30 junho, 2011

601º Post, 18 meses após uma decisão...

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Não, não se trata de festejar. Trata-se de ter pretexto para dissertar sobre um balanço que me anima:

- 600 posts
- 42 733 visitas
- 206 seguidores

São números interessantes. Mas a minha verdadeira satisfação é o número de visitantes (mais de 7 mil)que tiveram a curiosidade de espreitar o meu perfil. Isso e também considerar, como considero, muito alargado e diverso o leque de sensibilidades e motivações de quem me visita, lê e comenta. Teria desistido se tal não fosse conseguido. Imagino ser mais fácil evitar temas controversos, não dar opiniões contra-a-corrente, enfileirar no pensamento único ou fugir dele sem o denunciar. Falando de fugas, digo que fujo... Fujo deliberadamente à facilidade e trabalho (e estudo) para diversificar os temas. Não me escondo, e não falo em mostrar o rosto pois que este até é meio encoberto. Falo em não esconder o que sou e o que penso... Com este balanço positivo (?) reafirmo o meu inicial objectivo e o meu projecto escritos no primeiro post. Continuarei dentro dos princípios declarados. Porquê? Porque às razões aduzidas somam-se outras mais recentes e preocupantes. Quixotesca e romântica esta missão de contrariar a tendência para uma sociedade padronizada, parecendo um jogo de Lego onde a vida corre o risco de ser alterada ou destruída por birra de quem a vai montando...


A quem me acompanha, o meu grande agradecimento. A todos tentarei retribuir o melhor que posso e sei, com palavras que, embora apressadas, procuram terem inspiração e serem pensadas...

Está resolvido!, o problema era... o "pisco"

Lembram-se da minha espera, desesperada, querendo colocar comentários e... nada? Pois está resolvido. Não aconteceu o que receávamos. Nada disso. Para quem tenha problema igual, cá vai um procedimento que deu certo. Não sou eu um gajo esperto? Era assim que acontecia e como deixou de acontecer:


    1. Escrevia com a alma que se me conhece. Ia para editar o comentário e aí começava o fadário: a caixa de diálogo aparecia. Escolhia a conta Google e ia parar para "iniciar sessão" (mas eu tinha a sessão já anteriormente aberta... a coisa não estava certa)
    2. Inscrevia os dados... e a coisa não dava pois ia parar ao mesmo, descrito no ponto 1. Voltava a tentar e a não dar. Até que tirei aquele piscozinho, que está circundando a vermelho...
    3. Meti os dados da conta, sem piscozinho nenhum e não fez pum! Entroooou! Que contente estou....

QUER EXPERIMENTAR?

29 junho, 2011

Pois... a Europa...

A Angela ficou felíz, é o jornal i que o diz

"A Grécia parece ter peçonha. Nas reuniões internacionais, Papandreou é objecto de todas as recuadas atenções e de todos os silenciosos desfavores. Os países "periféricos", nos quais se inclui Portugal, nada querem a ter com a Grécia, uma desgraça que dá azar. A simples menção do nome do país faz estremecer de horror os dirigentes da Europa "pobre." A Grécia é-lhes desprezível. Temem o "contágio", e afirmam, com fogosidade, nada ter a ver com "aquilo". Se a Europa económica e política está a desfazer-se, a Europa moral (o que quer que a expressão signifique) só não cai em estilhaços - porque não existe.(...)" - Baptista Basttos, hoje no DN

"Quem vê a nossa TV, qualquer delas, não precisa de ouvir os porta-vozes da Comissão Europeia, do BCE ou de qualquer outro credor em transe. Os nossos repórteres encarregam-se de nos demonstrar que os gregos são uns mandriões, cheios de privilégios e mordomias, que se fartaram de viver à custa dos outros e acima das suas posses, mais que se justificando tudo o que estão a passar ou vão passar.(...)" - JM Correia Pinto, ontem no POLITEIA
"A economia alemã deverá crescer 4% em 2011 e igualar a marca de 1991." - Por Ariel, hoje no Cirandado

28 junho, 2011

"Rolling in the deep"


Porque hoje é terça
e sinto-a como se fosse sábado
Então, porque hoje é sábado
e,como no dizer de Vinicius"A vida vem em ondas, como o mar"
tomo como refúgio o mar
e rolo, com esta voz, no seu fundo

Impedido de visitar amigos...

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Já me tinham visto assim, sentado e prostrado. Antes, sem fazer nada, agora, impedido de visitar e comentar amigos. Como é sabido, reajo mal ao proibido, às inibições forçadas... Vou tentar não perder a calma e esperar que o Google se entenda com o Blogger. Até lá, escusam de esperar (mas podem-me visitar)

27 junho, 2011

Contos que tenho que contar a quem espera me escutar...


Saramago conta-me contos e tenho-os que contar a alguém. Tenho dois debaixo de olho a Maria e o Diogo. Contar à Maria, que nasceu no outro dia, ainda é muito cedo. Apesar de dar já atenção, o seu entendimento ainda se fica por coisas muito primárias, palavras curtinhas ou soletradas, palminhas e gestos de adeus mesmo que ninguém se afaste dos olhos seus. Com o Diogo começa a ser diferente. Tem quase dois anos, que fará em Agosto. Está quase preparado para escutar o que recontei do conto de Saramago. Lembram-se disto? E disto? Lembram-se de um tal escaravelho ter despertado a curiosidade do menino? Falava da amizade e de como ela se inicia, começando normalmente por uma impressão forte causada no primeiro encontro. Contava que se seguia o interesse e, logo de seguida, a expressão primária da posse e da exclusividade. O menino, aprisionava o surpreendido escaravelho. Querendo-o só para si. Pretendendo-o só seu. Contava que isso era comum nas amizades, na sua fase inicial e, por vezes prolonga-se por mais do que seria devido e perde-se… O resto da estória já a conhecem mas quando a contar ao meu Diogo ele vai-se comover e não propriamente espantar. É que ele já fez uma tentativa de fazer amizade com um pequenino escaravelho. Ambos pequenos demais para uma amizade assim dar certo. Não acreditam? Vejam a aventura do meu neto:



Despois desta aventura mal sucedida, tenho de lhe contar esta outra bem bonita

26 junho, 2011

Homilias dominicais (citando Saramago) - 37

Está escrito no chão. Naquele do qual o levantaremos, se nos levantarmos como ele desejaria

Regresso às minhas homilias. Sinto-lhes a falta. Não para responder a textos provocatórios ao homem, baixando-lhe o ser e o estar ainda que endeusando-lhe a obra. É apenas porque na imposição que aceito para editar, todos os domingos, palavras suas, me obrigo a mergulhar nelas. Preciso delas, ao regressar ao meu escrever. Sei que são palavras que me desassossegam, mas como viver sem o estar? E sendo impossível passar ao lado de este estar desassossegado, que seja ao menos um estar lúcido e interventivo. Para o passar fazer com a percepção de que não está seu corpo junto de nós, transcrevo palavras, ditas um ano depois da sua morte:

"(...) Sim. Dentro de instantes, Pilar, a tua mulher, irá deitar parte do que sobejou do teu corpo ao chão, mas todos nós que aqui estamos sabemos que ao mesmo tempo que te deitamos na terra, não te deixamos na terra, nós todos levantamos-te do chão.

(...) e imaginarmos as figuras que tu mesmo imaginaste. E entrarmos nas tuas razões, e nos teus combates, sobretudo, no edifício magnífico da língua escrita que tu inventaste. Cada vez que acontecer, seja onde for, e em que idioma for que sejas lido, em qualquer parte da terra que seja, tu não serás as tuas cinzas que irão ser depositadas neste jardim, à sombra duma oliveira. Serás sim, os milhares de páginas que escreveste sobre a Utopia e o desconcerto e o concerto do mundo. Sobre os vivos, os mortos, Deus, os reis e os pobres, o elefante e o Cristo. Um mundo acrescentado ao Mundo. E por isso, quando Pilar del Río colocar as tuas cinzas da tua matéria física na terra, só ficaremos tristes por pensar em como o teu corpo foi inteiro, e termos saudades dele.

(...) Quanto a nós, enquanto formos vivos e pudermos recordar-te, recordar-te-emos com se estivesses entre nós. Nós próprios não temos outra eternidade para te dar."

Disse, Lídia Jorge (ler tudo, aqui)

25 junho, 2011

Sábado... Foi assim, a semana que hoje finda (1)

As estátuas não implodiram. Muitos afirmam que nem irão explodir. Quase todas, ou a maior parte delas, ostentam um sorriso, frio, na pedra macia desenhado, esculpido. As mãos, quase todas, ou a maior parte delas, até as desocupadas e as mais famintas, bateram palmas ao rosto da bela mulher que sucedeu ao embuste. Homens de escuro, riscam das palavras publicadas uma, a "esperança", trocando-a por outra, a "eficácia", mais adequada à realização urgente das medidas ditas apropriadas e que estão escritas e foram assinadas mesmo por quem não tinha poderes para tal acto. Os outros, a parte restante, aquela que não sorri, aquela que rejeita vestir-se de pedra, resiste, acantonada na trincheira da palavra proscrita e omissa nos jornais. Outros insubmisso, uns tantos, agendam para data próxima a discussão de alternativas que poderão ser contra a corrente. No céu, que insiste teimosamente em manter-se azul, ainda não apareceram sulcos de arado mostrando as raízes das estrelas. No mar, também ele desejoso de arado, passam ao largo navios que se aprestam para levar guerra assegurando-se seu comando nesta mesma terra. Não, a imagem surrealista ainda não é a que mais se teme, mas a semana que passou encaminha-se rapidamente para ela, apesar dos alertas dos resistentes, dos gritos dos faroleiros alertando para o rumo que a barca leva e, também, dos avisos contidos nas sete últimas palavras que Cristo disse na cruz, ao som da desesperada harmonia de Hyden ....

24 junho, 2011

A meio caminho entre a realidade e a ficção...

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro" (tirado daqui)

"Portugal está a meio caminho entre a realidade e a ficção. Sempre assim foi."
_____________________Baptista Bastos, in Diário de Notícias (ler texto integral)

23 junho, 2011

Encontro com o António Tapadinhas. Lá, na margem certa da vida...

Uma exposição recente atraiu-me a atenção. Lamentei, não ter tido aviso prévio. Queria ter podido ver, olhar. De pronto surgiu o convite, de quem me pintou lugares de menino. Almoçámos no local combinado, mas não falámos apenas do passado. Passado comum, em medos, lugares e olhares. Falámos também do futuro, de projectos, das artes, da família e dos netos. Foi bom regressar ao Barreiro. Regressar e conversar, conversar, conversar...

"A gente não faz amigos, reconhece-os." Vinicius de Moraes

21 junho, 2011

O último acto público de uma ministra?... (coisa escondida, que ninguém quis mostrar...)

"... A morte apaixona-se pela vida. Saramago humaniza a morte. A morte assume um rosto humano, feminino e irresistível, que só a música é capaz de vencer.
A música e o amor.Por isso celebramos a conquista da vida sobre a morte, com MÚSICA, com as PALAVRAS VIVAS DE SARAMAGO, com o amor que todos dedicamos a quem o valorizou como fonte de VIDA
.
"
Gabriela Canavilhas
Ministra da Cultura


The Navarra Quartet at the City of London Festival, por indisponibilidade da versão da Orquestra Sinfónica Portuguesa
"Depois das palavras, a música. Haydn, As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz. A Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo Maestro Moritz Gnann, as palavras de José Saramago. Ao acto, música e palavras, incorporou-se a vida de pessoas que lutaram e lutam contra a adversidade, «gente de pouco ter e muito sentir», segundo escreveu um dia Saramago, de bairros humildes, de emigrações duras, de doenças e de torturas, vítimas da sociedade que se uniram a Saramago perguntando a Deus se realmente sabe o que faz. Uma concepção de cena de Teresa Villaverde, que contou com a assistência de António Gonçalo e Joana Villaverde, de José Luís Peixoto e de outros amigos."
(indispensável, ler aqui)

O Novo Ministro e as Suas Coisas Simples

O que eu já escrevi sobre educação e jovens... Na verdade, especificamente sobre o ensino, apenas um ou outro apontamento. Coisas desgarradas ou com outros temas enquadradas. Contudo, é assunto que me apaixona e, por isso, documento-me junto de professores. Vou-lhes buscar os saberes, a experiência e o seu olhar critico. A propósito do meu post de ontem, resolvi postar sobre o que se pode esperar do novo ministro Nuno Crato. Para tal fui à minha fonte eleita, da qualtranscrevo tudo o que lá vi e li:

COISAS SIMPLES (*)

"Por dever profissional tive de ouvir estas coisas simples proferidas pelo futuro ministro da educação. Em síntese, sustenta o seguinte:

1. A avaliação que se faz em Portugal não é séria. Os exames praticamente não existem. Os que existem não são fiáveis. Não são credíveis. Solução: extinguir o GAVE, generalizar a prática de exames, atribuir essa missão a uma agência externa ao ministério.
Esta questão é muito mais complexa do que o senhor ministro pensa. O problema da fiabilidade (e da validade, já agora, que é um critério ainda mais importante do que a fiabilidade) tem contornos críticos de extrema exigência e rigor. Veremos como fará a avaliação séria e que efeitos vai ter nas aprendizagens dos alunos.
2. Os programas são enciclopédias doutrinárias sobre o modo de ensinar. Devem reduzir-se a metas e standards e a conteúdos. O resto são os professores que sabem.
Esta análise parece-me, em teoria, consistente. De facto, os programas devem reduzir-se ao essencial e prescindirem de ser manuais de pedagogia e de didáctica. Será também uma forma de promoção e exigência profissional.
3. Os professores devem ser avaliados pelos resultados que os seus alunos vão obter nos exames.
Não há dúvida que há um efeito professor no resultado do exame. Mas há muitos outros efeitos. Avaliar os professores considerando a centralidade deste factor será certamente impossível.
4. Formação de professores: 3 anos a aprender e depois 2 anos a desaprender com a injecção das ciências ocultas que são as ciências da educação. Solução implícita: acabar com as ciências ocultas.
Penso que senhor professor Nuno Crato não saberá exactamente o que está a dizer.
5. Fazer um exame de entrada na profissão.
Já está previsto no actual ECD e sempre o defendi, embora conheça a complexidade da matéria.
6. Dar muito mais liberdade às escolas na gestão do currículo, torná-las muito menos dependentes da asfixia centralizadora do ministério.
Uma das duas linhas de acção que me parecem completamente pertinentes.
Em síntese: meia dúzia de coisas simples que vão ser de extrema complexidade."


(*) Retirado do blogue TERREAR, escrito por JMA

Para ter uma visão mais completa, nomeadamente quanto a questões mais complicadas, é recomendável ver isto aqui...

20 junho, 2011

Coisas que (nos) vão acontecendo...



A Assembleia da República não seguiu a "voz do dono", o Governo está nomeado e amanhã irá tomar posse.
Este é o ponto de partida para que se cumpra o programa da troika. Os agiotas estão satisfeitos com o encaminhamento das coisas e os eleitores pensam nas férias merecidas (e nas impostas) esperando que o milagre aconteça...
Não faltam destinos aliciantes, eventos a contento, revistas com casos e o ansiado inicio da época desportiva, com emoções diárias e imprevistas. Onda festiva e sol a brilhar é o que está a dar...
(fora dos omitidos, despedidos, dos humilhados e dos ofendidos)
Onde é que isto vai parar?

19 junho, 2011

Sem sonhadores, não há sonho...


“…E quando passar a tempestade que Saramago – humano - provocou com as suas acintosas apreciações, restarão sempre as lombadas beges de Saramago – escritor - para lembrar que aquele fervoroso e impertinente velho rezingão era, no fundo, um apagado sonhador.”

Termina assim um (longo) texto que li em “casa” amiga. Está bem escrito e serve para homenagear, mas também para o contrário disso. Diz bem com palavras de mal dizer. Diz mal com adjectivação de admiração. É um desenrolar de apreciações num estar com Deus e com o Diabo, ou o de dar uma no cravo, outra na ferradura ou, se quiserem, é um texto para ser lido à hora do chá, a pessoas bem pensantes por quem não sabe o que vai na cabeça de quem escuta tal leitura. Não venho aqui abespinhar-me com o escrito, mas apenas aproveitar para sublinhar que o autor daquele escrito se fartou de enganar vaticinando o apagar do “apagado sonhador”. Hoje mesmo, um escritor da nova geração deu testemunho que assim não será. Passo a transcrever palavras dele, do seu romance e depois um video datado:



[...]
nem sequer impossível. A verdade, como o silêncio, existe apenas onde não estou. O silêncio existe por trás das palavras que se animam no meu interior, que se combatem, se destroem e que, nessa luta, abrem rasgões de sangue dentro de mim. Quando penso, o silêncio existe fora daquilo que penso. Quando paro de pensar e me fixo, por exemplo, nas ruínas de uma casa, há vento que agita as pedras abandonadas desse lugar, há vento que traz sons distantes e, então, o silêncio existe nos meus pensamentos.
Intocado e intocável.
Quando volto aos meus pensamentos, o silêncio regressa a essa casa morta. É também aí, nessa ausência de mim, que existe a verdade.
[...]
in Cemitério de Pianos,
José Luís Peixoto





16 junho, 2011

Retomando um trabalho interrompido... que me é muito querido

Interrompi, há cerca de quatro meses (como o tempo passa...) o livro que resolvi escrever. Interrompi sem que houvesse qualquer razão especial. Ou melhor, por várias razões tais como: um trabalho deste tipo precisa de maturação, o caminho da obra carecia de reflexão, o dia-a-dia solicitou-me e obrigou-me à dispersão, os amigos que foram chegando foram-me tomando tempo, etc, etc. Acontece que fui instigado a continuar e a editora, com a qual já me comprometi, espera-me lá por volta de Setembro com obra feita...
É essa a razão, ontem adiantada, pela qual vou estar menos por aqui e com menos tempo também para vos visitar. Procurarei ter presença diária mas menos interventiva. Espero que me compreendam e... me leiam, aqui e também no
Foto relativa ao Capitulo II - Por Terras do Norte de Angola

15 junho, 2011

Um selo e uma noticia...

A acácia rubra mo deu, mas não o vou passar (*). Quem de mim goste, pode-o levar

AGRADECIMENTO
Um selo... Que fiz eu para merece-lo? Eu que a fiz chorar... Eu que passo a vida a escrever lembrando, que este Mundo pouco brando, nos amarga mais que o amargo do meu avinagrar...Obrigado por me dar um lugar tão destacado. Obrigado por estar entre os 12 seus escolhidos. Trouxe o selo e coloquei-o onde merece. Aqui nunca se esquece
-------------------------------------------------------------------Obrigado rubra acácia

NOTÍCIA - Dou conta que vou andar pouco por aqui. Também não me verão com a frequência a que vos habituei. Por onde passava só para ler, vou deixar de o fazer. Aonde ia e escrevia, vou deixar apenas um sorriso ou uma expressão de tristeza, de acordo com sentimento provocado pelo texto que terão postado. A razão? Amanhã vos direi, por enquanto só eu sei...
(*) Não passo o selo pois a regra é passa-lo a 12 e eu teria de o fazer a 203. Se é um deles, leve. É para isso que um selo serve

14 junho, 2011

Brasil, nação filha. Brasileiro, povo irmão... Práticas semelhantes de manipulação...

A primeira página do DN serve para ilustrar o que se está a preparar. Dilma que se apronte...

Em Março de 1989 eu estava em São Paulo (ainda hei-de falar nessa estadia, qualquer dia) e nem me apercebi que havia outro candidato credível. Fernando Collor de Mello, auto proclamado (e assim apresentado) Caçador de Marajás, era para mim um candidato "já eleito" (embora o acto eleitoral viesse a ocorrer só em Novembro). Ganhou. Nessa altura nem soube que havia um candidato chamado Lula da Silva... Por cá, foi eleito, não um "Caçador de Marajás", mas um "Contra Barões e Baronetes", também sem surpresa. Por isso fui buscar outras analogias: O mesmo discurso oco falando de mudança, a mesma postura eloquente, a mesma figura bem apessoada e elegante e, por fim, a mesma imprensa impulsionadora, mais que favorável, manipuladora.


Não, não vou falar de como se ganham eleições num e noutro país. Nem como Dilma esteve quase a perder, nesta sua recente eleição. Vou apenas salientar que em matéria de manipulação aprendemos muito com a Nação Filha e com o comportamento do Povo Irmão. A primeira página do DN (ver na figura) é apenas um exemplo de manipulação subliminar e de formas de insinuar. Mas há outras mais directas. Também hoje, o Jornal de Notícias dá o exemplo, saneando vozes incómodas, suspendendo três colunistas (Honório Novo(*), Oscar Mascarenhas e Alice Vieira ). A imprensa, em geral, prepara-se para continuar um trabalho que assegurará o pensamento único. Nem lhes passa pela cabeça que apesar desse esforço o povo pode vir a seguir a exemplo do Brasil, Lula acabou por ser eleito e Dilma poderá vir a ser uma "Presidenta" a valer... pela capa do DN, há gente interessada em que assim não seja


O vídeo, de 1999, dá conta do que os média portugueses terão aprendido
pelas práticas da imprensa brasileira, principalmente da Globo (e depois aplicadas ao nosso povo)

13 junho, 2011

O 13 de Junho de 1654 e uma dedicatória, para nossa memória

«Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande.»
----------------------------------------"Sermão de Santo António aos Peixes", Padre António Vieira, pregado na cidade de São Luís do Maranhão em 1654(*)

gravura de Pieter Bruegel, 1557
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. «Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.» Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário.
Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga. E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer? Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português Santo António, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou.
(*)O Sermão de Santo Antônio aos Peixes foi pregado em 13 de Junho de 1654 em São Luís do Maranhão, em 1654, três dias antes de embarcar escondido para Portugal no auge da luta dos jesuítas contra a escravização dos índios pelos colonizadores, procurando o remédio da salvação dos Índios (leitura integral, aqui)
DEDICATÓRIA: Dedico este post à memória das minhas referências morais e intelectuais ligando-as a próximidade das datas de acontecimentos, uns felizes outros a lamentar: O nascimento de Fernando Pessoa; as mortes de Vasco Gonçalves, de Álvaro Cunhal, de Eugénio de Andrade. Coincidências que nos marcam. O destaque ao "Sermão" nem precisa de explicação... no dia de Santo António, dado a folguedos.

12 junho, 2011

Leve um meu manjerico. Eu, com as quadras fico


I
Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.
II
A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada
Dá-me um sorriso dos teus
Porque não quero mais nada.

"A quadra é um vaso de flores
que o Povo põe à janela da sua alma..."
Fernando Pessoa

III
Ora dá cá uma quadra
Que eu te dou um manjerico
Terás tua alma perfumada
E eu ficarei bem mais rico


-------------------------- Rogério Pereira

11 junho, 2011

Ontem, como há 40 anos, a maquilhagem tranquilizadora das imagens omitidas, de outros estares e de outras vidas...

"Neste dia especial para Portugal e portugueses deixo vos este video do Turismo de Portugal que mostra imagens fantásticas daquilo que é o nosso país, e do quanto temos para oferecer e desfrutar do nosso pequeno território. Hoje esqueçam se da crise e desfrutem de Portugal." Este texto antecipava um video belo (se quiserem podem vê-lo aqui).Pasmei. Como pode uma realidade omissa apaixonar um jovem universitário? Mas ingénuo sou eu em ter-me pasmado, pois cada um é livre de se satisfazer com a aquilo que quer ver... A questão não é nova. Luanda era assim mostrada nos finais dos anos sessenta:


Foi preciso esperar mais uns anitos para a cosmética se desfazer. Hoje, quanto tempo esperaremos para entender que a beleza de um país não chega para adormecer um povo e manter uma realidade insustentável?

10 junho, 2011

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Mantendo-se, certamente no seu subconsciente, livrou-se da expressão "Dia da Raça", estando esta, contudo, sempre presente. No dia em que Portugal sobe para o terceiro lugar no risco de bancarrota, o Presidente frisou que as Forças Armadas são um investimento e que"mesmo em tempo de crise, "não [são] um desperdício de recursos" mas "um investimento de futuro", que permite ao Estado a "afirmação de uma vontade política própria". Mais tarde, depois do discurso de António Barreto, o Ministro da Agricultura que iniciou a ordem nos campos, o Presidente disse que era preciso aos campos regressar se nos queremos salvar. Contradição, não. Apenas a já habitual encenação. Camões? Camões desolado por seu nome dado ao dia ser pura fantasia, veio-me segredar um poema seu, que assim dizia:

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.

Luis Vaz de Camões-Desconcerto do Mundo

09 junho, 2011

Porquê Viriato?

Porquê Viriato a minha escolha para esta fase do meu escrever se tal herói acabou por ver desfeito o seu sonho e até morrer? Morrer assassinado. Nada terá resposta mais simples: Claramente o risco não o corro, pois este passou inteirinho para o meu próprio povo. Hoje, aqui, ninguém elimina fisicamente ninguém por se opor à ambição dos poderosos. Nem os novos invasores asseguram suas ambições com conquistas territoriais. Aos que são adversos, basta que sejam silenciados e gratificados os silenciadores. Nesta Europa, para já, as guerras já pouco servem para impor impérios, pois é mais eficaz impô-los pelo domínio dos processos financeiros e pela orquestrada dependência das economias. A violência passou a ser um recurso derradeiro, se tais processos forem mal sucedidos primeiro. Para tal lembrar, servem os exércitos cada vez mais sofisticados e por isso mais dissuasores de rebeliões que ponham em causa o modelo...

Hoje matar Viriato? Nem pensar... Basta aos traidores da actualidade desacreditá-lo afinal, num qualquer telejornal

A imagem a cima representada, mostra o leito de morte do chefe Viriato
Pintura Renascentista,Quadro do Museu de Arte de Madrid-Espanha.

08 junho, 2011

Todos os impérios coloniais tiveram o seu fim e cada vez é menor a duração do seu poder autocrático...

A República Romana é a expressão utilizada por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C. A queda deste império referindo-se ao fim do Império Romano do Ocidente, ocorreu em 476 d.C., com a tomada de Roma pelos hérulos
Mapa animado assinalando a expansão, auge e decadência de domínio territorial Romano (ver aqui)

Não, não me vou meter por incursões nesse passado histórico. Eu, que passei a ser Viriato, estarei no presente sem a tanto recuar. Com o mapa venho apenas uma coisa lembrar: nenhum império, nenhum poder colonial e autocrático sobreviverá hoje tanto tempo. A alma dos povos acabará por se impor. Esse foi o exemplo Lusitano...

07 junho, 2011

De regresso, com nova personagem com que assino cada viagem...

Fui sendo coisas diferentes sem deixar de ser o que sou. Fui mudando a imagem sem mudar, no essencial, a mensagem. Essa, continua a ser de denúncia e de esperança, com interregnos para coisas belas.

Este regresso à Conversa Avinagrada, não a percam nem por nada...

Assi o Gentio diz. Responde o Gama:
– «Este que vês, pastor já foi de gado;
Viriato sabemos que se chama,
Destro na lança mais que no cajado;
Injuriada tem de Roma a fama,
Vencedor invencíbil, afamado.
Não tem com ele, não, nem ter puderam,
O primor que com Pirro já tiveram.”

"Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões - Canto VIII, nº 6

Será com a face e o nome de Viriato que passarei a assinar por todo o lado, por onde resolva passar. Eu Viriato, a quem foi dado de título de "regnator Hiberae magnanimus terrae", o mais magnânimo dos reis da terra Ibérica (saiba mais)

06 junho, 2011

"A Maior Flor do Mundo", será reanimada muito, muito lentamente, quando houver mais gente a repetir-nos o acto

Quando há dois meses atrás criei para este blogue um novo visual, escrevi em jeito de editorial quando se avizinhava à pré-campanha para as eleições legislativas:
Durante muitos dias, até 6 de Junho, proponho-vos sair da algazarra do dia-a-dia: sair do tem que ser; sair do este é mau e o outro não é melhor; sair do termos de apoiar este porque com o outro seguinte tudo vai acontecer, como se morrer lentamente fosse diferente de morrer ou se a mentira pudesse ser mais tolerável se for dita de forma mais agradável ou com um pouco de verdade à mistura”.
Foram 11 posts a partir dum conto de Saramago passado num filmezinho animado. Nem me parecia ser possível construir tanta pequena estória dento do conto. Termino hoje com mais uma versão. Talvez a mais verdadeira de toda a narração original inteira. Termino porque terá de ser, porque tenho que voltar ao meu avinagrar. Mas quero que saibam que contos destes levam-nos a uma infindável imaginação e um dia há que parar, porque há outras coisas para dizer e... fazer..


Ainda não estando apurados todos os deputados, mas conhecidos vencedores e derrotados, a família sentiu-se aliviada. Ele, ignorando o estaleiro parado, olha o último modelo do carro desejado. Mentalmente volta ao pensar de sempre: com o novo eleito retirará desse facto o necessário proveito. Tudo, pensa ele, voltará ao que era dantes. Não se produz? Não se trabalha? Não se recebe? Que importa? Saber lá se a sorte não está por detrás da sua porta. Sexta-feira é dia de Euromilhões... Se não for dessa, de outra oportunidade será...

Ela não é diferente da comum gente e ei-la regressada à leitura do prospecto para a compra desejada. O menino voltou a andar perdido não retendo a atenção de um ou de outro. Amam-no? Claro. Quem poderá pensar o contrário? Só que é uma nova forma de amar e sobretudo, amam-se a si próprios mais que tudo. Um novo governo gerou nesta família a tranquilidade que faltava. Pensam, na sua ingenuidade, que tudo voltará à normalidade de continuar a gastar, que tudo o que até aí acontecia era apenas por incompetência do governar...

"A Maior Flor do Mundo", reanimou-se um pouco. Gestos de mãos necessários para que renasça. Gestos do menino e meus também(*) Sem sonhadores... não há sonho. Suponho

(*) Pormenor de foto que me foi tirada pelo João, em pleno acto de eleição

04 junho, 2011

Dia de reflexão


Se quer apenas escolher quem vai gerir o Programado (e há muito, por ambos assinado) recomendo, neste dia de reflexão, que opte pelo trauliteiro que foi mais eficaz (se for capaz...)

03 junho, 2011

Eleições? Só um filme nos pode salvar

A nova versão do filme, com argumento que me foi encomendado...

...será um libelo contra a sanha privatizadora, ditada pela troika.

Estava meio deprimido. A semana não tinha corrido nada bem. Depois das minhas incursões pelas denúncias sucessivas e quantificadas, resultado de políticas malvadas, que levaram os sucessivos governos à destruíção das frotas de marinha mercante e, também, da pesqueira, da agricultura e da indústria transformadora, depois disso tudo vem alguém e diz que a sua escolha vai nesses. Releio o programa que terão que aplicar e penso como pode isso ser... e nem argumentam que vão votar por razões determinadas pela razão. Não. Nada disso... As privatizações? Os transportes, a água... Meu Deus, a água... que mágoa. Eu que hà tão pouco tempo me insurgia contra os outros, agora vejo essa medida a ser acordada por quem menos esperava...


Estava eu assim, zangado comigo mesmo e com o mundo, quando surge o toque salvador do telemóvel. Atendo:


Eu - Sim? (digo em voz mais seca do que me estava a alma)
Uma voz - Rogério? (ouvi, do outro lado, aquela voz bem conhecida que teve o condão de me animar a alma)
Eu - Olá, que bom ouvir-te (disse, quase a confessar-lhe o meu estado)
A tal voz - Rogério, lembras-te daquele meu filme onde eu desempenhava o papel de falso carteiro, perito em obras de Shakespeare, numa apocalíptica terra devastada e onde acabo por descobrir o poder de inspirar a esperança e fazer crer ao povo, perseguido pela tirania,que o Governo do meu país tinha sobrevivido à hecatombe?
Eu - Claro, é um dos meus épicos mais queridos! Aquele em que a juventude assume os correios, como símbolo do Estado e como bandeira da resistência e cidadania, mobiliza o povo contra os opressores. Belo filme, onde te vejo liderar uma heróica rebelião para repor a paz e a justiça
Voz – Esse mesmo. Quero que tu me escrevas umas notas, tipo sinopse, para uma nova versão. O título provisório é “The portuguese postman”, mas estou receptivo às tuas sugestões. Podes?
Eu – Yeessss! (exclamei, com uma alma nova em folha, sem os anteriores vestígios de ferrugem)

… e lá combinamos data e local para o bate-papo em torno do meu argumento.

NOTA: Kevin Costner está mais atento à nossa realidade que a maior parte dos portugueses e até dos blogues que estou a seguir. Mas com o filme isso irá mudar... Com as eleições, teremos o cenário terrível que enquadrará o desenrolar das cenas. Pena que essas sejam reais...

02 junho, 2011

O endividamento começou, quando o aparelho produtivo começou a ser destruído... III

Há tempos atrás, prendi-me pela pintura de António Tapadinhas. Fiz uma exposição com os seus quadros e repeti, postando o quadro que está aí ao lado. Representa a extinta Siderurgia Nacional, figurando, em primeiro plano, as ossadas do que entendi ser o resultado da morte da industria dependente dela. O pintor veio depor, comentando que a sua preocupação era a poluição. Fiquei desolado, iria jurar que aquela caveira era da SOREFAME, aquela outra da MAGUE a seguinte da SEPSA ao lado das da FUNDIÇÃO DE OEIRAS, da LISNAVE, da COMETNA e da COMPANHIA PORTUGUESA DO COBRE. Queria-me parecer que as ossadas representavam as pequenas metalomecanicas mortas, fechadas, por baixo de industrias dos sectores da química, agrícola e alimentar. Ele, o meu pintor, acredita serem as vitimas da degradação do ambiente e foi isso que disse ter pintado. Será que uma corrente de opinião acredita que tenha sido em nome da preservação ambiental que se desindustrializou a economia? Bem pode ser... Vá se lá saber... Mas então os países desenvolvidos não desenvolveram tecnologias limpas? Não foi a comunidade do ferro e do aço a percursora da Comunidade Europeia? , esta história está muito mal contada. Pois não sabem que fui eu o causador da morte lenta da economia, pelas intervenções que fazia? Não me diga que não sabia? Não sabia que fui eu o responsável por esta forte componente da dívida? Os partidos que estiveram no poder? Nem pensar, que podiam eles fazer para me poderem travar?

Entre 1990 e 2007 a industria chegou ao descalabro....

Claro que o impacto no emprego também me coloca na lista negra ...

NOTA FINAL: Para quem não acredita que tenha sido eu a fazer tanto mal, nem aceita que a questão ambiental explique o sucedido, pode votar na CDU. O progresso ficar-lhe-á agradecido.

01 junho, 2011

Redacções do Rogérito (5)

Tema de hoje: "O Falso Dia Mundial da Criança"

A Dª Esmeralda hoje deu-me toda a atenção por ser dia mundial da criança apesar de para ela esta data ser um embuste para comemoração de um acontecimento importante que foi noutra data não hoje mas ela receia que eu me ache tratado como um desigual e que estas coisas de serem dia das crianças em datas trocadas as crianças não devem ser prejudicadas e para ela embora não seja a data certa também se lembrará da outra quando ela em Novembro chegar e assim ela resolveu dedicar-me a tarde e falar-me como se fala a gente crescida e eu gosto que ela me fale assim pois quando se fala para um miúdo como se fosse bebé acaba-se por se falar a adultos como se fossem miúdos e é isso que acontece lá na casa da vizinha do quarto andar ao matulão que já tem a idade do Ronaldo e ainda o tratam por Zézinho como se fosse o menino que acaba por aceitar ser até porque também não lhe dão nada para ele fazer coisa que não acontece comigo a quem a Dª Esmeralda fala com perfeito juízo de coisas sérias e eu sinto-me responsável por coisas que ela diz sem ser o que ela fala quando está zangada com a vizinha do quarto andar o que acontece mesmo agora hora que está mesmo zangada e está como eu nunca a vi e a dizer com o sangue todo a ferver que essa vizinha é um caso perdido por ir votar em quem lhe fez despedir o marido e congelar a pensão do pai dela e cortar no abono de família dos três filhos da nora dela só porque esta nora que ela tem teve de arranjar outro emprego e como já tem dois não tem direito mesmo que o marido não faça nada a não ser olhar para o céu e de vez em quando mudar a fralda ao neto do meio porque o mais novo por ser um estorvo anda num colégio que não é pago há dois meses e meio e que aquela divida vai ter que ser renegociada pois o dinheiro lá de casa não chega para nada e o colégio não terá outro remédio do que converter em mais prestações aquela dívida de poucos tostões...

Com o Programa da "troika" a situação social irá agravar-se (ver aqui) colocando, também, na gaveta todos os direitos nomeadamente os inscritos na Declaração dos Direitos da Criança - ONU


AVISO AOS SEM PACHORRA: Podem, os sem paciência para pontuar redacções, reler a Declaração e perceber como o futuro se adivinha negro para as crianças directamente e indirectamente por via das famílias atingidas (e até agora distraídas...)