O conto segue dentro de momentos...
08 setembro, 2022
Petição “REPOR O PODER DE COMPRA DAS PENSÕES”
Após sucessivos anos de degradação do poder de compra das pensões e, tendo presente a brutal subida de preços, a partir da especulação desenfreada, é urgente o aumento de todas as pensões e actualização anual das mesmas, para assim garantir a recuperação do poder de compra perdido ao longo dos anos.