31 janeiro, 2019

A Venezuela e a rã



Vale e memória de infância para reconstruir fábulas, metáforas, analogias com a realidade de todos os dias. Suponho que a história da rã me contou  o ti zé sapateiro, homem que terá contribuído um tanto para os valores que hoje prezo. Recordo-a e a actualizo tendo como pano de fundo uma notícia chegada há pouco que me fez lembrar o conto. 
Estava a rã posta em sossego, saltando de vez em quando e sempre que necessário, quando, chega alguém estranho ao lago e... pimba, corta-lhe uma perna. Não muito depois, outro também alheio ao lago, chega e... alheio à dor da pobre rã, corta-lhe a outra.
A imprensa, aquela que insistia em apelidar de charco o belo lago, divulgava em titulo de "caixa alta":
"Uma rã sem pernas, não salta"
Fosse o governo de Maduro tal batráquio e teria o povo venezuelano um destino trágico.
 

29 janeiro, 2019

Hoje visitei a Maria João...


Visitei a Maria João, parecia estar bem. Prometi-lhe trazer ao meu espaço um soneto seu. "Estás à vontade, escolhe!" e, depois de trocar breves impressões sobre o seu estado* com o jovem médico, saí. Levava já na mente a escolha. Apenas lhe acrescentei a dedicatória, feita por ela no mail que me enviou, com a mesma data do poema.
«Aqui vai o prometido soneto, mas lembra-te de que eu não vejo o sonho como o vê a maioria da burguesia. Não me tento pelas raspadinhas, pelos euromilhões, pelos totolotos e quejandos. Não quero saber de marcas, raças, estatuto e outras superficialidades que tanto ofuscam as mentes. Posso ter objectivos pessoais, como todo o animal humano, mas é de outra coisa que falo quando me reporto ao SONHO.
Pensei procurar qualquer coisa mais óbvia, mas... para quê? Este assenta-te que nem uma luva, já que és um Desenhador de Sonhos
 NÃO HÁ FIM PARA O SONHO. NÃO HÁ FIM...
Não há, neste planeta, mar nem céu,
Estrada longa demais, alta montanha,
Ponte suspensa sobre um medo teu
Que te trave esse sonho e, coisa estranha,

Um pouco desse sonho é também meu,
Um nada dessa chama em mim se entranha
E aonde chegar, chegarei eu,
Pois nisto ninguém perde. Só se ganha.

Não há fim para um sonho construído,
Nem haverá lugar para o vencido
Num sonho desta forma partilhado

Se, quando te pareça estar no fim,
Vês que mal começou dentro de mim
E que outros vão nascendo a nosso lado.
Maria João Brito de Sousa – 02.05.2018 
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Visitei a Maria João hoje, no Hospital da Cruz Vermelha. Um telefonema ontem, cerca das 23h, dava-me conta de que sofrera um enfarte a que se seguiram complicações. O médico, tranquilizou-me, referindo que a sua situação era estável e o prognóstico era positivo.

UNIÃO EUROPEIA AO LADO DE TRUMP CONTRA A VENEZUELA... QUANTO AO PAPA FRANCISCO... NÃO EMBARCA NISSO!


«A bordo do avião, um jornalista do México instou o papa a se posicionar, dizendo que os venezuelanos "querem ouvir do seu papa latino-americano". "Se eu disser 'ouça a esses países' ou 'ouça a aqueles países', me colocaria numa posição que desconheço, seria uma imprudência pastoral e eu causaria problemas", afirmou Francisco.»

Devia Portugal evitar tal imprudência, é que lido isto nem acredito!

27 janeiro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 3

Leio na imprensa que «O bloco liderado pelos Estados Unidos é contra a manutenção no poder no Presidente venezuelano»

Nesta liturgia ocorre-me um poema de Sophia. Não é, certamente, um poema focado no que se passa na Venezuela, ou talvez seja. O que se passa na realidade, aí como em outra parte do mundo, em versões diferentes, é ao fim ao cabo, coisa antiga sob muitas formas repetida: a luta entre pobres e ricos, entre uma classe e outra, entre...
«Os ricos nunca perdem a jogada
Nunca fazem um erro. Espiam
E esperam os erros dos outros
Administram os erros dos outros
São hábeis e sábios
Têm uma larga experiência do poder
E quando não podem usar a própria força
Usam a fraqueza dos outros
Apostam na fraqueza dos outros
E ganham
Tecem uma grande rede de estratagemas
Uma grande armadilha invisível
E devagar desviam o inimigo para o seu terreno
Para o sacrificar como um toiro na arena.

Sophia de Mello Breyner Andersen
(Os GracosObras completas - 1968)

26 janeiro, 2019

Pouco cito o Pacheco Pereira... calhou hoje, desta maneira

O cartaz ao lado foi por mim escolhido para ilustrar o texto do Pacheco. Qual texto?
Ei-lo 
«A política de “identidades” e das “causas fracturantes” foi um processo que facilitou a passagem de grupos revolucionários a reformistas. Para o Bloco de Esquerda não está mal, porque isso facilita a aproximação com o PS, cuja ala esquerda pensa o mesmo. O Bloco rende-se àquilo a que Rosa Luxemburgo chamava “movimento” em detrimento dos “fins”, que considerava a essência do reformismo, ou seja, o abandono da revolução, neste caso a favor de uma miríade de “causas”.
Facilita igualmente a integração de grupos anti-racistas, feministas, LGBT, de defesa dos animais, antiespecistas, muitos dos quais são fortemente subsidiados por dinheiros públicos. Eles podem colocar o rótulo de anticapitalista em tudo isto, mas é pouco mais do que um rótulo.
Sendo a política de “identidades” uma forma de reformismo, daí não vem nenhum mal ao mundo. Porém, tem um efeito perverso cujos custos a esquerda ainda não percebeu que está a e vai pagar: é fazer espelho com a outra política de “causas” da direita radical, os movimentos antiaborto e anti-imigrantes, a islamofobia a favor da “civilização cristã”, a mulher dona de casa, o anti-intelectualismo, a defesa dos valores “familiares”, o lobby pró-armas nos EUA, ou “as meninas são de cor-de-rosa e os rapazes de azul” dos Bolsonaros, os pró-tourada, os homofóbicos, etc. Acantonados nas suas “causas”, cada uma reforça a outra, o SOS Racismo dá forças ao PNR e vice-versa, e fora do “meio” destes confrontos, a nova direita “alt-right” ganha sempre mais força...»

Pode ler tudo aqui

25 janeiro, 2019

Venezuela e o que (não) se diz dela! - II


Não sei (ou até sei) porque nenhum canal de televisão entrevista José Goulão. 
Não sei (ou até sei) porque nenhum jornal, rádio ou telejornal dá a notícia que aquela malta, lá na imagem de cima, votou em maioria contra o golpe na Venezuela.
Não sei (ou até sei) porque não são dadas a conhecer as razões desse acontecer.

Escreve José Goulão:
«A Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu reunir o número de votos necessários para aprovar uma declaração reconhecendo a auto proclamação de Juan Guaidió como “presidente interino” da Venezuela. A moção nesse sentido, apresentada pelo governo argentino fascizante de Maurício Macri, não alcançou sequer o apoio de metade dos 34 membros da organização, apesar das pressões directas do presidente dos Estados Unidos efectuadas através do seu secretário de segurança, Michael Pompeo, presente na reunião.»
E escreve ele ainda mais... 

24 janeiro, 2019

Venezuela e o que (não) se diz dela!


O Jimmy Carter disse o que disse, mas poucos sabem que o disse... Tal silenciamento dá aso a tudo o que agora por lá se passa.
E o que por lá se passa?
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disparou o golpe de Estado na Venezuela ao reconhecer o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como chefe de Estado "interino". O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, Brasil, Colômbia, Peru, Paraguai, Equador e Costa Rica, pronunciaram-se no mesmo sentido logo que Trump fez a declaração. Guaidó autoproclamou-se presidente alegando a "ilegitimidade" de Nicolás Maduro, vencedor das eleições de Maio com 67% dos votos, e afirma que vai nomear um "Conselho de Transição". O Supremo Tribunal de Justiça declarou "inconstitucional" e "usurpadora" a iniciativa de Guaidó. A Venezuela cortou relações com os Estados Unidos.

23 janeiro, 2019

Nesta minha reflexão sobre o "desporto", preocupa-me a educação do meu Diogo...


Depois daquele jogo, preocupa-me a educação do meu Diogo. É que o puto, na sua sã inocência, pensa no que pensa, mas a realidade desmente o seu pensar. Eu, por mim, tentarei transmitir-lhe a mensagem de sempre...


Ah!, e outra coisa:

«O que há de característico e fundamental no desporto é, justamente, o que define e caracteriza a sociedade em que ele se realiza»

Prof. José Esteves,
in "O Desporto e as Estruturas Sociais" - 1967,

21 janeiro, 2019

A Plataforma NÓNIO e o "nó górdio"

Segundo reza a wikipédia o nó górdio é uma lenda. É comumente usada como metáfora e eu recorro a ela para afirmar que a NÓNIO é o nó górdio da liberdade de imprensa. Ou dito de outra forma, aliás já por mim escrita, cinco grupos, Global Media, Público, Media Capital, Renascença, Impresa e Cofina, podem passar a fornecer-lhe conteúdos personalizados. Talvez não ao seu gosto, mas certamente ao gosto daquilo que deverá passar a gostar.

De facto, TVI e SIC (que integram a Plataforma NÓNIO) deixam a léguas de distância quase todos os outros canais. Juntos somam mais de 16 milhões de visitas às sua páginas da net... e é sabido que a net é uma extensão dos canais de televisão...

Em meu juízo, ninguém desata isto! E a próxima Assembleia da República terá, em Outubro, a composição que a NÓNIO quiser...

Fonte: Grupo MARKTEST

20 janeiro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 2


A árvore? Fica num jardim público.
Os pássaros? São obra de reformados, pensionistas e idosos.
Estes, são conhecidos por "Desenhadores de Sonhos" que adoptaram Sophia como mentora.

Desde essa decisão, desenhamos sonhos por gestos... e nunca as nossas mãos ficaram vazias.
«Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.»

Sophia de Mello Breyner Andresen
| "Antologia Poética"

19 janeiro, 2019

O que fazem juntos os principais grupos de media de Portugal?

«NONIO é uma plataforma tecnológica única criada pelos maiores grupos de comunicação do país, para lhe oferecer conteúdos personalizados com mais segurança e qualidade. Para continuar a aceder aos mais 70 principais sites portugueses que fazem parte desta plataforma basta fazer o seu registo. Fique por dentro.

Pode registar-se lá ou em qualquer um dos mais de 70 sites da plataforma.
Para fazer o seu registo vamos pedir-lhe o seu nome, e-mail, data de nascimento e género.
Esta informação vai-nos permitir oferecer-lhe conteúdos personalizados para si.»

Segundo a noticia, cinco grupos, Global Media, Público, Media Capital, Renascença, Impresa e Cofina, podem passar a fornecer-lhe conteúdos personalizados. Talvez não ao seu gosto, mas certamente ao gosto daquilo que deverá passar a gostar. 

18 janeiro, 2019

O BRASIL DAS “INTELIGÊNCIAS SAFADAS”

“Mas não vivemos em tempo ordinário (…). Cada indivíduo se julga com o direito de ensinar qualquer coisa, surgem apóstolos de todos os feitios, sumiu-se o ridículo e o mundo se vai tornando inabitável”.
Graciliano Ramos, “Linhas Tortas”
Ler tudo isto e mais n´«O Lado Oculto»

17 janeiro, 2019

Para a CDU, a alternativa à União Europeia não é a autarcia, ou isolamento...

«Para a CDU, a alternativa à União Europeia não é a autarcia, ou isolamento.
Muito pelo contrário, são novas formas de cooperação na Europa, baseadas na soberania e na igualdade de direitos dos Estados, orientadas para o desenvolvimento social e económico, para a reciprocidade de vantagens, para a promoção dos valores da paz e da solidariedade.
Ao longo dos últimos cinco anos, os deputados da CDU no Parlamento Europeu mantiveram uma permanente ligação com a realidade nacional, palmilharam, como nenhuns outros, o país de lés a lés, defenderam firmemente os interesses dos trabalhadores, do povo e do país, combatendo todas as decisões que os prejudicassem.»
Nem sei porque me resolvi dar destaque a esta parte.
Ou, no meu íntimo, talvez saiba
Tem aqui a intervenção toda
Faça a sua escolha

15 janeiro, 2019

Abelhas, são abelhas. Vespas, são vespas. Mas o Mundo é dominado pelas abelhespas...


Por vezes não procuramos a metáfora, é ela que se vem impor. Assim:
A tarde estava fria. Que o digam as abelhas na procura desesperada de um abrigo. A procura, persistente, escrutinava fresta a fresta todas hipóteses na casa de madeira. A abelha-rainha não tinha desistido, nem as obreiras, nem aquele zangão, o primeiro a ficar preso na teia que uma ausente aranha tinha montado, sabe-se lá quando, na certeza de estar ali para incautas moscas e não para tão nobres seres. Zangão e abelhas iam ali ficando até lá se finar a abelha-rainha, a última a murrer. Triste e imerecido fim.
Lá longe, em espaços palacianos, onde o poder define quem tem e quem não tem direito a colmeias, a cera e a mel, as abelhespas estão ainda longe de se devorarem umas às outras. Esse fim seria a salvação... Entretanto a ameaça paira, alheia a lúcidos alertas de avisado apicultor : "se as abelhas forem extintas a humanidade terá apenas 4 anos de existência". Talvez menos, pois são vorazes os vespeiros...
Este texto começou exactamente com o desespero do bando, filmado pelo meu genro

Dominical liturgia [citando Sophia] - 1

Por razões várias e diversas, não cometeria eu a heresia de profanar o ritual da missa. Lembro que  o vocábulo "Liturgia", em grego, formado pelas raízes leit- (de "laós", povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço público. 
Isso, serviço público. 
Num ano em que celebra o primeiro centenário do nascimento de Sophia, ouso pegar na sua vasta obra e fazer à sua memória o que ousei fazer, mais de uma centena vezes, a Saramago.

Sobre a escolha desta primeira liturgia, "O Jantar do Bispo", foi em primeiro lugar, a sua actualidade (continua a haver por aí, muitos jantares assim) e depois porque a Igreja (que este Bispo simboliza) continua a não saber lutar contra os hábeis discursos dos donos do Mundo.


O conto é longo, leia-o todo!

12 janeiro, 2019

Futebol é jogar. É perder, é ganhar...

Poema a um sábado (que bem podia ter sido pacato)
confirmei agora,
o que realmente aconteceu
neste pacato sábado:
que o transito não parou;
que funcionavam os semáforos;
que os comboios respeitaram horários,
tal como os aviões e os barcos;
que a água correu nas torneiras;
que os rios
não de detiveram nas margens
(só o fazendo nas barragens);
que a dívida continuou a aumentar;
que os poetas não suspenderam a letras,
nem os tristes suspenderam as lágrimas;
nem os desempregados deixaram de estar.
Confirmei hoje, que tal como nos outros tempos,
a realidade mente.
Tudo mexeu, tudo mexe, e é dormente!
E a violência impera
onde menos se espera



Lição inspirada numa frase do Diogo

11 janeiro, 2019

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 19

A FARSA E O EMBUSTE NA POLÍTICA

Fazem parte do nosso dia-a-dia, multiplicam-se como cogumelos venenosos e muito difíceis de combater pois estão quase sempre do lado dos vencedores. Podem faltar salários dignos e respeito por direitos elementares, mas na política globalmente dominante não existe carência de farsas e embustes. A experiência de todos nós está repleta de exemplos, mas a actualidade e a oportunidade  seleccionaram alguns para este Nº19 de O Lado Oculto, já online.

Farsa e embuste estão por detrás dos preparativos para as cerca de 20 eleições que irão ocorrer, um pouco por toda a Europa e Américas, até ao final de 2020. A pretexto da pureza eleitoral e do combate às famosas interferências externas, duas correntes mais convergentes do que divergentes da ditadura económica neoliberal, na prática duas verdadeiras polícias eleitorais, preparam guerras cerradas contra as não menos célebres fake news, não hesitando estar agora "um passo à frente" dos supostos energúmenos replicando um genial ovo de Colombo: interferirem antes que haja interferências. Além do bando populista e neonazi capitaneado por Steve Bannon está igualmente em campo a Comissão Transatlântica para a Integridade Territorial, que se propõe recorrer à intervenção nas redes sociais, à inteligência artificial, dar apoio a governos e comissões eleitorais para extirpar as fake news e as ingerências externas - 80% russas calcula - para que nada obste "à democracia e ao mercado livre". Nomes altamente recomendáveis integram esta cruzada purificadora como Tony Blair, José María Aznar - dois intérpretes da histórica Cimeira das Lages, em 2003, que gerou uma sangrenta "interferência" militar - o ex-vice de Obama, o ex-secretário da segurança de George W. Bush e o inigualável John Negroponte, organizador de esquadrões da morte na América Latina e de falsificações eleitorais um pouco por todo o lado, cujos métodos se mostraram eficazes nas Honduras ainda há poucos dias. Com uma equipa assim, a transparência democrática fica perfeitamente salvaguardada.

Ainda no domínio da farsa - repleta de consequências trágicas - vamos ao encontro da situação no Ceará brasileiro, onde uma onda de violência entre grandes bandos criminosos explodiu praticamente a partir da posse do governo de Bolsonaro. Como há evidentes relações de causa e efeito, anote-se apenas que o drama fustiga há mais de uma semana exactamente o Estado onde, nas recentes eleições, o governador estadual do PT recolheu mais de 80% dos votos.

Não estranhemos que proezas deste e outros géneros prossigam na vigência de um governo formado por desqualificados, desclassificados e incompetentes, pois são essas as características que convêm a quem os conduz a partir de fora.

O que resultou no Brasil continua a ser tentado noutros países, por exemplo na Bolívia. Onde, contra a corrente do jogo, o movimento transformador está a conseguir dar a volta a manobras conduzidas a partir de Washington na esteira de nova candidatura do presidente Evo Morales, finalmente confirmada pelos órgãos constitucionais.
Farsa também pelo simples facto de a Comissão Europeia celebrar com júbilo o 20º aniversário do euro, moeda única que segundo Juncker, provavelmente animado com os festejos de novo ano, garante que contribuiu para "a unidade, a estabilidade" e, sobretudo, "para a soberania e prosperidade dos cidadãos europeus".

A propósito de embuste, múltiplos embustes, falamos do caso aterrador da chacina de crianças no Iémen, que não chega para alarmar as boas consciências do mainstream, bastante mais compungido, no entanto, com outro crime do mesmo autor: o assassínio de Jamal Khashoggi, colaborador do Washington Post. Embustes primários são também os pretextos invocados pelos Estados Unidos e a Austrália - "conter a China" - para ocuparem, de novo, a base de naval de Lomdrum, na Papua Nova Guiné.
De farsas e embustes se alimenta a informação quase unânime sobre a Coreia do Norte; onde a realidade, porém, é bem diferente desses conteúdos, como demonstramos nesta edição.

O maior e mais alicerçado dos embustes é, no entanto, a mistura abusiva de fé, religião, dinheiro e política que está na origem de comportamentos de nações e de instituições internacionais que dominam o mundo, manipulando criminosamente o espírito e a consciência dos seres humanos.

Perante estas e outras situações, O Lado Oculto vai prosseguir a sua missão de voz independente. Já não em formato de semanário mas em regime de actualização em contínuo, um salto qualitativo tornado possível com a solidariedade dos assinantes e um apreciável caudal de colaborações inseridas no espírito de uma publicação absolutamente livre. Em termos práticos, a partir de segunda-feira, dia 14, não será necessário aguardar por sexta-feira para o leitor ter novidades. Entrarão online logo que estejam disponíveis - não com preocupações de actualidade mas sim, e como sempre, de qualidade e de exposição do que é escondido, por norma, pela comunicação social dominante.

10 janeiro, 2019

Assunção Cristas tem mesmo uma grande lata...

"Nunca em todos estes anos de democracia os portugueses estiveram tão mal servidos de cuidados de saúde. Em resultado do desgoverno socialista e dos preconceitos das esquerdas, a esmagadora maioria dos portugueses tem, hoje em dia, cuidados de saúde aquém do que merecemos", disse a Cristas.
Então, vamos lá a por  a memória em dia, trazendo para actualidade aquela realidade, onde (quase) tudo começou:
 

Por motivos vossos conhecidos, vivo intensamente isto:
"O administrador do hospital de S. João da Madeira confirmou o fim da cardiologia" - Noticia em 10 de Janeiro de 2008

"Hospital da Horta perde três importantes valências: oncologia, urologia e cuidados intensivos." - Noticia de 13 de Maio de 2013

"O Centro Hospitalar de São João anunciou hoje que, com efeito a partir de ontem, o atendimento pediátrico de urgência do Hospital de Valongo passou a ser feito no Porto." - Noticia em 27 de Agosto de 2013
"O Hospital de Portimão vai perder a maioria das especialidades médico-cirúrgicas e corre o risco de se transformar numa espécie de centro de saúde." - Notícia em 16 de Setembro de 2013
"O Hospital Padre Américo, Vale do Sousa (Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE), vai perder várias valências, das quais se destaca a especialidade de urologia e cirurgia vascular." - Notícia em 10 de Abril de 2014
"O Hospital de Guimarães foi desclassificado e perdeu três serviços: obstetrícia, urologia e cirurgia - Notícia de 10 de Abril de 2014

"O Ministério da Saúde propõe o fim da cirurgia cardiotorácia no hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, segundo um despacho publicado em Dário da República." - Noticia em 11 de Abril de 2014
"Entre 2002 e 2012, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde perderam três mil camas para internamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente à área da saúde, enquanto os privados ganharam mais 1400."

09 janeiro, 2019

Pré-anúncio "Dominical liturgia [citando Sophia]"


Tal como o anterior feito com as "Homilias Dominicais" [citando Saramago]" ocorre-me neste espaço fazer parecido a Sophia.
Porquê?
Em primeiro lugar, porque sim, que, como sabemos é, só por si, uma boa razão para tudo o que fazemos.
Em segundo, porque "alguém" me veio com a notícia de ser Sophia uma autora desconhecida por essa Europa fora o que pode bem explicar o porquê do nosso estar nesta Europa.
Depois, porque este ano é um ano de lembrar Sophia.
E, por fim, porque "somos a memória que temos"...


08 janeiro, 2019

Um de nós que vá lá, que eu fico aqui... Ou então, vão andando que eu vou lá ter!

Chegou agora
Tá quentinho
Tá fresquinho
Depende
Se veio servido
do forno
ou do frigorífico
É daqueles
que vai ter milhões
de partilhas e "gostos"
de quem
no fundo
lá no fundo
está pensando
eu vou lá ter... vão lá andando
ou
um de nós que vá lá
que eu fico aqui

06 janeiro, 2019

Redacções do Rogerito (43) - [Dia de Reis]


Escreveu a senhora Sophia que faria este ano cem anos se fosse viva que devemos assinalar que em tempos havia o Gaspar, o Melchior e o Baltasar e eram todos reis por ela muito considerados e por isso os devemos celebrar e ela os celebrou com os contos que ela tão bem contou.
Escreveu a senhora Sophia que aqueles senhores reis um era indiano outro persa e o terceiro era árabe pelo que não consta que nenhum fosse Luso o que dai não veio grande mal ao Mundo pois os males do Mundo só começaram quando foi proibida o brinde e a fava nos bolos rei de que eu tanto gostava mas que foram proibidas por uma norma comunitária embora haja quem julgue que foi pelo pascanso do Cavaco se ter engasgado. 
Cá para mim a Europa como não gostava dos contos que a Sophia contava e já não lhe pode fazer nada vinga-se na tradição do povo pois sabe que ela com isso sofreria. 
Não juro que as coisas se passem assim mas até pode ser que sim!

05 janeiro, 2019

PCP pede audição urgente da ERC sobre entrevista de Mário Machado na TVI


Mas... quem é Mário Machado? Este aqui ou o outro ao lado? É difícil identificá-lo... À primeira vista são iguais, pois ambos têm o crânio rapado, a mesma barba aparada, o mesmo corpo musculado. A expressão, essa é diferente. Um tem o ar tranquilo de quem nada lhe pesa na consciência o outro tem o olhar frio e agressivo de quem vai cometer um acto horroroso que não lhe pesará na consciência... 
No requerimento (na notícia que venho citando), o PCP alegou que Machado pertence a "uma organização criminosa que assume a sua natureza fascista e racista" e condenado pelo "homicídio de um cidadão cabo verdiano".
A confirmar-se, os tais, são mesmo iguais...
E se a ERC não se mexe, não sei o que virá a seguir.

 

04 janeiro, 2019

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 18


PARA QUE SERVE A ONU?

Para que serve a ONU? Quantas vezes terá o leitor feito esta pergunta sem obter resposta satisfatória, ou então pouco prestigiante para a dita organização. Pois bem, é altura de a repetir pelo menos mais duas vezes, a propósito dos conteúdos do Nº 18 de O Lado Oculto, já online.

A primeira relaciona-se com mais um comportamento inqualificável de Israel, que no dia de Natal, ignorando o Direito Internacional e as normas da aviação civil, mandou aviões de guerra escudar-se atrás de dois aviões civis para bombardear a Síria soberana. Até hoje não se ouviu um comentário de qualquer órgão da ONU - e da União Europeia, já agora - sobre este acto de guerra cobarde e repugnante em que os chefes sionistas brincaram com a vida de centenas de pessoas inocentes para poderem ufanar-se de ter iludido a zona de exclusão aérea montada sobre a Síria, na altura parcialmente levantada para não afectar as manobras dos aviões civis. Se a Síria tivesse ripostado, atingindo os aviões civis e não os caças agressores, teria sido uma tragédia humana: "danos colaterais" para Israel; e, provavelmente, uma "tenebrosa agressão perpetrada pelo regime de Damasco", para fontes da ONU e da União Europeia. E, contudo, a lista de violações cometidas por Israel é extensa, desde infiltrar-se no espaço aéreo libanês, desrespeitar os códigos internacionais da avião civil, agredir uma nação soberana e transformar centenas de civis em reféns de guerra.

Outro episódio tem como protagonistas dois parceiros habituais: os Estados Unidos e a sua corte de instituições financeiras - FMI e Banco Mundial - e o regime nazi da Ucrânia. Enquanto Washington liberta armas no valor de 250 milhões de dólares para os admiradores de Hitler em Kiev - o total já vá vai em 1250 milhões em quatro anos - o FMI e o Banco Mundial concedem novos empréstimos a Porochenko, em tempo de campanha eleitoral, onde caminha pelas ruas da amargura. Sendo instituições do universo das Nações Unidas, o FMI e o Banco Mundial insuflam dinheiro num regime que não apenas é nazi, como não respeita as reformas necessárias, como ainda conduz uma guerra contra o seu próprio povo, o que, pelas leis da ONU, o torna incapacitado de receber este tipo de empréstimos. E o que faz a ONU?

Nesta edição de O Lado Oculto abordamos a ameaçadora recessão global que nos está a bater à porta; para a qual têm contribuído, certamente, os constantes roubos e fraudes da responsabilidade de "banskers" sem pátria como o Goldman Sachs - que "faz o trabalho de Deus na Terra", segundo o seu CEO - e a família Rotschild, incluindo os apêndices como o grande "filantropo" George Soros.

Provamos ainda que, neste mundo, nem tudo o que parece é. Porque o presidente norte-americano anuncia retirada de tropas do Afeganistão com a certeza de que deixa no terreno não apenas a presença militar garantida, como novos soldados de outras nações e um regime armadilhado por Washington. E também porque o fenómeno do terrorismo está cheio de histórias mal contadas. Por exemplo, demonstramos que o segredo do combate ao terrorismo não é enviar tropas para fingir que o combatem mas sim cortar os financiamentos e os fornecimentos de armas - o que não acontece.

Explicamos também o processo mediante o qual a União Europeia sob a tutela alemã caminha para impor o inglês como língua praticamente única, sem que Portugal cuide de defender o português como deve ser defendido.
Um pouco menos extensa, devido ao período natalício, a edição desta semana não deixa de ter, porém, temas para ler, reflectir e mobilizar-se.

02 janeiro, 2019

Irmandades...

Como é sabido, despejo comentários, com frequência inusitada, afirmando-me irmão de todos aqueles e aquelas a quem admiro. Julgo que com a mesma sinceridade Marcelo afirma-se irmão de Bolsonaro e este diz-se irmão daquele. No mesmo dia da notícia  ela surge igual em toda a irmandade a que chamamos imprensa. E esse, sim, é um facto preocupante...

E, para memória futura... eis o que "escapa" à nossa imprensa...

01 janeiro, 2019

Marcelo, o único!


Marcelo, de todos os Presidentes, foi o único a beijar (quase) todo o Mundo. A sua mensagem de Ano Novo foi a única a tentar agradar a este Mundo e ao outro. De facto, Marcelo faz coisas do outro Mundo...
...e como me contenho quando vou escrever algo que já está escrito, passo todo o lido a papel químico. Segue a cópia:
«Marcelo fez questão de ir apertar a mão a Trump, mesmo sabendo que poderia correr o risco de ser confundido com o rei de Espanha! Não lhe valeu de nada mas trouxe - interesses de Estado? É interesse de Estado o reconhecimento duma América dirigida assim?

Mas com Bolsonaro isto pia mais próximo e mais fino. Pior que Trump! - diziam uns. Mais perigoso que Trump! - diziam outros. E todos temos o direito de dizer dum e outro uma coisa qualquer! Temos até o direito de nos contradizermos com as opiniões que emitimos acerca de um ou de outro.

Quem não tem o direito de se contradizer com aquilo que prega, são os guardiões e os representantes da nossa democracia. Como pode a RTP nomear Bolsonaro como a personalidade do ano? Porque tem de ir Marcelo à tomada de posse do novo presidente do Brasil?
Em nome de que causa maior se pode legitimar a mediocridade sem medir os efeitos nefastos desse apoio - porque é de apoio que se trata - no florescimento de novos Trumps e Bolsonaros?

A RTP é a Globo? Não! Isso é a SIC!

Marcelo é um deles? Não! No entanto, não deixa de ser um daqueles a quem estas novas velhas visões da democracia não fazem muita impressão! Nasceu no meio deles e deles cresceu!
Que bela fotografia de recordação Marcelo vai trazer para colocar na cristaleira lá da casa!
Putas que pariram trumps, bolsanaros, o de israel, o da hungria, o da turquia, o da ucrânia, o de espanha, o da polónia, o da japónia, o da anatólia, o francês, a inglesa e também... o portonhês!... Viva a revolução, o revirão, o reviralho e vão todos para o... brasil!
Bolso, estou a bolsar, bolsonaro, metê-lo, marcelo... ai!
Dos 160 chefes de estado convidados por Bolsonaro, só 12 aceitaram o convite.»
in "Rei dos Leittões"