Mantendo-se, certamente no seu subconsciente, livrou-se da expressão "Dia da Raça", estando esta, contudo, sempre presente. No dia em que Portugal sobe para o terceiro lugar no risco de bancarrota, o Presidente frisou que as Forças Armadas são um investimento e que"mesmo em tempo de crise, "não [são] um desperdício de recursos" mas "um investimento de futuro", que permite ao Estado a "afirmação de uma vontade política própria". Mais tarde, depois do discurso de António Barreto, o Ministro da Agricultura que iniciou a ordem nos campos, o Presidente disse que era preciso aos campos regressar se nos queremos salvar. Contradição, não. Apenas a já habitual encenação. Camões? Camões desolado por seu nome dado ao dia ser pura fantasia, veio-me segredar um poema seu, que assim dizia:
Luis Vaz de Camões-Desconcerto do MundoOs bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.
Amigo Rogério, este zarolhito, escreveu isto há uns séculos atrás, verdade? Mas se o escrevesse hoje, estaria actualíssimo...
ResponderEliminarCamões quase tão visionário como Eça...
ResponderEliminarSaudações patrióticas
Os bons vi sempre passar
ResponderEliminarNo mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.
Ai Portugal, Portugal!!!
Bjos
Muito bem escolhido o poeta do 1o de Junho e o poema absolutamente adequado aos tempos que se vivem!
ResponderEliminarAbraço
Mas... esperava-se o quê de um dos maiores carrascos de Portugal?! Isto é o que se possa chamar o Vendilhão-mor! Quando precisávamos de uma agricultura forte, de uma indústria competitiva, de um sector marítimo coeso, forte e desenvolvido, este safado vem falar de investir no exército?! Só se for para um dia mais tarde e depois dele ter destruído por completo a qualidade de vida dos portugueses ao ponto de gerar uma revolta, o poder virar contra o seu Povo! Não espero mais nada desse carrasco. Mas também sem que os traidores do bloco central, assinaram o acordo da Tróica, em que nos devem esfolar vivos para que uma d+ivida seja paga, com sangue suor e lágrimas, para no fim as forças do exército nos possam eliminar por qualquer rebelião ou protesto. Caminhamos a passos largos para uma guerra que esses senhores continuam a alimentar... contra o seu próprio POVO!! Cães de fila do eixo franco alemão. Traidores da Pátria!
ResponderEliminarNão foi à toa que ouvi as pessoas do programa da TSF "o fim da rua", a dizer que seriam necessários muitos "Salazares"!... estes pobres desgraçados, nem chegaram a saber o que é uma Democracia!!! Nunca o saberemos!
Parabéns pela escolha do seu poema e pelo seu pensamento tão acertado.
Espero que não leve a mal a minha forma contundente de falar... é um desabafo.
Um abraço sentido, Rogério.
Talvez que, um dia, ouçamos cada um deles dizer: "Fui mau, mas fui castigado".
ResponderEliminarEu ainda acredito numa espécie de juízo final, já que o intermédio não tem resultado.
O mundo anda/continua mesmo concertado para a maioria dos portugueses!!!
Por isso, Rogério, gostei tanto de o ver como Viriato, Homem de um tempo em que ainda não éramos o que somos, Homem que se não deixava vergar.
Beijo
Eram tantos os "maus" que lá nadavam...
ResponderEliminarA ser tão actual este poema, só significa uma coisa: não houve, de facto, grande evolução. É só aparente.
ResponderEliminarPor um lado, parece-me que se anda menos distraído, por outro, tudo continua igual.
"São tantos os maus que cá nadam"
Boa escolha! A do poema, claro! Quanto ao resto... é apenas (mais) uma constatação do PR que "temos"... de gramar.
ResponderEliminarO homem e a atualidade dos seus pensamentos. A data é um detalhe.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Boa malha num texto lúcido
ResponderEliminarHá versos que lemos e pela data que foram escritas, nos parecem mais a profecias...
ResponderEliminarGênio de uma pátria, por ele Camões, Florbela, Saramago, Sophia de Mello e tantos outros, eternos ou dessa atualidade, é que o mundo deve tanto a Portugal e com isso, apesar dos pesares, temos muito a que comemorar essa nação!
Um beijo!
Bom final de semana!
Camões sempre actual*
ResponderEliminarRogério
ResponderEliminarAcho que não nos resta só o Hino e a Bandeira. Basta vir aqui.
Camões sabia bem do que falava...
ResponderEliminarL.B.
Como o homem foi o grande responsável pelo fim das pescas e da agricultura e agora vem reclamar que se façam fortes apostas nesse sector para salvar o país; como destruiu centenas de quilómetros de linhas férreas mas agora vem dizere que adora andar de comboio, é natural que ainda venha a alterar a sua posição sobre o investimento nas FA
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