25 junho, 2011

Sábado... Foi assim, a semana que hoje finda (1)

As estátuas não implodiram. Muitos afirmam que nem irão explodir. Quase todas, ou a maior parte delas, ostentam um sorriso, frio, na pedra macia desenhado, esculpido. As mãos, quase todas, ou a maior parte delas, até as desocupadas e as mais famintas, bateram palmas ao rosto da bela mulher que sucedeu ao embuste. Homens de escuro, riscam das palavras publicadas uma, a "esperança", trocando-a por outra, a "eficácia", mais adequada à realização urgente das medidas ditas apropriadas e que estão escritas e foram assinadas mesmo por quem não tinha poderes para tal acto. Os outros, a parte restante, aquela que não sorri, aquela que rejeita vestir-se de pedra, resiste, acantonada na trincheira da palavra proscrita e omissa nos jornais. Outros insubmisso, uns tantos, agendam para data próxima a discussão de alternativas que poderão ser contra a corrente. No céu, que insiste teimosamente em manter-se azul, ainda não apareceram sulcos de arado mostrando as raízes das estrelas. No mar, também ele desejoso de arado, passam ao largo navios que se aprestam para levar guerra assegurando-se seu comando nesta mesma terra. Não, a imagem surrealista ainda não é a que mais se teme, mas a semana que passou encaminha-se rapidamente para ela, apesar dos alertas dos resistentes, dos gritos dos faroleiros alertando para o rumo que a barca leva e, também, dos avisos contidos nas sete últimas palavras que Cristo disse na cruz, ao som da desesperada harmonia de Hyden ....

9 comentários:

  1. Nem imagina o Rogério, que li o seu alerta e ao mesmo tempo desabafo, ao som deste saxofone espectacular. Não imagina também, o efeito que teve em mim... este seu texto.
    É de uma impotência desgastante e desesperante, ver que o Mundo que nós conhecemos está à beira do colpaso... mais frustrante ainda, é tomarem-me por insana... não consigo que as pessoas vejam, que a nossa sociedade vai colapsar quando menos esperarem. Nunca tive dúvida que um dia nos fariam isto... por isso nunca quis deixar de estar informada. Os EUA estão como Portugal, ao pé do colapso e todo o aparelho produtivo foi destruído. Sim... num futuro, em "breve" e depois das cinzas pousarem, irão explorar os seus imensos campos petrolíferos, mas a condição de Kissinger e dos os quatro cavaleiros do Apocalipse é de que o petróleo tem de chegar aos 200$ barril, para o fazerem em território americano.
    Entretanto o saque aos Estados Soberanos continua, como podemos ver aqui, aqui, aqui e aqui. Para se ter um pouco a ideia de toda a estratégia, aqui mostra límpidamente. Entretanto os políticos continuam a mentir para se salvarem e nos condenarem. Como se isso não chegasse ainda encontro esta notícia de onde extraí este parágrafo: «Spokesman for the civil society organisations in Hadramawt, Nasser Bakazzuz , however accused authorities of assisting the al-Qaida prisoners to escape.

    "The regime is living its last days and wants to create chaos in Hadramawt province ... there was no attack by al-Qaida on the jail to free prisoners," Bakazzuz said. »

    Ou seja, ficamos à mercê de terroristas mercenários pagos pelo Sistema...
    Entretanto a Palestina foi destruída em nome da Democracia... Está tudo virado do avesso e as pessoas não pensam a não ser nas férias e na praia?
    Como eu gostaria de estar enganada.

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  2. Chegamos à Era da ausência de culpa e de remorso, em troca de dinheiro:

    «Em questões de guerra e paz, as mentes disciplinadas de Schmidt promovem violência, morte e caos numa escala ainda não reconhecida na Grã-Bretanha. Apesar da evidência incriminatória no inquérito Chilcot do antigo chefe de inteligência, general de divisão Michael Laurie, o administrador do "negócios principal", Alastair Campbell, permanece solto, assim como todos os outros administradores da guerra trabalharam com Blair e no Foreign Office para justificar e vender o banho de sangue no Iraque.

    Os media de referência muitas vezes desempenham um papel subtilmente crítico. Frederick Ogilvie, o qual sucedeu ao fundador da BBC, Lord Reith, como director geral, escreveu que o seu objectivo era transformar a BBC num "instrumento de guerra plenamente efectivo". Ogilvie teria ficado deliciado com os seus administradores do século XXI. Na corrida para a invasão do Iraque, a cobertura da BBC reflectia esmagadoramente a posição mentirosa do governo, como mostra estudos da Universidade de Gales e da Media Tenor.» Texto integral aqui

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  3. Entretanto do lado de lá, é assim que falam da NATO. Devem ter toda a razão!

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  4. Tive uma vontade imensa de lhe "roubar" os primeiros parágrafos para, a partir deles, fazer um texto, outro.

    Não é que o texto político não esteja, como está, à altura do momento que se vive. Mas o início tem todos os ingredientes para se fantasiar.

    Obrigada pelas palavras carinhosas que me deixou lá no meu canto.

    Beijo

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  5. Esta semana e ainda agora, sinto um peso... parecido com aqueles silêncios que anunciam a tempestada... expectante, algo que se sente mas que é tão difícil de descrever em palavras... uma angústia... talvez por saber que, mais tarde ou mais cedo, vamos ter que sair do euro onde nunca devíamos ter entrado só que, no entretando, vamos ter que aguentar a tormenta.

    Bjos

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  6. Que belo texto! Mas deveras inquietante. Andamos vulneráveis. Assustados. Sem rumo.

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  7. Vivemos outros tempos. Infelizmente nem sempre se evolui para melhor...

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  8. Um texto de fino recorte, todo ele, com um ínício brilhante e um final "inquietante".

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  9. Palavras limpas

    estrondosamente sábias

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