...será um libelo contra a sanha privatizadora, ditada pela troika.
Estava meio deprimido. A semana não tinha corrido nada bem. Depois das minhas incursões pelas denúncias sucessivas e quantificadas, resultado de políticas malvadas, que levaram os sucessivos governos à destruíção das frotas de marinha mercante e, também, da pesqueira, da agricultura e da indústria transformadora, depois disso tudo vem alguém e diz que a sua escolha vai nesses. Releio o programa que terão que aplicar e penso como pode isso ser... e nem argumentam que vão votar por razões determinadas pela razão. Não. Nada disso... As privatizações? Os transportes, a água... Meu Deus, a água... que mágoa. Eu que hà tão pouco tempo me insurgia contra os outros, agora vejo essa medida a ser acordada por quem menos esperava...
Estava eu assim, zangado comigo mesmo e com o mundo, quando surge o toque salvador do telemóvel. Atendo:
Eu - Sim? (digo em voz mais seca do que me estava a alma)
Uma voz - Rogério? (ouvi, do outro lado, aquela voz bem conhecida que teve o condão de me animar a alma)
Eu - Olá, que bom ouvir-te (disse, quase a confessar-lhe o meu estado)
A tal voz - Rogério, lembras-te daquele meu filme onde eu desempenhava o papel de falso carteiro, perito em obras de Shakespeare, numa apocalíptica terra devastada e onde acabo por descobrir o poder de inspirar a esperança e fazer crer ao povo, perseguido pela tirania,que o Governo do meu país tinha sobrevivido à hecatombe?
Eu - Claro, é um dos meus épicos mais queridos! Aquele em que a juventude assume os correios, como símbolo do Estado e como bandeira da resistência e cidadania, mobiliza o povo contra os opressores. Belo filme, onde te vejo liderar uma heróica rebelião para repor a paz e a justiça
Voz – Esse mesmo. Quero que tu me escrevas umas notas, tipo sinopse, para uma nova versão. O título provisório é “The portuguese postman”, mas estou receptivo às tuas sugestões. Podes?
Eu – Yeessss! (exclamei, com uma alma nova em folha, sem os anteriores vestígios de ferrugem)
… e lá combinamos data e local para o bate-papo em torno do meu argumento.
NOTA: Kevin Costner está mais atento à nossa realidade que a maior parte dos portugueses e até dos blogues que estou a seguir. Mas com o filme isso irá mudar... Com as eleições, teremos o cenário terrível que enquadrará o desenrolar das cenas. Pena que essas sejam reais...
Vi o filme e lembro-me que gostei, mas não ficou na minha memória, talvez porque eu embirre um bocado com o Kevin Costner. De resto a partir de segunda-feira é que vamos ver como elas cantam e dança em Paços de Brandão.
ResponderEliminarNao gostei do filme na altura. E creio que nao iria gostar dele agora...
ResponderEliminarMeu Caro Rogério
ResponderEliminarNada de desânimos nem desistências. Vamos precisar ainda mais dos seus escritos fundamentados e de alerta.
Abraço
Ariel,
ResponderEliminarA memória só regista o que nos emociona...
Catarina,
Pena que não tenha gostado... É um filme sobre valores e onde a juventude assume os correios, como símbolo do Estado e como bandeira da resistência e cidadania, mobiliza o povo contra a tirania numa heróica rebelião para repor a paz e a justiça. É um filme sobre a sobrevivência do Estado que lembro, numa situação em que a nossa independência está em risco...
Folha Seca, Segunda-feira falamos...
Nem um filme... Rogério... nem um filme! Veja aqui um artigo muito interessante...
ResponderEliminarOutros filmes passaram e não ajudaram.
ResponderEliminarMesmo indo às urnas os "mortos" tropeçam na cruz...
Mas... Desta vez, sou eu a dizer - A esperança não pode morrer na urna.
Um beijo
Eu sempre pensei e continuo a pensar que a ESPERANÇA está na Esquerda, mas o portuga é muito manipulável... Nem vendo que a Alemanha e a Finlândia começam já a "virar" à Esquerda. Vamos ter de suar as estopinhas para que tal aconteça, se é que acontece algum dia.
ResponderEliminarRogério, o filme pode ser tudo isso… Confesso que foi um dos piores filmes que ainda vi e pelo que me recordo foi um autêntico desastre comercial! Gostos! : ) Uma boa noite de reflexão!
ResponderEliminarTem, infelizmente, razão, no que diz sobre o Kevin Costner... Somos bacocamente desinteressados pelo que nos governa a vida. Por preguiça e por ignorância. É uma pena.
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