31 março, 2016

"Em política, o que parece é!" Da praça Tahrir, à Líbia e (agora) também a Angola


Salazar parecia ter razão naquela sua frase muito conhecida. Se parecia, então tinha!
Se parecia, na praça Tahrir, que o Egipto inteiro queria mesmo libertar-se de Mubarak, então queria!
Se parecia, como se demonstra na fotografia, que com a queda de Kadafi a Líbia iria ter mais direitos e liberdades, então tem!
Se parece que  Luaty Beirão e seus amigos estavam apenas a ler livros, então estavam!
Eu, que não partilho de pensamentos salazarentos e sei no que deu a mobilização da opinião pública para situações onde não acontecia aquilo que a muitos parecia, calo-me bem calado! Ou melhor, subscrevo quem, sobre ditaduras e direitos humanos, sabe mais do que ninguém.

30 março, 2016

"Quinta das Palmeiras" ou a ironia de manter o nome

"Quinta da Palmeiras" - Oeiras
"Quinta das Palmeiras"- Oeiras
A primeira imagem foi-me enviada,
A segunda fotografei eu, hoje,
procurando
o mesmo ângulo

28 março, 2016

Terá sido hoje um dia histórico?

Nem sempre há uma razão objectiva para escolhermos o dia que consideramos ir ser histórico. Mas é suposto que para que o dia o seja, algo de muito importante aconteça. Tal algo terá de ser um facto importante, tangível, visível, um marco. Contudo, não descortino nenhum. Talvez por isso hoje tenha sido, de facto, um dia histórico.Talvez seja porque me chegou um poema na última página da "Seara Nova" do Mário Dionísio*. Talvez apenas só por isso...
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 * Poema "Solidariedade"

26 março, 2016

Sábado, dia em que se fica a saber: que Deus também é avô, que a JSD tem anjinhos e como a Europa se tornou num inferno


Recordo hoje aquele outro sábado santo em que me interroguei se seria mesmo verdade que Deus teria um neto, já que Jesus lhe teria dado um filho. E foi com essa interrogação sobre a descendência da família divina que iniciei a minha reflexão sobre a semana que hoje finda:

A Juventude Social-Democrata (JSD) pediu à Universidade de Coimbra (UC) a anulação do grau doutor 'Honoris Causa' atribuído em 2011 ao ex-Presidente do Brasil Lula da Silva. 
Enquanto isso, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) encaminhava uma mensagem à presidenta Dilma Rousseff, manifestando preocupação com os “acontecimentos políticos e judiciais que convulsionaram o Brasil nas últimas semanas”.
Na mensagem, reconhece os avanços sociais e políticos que o país conseguiu na última década e demonstra preocupação com os fatos recentes: “Nos alarma ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada. A soberania popular, fonte única de legitimidade na democracia, entregou antes a Lula e depois a você, Presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduz em governos comprometidos com a justiça e a igualdade”, diz a mensagem, acrescentando que nunca na história do país tantas pessoas saíram da situação de fome, pobreza e desigualdade. 
A JSD não comentou esta missiva nem dela deve ter conhecimento pois suponho que não leia o Jornal Tornado

Viriato Soromenho-Marques, que de vez em quando é "atacado" por momentos de lucidez, escreve (no Jornal Tornado) coisa que acho me ter (mais ou menos) plagiado quando afirma ser  fundamental tentar compreender a causalidade que levou ao aparecimento do Estado Islâmico. Diz ele:
“Vivemos uma situação complexa mas não incompreensível”
Recorda que o Estado Islâmico surge justamente após a invasão do Iraque pelos EUA e pela coligação que o apoiava, em 2003. O Estado islâmico é um fenómeno com características muito próprias e que seria impossível de ocorrer sem perceber três episódios fundamentais em que o Ocidente “teve uma responsabilidade estratégica indeclinável e que os eleitores dos países europeus e dos EUA não podem esquecer na altura em que tomam decisões políticas”.
  • Episódio número 1. Por um lado, a Invasão do Iraque e o derrube do Governo de Saddam Hussein. “A desastrosa administração americana no período do presidente Bush, com a liquidação do exército iraquiano que se tornou numa das principais fontes do terrorismo”.
  • Episódio número 2. Em 2011, a destruição na Líbia, com o apoio da França, Grã-Bretanha e com os aviões da Nato que “derrubam não só um ditador mas um Estado”. “A Líbia, é hoje, um Oeste selvagem sem lei nem ordem, uma espécie de federalismo do deserto com grupos terroristas rivais”.
  • Episódio número 3. “E a cereja no topo no bolo” foi a guerra civil na Síria.” Neste momento, o ISIS só não controla completamente a Síria porque existe ainda o regime do Assad, e este só existe porque em Setembro de 2013 o parlamento britânico votou contra uma proposta de um político irresponsável chamado David Cameron que queria fazer com o regime de Bashar al-Assad aquilo que tinha sido feito com o regime de Kadhafi na Líbia, ou seja, a NATO a bombardear durante meses a fio as estruturas militares e de comando do regime de Assad, abrindo caminho ao único grupo que tinha condições para prevalecer – o Estado Islâmico.

25 março, 2016

«Esquecidos de que expulsou os vendilhões do templo, reza-se ao Pai»

 
Quando Cristo, na agonia, exclama exangue  
"Eli, Eli, lama azavtani?" e o Pai o abandona,
quem usou então o tal livre-arbítrio, 
o crucificado ou o Deus divino?  

24 março, 2016

"Atrás de Judas estavam os que lhe deram dinheiro..."

 

Ao longo da nossa existência racional, que como sabemos é inferior à nossa idade biológica, sempre me interroguei sobre o porquê de uma traição ser apresentada sobre a forma e a expressão de um afecto. Judas beija Jesus, como sinal de que o traiu e de que traiu um colectivo. Nem mais, nem menos: um beijo. Nada de mais afectuoso. Tivesse a história (e as escrituras) colocado o focos do odioso na transacção, nos trinta dinheiros e talvez o Mundo fosse diferente...
“Atrás de Judas estavam os que lhe deram dinheiro, para que Jesus fosse preso e atrás deste gesto [ataques de Bruxelas] estão os que fabricam e traficam armas, que querem o sangue e não a paz, querem a guerra e não a fraternidade”

23 março, 2016

O terrorismo, o medo e como eu, pela voz dos outros, os (não)compreendo...

Ainda as causas não tinham produzido tão duros efeitos e as vítimas a contar ficavam longe desta Europa e já eu ia escavando os silêncios para descortinar a verdade. Foi mesmo assim, há quatro anos atrás, escrevia "Quem a partir de hoje dormir descansado eu acho que está embalsamado. Ou então é... um zumbi..." 
Hoje o terrorismo faz imperar o medo e não tardará que o medo faça desencadear mais terrorismo, numa espiral de terror que a Humanidade mesmo que a tenha já em tempos conhecido a terá esquecido, como esquecidos estarão os versos de Jorge de Sena, a propósito dos fuzilamentos de Goya: "Não sei meus filhos, que mundo será o vosso..."
«Em Bruxelas, em Madrid, em Londres, em Lisboa, esta noite, milhões de crianças adormecerão com medo.»

21 março, 2016

Brasil em Brasa: e os Bispos vão no golpe? (reeditado)

“Sabemos que há um monte de processo contra outros políticos, que são engavetados, mas, quando se trata de um governo que nasceu dos pobres, esse é criminoso. Nós não pensamos assim”

20 março, 2016

Sonho à vista, entre mostrengos e (des)medos


SONHO À VISTA
(a caminho da terra da Utopia)
Os mostrengos são cada vez mais numerosos
E rodeiam a nau voando
Não três, mas mil vezes, e mais raivosos
Na ré, de pé,
O mesmo homem do leme
Que depois de ter tremido, já não treme
Gritando o grito que o poeta lhe colocou na voz 
No mastro real,
Também igual,
Está o mesmo gajeiro
No ponto mais alto do navio, será o primeiro
A dar noticias, quando as houver que dar 
Naquela travessia
Decidida
Que ousaram desafiar
Se empenhando com todo o seu ser e querer
As ondas são vagas de meter medo
Se houvesse medo de lhes ter
A fome roer-lhes-iam a entranhas
Se houvesse sentir entranhas a roer
A incerteza espalhar-se-iam com os ventos
Se houvesse que a sentir nesses momentos
Tudo o que de mau, escuro e duro
Lhes diziam ir acontecer, aconteceu
Mas nem um só esmoreceu
(embora muitos ficassem pelo caminho
por tão dorido e sofrido ele ser)

As sereias, desistentes,
Mergulharam em desafinado cantar
O céu, que fora de breu, clareou
O mar, que fora alteroso, se amainou
E por fim a noticia esperada
Do alto da nau gritada
Sonho à vista
Sonho à vista, foi o grito repetido,
Por quem sofrendo ali chegou

(A imagem roubada há muito a um belo pássaro azul)

19 março, 2016

Sábado, Dia do Pai e de balanço (18)


Se não tivesse descendência assumida ninguém me lembraria o dia. A esta hora, a entrar na derradeira que encerra o dia e a semana, olho o meu "santuário" das memórias expostas. Na primeira prateleira de cima, quieto e por detrás de um "m" de mãe, lá está: um "óscar" com a inscrição "Ao melhor pai do Mundo". Sorrio. Talvez até nem seja, mas elas me fazem sentir como se sempre o tivesse sido...  
Quanto ao balanço da semana:

Leio prazenteiro «"O Orçamento do Estado foi aprovado em votação final global com os votos contra do PSD e CDS, votos a favor do PS, do Bloco de Esquerda, do PCP e PEV e a abstenção do PAN", declarou Ferro Rodrigues. Os aplausos das bancadas que o aprovaram seguiram-se.». E recordo que depressa se acobertou e se esqueceu que houve quem votasse este orçamento com os olhos postos no futuro e com uma promessa que serei que irá ser cumprida...


O Tornado continua a ser uma das minhas fontes de informação e opinião. Lá, sobre o Brasil, escreve Carlos Fino: «Não deixa de ser significativo que um dos grandes jornais do Brasil – a Folha de São Paulo – em geral pouco simpático para com o PT e Lula – tenha escrito esta semana, em editorial, que o imperioso combate à corrupção “não pode avançar à revelia das garantias individuais e das leis em vigor no país.” Lula sacrificado na Páscoa, ainda sem processo nem contraditório, faria dele novamente um herói e poderia desencadear um processo violento de difícil controlo, trazendo para as ruas o que pode e deve ser decidido no âmbito da justiça, da política, da moral e do bom senso.»

Sobre o Brasil em brasa, outras notícias de lá, e opiniões avisadas e lúcidas de cá.
E esta ainda:


«O que sobressai nos recentes acontecimentos no Brasil não é a tentativa de combater a corrupção e um sistema político e eleitoral que a favorece, mas antes uma acção protagonizada pelos sectores mais retrógrados – eles próprios mergulhados em décadas de corrupção –, visando, por via da instrumentalização do poder judicial e da acção de órgãos de comunicação social, a criação das condições para a reversão dos avanços nas condições de vida do povo brasileiro alcançados nos últimos 13 anos.
Uma acção de desestabilização indissociável do conjunto de manobras de ingerência promovidas pelos Estados Unidos visando os processos progressistas e de afirmação soberana na América Latina.
O PCP é solidário com as forças progressistas brasileiras, com os trabalhadores e o povo brasileiro e a sua luta em defesa dos seus direitos, da democracia, da justiça e progresso social.» Tirado daqui

17 março, 2016

"Lula é nomeado e crise agrava-se: milagre precisa-se" ou as razões porque a RTP não contratou Carlos Fino


Carlos Fino, em tempos idos reconhecidamente competente, quando em 2012 bateu à porta da RTP levou com ela na cara e regressou ao Brasil por que todas as outras portas lhe terão feito o mesmo. A RTP sabe que ele anda por lá mas em vez de o colocar, com a sua independência, a reportar de Brasília (ou de outro qualquer lugar de lá) a televisão pública, em serviço combinado com a Rede Globo (que faz campanha activa contra o Governo de Dilma), coloca um tagarela a repetir, com sotaque lisboeta o que os comentadores da Globo, da Veja e do "Estadão" vão debitando.
Hoje, prescindo  a custo da minha fonte privilegiada (Conversa Afiada) e passo a palavra à escrita do repórter: 
«O fundo da argumentação de um lado e do outro é moral e jurídico, mas todos sabem que o que está em causa é a política – o controlo do poder do Estado por este ou aquele grupo – ainda que com a promessa de ambos de que irão resolver os problemas do país.
O levantamento do segredo de justiça por Sérgio Moro para poder revelar uma conversa da presidente da república com Lula, no preciso momento em que este aceitava integrar o governo, assim escapando à sua jurisdição, é manifestamente um acto de cariz político não isento, por mais justificação jurídica que se apresente.
Moro, ainda que se sentisse ofendido nos brios por ver escapar-lhe um investigado – que aliás ainda nem sequer é réu, porque não foi acusado de nada – podia, com efeito, ter-se limitado, como lhe competia, a endossar o processo para a instância superior que agora assume as investigações, dado que Lula passou a ter foro privilegiado – o Supremo Tribunal de Justiça.»
E sabem de onde este texto foi tirado? Do Jornal Tornado, claro! Que outro jornal nacional podia acolher uma opinião independente?

16 março, 2016

Dias históricos, estes... e o povo fará o resto

O impossível é tão só e apenas aquilo que ainda não aconteceu, ia dizendo eu.
Os tempos vão ficando na história não porque nós os consideramos históricos, mas porque a própria História os registará como tal. Hoje aconteceu o que nunca antes tinha acontecido.
Por enquanto, só isso!
Mas só isso, estou certo, ficará para sempre escrito! O povo fará o resto!

15 março, 2016

... e o estranho é haver quem diga que a imprensa é uma merda, paga-la e depois ir opinar com base na merda que leu


Quando lê, ou alguém lhe diz porque foi ele a ler, que o Grupo Impresa (SIC e Expresso) que se saiba já se desenvencilhou de cerca de 60 jornalistas, você conclui que a imprensa está em crise. 
Quando lê, ou alguém lhe comentou porque foi ele quem leu, que o jornal Público abriu um programa de rescisões voluntárias e que a  administração enviou uma carta aos trabalhadores, na qual fala nas dificuldades de viabilidade do jornal, você confirma que a imprensa está mesmo em crise e que, se assim é, passou a considerar justa a luta dos trabalhadores do Jornal Económico ao fazerem greve por salários em atraso... 
No dia seguinte, você confirma a a impressão de que a crise está mesmo para durar pois  grassa, por todo o lado, o trabalho precário
Você, pelo que ouve e lê, já não tem qualquer dúvida, a imprensa está na merda.
Está na merda toda a imprensa, a falada, a escrita e a que se vê. 
Mas... cuidado porque pode estar enganado. Na merda pode estar é...você!  

A propósito... já leu o "Jornal Tornado" hoje?

14 março, 2016

Nicolau Breyner, a humildade é uma valor em si mesmo (e será assim que eu o lembro)

 

Quando vi "Os gatos não têm vertigens"fixei três impressões que retive desde que vi o filme: A honestidade e a actualidade do tema; o desempenho dos actores; e a humildade de ver o Nicolau aceitar um papel secundário. Hoje ao saber da sua morte ocorreu-me o final e o que podia ser premonitório.
Tivesse sido Nico isto ou aquilo. Poderá ser Nicolau o senhor Contente para toda a gente. Para mim ele é o senhor Humilde... e tal é reforçado por isto que acabo de seleccionar para o lembrar “Os gatos não têm vertigens” | Agora Nós | RTP

13 março, 2016

Marcelo Rebelo de Sousa, o "marcelismo" e o "Tornado"

O "marcelismo" há muito que superou o seu próprio criador. A televisão foi o capital semente em que Marcelo investiu e que, ao longo do tempo, se foi ramificando, germinando,  nas redacções dos jornais. É simplicista, e também limitativo, afirmar que estas se lhe terão rendido ao charme. Ao contrário, foi (ainda é, e vai ser) o 4º poder a dar-lhe a sustentabilidade. E será com esse charme que ele irá tudo fazer para reconstruir o "arco da governação" em nome da conciliação nacional.
Tivéssemos outra imprensa, a denuncia-lhe contradições e a forma hábil com que se insinuava e manipulava os humilhados e ofendidos, e Marcelo não teria sido eleito nem o chamado "fascismo cultural doce" seria hoje um risco, se não já uma realidade.
Enquanto Marcelo debitava homilias dominicais, as redacções iam sendo paulatinamente saneadas de competências plurais, isentas ou alinhadas com ideias contrárias à inevitabilidade do caminho único e das inevitabilidades. Enquanto essa imprensa troca jornalistas consagrados por jovens precários e lhes encomenda conhecidos recados, ela ao mesmo tempo que abre a porta a "politólogos", comentadores e opinadores convidados que diariamente promovem a "reconciliação nacional" e a imagem presidencial.
A imagem de centenas de crianças a emoldurar o cenário na noite da posse e gritando "Marcelo! Marcelo!" é premonitória e faz-me regressar a tempos idos do fascismo amargo e cinzento onde os nomes aclamados eram outros...

Há esperança? Claro! Apresento-lhe uma ponta, havendo outras. Esta chama-se "Tornado" e passará a ser o meu jornal diário!


12 março, 2016

Sábado... Foi assim, a semana que hoje finda (17)


Segunda-feira: foi o dia em que me convenci que o "buraco" que tinha há muito editado (Março de 2012) já não tinha razão para figurar eternamente neste meu espaço. Retirei-o hoje. Não porque ache que tamanho buraco esteja totalmente tapado, nem que tenha deixado de, ainda, muita gente lá ir parar. 
Ainda vão, mas mais devagar. E outros, muitos, já estarão a sair de lá...

De terça a quinta-feira (e por aí fora) - Dos últimos dias de Cavaco aos primeiros de Marcelo de pouco mais se terá falado. Diria até que a tomada de posse e os dias que lhe seguiram Marcelo converteu o espaço apertado da TVI num enorme estúdio e quase transformou telespectadores em povo ao vivo. Depois de anos de treino o espectáculo tem resultado. Perfeito. Perfeito e ao seu jeito. "fascismo cultural doce"? Não estranharia se o fosse!


Sexta-feira - O Diogo teve carinha verde, cor que lhe tem andado arredada mas que parece ter regressado, com alertas e avisos à necessidade de concentração. Ontem,  na sala de aula, terão falado de plantas e à saída da escola propôs à avó caminho alternativo chegando a casa com inúmeros ramos de flores. Flores de todas as qualidades e cores, carinhosamente colocadas em quatro jarras por quem, cá em casa, tem esse carinho e cuidado. 
Ao almoço, contava-nos a mãe ter feito uma pergunta sem que lhe tivesse encontrado resposta: "Mãe, o que preferes? Que seja mal comportado, ou que tenha maus resultados?"
(Eis uma pergunta cuja resposta daria "pano para mangas")

10 março, 2016

09 março, 2016

O que espero de Marcelo Rebelo de Sousa


«Tenho que esperar o melhor e estar preparado para o pior, como aquela máxima do Antonio Gramsci do optimismo da vontade e o pessimismo da razão.»
 É o que eu espero, citando João  Oliveira

08 março, 2016

Uma flor que Óscar Niemeyer desenhou, para te dar


Flor, desenhada
(reeditado)
. vês esse ponto aí atrás?
é o bico do meu lápis afiado
Segue essa ponta e verás
que o bico vai subindo e depois descreve um arco
De seguida desce, desce até quase ao ponto de partida
Que desenhei? Isso mesmo: uma pétala, minha querida
Agora, no centro, uma muito pequena bola
Um botão, botãozinho, pequenininho
Há volta, repito o primeiro desenho feito
Uma, duas, três, várias pétalas, colocadas a preceito
Depois faço um traço, para baixo e... uma mão
Que o segure
Então... 
toma, é tua esta flor
Chamo-lhe bem-te-quer
Guarda-a, onde te aprouver
Neste teu dia
- a escrita, por cima desenhada
é de um poeta
da arte do concreto e da pedra
Rogério Pereira
(Desenho de Òscar Niemeyer

07 março, 2016

Cavaco? Que se esfume!

Tem por máxima este espaço que o verdadeiro protagonismo (da História) pertence ao povo. O protagonismo não inclui qualquer julgamento do seu rumo, do seu sentido. Por isso, a regressão civilizacional à sua permissividade se deve imputar... até que acorde.

06 março, 2016

Ser ou não ser, eis uma não questão

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzL09dlPrDzYyBrQjz8h-keIl8SPW6Jb-LwkGYqZ8RurEd69mMPk6FyHInuMnJb92P-K45ezdPWR5bEBvzdsommAMsXllPex0cWeKVYh5T9IzZD-5gIHmBU7OtcFPUzFoZYGexI5UStdA/s400/Bandeira-PCP.jpg
Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.
Ary dos Santos, 
"Bandeira Comunista"
Neste dia, em 1921, os trabalhadores decidiram que estava
na hora de criar o seu próprio partido.
Hoje, 95 anos depois, cá estamos. E a luta continua!

05 março, 2016

Sábado... Foi assim, a semana que hoje finda (16)



Segunda-feira foi um dia em que percebi que tinha mesmo de cumprir um compromisso há já algum tempo assumido. Escrever um livro, que, aliás já tem título: "O Caracol Mole e o Escaravelho Seu Conselheiro". Essa percepção surgiu enquanto intervalava o que se passava no Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro e me desloquei ali ao lado, a beber um cafezito. Enquanto o sorvia ia olhando em volta. Ali, alguém folheava  o jornal do dia. Acolá, um jovem tomava apontamentos com vários livros abertos. Lá ao fundo, lá estavam eles, de bicos de pés a procurar um livro que ainda não está escrito...

Terça e quarta-feira (e, depois, durante a semana inteira) toda a imprensa carregava as tintas da disputa de protagonismos, transformando as diferenças em guerras e em discórdias insanáveis. Em duas entrevistas, eles colocaram as coisas no lugar em que as coisas marginais devem ser arrumadas: 
«Eu compreendo que essa componente de encenação na política se tenha tornado uma coisa tão marcante que as pessoas já não consigam viver sem ela, mas nós prescindimos da encenação toda em favor da substância das coisas».(João Oliveira)
«É engraçado ver como no início, em Novembro, cada vez que Bloco, PCP, Os Verdes, ou o PS diziam alguma coisa divergente, havia logo um nervosismo imenso, “ai, ai, ai que isto vai tudo cair, porque é tão instável”. Hoje em dia começa a haver a percepção que este acordo é estável, sólido e, independentemente de haver diferentes posições, não está sempre tudo em causa, a cada momento, mesmo que pensemos de forma diferente.» (Mariana Mortágua

Quinta e sexta-feira, prolongaram os "actos de cidadania" a que me obrigo (folgas, nem ao domingo)  mas que (por enquanto) me dispenso de os trazer aqui.

Hoje, sábado, estava calmamente a ler o jornal, quando um pequeno escaravelho me veio interpelar sobre o meu compromisso. "Quero ser eu a personagem do teu livro". Depois de o tranquilizar e de o pôr a salvo de qualquer gesto incauto, retornei ao artigo do dia, onde o Pacheco Pereira escrevia, sob aquele cabeçalho (onde o escaravelho antes tinha estado) com título significativo: «Quem veja nestes dias um noticiário da televisão sem som parece que o tempo andou para trás. Passos Coelho passeia-se por feiras e encontros de empresários, “inaugura” escolas em autarquias do PSD, tratado como primeiro-ministro, com a postura oficial de um primeiro-ministro, com a bandeira da lapela usada pelos membros do seu Governo e que continua a usar para não deixar dúvidas que se considera ele próprio o primeiro-ministro com direito ao cargo, que outros usurparam numa espécie de golpe de Estado.» (continuar a ler

Não há dúvida que é esta imprensa que suporta e aguenta este “primeiro-ministro no exílio”. E para a semana há mais...

04 março, 2016

A arte é uma forma de forçar a realidade, de a precipitar ou de fazer acontecer a vida...

 
Acontece trazermos há muito tempo definições dentro de nós pejadas de sentimentos e não nos atrevemos a explicitá-las. Faltam-nos exemplos. Ou falta-nos simplesmente a oportunidade de colocar o tema. Aconteceu que o exemplo e a oportunidade se reuniram num só momento. Arte? Arte é isto: uma forma de forçar a realidade, de a precipitar ou de fazer acontecer a vida... ou até nos aproximar da morte.
(obrigado Fê Blue-bird)

Marcelo mudou? Está (de facto) mudado!

"Vamos ver dizia o cão ao cego"

02 março, 2016

E se Bartoon substituísse Teodora Cardoso? Não, não estou no gozo!

Se a Teodora Cardoso pensa que vou deixar de fumar por falta confiança neste governo, tire o cavalinho da chuva. Se a Teodora pensa que vou passar a andar de comboio, metro ou na Vimeca, espere até ficar careca, pois ter carro é ter estatuto e seria perde-lo se passasse a usar transporte público. A Teodora até tem ar de boa senhora, só que enferma de um (mesmo) problema: percebe tanto disto como a Moody´s, Bruxelas, Passos e o Evaristo!