10 junho, 2023

10 DE JUNHO: DIA DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS


 Passei parte do meu 10 de Junho, junto da comunidade negra e a convite desta para visitar a Feira do Bairro. Bairro onde reside, na sua maior parte, gente cabo-verdiana. Depois de recolher as imagens acima, pensei em Camões e depressa me ocorreram poemas. Desses, escolhi este de Fernando Pessoa:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
E pensei que o mar que já fora nosso, não chegando agora até ao Bojador, continua a ser enorme. De facto, Portugal é um país oceânico, com uma linha de costa de cerca de 2500 km, contando com uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2, incluindo uma grande diversidade de ecossistemas e de recursos. 

Acresce a importância da plataforma continental estendida para além das 200 milhas náuticas, cujo processo de delimitação está a decorrer junto das Nações Unidas, e que aumenta para 4 100 000 km2 a área abrangida pelos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, alargando assim direitos de soberania, para além da Zona Económica Exclusiva (ZEE), para efeitos de conservação, gestão e exploração de recursos naturais do solo e subsolo marinhos, e que tornará Portugal ainda mais atlântico.

Pois é, mas onde param os recursos? Que frota temos? Ah, mas não só não temos barcos, como não temos, como já tivemos, estaleiros de construção e reparação de navios. E não é a primeira vez que vos falo disto. Lembram-se, quando destaquei que o sector, em três décadas, passou de mais de 26 mil trabalhadores para cerca de 900... 

6 comentários:

  1. Eu optei por um fado da Amália que também fala de nós e do mar mas fiquei-me pelo Facebook.

    Abraço

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    1. Desde que se fale do mar... Quando às redes sociais, sou mau facebuqueano só lá vou o que aqui ponho ou por engano

      Abraço

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  2. Repito o meu comentário feito na publicação de ontem.

    Sobre as comemorações do 10 de Junho
    Regresso ao passado, homenagem aos que foram os executores da política ultramarina matando os naturais dos países que queriam ser independentes. Com a conivência do Marcelo, do Costa, do PS e com padre e tudo. Com um enólogo como presidente das comemorações.
    Atendendo a Camões, o 10 de Junho deveria ter um pendor cultural e não de exibição dos meios de guerra, pequeninos, aliás.

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    1. É isso, e até dá a impressão
      que o 25 de Abril
      foi numa outra encarnação

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  3. Mas não andamos a comer peixe em demasia?! Se calhar os poucos que se dedicam a essas actividades ainda são demasiados...



    (Por via das dúvidas estou a ser irónico...)

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    1. Vai-se safando a pesca de costa...
      Quanto a ironias, toda a (boa)gente gosta)!
      E... já agora
      Junta-te ao meu clube

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