30 dezembro, 2022

BALANÇO DO MEU ANO - I (o lado sofrido)

Assim, como que fazendo um balanço do que foram esses meses, em todos eles, aqui reporto o permanente esforço para resistir à constante pressão da angústia de a ter perdido, para resistir à emoção da sua ausência. Hoje, declaro-me resignado. Entretanto, somou-se a tal estado o ter sido acometido pela doença mais temida: um cancro.

Recorri então, não só a um competente clínico, como também a expediente: estabelecer diálogo com o meu corpo.

Todos diálogos são uma necessidade. A um nível mais corrente, falar com o outro é, por si só, um acto emérito. Fazer tertúlia é colocar o diálogo a um nível tão mais superior quanto maior for o número de elementos a dialogar. Por vezes o diálogo acontece entre espécies e esse é sempre belo, até porque demonstra inteligência no uso de linguagens diferentes...

Por falar em linguagens diferentes, nem sei que dizer à que usei quando me dirigia  à minha próstata e ela me respondia, ou quando faço apelo ao meu ânimo e ele cumpre o papel de me animar. 

Há quem desenvolva teses e leve a questão para a abordagem científica. Soube disso por via da Drª  Ana, a farmacêutica que me fazia aviamento das receitas passadas pelo meu urologista. Por ela fiquei a saber como a Epigenética aplica a ciência à  biologia pessoal e melhora não apenas o bem-estar físico, mas também a qualidade e o carácter da vida diária.

Deu-me a pista e hoje estou no percurso do entendimento do poder da mente sobre o nosso corpo. Claro que não vou aprofundar este conhecimento. Vou limitar-me a continuar a usar! E não por entretenimento ou curiosidade intelectual, mas porque resulta!

ler aqui todos o "Diálogos"

26 dezembro, 2022

FOI MUITO MAIS QUE UM JANTAR!

 

Sim!, foi muito mais que o juntar a família para celebrar, num jantar, a quadra do Natal.

Entre filhas, genros, netos, cunhados, sobrinhos, primos, aprofundámos os laços que nos ligam e pusemos a memória em dia... 

Se faltou alguém? Não!
Quem não aparece, esteve presente no nosso coração!

24 dezembro, 2022

MINHA SEGUNDA FESTA DE NATAL (E UMA PRENDA SURPRESA)

 Esta imagem, projetada numa tela grande, deu inicio a uma sessão inesperada pois integrava uma homenagem com que não contava. Quanto à encenação, os atores, iam desenvolvendo uma dinâmica, difícil de reportar enquanto no quadro iam passando os textos de narrador. Estes iam sendo lidos pelos alunos oriundos de países de diversas nacionalidades  desde o Bangladesh à Síria, de Angola à Guiné e ao Senegal intervindo com uma leitura hesitante e sumidinha dando prova de estarem, com o meu conto, a dar os primeis passos no domínio da língua...


 Claro que as minhas palavras finais, de agradecimento, foram emocionadas. Emoção que ainda não me larga ao dar conta disto. E se há alguém permanecerá na minha memória ela será a da professora Manuela Esteves (à qual aquela escola tanto deve)..

Por fim a imagem da assistência, a quem aproveito para deixar VOTOS DE FELIZ NATAL, e que tendo recebido um livrinho.assumem o compromisso de contar (pelo menos) um continho do livrinho...  


 

22 dezembro, 2022

CARTÃO DE BOAS FESTAS (com algumas previsões para 2023)


Começaram a chover desejos de todo o lado e eu não podia ficar calado. Cá fica um cartão com desejos sinceros e algumas previsões para o ano que aí vem. Assim, prevejo:
  1. Que não vai haver sol na eira e chuva no nabal
  2. Que os rios continuarão a correr para o mar
  3. Que Marcelo vai tentar conseguir estar ao mesmo tempo em dois sítios diferentes, mas não irá conseguir
  4. Que o dito cujo se vier a ser confrontado com a opção em receber o vencimento como comentador ou como Presidente não irá reunir o Conselho de Estado para tomar uma decisão
  5. Que entre o PS haverá quem não esteja contente, mas ajudarão o Costa a seguir em frente
  6. Que a pobreza que por ai anda, continuará a por ai andar 
  7. Que os jornais teimarão a reclamar-se como imprensa escrita
  8. Que a geringonça não irá voltar 
  9. Que continuaremos a ser rendeiros da nossa própria terra
  10. Que, para o ano, meus netos terão mais um ano

20 dezembro, 2022

17 dezembro, 2022

A MINHA PRIMEIRA FESTA DE NATAL...


 Entre a minha Associação e a POMBAL XXI, uma Associação de Moradores dos Bairros do Pombal e Bento Jesus Caraça, onde se concentra uma comunidade africana, maioritariamente cabo-verdiana, existe uma cooperação interessante  e são inúmeras iniciativas em parceria. 

Fomos convidados para a sua Festa de Natal... se eu dancei? Diria que aproveitei para fazer uma sessão de fisioterapia...

16 dezembro, 2022

HIROXIMA... (RETOMO O TEMA)

 Do poema publicado ontem, que ninguém terá lido: 

(...)
Tudo se fez pó
não ficou pedra sobre pedra
e nem pedras havia no chão
já o chão não era chão
mas o fundo abismo de uma cratera
onde tudo era estendal de morte
sem porta de entrada sem porta de
saída
sem tempo sem norte sem vida
sem ruas sem movimento
sem fímbria de céu ou de mar.
O nada entrou no coração
que deixou de bater no peito de
muitos mil
ao peso de cinquenta quilos de
urânio
e toneladas de glória americana
erguendo até ao cume da barbárie
a bandeira mais cruel da natureza
humana.
(...)

15 dezembro, 2022

HIROXIMA, NUMA SESSÃO MEMORÁVEL, PARA QUE A MEMÓRIA NÃO SE APAGUE

 

 O Conselho Português para a Paz e Cooperação e a Âncora Editora realizaram mais uma apresentação do livro "Hiroxima - Antologia de Poemas" coordenado por Carlos Loures e Manuel Simões.
A sessão, apresentada por Amílcar Campos (membro da Presidência do CPPC), contou com as intervenções de Manuel Simões, coordenador da obra, Baptista Lopes, da Âncora Editora, Ilda Figueiredo, presidente da DN do CPPC.
Entre as intervenções foram declamados poemas do livro por vários atores do Intervalo Grupo de Teatro.
De entre os poemas declamados, escolhi este:

HIROXIMA - Adão Cruz
 
Nos limites da razão
onde os homens produzem monstros
todos nos sentimos escombros
do maior terrorismo da História
humana.
Nasceu a manhã mais cruel da mais
inocente madrugada
a manhã mais negra do que a noite
do absurdo.
O inferno rasgou o sol e a lua
os rostos e os braços
arrancou as árvores
secou os rios e as fontes
enchendo a cidade de sangue e
corpos em pedaços.
Um mar de gente ... no corpo nu da
solidão
gente só... no ventre da multidão
olhos vidrados de lágrimas e pânico
correndo... fugindo...
para onde... para o nada...
para o abismo da escuridão
sobre restos de sonhos e pedaços de
vida
espalhados pelo chão
onde a dor fincou as garras
abafando os gritos em catedrais de
cinzas.
O fim de tudo entrou pelas portas e
janelas
e comeu tudo...
comeu as casas que caíram
as mãos que deixaram de brincar
comeu os olhos que deixaram de
olhar
e as bocas que deixaram de respirar.
Tudo era dentro e tudo era fora
na amplidão do desespero
não havia mães nem filhos nas
entranhas da aflição
não havia rumo nem caminho
no deserto infindo da maldição.
Tudo se fez pó
não ficou pedra sobre pedra
e nem pedras havia no chão
já o chão não era chão
mas o fundo abismo de uma cratera
onde tudo era estendal de morte
sem porta de entrada sem porta de
saída
sem tempo sem norte sem vida
sem ruas sem movimento
sem fímbria de céu ou de mar.
O nada entrou no coração
que deixou de bater no peito de
muitos mil
ao peso de cinquenta quilos de
urânio
e toneladas de glória americana
erguendo até ao cume da barbárie
a bandeira mais cruel da natureza
humana.
Uma fria luz de prata atravessou o
mundo
perfurou a mente e as ideias
em seco lamento de gemido sem
remédio
como latido de cão atirado ao vento.
E o mundo dormiu suavemente...
e ainda hoje não acordou.
Entre milhares de bombas e
estrondosos hinos
o mundo de olhos cegos e ouvidos
moucos
ainda dorme...
nada mais ouvindo que o silêncio dos
assassinos.
Poema declamado por André Levy

 

11 dezembro, 2022

A MINHA MUSA ANDA AUSENTE...

A Lis Costa deixou-me, no outro dia, este comentário:

«Nem sempre o céu é azul , Rogério. E a chuva foi uma bela inspiração! Que as estações afetam nosso cotidiano não há dúvida, mas nem todos possuem talento para compor poesia . Gostei da surpresa poética. Que venham outras para os dias ensolarados. Aguardarei !»

 Não posso responder ao teu pedido. A Musa não anda comigo... mas deixo-te outro poema e também o meu livro.
Se gostas da minha poesia, lê-o, de fio a pavio... aqui.

 

DESPERTARES

A alma, o corpo e a razão
sentiram-se abraçados,
docemente,
como há muito não lhe acontecia
Desde então,
ela não mais se afastaria,
como se fizesse parte dele,
sem pressão nem posse.
Seu tronco tornou-se forte
e, na sua frondosa copa,
as folhas assumiram aquele tom
verde de esperanças e de certezas
contrastando com o vermelho
de um fruto amadurecido
Enquanto a seiva lhe fervilhava,
as raízes acordaram resolutas
no seio do húmus da terra

Decidiu então juntar-se à floresta
Assim unidos, assaltaram a cidade


(E outros poemas) - pág.16

10 dezembro, 2022

PORTUGAL AFASTADO...


Depois do que se diz do jogo, preocupa-me a educação do meu Diogo. É que o puto, na sua sã inocência, pensa no que pensa, mas a realidade ameaça o seu pensar. Eu, por mim, tentarei continuar a transmitir-lhe a mensagem de sempre...


Ah!, e outra coisa:

«O que há de característico e fundamental no desporto é, justamente, o que define e caracteriza a sociedade em que ele se realiza»

Prof. José Esteves,
in "O Desporto e as Estruturas Sociais" - 1967,
(este post foi adaptado de um já produzido)

08 dezembro, 2022

Poesia (uma por dia) - 60

(reeditado)

Até que o Sol nos apareça

Uns dizem palavras de desalento
Outros que esperam ter esperança em Maio
A maior parte, não fala e quando saio
Oiço queixas veementes de tão mau tempo

Resguardo-me dos estados de alma
E do silêncio resignado e mudo
Avanço chuva adentro, que não se acalma
Sem esperar que lave os males deste mundo

Meu irmão falou-me de relâmpagos, na escarpa
A nuvem falou-me de trovões e do vento
Um raio que parta tudo isto, ouvi neste momento
Desabafo da impotência que daquela voz se escapa


Avancemos, chuva adentro
Chuva adentro
Até que o Sol nos apareça, e brilhe                           como se fosse Abril  
Rogério Pereira


07 dezembro, 2022

CELEBRANDO ARY DOS SANTOS (Morreu? Quem disse?)

 

 Se estivesse vivo, faria hoje 86 anos. Que a memória de um dos nossos maiores poetas de sempre não se perca! Nem como poeta de Abril nem como poeta das mais belas canções...

05 dezembro, 2022

O QUE É, NA VERDADE, UMA IMPOSSIBILIDADE

 

Na verdade, uma impossibilidade é, tão só e apenas, aquilo que ainda não aconteceu. Quis dar um exemplo ou outro, mas tropecei "numa aula" onde Pepe Escobar dá uma panorama vasto do muito que julgamos impossível mas que bem pode estar perto de nos entrar pela porta adentro.  A começar pelo regresso do fascismo...

01 dezembro, 2022

PARA QUANDO A NECESSÁRIA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA ?

 O 1º de Dezembro de 1640, celebra a data em que Portugal se torna independente de Espanha.

O 1º de Dezembro de 2009, assinala a data da entrada em vigor do TRATADO DE LISBOA, data em que Portugal perde a sua independência em favor da União Europeia.

Para não entrar em muitos e diversos exemplos de tal perda de soberania, basta referir que a nossa Assembleia da República só pode votar o Orçamento de Estado se este antes tiver sido submetido à apreciação da prévia da Comissão Europeia.

A nossa imprensa, que deixou de o ser, para assumir o papel de comunicação social, não perde tempo com a informação. Para que se perceba onde quero chegar, lembro algumas intervenções do Congresso de Jornalistas em 2017, onde se fala da perda de dignidade .

Já não compro jornais, e vejo televisão só para avaliar até onde chegam os limites da manipulação e da omissão.

E, já agora uma sugestão:

Saiba mais sobre as modalidades de subscrição, aqui.


28 novembro, 2022

OS "CONTOS PARA SEREM CONTADOS" FORAM AOS FADOS!

 

OS "CONTOS PARA SEREM CONTADOS" CHEGARAM AOS FADOS... 

A convite da ASSOCIAÇÃO CULTURAL "PATRIARCA DO FADO" - ALFREDO MARCENEIRO a nossa Associação esteve presente. Entre, canções, fados e guitarradas houve um espaço para que um continho fosse contado e oferecido um livrinho aos muitos avós presentes. Ao neto do Patriarca, o Vitor Duarte Marceneiro e à sua simpática companheira Piedade deixamos aqui o nosso abraço e agradecimento. 

O almoço servido estava um espanto!

25 novembro, 2022

DESMENTIDO E REPETINDO A ERRATA QUE CORRIGIA O QUE HÁ MUITO VINHA DIZENDO ...

(Reeditado, por força dos comentários que ontem me fizeram)


O desmentido:
Quando, não há muito, dava conta do surgimento de nova humanidade ir mudar o Mundo baseando tal notícia num facto, por mim contado, e em milhões repetido, sustentava-a num Estudo realizado que dava a evidência científica, podendo-se ler no relatório distribuído à imprensa: «Das duas pupilas dos novos seres, a mais pequenina, apresenta uma espécie de nervo óptico que liga o olho ao coração. Assim, é provável que estejamos em presença de uma nova humanidade, e esta possa estar mais apetrechada para lidar com adversidade ou até a anular. Só nos resta esperar». 
(A PROPÓSITO DOS COMENTÁRIOS QUE ONTEM ME DEIXARAM, REEDITO)
Surge agora o desmentido: o Mundo não só perdeu tal capacidade de passar a ver com o coração, como cegou. Hoje todos podem continuar a olhar, mas perderam a faculdade de poder ver. 
A errata
  • Onde se lia "Mudar o Mundo não custa muito, leva é tempo", deve passar-se a ler "Mudar o Mundo custa muito e é imensurável o tempo que pode levar"
  • Onde se lia "O futebol é tão só e apenas a coisa mais importante de entre as coisas pouco importantes com que nos devemos preocupar", deve passar-se a ler "O futebol é mesmo a coisa mais importante com que nos devemos preocupar"
  • Onde se lia "Não precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, que nos arrepiem a pele, que nos emocionem. Precisamos de palavras-adubo, palavras-semente e sobretudo de ideias", deve passar-se a ler, "Precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, as dirigidas à razão não contam para nada"
PS: Se disserem que este post é pessimista, eu nego! 
É só mais um apelo à reflexão e não um deitar a toalha ao chão... 

24 novembro, 2022

«OS RODRIGUINHOS NO QATAR»


Ao ver o trabalho do Fernando Campos, ocorreu-me aquela minha frase batida "O futebol é, tão só e apenas, a coisa mais importante de entre todas aquelas que não têm importância nenhuma"

23 novembro, 2022

A VERDADEIRA SOLIDÃO

 

A verdadeira solidão não deve ser confundida pelos curtos momentos que por vezes nos atormentam e que de pronto ultrapassamos... a verdadeira solidão é uma opção, que resulta da desistência da luta. É um estado de espírito de um vencido. É um refugio... a que muitos pregam culto.

20 novembro, 2022

A VERDADEIRA AMIZADE NINGUÉM SABE COMO NASCE....

 


Quando vi, foto tão plena de ternura, disse de mim para mim: "É agora". E foi. Mandei pelo Messenger uma mensagem à Odete (que frequentemente me comenta) a pedir o contacto do Nuno. Liguei-lhe a marcar encontro e ele sugeriu um almoço. Um almoço. Um almoço na Associação 25 de Abril.

À hora aprazada lá se deu o encontro, com um prolongado e apertado abraço Ao nos separar-mos olha-mo-nos e, certamente, cada um terá pensado, "passados tantos anos, temos a mesma jovial expressão" e sentámo-nos um frente ao outro. E a conversa começou por aí "há quantas dezenas de anos que não nos vemos?" e continuámos a conversa tentando situar a ocasião e concluímos ser à cerca de sessenta. Sim, 60, teríamos ambos 17 ou 18 anos...

O jantar foi servido e fomos em busca da memória. Ele, militar de Abril, reportou a evolução da família, e eu a evolução da minha e falámos um pouco de tudo o que fizemos na vida até chegar a altura de lhe falar das prendas, dois livros de que sou autor.

Uma, dedicada ao capitão de Abril, sobre as minhas memórias de angústias, afetos e medos, da minha passagem pela guerra colonial e que teve a sua apresentação numa sala apinhada;

A outra, dedicada aos avós, Odete e Nuno, numa sessão em Braga, que conta com a minha virtual presença.  

Tal oferta celebra esta amizade perene

18 novembro, 2022

SIM, O LIVRINHO FOI APRESENTADO EM BRAGA

«Aconteceu hoje, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga.
Foi uma “Hora do Conto” muito especial. E tudo porque o público era muito especial. Imaginem: os maiores e os menores, que bem podiam ser avós e netos, todos à descoberta de um mesmo livro – “Contos Para Serem Contados” de Rogério V Pereira, com ilustrações de Sílvia Mota Lopes. Tal como o autor definiu, no final da sessão, todos puderam levar o livro para ler e contar as histórias aos mais velhos ou aos mais novos, lá em casa. Foi um momento muito enriquecedor e gratificante para mim que, hoje, fui a “contadora”.»
Lídia Borges

Ao ler isto na página do Facebook nem imaginam o misto que me vai na alma. Misto de satisfação e tristeza. Satisfação por a Olívia Marques assumir a tarefa e ter contado um conto a uma sala cheia. Tristeza, por não poder ter estado presente, a não ser em modo virtual, assim:

 


17 novembro, 2022

«TÚNICA ÍNTIMA», UM LIVRINHO QUE TAMBÉM RECOMENDO...

Prometi à Sílvia Mota Lopes propor a "quem sabe da poda", não só porque é escritor consagrado, mas também crítico literário, que fizesse uma apreciação a este livro, "Túnica Íntima". Falei agora mesmo com ele (Domingos Lobo) e obtive a confirmação de o ir fazer numa das revistas literárias para onde colabora regularmente, mas onde só terá espaço em janeiro... Resolvi, então, não esperar tanto tempo e aproveitar os comentários da Olívia Marques para avançar com os seu comentários, que subscrevo. Escreveu ela:

«A meio caminho, entre a cabeça e o coração, há um lugar de liberdade privilegiada onde foram agrupados os poemas em pequeno formato (2 ou 3 versos, na sua maioria). Nesse espaço de sombra onde as «palavras pernoitam em avolumadas hastes sonâmbulas» (pag. 14) é dada ao leitor autonomia bastante para fazer significar as palavras, segundo o seu modo próprio de ler/ver. A interferência da voz textual é mínima já que esta dá primazia à sugestão em detrimento da afirmação.

Depois há o coração (uma pintura da autora) onde a fisiologia, veias e artérias, a mágoa, a fantasia, a inquietação, se entrelaçam para dar existência aos afetos que são, no meu entender, a “alma” deste conjunto de poemas. Temos a comprová-lo, não só a dedicatória: «Ao meu pai» como também diversas referências à família - à mãe à avó, etc...
No extremo oposto, fica o pensamento representado, nas imagens, pela cabeça – rostos, olhos, expressões, cabelos em simbiose com elementos da Natureza dialogam, à primeira vista, de forma harmoniosa. Destes diálogos despontam fragmentos de memórias, reminiscência quase sempre a partir dos verbos “lembrar/recordar”, cf. se pode ver nestas e noutras passagens, ao longo do livro:
“Lembro-me do frio miudinho / da sombra e do silêncio […] / a minha mãe aquecia-me os pés[…]”
“Lembro-me do colchão, do berço, do cubículo/e ali dormia/para não sentir o seu tamanho.”
“Lembro-me das árvores carregadas de pássaros /que rebentavam em cânticos.”
“Lembro-me da sala em festa, da fotografia da família num álbum/que não abro há algum tempo.”
“Recordo as árvores e vou inventando outras…”
[…]
Tudo isto, e não só, podemos encontrar no livro – “Túnica Íntima” – de Sílvia Mota Lopes, onde a linguagem parece revolver-se constantemente na tentativa de abarcar a convulsão de sentires, emoções, medos e contradições a que todo o ser humano, com maior ou menor intensidade, está exposto.
Se recomendo?! Claro que sim!»
Lídia Borges

Quer um livro? Então não perca tempo!


16 novembro, 2022

SARAMAGO [CELEBRADO, POR MIM SARAMAGUIANO]

 

Tenho dito, ao longo do tempo, que me sinto saraguiano, até ao tutano. Desde fazer referência a meras circunstância da vida, até à promoção militante da sua obra.

Quanto às circunstâncias de vida, já referi termos ambos sido criados em casa de hóspedes (ambas as nossa famílias vivemos num quarto), termos morado na mesma rua (Rua Carrilho Videira), termos frequentado a mesma escola (Escola Industrial Afonso Domingues) e termos ambos tirado o mesmo curso (Serralheiro Mecânico).

Quanto à promoção militante da sua escrita, foram 125 semanas (cerca de dois anos e meio) a publicar "Homilias Dominicais" citando, ora a sua obra, ora a sua intervenção cívica e política.

Saramago morreu? Quem disse? 

11 novembro, 2022

S. Martinho baralhou-se porque lhe baralhei a lenda...

(reeditado)

Conta outra lenda (que agora mesmo inventei)
que foi neste dia feita rica oferenda, a Baco, Deus verdadeiro. (como verdadeiros são todos os deuses)
A oferenda reunia um vinho divinal e um cesto de bela, doce e fresca fruta.
Tomou o gosto ao vinho e procurou, procurou, procurou...
Não encontrou, no meio de tanta,
que desgraça tamanha,
nem um única castanha!
Ia morrendo de raiva, de ira, de susto!
E por ter tão fraco magusto decretou que ninguém mais nesta data bebesse vinho, nem bom nem mau, nem sequer surrapa.
Seus súbditos e outros seguidores da fé
tementes a Baco, inventaram bebida estranha que dá pelo nome: "Água-pé"


Imagem de Baco, tirada daqui

09 novembro, 2022

REDACÇÕES DO ROGÉRITO - 52 [de novo, o ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO]

Tema da redacção: O OGE agora explicado por um convidado

A stora reconhecendo que a aula dada tinha sido toda uma grande baralhada e que a explicação dada tendo a única coisa a ficar clara tinha sido o facto do dinheiro todo a ir para o mesmo lado mas que para entender isso a aula nem teria sido necessária bastando olhar para a cara das pessoas à saída do supermercado e medir o tamanho da fila para fazer a raspadinha na esperança de lhes sair qualquer coisinha que lhes permita compor o pouco que levam no saco.
Foi então esta aula dada por um convidado um senhor  bem-apessoado que com voz monocórdica levou o tempo todo a dizer o que a stora já tinha dito e a explicar tim-por-tim aquilo que não tem explicação e que em vez de bata usava gravata e quando tocou para o intervalo calou-se então pois de pronto a turma se levantou e deixou o perito a falar sozinho.
 
Quando for crescido e vier a ser eu o convidado antes de falar do tema falarei do sistema que em termos de impedimento da justa distribuição da riqueza este orçamento é um excelente instrumento. 
 
Me assino 
Rogérito

07 novembro, 2022

DIÁLOGO ENTRE A MINHA ANSIEDADE E A MINHA ANGÚSTIA (ATÉ AO MEU ÂNIMO ENTRAR EM CENA)

Minha Ansiedade (com tremura na voz) - É curioso que quando o urologista, na consulta da semana passada lhe disse que o cancro tinha ido à vida e era passado, pensava que ele me despedira com justa causa..

Minha Angústia (com convicção) - Sabes bem que porque tu e eu nos aliámos e, por causa mais profunda lhe de-mos cabo do juízo. Perder a companheira não algo que passe logo à primeira! O estado do Mundo e o contexto político, também não ajudam nada...

Minha Ansiedade (lembrando Jerónimo) - Essas coisas, a um militante como ele, pesa menos do que pensas... aliás, o Partido dispensou-o do Secretariado, do Executivo e também da coordenação da Freguesia...

Meu Ânimo (entrando em cena) - Que raio vem a ser essa conversa? Vou dar cabo de vocês em menos de um fósforo.

(não está a ser assim tão rápido, mas não há dúvida, estou mesmo saindo da depressão)

06 novembro, 2022

MIA COUTO E A IMPRESSIONANTE ACTUALIDADE DE UM SEU DISCURSO...

Há três dias atrás, Mia Couto, que tem vindo a ocupar com frequência o meu espaço, fez publicar um texto no Expresso, depressa replicado por tudo o que é lado. Ia eu trazê-lo aqui, mas limito-me a chamar a vossa atenção para a sua leitura. É que me veio à memória um impressionante discurso que pelo seu conteúdo e atualidade passei a dar-lhe prioridade. 

05 novembro, 2022

O PCP TEM NOVO HOMEM AO LEME...

Sobre a substituição de Jerónimo de Sousa como Secretário-Geral do PCP

5 Novembro 2022

 Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, no prosseguimento de uma avaliação própria, reflectindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha, mantendo-se como membro do Comité Central do PCP. Destaca-se, neste momento, a grande dedicação e empenho com que assumiu estas elevadas responsabilidades, por um longo período, exemplo de compromisso com o ideal e projecto do PCP, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País, da paz, da amizade e solidariedade entre os povos, bem como a disposição de prosseguir a sua acção militante.

 

No seguimento da questão colocada, que se compreende face à situação concreta, e concluída a devida auscultação, o Comité Central do PCP terá uma reunião no próximo sábado, 12 de Novembro, após o primeiro dia dos trabalhos da Conferência

Nacional «Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências», em que será feita a proposta da eleição de Paulo Raimundo para Secretário-Geral do PCP.

Paulo Raimundo é de uma geração mais jovem, com um percurso de vida marcado por uma experiência diversificada, com capacidade, inserção no colectivo, preparado para uma responsabilidade que associa a dimensão pública à ligação, contacto e identificação com os trabalhadores e as massas populares e com o Partido, as suas organizações e militantes.

O PCP, no quadro do seu funcionamento colectivo, com as responsabilidades individuais que lhe são inerentes, dotado das conclusões da Conferência Nacional, prosseguirá e intensificará a sua acção, afirmando a sua identidade e o seu

compromisso com os trabalhadores, o povo e o País.

 Relacionado

Paulo Raimundo – Biografia Sobre a substituição de Jerónimo de Sousa como Secretário-Geral

https://www.pcp.pt/sobre-substituicao-de-jeronimo-de-sousa-como-se...


 

03 novembro, 2022

PROGRAMA "SEM IDADES"... CELEBRANDO O DIA DO IDOSO... E FOI ASSIM...

E foi assim, num auditório pejado de avós e netos. Atuações cumprido o programa aqui anunciado e no fim, Olívia Matos, a Presidente da "Desenhando Sonhos" a entregar livrinhos a toda a gente.

Não houve recolha de som, mas o conto foi contado tal qual como fora ensaiado  pela Patrocínio Costa.

E muito aplaudido


01 novembro, 2022

FERIADO (ou o quanto é injusta a memória, quando curta!)

(reposição) 


No ano passado e eu dizendo que em puto, fazia o que faziam os outros. "Pão, por.. Deus", pedia eu. E não pedia muito. Bastavam uns tantos doces e um rebuçado no fundo do saco e aí me detinha, sentado num qualquer degrau, com outros, a fazer partilha.

Depois de puto, ainda não muito crescidote, ficava a uma qualquer esquina, mãos nos bolsos, a roer-me de inveja observando os que, então, se entregavam à tradição. Foi assim, até deixar de ser assim. Palavra que não dei pela chegada do Halloween, primeiro em filmes e desenhos animados, depois em campanhas dos supermercados e, por fim, nas salas de aula, onde apenas alguns professores salvam a tradição e relembram cantilena chilreada pela catraiada:
“Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós.
Para dar aos finados
Qu’estão mortos, enterrados.
À porta da bela cruz
Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho.
Faz favor de s’alevantar
P’ra vir dar um tostãozinho”
E pronto, aqui chegado, saúdo o reposto feriado ao mesmo tempo que deploro e lamento quanto é injusta a memória quando é curta. É que este feriado foi-nos roubado e só nos foi devolvido por acção daquele tal partido... Não se lembra qual? 
Pois, e isso é um outro mal!

31 outubro, 2022

EM DIA MUNDIAL DA POUPANÇA, VEIO-ME UM POEMA À LEMBRANÇA

DESAMPARADOS

Levantam-se todos os dias
cedo ou tarde
para trabalhar
para procurar trabalho
para decifrar o latim de promessas vãs
para catar restos em caixotes do lixo
nas traseiras dos hipermercados
para descer os degraus corroídos da loucura
para mirar o horizonte embaciado, sem barcos.

Sofrem sem que uma
só esperança lhes minta.

No fim do dia voltam a casa
para a sopa que lhes afaga o corpo cansado
para os cartões no chão
onde se deitam como reis
sobre a sua pobreza.

Levantam-se,
muitos anos mais velhos, a cada dia
cedo ou tarde
para trabalhar
para procurar trabalho
para decifrar o latim de vãs promessas
para catar restos em caixotes do lixo
nas traseiras dos hipermercados
para descer os degraus corroídos da loucura
para mirar o horizonte embaciado, sem barcos.
E nenhum vento que os perturbe.

Esquecem-se de sofrer. Já nenhuma miséria lhes falta.

Lídia Borges, in "Searas de Versos"

NOTA: Tenho presente que a celebração deste dia foi ideia das instituições bancárias... como aqui se documenta

28 outubro, 2022

«Rogerio, obrigada por garantir estes sorrisos»

Recebi um e-mail da UNICEF...
 

«Caro Rogério,

Em três meses conseguirmos fazer a Pétronie e os seus 646 colegas sorrirem novamente. A escola primária onde estudavam foi destruída pelos confrontos na região do Kasai, República Democrática do Congo, mas a comunidade local juntou-se aos nossos colegas no terreno e, juntos, reergueram a escola e entregaram o material escolar necessário para começarem as aulas.

A UNICEF tem, todos os dias, mais de 800 técnicos especializados no terreno, a garantirem o acesso à educação a crianças de 152 países, com programas integrados, que incluem: ensino, água, saneamento básico e nutrição.

Os programas de educação que desenvolvemos procuram solucionar os problemas específicos de cada região e, hoje, queríamos que conhecesse alguns deles. 

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Garantir este acesso ao ensino é ainda mais importante numa altura em que o mundo vive uma crise na educação, com 244 milhões de crianças ainda fora da escola e a perda de aprendizagens dos últimos anos, agravada pela pandemia. Vamos continuar este trabalho.

Obrigada por nos ajudar a garantir que mais de 45 milhões de crianças podem ir à escola, todos os dias!

Até breve,

Luísa Motta
(Diretora da UNICEF - Portugal)»

 

27 outubro, 2022

UM CONVITE E UMA SURPRESA

                                         O CONVITE

Tal como consta no programa da excelente iniciativa da UFOPAC (ver cartaz, em cima), nas instalações da COOPERATIVA NOVA MORADA, a nossa Associação "Desenhando Sonhos" irá apresentar um livro de contos para crianças e desde já estão convidados.

Na iniciativa, participarão:
  • A Presidente, Olívia Matos, que fará a introdução
  • A convidada, Patrocínio  Costa, que irá ler um continho do livrinho
  • O autor, Rogério Pereira, que irá interagir com os presentes, tal como já fez no lançamento do livro,  no "Dia Mundial da Criança"  (ver link)
A SURPRESA
  • A todos os presentes, será oferecido um livrinho, a troco do mero compromisso de contarem um conto,em ambiente familiar ou escolar
Apareçam e levem um amigo também!


25 outubro, 2022

ENA, COMO A VIDA PASSA RÁPIDA...


O Miguel, fez hoje 24 anos. Enchi-o de abraços e fiquei a pensar como a vida passa rápido... (não hei-de eu estar velho...)

Parabéns, pá!

22 outubro, 2022

UM JANTAR MEMORÁVEL, ONTEM, EM CARCAVELOS


 
A iniciativa, pertenceu ao Celso, cuja imagem só consta nesta aqui ao lado (o último, lá ao fundo)

Estiveram presentes, além de mim, colegas de trabalho durante uns bons anitos na extinta Coopers & Lybrand até à fusão, em 1998, com a Price Waterhouse.

Alguns de nós não nos encontrávamos há mais de vinte anos... foi um "partir pedra" que durou cerca de 3 horas.

Já dizia Saramago: "Somos a memória que temos!" Sem o que passámos juntos, eu não seria o que  sou hoje!
E foi tão bom recordar todos aqueles sorrisos.... e afetos!

20 outubro, 2022

MAOMÉ NÃO FOI À MONTANHA, MAS A MONTANHA VIRÁ A MAOMÉ


 A "Túnica íntima" é um livrinho da Sílvia, a ilustradora do "nosso livrinho" (Contos Para Serem Contados que foi apresentado em Amares pela nossa querida amiga Lídia Borges).

Na altura, não fui a Amares mas a Sílvia virá a Oeiras e será apresentada (ela e o livro) pelo crítico e escritor Domingos Lobo (também já vosso conhecido).

No vídeo, a autora recita alguns poemas do seu livro...

18 outubro, 2022

O VERDADEIRO DEPRIMIDO

 

O verdadeiro deprimido não é todo aquele que sofrendo intensa angústia e sujeito a forte desequilíbrio emocional vive um estado de depressão. 

O verdadeiro deprimido é um ser que não reage a tal estado nem luta para o ultrapassar chegando até a procurar refugiar-se na angústia para não aceitar defrontar a vida.


17 outubro, 2022

REDACÇÕES DO ROGÉRITO - 51 [O Orçamento Geral de Estado e a "Raspadinha"]

Tema da redacção: O OGE e o recurso à "Raspadinha"

A stora voltou a andar baralhada com o orçamento e com o que se anda a dizer por aí com a catrefada de medidas assim e assado com o dinheiro todo a ir para o mesmo lado e vai dai pediu-me a mim que escrevesse mais uma vez alguma coisa que lhe desfizesse a confusão e eu percebo que ande confusa pois também assim anda a minha vizinha do quarto andar e a dona Esmeralda que se vê na mesma barafunda e de aflitos para explicar pois ela própria não entende nada.
Ora eu tal como já tinha há tempos escrito que de orçamentos só sei do meu e dos orçamentos das minhas vizinhas percebo que o que lhes entra em casa não dá para a despesa e se uma se queixa a outra não se dá calada ora é a eletricidade que está cara ora é a água que não está barata ora é a alimentação onde o que poupa no passe social não dá para para melhorar a refeição e até já nem é solução comprar frango até mais não.
Elas continuam à nora com a chamada carga fiscal e do alarido que por aí anda uns dizendo que está a aumentar e outros que não aumenta nada e eu tento explicar que a carga fiscal é como as cargas das esferográficas quantas mais são empregadas mais carga total teremos para podermos escrever até fartar e que quem anda a reclamar que a carga fiscal está a aumentar é gente chique que nunca usou uma bic e só usa caneta de tinta permanente sempre que o "tablet" ou o Samsung do costume. não estão à mão
As vizinhas em discussão chegaram à conclusão que a "Raspadinha" era a única salvação mesmo sabendo que se caírem na viciante dependência os SNS não responde a tal doença. 
Me assino
Rogérito

PS - Esta redacção actualiza, ao actual contexto, esta outra

16 outubro, 2022

DA MINHA JANELA (para que tenham inveja dela)


 
Oeiras, na Praia de Santo Amaro, recebeu a 6ª edição do Portugal Air Summit... vi tudo, de tarde à noite. Aviões para cima, aviões para baixo em voo picado, fazendo cambalhotas e piruetas. No final houve fogo de artifício...
 
 
No noticiário da noite já foi anunciado o maior aumento de sempre. Falo dos combustíveis, claro.
O festival aéreo foi lindo, saiu foi caro como o Diabo....