26 março, 2016

Sábado, dia em que se fica a saber: que Deus também é avô, que a JSD tem anjinhos e como a Europa se tornou num inferno


Recordo hoje aquele outro sábado santo em que me interroguei se seria mesmo verdade que Deus teria um neto, já que Jesus lhe teria dado um filho. E foi com essa interrogação sobre a descendência da família divina que iniciei a minha reflexão sobre a semana que hoje finda:

A Juventude Social-Democrata (JSD) pediu à Universidade de Coimbra (UC) a anulação do grau doutor 'Honoris Causa' atribuído em 2011 ao ex-Presidente do Brasil Lula da Silva. 
Enquanto isso, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) encaminhava uma mensagem à presidenta Dilma Rousseff, manifestando preocupação com os “acontecimentos políticos e judiciais que convulsionaram o Brasil nas últimas semanas”.
Na mensagem, reconhece os avanços sociais e políticos que o país conseguiu na última década e demonstra preocupação com os fatos recentes: “Nos alarma ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada. A soberania popular, fonte única de legitimidade na democracia, entregou antes a Lula e depois a você, Presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduz em governos comprometidos com a justiça e a igualdade”, diz a mensagem, acrescentando que nunca na história do país tantas pessoas saíram da situação de fome, pobreza e desigualdade. 
A JSD não comentou esta missiva nem dela deve ter conhecimento pois suponho que não leia o Jornal Tornado

Viriato Soromenho-Marques, que de vez em quando é "atacado" por momentos de lucidez, escreve (no Jornal Tornado) coisa que acho me ter (mais ou menos) plagiado quando afirma ser  fundamental tentar compreender a causalidade que levou ao aparecimento do Estado Islâmico. Diz ele:
“Vivemos uma situação complexa mas não incompreensível”
Recorda que o Estado Islâmico surge justamente após a invasão do Iraque pelos EUA e pela coligação que o apoiava, em 2003. O Estado islâmico é um fenómeno com características muito próprias e que seria impossível de ocorrer sem perceber três episódios fundamentais em que o Ocidente “teve uma responsabilidade estratégica indeclinável e que os eleitores dos países europeus e dos EUA não podem esquecer na altura em que tomam decisões políticas”.
  • Episódio número 1. Por um lado, a Invasão do Iraque e o derrube do Governo de Saddam Hussein. “A desastrosa administração americana no período do presidente Bush, com a liquidação do exército iraquiano que se tornou numa das principais fontes do terrorismo”.
  • Episódio número 2. Em 2011, a destruição na Líbia, com o apoio da França, Grã-Bretanha e com os aviões da Nato que “derrubam não só um ditador mas um Estado”. “A Líbia, é hoje, um Oeste selvagem sem lei nem ordem, uma espécie de federalismo do deserto com grupos terroristas rivais”.
  • Episódio número 3. “E a cereja no topo no bolo” foi a guerra civil na Síria.” Neste momento, o ISIS só não controla completamente a Síria porque existe ainda o regime do Assad, e este só existe porque em Setembro de 2013 o parlamento britânico votou contra uma proposta de um político irresponsável chamado David Cameron que queria fazer com o regime de Bashar al-Assad aquilo que tinha sido feito com o regime de Kadhafi na Líbia, ou seja, a NATO a bombardear durante meses a fio as estruturas militares e de comando do regime de Assad, abrindo caminho ao único grupo que tinha condições para prevalecer – o Estado Islâmico.

3 comentários:

  1. Nada acontece por acaso.
    O que fizeram no Médio Oriente foi acordar vespas.

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  2. Tão triste, esse Brasil do samba. Tão enviesadas as leituras...

    Beijinhos, Rogério :)

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