30 junho, 2021

SE EU FOSSE CHEFE DE UMA REPARTIÇÃO DE FINANÇAS GOSTARIA DE RECEBER UM EMAIL ASSIM...

Para tornar legível, transcrevo (enviado agora mesmo):

Exmº Senhor Chefe da
REPARTIÇÃO DE FINANÇAS - OEIRAS 2

No passado dia 29, cerca das 11 horas, estabeleci contacto com essa Repartição a fim de tentar marcar um atendimento presencial. De pronto fui informado de não haver condições para tal. Inquirido sobre o propósito, informei tratar-se de dificuldades de preenchimento da declaração obrigatória do IRS. 
Transferida a chamada, fui atendido por uma funcionária que lá me foi ajudando, passo a passo, pacientemente, com toda a simpatia. 
Tal apoio durou exactamente 19 minutos e 52 segundos, tempo que eu achei ser já excessivo e até mesmo monopolizador e abusivo pelo que lhe transmiti que com as dicas e orientações eu conseguiria certamente "dar conta do recado". 
Ela respondeu-me simpaticamente que, se não conseguisse, voltasse a ligar.
Transmita-lhe, por favor, que consegui, que a declaração não apresentava erros, que entrou dentro do prazo e que lhe agradeço.

Com os melhores cumprimentos,

Rogério G.V. Pereira
Contribuinte nº 102906327

PS: Se eu fosse chefe de uma repartição de finanças sentiria orgulho de receber um e-mail assim...


 

27 junho, 2021

TEATRO DE RUA... COMO NUNCA HOUVERA VISTO

Fui convidado. Cheguei lá e produzi este vídeo.

O filmezinho tem todas as sequelas de ter sido produzido por um septuagenário amador, que não teve conhecimento prévio do guião, nem de quem eram os personagens, nem os nomes dos actores, nem o desempenho esperado. A agravar, o ruído de rua e de máquinas em trabalho iam dando cabo de tudo. 

Ainda assim, não ficou mal de todo e... quem faz o que de melhor sabe e pode a mais não é obrigado.

(Viram a Maria João? E aquela jovem ao meu lado? Falarei dela um dia destes...)

25 junho, 2021

HÁ SEIS DÉCADAS QUE DURA... II (um texto ontem prometido)

Ontem, respondi à Janita num comentário que lá me deixou:

«Caso não houvesse bloqueio, o incremento do turismo significaria entrada de divisas e maior facilidade no acesso às importações para complementar a produção local... com o bloqueio, o turismo não tem a importância que lhe atribuis.»

E prometi que lhe faria este texto. De facto o turismo em Cuba é a «locomotiva da economia cubana» pela excelência da oferta. Contudo, outro galo cantaria se o bloqueio fosse levantado... Ora veja:

«Só entre Abril e De­zembro de 2020, o blo­queio pro­vocou à eco­nomia cu­bana pre­juízos su­pe­ri­ores a 3,5 mil mi­lhões de dó­lares: im­pe­dida de ad­quirir pro­dutos e tec­no­logia com pelo menos 10% de in­cor­po­ração norte-ame­ri­cana, Cuba viu di­fi­cul­tado o acesso às va­cinas de­sen­vol­vidas pelas prin­ci­pais mul­ti­na­ci­o­nais far­ma­cêu­ticas, a ven­ti­la­dores e a ou­tros ma­te­riais es­sen­ciais a um com­bate eficaz à do­ença; na pro­dução das suas pró­prias va­cinas (duas delas, a So­be­rana 2 e a Ab­dala en­con­tram-se já em fase muito avan­çada de de­sen­vol­vi­mento), foi for­çada a com­prar equi­pa­mentos e re­a­gentes a preços 50 a 65% su­pe­ri­ores ao es­ta­be­le­cido nos mer­cados in­ter­na­ci­o­nais.

Mas não é só Cuba que perde com o blo­queio im­posto pelo im­pe­ri­a­lismo: vá­rios países viram se­ri­a­mente li­mi­tado o acesso a tra­ta­mentos e a pro­dutos far­ma­cêu­ticos e bi­o­tec­no­ló­gicos de­sen­vol­vidos em Cuba, en­quanto dos pró­prios Es­tados Unidos surgem apelos a uma mais es­treita co­la­bo­ração ci­en­tí­fica com a ilha so­ci­a­lista.

Apesar de todas estas di­fi­cul­dades, cres­centes, Cuba re­siste e con­tinua a as­sumir a Saúde como um di­reito fun­da­mental de toda a Hu­ma­ni­dade: a uma eficaz res­posta à pan­demia no país, junta-se a so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista, com 57 bri­gadas mé­dicas cu­banas en­vol­vidas no com­bate à COVID-19 em 40 ter­ri­tó­rios da Amé­rica La­tina, de África, da Ásia, mas também da Eu­ropa.

Que se­jamos ca­pazes de re­tri­buir a sua so­li­da­ri­e­dade e o seu exemplo!»

in "Jornal AVANTE!




 

23 junho, 2021

SÃO JOÃO: fornecer sardinhas ou febras em takeaway, parecia-nos tão bem. Só que...

Estava tudo bem gizado. Fiz a proposta que por todos foi bem aceite. Pedi à Carolina que sondasse, informalmente, a Delegada de Saúde. Esta achou a ideia original e não fechou a porta. O Ricardo trataria da logística e cada praceta asseguraria a sardinhada, à imagem do que se viria a passar na noite de Santo António. Sardinhada ao estilo takeaway, parecia-nos tão bem. Só que a situação decorrente da pandemia não o recomendava. E desistimos em cima da hora.

Passei, então, o serão a ver Portugal na televisão...

Só para avaliarem a nossa capacidade em planear, segue o projecto. Era assim:

19 junho, 2021

"O FUTEBOL É TÃO SÓ E APENAS A COISA MAIS IMPORTANTE DE DENTRE AS COISAS POUCO IMPORTANTES COM QUE NOS DEVEMOS PREOCUPAR".

Quando jogámos com a Hungria, e vimos isso aí acima, achámos lindo mas confundimos tudo. Esquecemos, por exemplo, que uma equipa joga o que a outra deixa jogar. É uma observação tão pertinente que até se aplica ao jogo de hoje. A nossa equipa quase que não tocava na chincha, porque os alemães trocavam entre si a bola e de quando em vez lá vinha um rasgo digno de aplauso. 

dizia o meu neto "Vô, futebol é jogar. É perder, é ganhar..." E nem é preciso resignação para aceitar esta lição do meu Diogo, pois eu do futebol funciono com a lembrança do prazer lúdico de jogar. E jogava em qualquer lado, da rua ao mato, pouco me importando com o resultado.

(continua)

"

18 junho, 2021

Geração sentada, conversando na esplanada - 95 ("O papagaio de papel")

Inspirado pela Fê

Cheguei mais tarde do que era costume e o engenheiro já lá estava. Já lá estava a Gaby. Um e uma a cada canto. Ela, sem as outras e ele sem o cão. Tinham um ar triste. Nem me sentei, saudei e de pronto fiz curso à ideia que tinha e entrei no "Alto da Barra". Num sítio comprei o papel adequado e pedi tesoura e agrafador emprestado. Noutro, na churrascaria, pedi os pauzinhos de espetada e, à saída, consegui uns metros de guita. 

Retornado à esplanada, juntei duas mesas onde pousei tudo. Passei a operar com uma destreza que a mim próprio causava surpresa. Em menos de um fósforo tinha construído o papagaio. Agora o problema era só soltá-lo.

Pedi ajuda, o que não faltou. A Gaby segurou no papagaio, o engenheiro pegou no rabo e eu puxei pelo cabo. Cirandou um pouco por baixo e depois lá subiu. 

No ar, estava lindo...

13 junho, 2021

REENCONTROS, CÁ NO MEU BAIRRO, EM NOITE DE STº ANTÓNIO


Nada previamente combinado, aconteceu... A casa encheu-se de filhas, genros e netos. O jantar foi frugal repasto. 

Mas, depois, foi a rua... reencontros... foi giro!

10 junho, 2021

HOJE, ATENDENDO À DATA E PORQUE FUI MANDADO, FUI FALAR COM O CAMÕES...


Hoje, como sempre acontece num feriado, regressei à esplanada onde ontem tinha estado. Ia ouvindo rádio e na Antena 1 estava dando um programa sobre a comunidade madeirense que está saindo da Venezuela, porque o regime assim, porque o regime assado e o que se ia dizendo da vida que lá se vive arrepiaria caso eu não entendesse a campanha e o cerco que está sendo feito àquele país latino-americano. Comentei com quem estava ao meu lado. A pessoa, olhou-me de alto abaixo, e disse-me o que se diz a quem não se quer ouvir nem mais uma palavra, "Eh pá, vá falar com o Camões!".

Achei boa ideia, e fui falar com o poeta que por acaso estava a ler o Diário de Notícias da Madeira. Contei-lhe o que ouvira sobre o êxodo de lusodescendentes de regresso à Pátria. Ele sorriu, piscou-me o único olho disponível para manifestar cumplicidades e disse-me: "Aqui no jornal dá-se notícia do que se passa ao contrário, das dezenas e dezenas de madeirenses que estão retornando à Venezuela". Li o artigo, de fio a pavio e fiquei comentando com ele que o Mundo está em cima de um muro. "Vamos lá a vêr para que lado cai", disse Camões antes de se despedir e ir...

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ARTIGOS RELACIONADOS

09 junho, 2021

Geração sentada, conversando na esplanada - 94 ("O regresso")

Imagem cedida pela Catarina

Com o intuito de poder avaliar a surpresa do meu regresso fiz questão de chegar cedo. Fui buscar a "bica" e sentei-me na mesa onde era costume sentar-me. Àquela hora a esplanada estava como eu esperava, vazia. Desfrutei a paisagem e a brisa.
O melro, pareceu-me o mesmo, aproximou-se depenicando aqui e ali, até que surgiu o habitual pombo a disputar-lhe a migalha. Testei-lhes o arrojo e esbracejei. Voaram ambos, para de seguida regressarem.
Estava eu nisto quando me apareceu o primeiro sorriso, depois o segundo e de seguida o terceiro. Com pouco intervalo, chegou o engenheiro e o seu cão rafeiro. Foi uma festa pegada saudando o meu regresso à esplanada. Foram manifestações efusivas e de prolongada dura. Depois as professoras mergulhavam na tertúlia costumada e eu e o meu parceiro iniciávamos uma conversa como há muito não tínhamos. O cão rafeiro voltou ao que sempre fizera, pousando o seu focinho no meu joelho e com o seu olhar seguia ora um ora outro com uma concentração quase humana.
A páginas tantas, e depois de termos saltado de assunto para assunto, surgiu a pergunta que o engenheiro trazia engatilhada:
"Nas próximas autárquicas vai ser candidato?"
Ia a responder, quando a Gaby veio interromper: "Desculpe interromper, mas sei de tudo o que se passou e queria dar-lhe os meus mais sentidos..." Não a deixei acabar, levantei a mão num gesto enérgico e perguntei-lhe se lhe podia dar-lhe um beijo. Dei-lho, na ruborizada face e entendendo a situação a Gaby regressou ao convívio que tinha interrompido... de lá, esboçou um sorriso tímido com um olhar dorido,onde se adivinhava a lágrima.
Eu e o engenheiro ficámos por largos minutos em silêncio, para de pronto lhe responder à pergunta que me tinha colocado: "Sim, sou candidato!"


08 junho, 2021

EM MARÇO, DO ANO PASSADO, O FACE ENSADECEU... (e continua ensandecido)


 O meu texto, aquele em que converso com a gaivota, tentei mete-lo directamente na minha página do facebook. Não pude!

Tive que colocar a foto e depois fazer copy paste do texto. Ficou lá tudo. O face está mesmo estúpido!

(lá no espaço que bloqueou o acesso ao meu blog, desde o ano passado, é evidente o agrado: 72 gostos e 24 comentários)

07 junho, 2021

HOJE FOI UM DIA GIRO...

Na foto, o Padre Vitor Melícias, interpretando a figura de John Keynes, explica o mecanismo da inflação, tal como o definiu nos anos 30, em resposta a uma pergunta de Guilherme Tell esse herói lendário do início do século XIV, tão bem interpretado por historiador Elísio Summavielle. Antes, Maria do Céu Guerra, no papel de Inessa Armand, tinha descrito de como em 1920 criou a Primeira Conferência Internacional das Mulheres Comunistas.

Mais que um entretenimento, foi um ENCONTRO IMAGINÁRIO entre figuras marcantes de um processo histórico, que passam em revista de como se passou do feudalismo ao neoliberalismo, passando pela experiência da Revolução Soviética e da derrota das teorias de Keynes. A conversa teve a moderação de Hélder Costa.

Foi bom ter estado.    


 


06 junho, 2021

Um conto ao Domingo - XXV (A atenção que me devota a Gaivota-Mais-Nova)


Era um fim de tarde, ameno, suave. Um restolhar de asas, bem agitado a procurar equilíbrio no estreito parapeito da janela, deu para perceber que era ela. Nem precisou de grasnar para fazer chamamento. Dirigi-me a ela, puxei um banco e sentei-me junto da janela, certo que haveria prolongada conversa.

"Como estás?" inquiriu com aquele tom de voz que usam as gaivotas quando alguma coisa as preocupa na relação com os humanos. Respondi-lhe que ia andando e que me lembrado dos seus conselhos os tinha seguido e até superado.

"Ora conta lá!" pediu a Gaivota-Mais-Nova. E eu lá fui contando:

«Tal como aconselhaste, logo, logo, não parei tudo e já retomei o que largara. Das responsabilidades tidas, deleguei algumas e  recentemente assumi mais. Das causas, dei  aviso que mantinha a chama acesa e não só fiz que tal parecesse como fiz prova, abraçando novas causas e lutas. Comecei por fazer uma ou outra reunião, agora não falto a nenhuma. Passei a frequentar os lugares que frequentava mas passei a fazê-lo com maior regularidade. Quanto aos amigos, não lhes dei tempo para sentir estranheza pela minha ausência. Ah, e nunca apregoei o tanto que me dói a alma a sua partida, pois eu sei (e to o lembraste) o que é inspirar pena e dó!»

A gaivota fez um silêncio prolongado e depois, partindo, deixou-me este dito:

«Vou me juntar ao bando. Preciso dizer-lhes que há pelo menos um homem que, como nós, sabe voar»

05 junho, 2021

NINGUÉM ME VÊ? PUDERA, AS IMAGENS SÃO MINHAS... (e não há modo de me pôr nelas)

Das 18 às 20h, reunião da Direcção da Confederação; depois, seguiu-se o jantar, que aqui documento; Onde? Na Baía do Seixal!; Em que restaurante? n´O Bispo!; O prato? Enguias fritas, com uma batatitas! Música ao vivo e à saída um céu lindo! 

Das 21h30 ás 23h apresentação da lista candidata às próximas eleições (SAIO DA DIRECÇÃO E FICO COMO SECRETÁRIO DA MESA DA ASSEMBLEIA).

03 junho, 2021

FERIADO, FERIADO MESMO!

A foto é da filhota, e está catita

Sim, feriado mesmo! Mas ninguém acredita que tivesse passado todo o tempo a contemplar a bela nogueira e de como se arrumava o céu por cima dela, aqui em Alvega...


01 junho, 2021

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Este post é reeditado, passados dois anos mantém toda a actualidade...

 

Tenho, de entre muitas frases-feitas, uma máxima que de vez em quando repito: "se todos os dias são dias de qualquer coisa, façamos qualquer coisa todos os dias". Hoje foi o caso e não me limitei a fazer uma só. Das várias, dei por mim a pensar nas famílias que, como a minha, conseguem algum equilíbrio e, em contraponto, não deixei de pensar nas famílias desestruturadas e no que sofrem as crianças, nesses casos, tantas vezes entregues a si próprias.


Enquanto eu penso, outros vão fazendo e assinalam o dia com iniciativas. De entre esses, destaco a iniciativa dos deputados do meu Partido, hoje, na Assembleia. Aplaudo!

Não quero fechar o dia sem introduzir este filmezinho, sobre um direito das crianças a terem um amigo para a vida inteira... até como forma de fugir à sua institucionalização.

E façam o favor de sorrir...