Saudação aos umbigos da nação
Passa-lhe tudo ao lado
Nada tem a ver consigo
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Tornou-me assexuado
Basta-lhe o amor recebido
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Canta, declama, fala e é escutado
Pelo seu mais velho amigo
Está louco e encantado
Com o meu próprio umbigo
Desdenha ou comenta com enfado
Os porquês dos caminhos que sigo
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Faz poemas e num verso bem alinhado
Com ele próprio parecido
Ficou mais que enfeitiçado
Com o seu próprio umbigo
Um dia, depois de por momentos se ter perdido
Reencontro-se. Era ele. O próprio umbigo
Rogério Pereira
Fácil de acontecer e difícil de reconhecer.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
E cada vez mais há umbigos à mostra. Aliás, para quê tapá-los se eles se revela nos mais simples atos? Até no pedir desculpa, até no sentar-se quando há apenas um lugar vago e pessoas ais idosas ou com filhos ao colo.
ResponderEliminarBeijo
Caro Rogério
ResponderEliminarUma sátira bem feita a um certo "umbiguismo nacional".
Abraço
Rodrigo
:) Encantada com esta observação cuidada e rimada destes loucos e enfeitiçados com os próprios umbigos... beiijinhos
ResponderEliminarHá gente para quem o umbigo funciona como o próprio espelho.Normalmente acabam mal...
ResponderEliminarAs voltas que o umbigo (deles) dá...
ResponderEliminarExcelente!
Não há umbigo que resista
ResponderEliminarAbraço
Pois bem!
ResponderEliminarEsta coisa do umbigo
Tem um tom avinagrado
É só isto que lhe digo
Deste cantar magoado.
Um beijo
O retrato perfeito da sociedade do umbigo!
ResponderEliminarDe tanto olharmos para ele esquecemos de olhar o céu.
beijinhos meu amigo
Caro Rogério
ResponderEliminarNão costumo ver os umbigos, mas vejo muitos daqueles que para os seus olham.
Beijinho e uma flor
Rogério,
ResponderEliminarAinda um dia hás-de publicar o teu livro de poesias satíricas e acredito que tenham um êxito enorme. De repente fizeste-me lembrar a poesia de Mendes de Carvalho que me deliciou há muitos anos e acredito que também a tenhas descoberto por essa altura.
Umbigos destes há-os por todos os lados e nem se dão ao trabalho de olhar ao espelho o ridículo que refletem.
Beijos.
Branca
as voltas de um umbigo ou às voltas de um umbigo ou como se diz por aqui "Imbigo"
ResponderEliminarkis .=)
Querida Brancamar, sinto-me honrado por me por ao lado de um POETA com outra dimensão. Para se perceber que exagera, passo a transcrever uma coisa bem divulgada (Mário Viegas o fez tão bem...):
ResponderEliminarCANTIGA DOS AIS
Os ais de todos os dias
os ais de todas as noites
ais do fado e do folclore
o ai do ó ai ó linda
Os ais que vêm do peito
ai pobre dele coitado
que tão cedo se finou
Os ais que vêm da alma
ais d´amor e de comédia
ai pobre da rapariga
que se deixou enganar
ai a dor daquela mãe
Os ais que vêm do sexo
os ais do prazer na cama
os ais da pobre senhora
agarrada ao travesseiro
ai que saudades saudades
os ais tão cheios de luto
da viúva inconsolável
Ai pobre daquele velhinho
ai que saudades menina
ai a velhice é tão triste
Os ais do rico e do pobre
ai o espinho da rosa
os ais do António Nobre
ais do peito e da poesia
e os ais doutras coisas mais
ai a dor que tenho aqui
ai o gajo também é
ai a vida que tu levas
ai tu não faças asneiras
ai mulher és o demónio
ai que terrível tragédia
ai a culpa é do António
Ai os ais de tanta gente
ai que já é dia oito
ai o que vai ser de nós
E os ais dos liriquistas
a chorar compreensão
Ai que vontade de rir
E os ais do D. Dinis
ai Deus e u é
Triste de quem der um ai
sem achar eco em ninguém
Os ais da vida e da morte
ai os ais deste país
E não era único. Há por aí demasiados umbiguistas.
ResponderEliminarO poeta é bom!
Um abraço.
Não o teu, seguramente, mas de muitos certamente.
ResponderEliminarBeijo
Ná
Rogério, boa noite!
ResponderEliminarDe facto, vivemos a era do "umbiguismo" e, de tanto se olhar o próprio umbigo, já não se consegue perceber com sensibilidade os dramas dos outros.
Beijinho com votos de uma Santa e Feliz Páscoa,
Ana Martins
É cada um maior que o outro... alguns até davam para fazer uns parques de estacionamento ;)
ResponderEliminarRealmente, há poucos como o Rogério, bom na prosa e na poesia e esta, acertou mesmo no ponto, não passam de umbigos com garganta e um penacho... para enfeitar o buraco.
Bjos
.
ResponderEliminar.
. assertivo . o que vem provar o sentido crítico que por vezes se encontra latente na poesia .
.
. como um sopro de dentro . ou um fôlego expandido . ou ainda e também . um grito entre palavras . em ascese .
.
. desejo.Lhe uma Páscoa feliz e amplamente renovada .
.
. um forte abraço .
.
. paulo .
.
.
e não deve ser exclusivo.
ResponderEliminarhá vários por aí, que só se preocupam com o seu umbigo.
poema muito atual.
gostei!
uma boa Páscoa e um
beij
A propósito, decidi cortar o cordão umbilical que me unia ao ser humano cada vez menos humano... Mas quando leio as tuas palavras, fico sem palavras e com uma corrente de esperança que ainda me acalma o coração. Beijinhos Rogério e obrigada!
ResponderEliminarRogério, porque é tão a propósito, perdoar-me-à a ousadia...
ResponderEliminarEsvoaçam com belas plumagens
Esses pássaros de rapina
Pensando que ganham asas
Rastejar é sua sina
Suplicam por atenção
Nem se suportam de vaidosos
Por fora é só beleza
Por dentro são rancorosos
É de inveja que se alimentam
Quando outras aves ousam voar
A vida só pode girar num sentido
Aquele em que se julgam brilhar
Faço versos e não sendo poeta
Vejo a vida como ela é
É que embora sendo diferentes
Nenhum de nós morre de pé
Preste amigo bem atenção
Porque é com razão que lhe digo
Para muitos sendo o que são
Tão pequenos, são só umbigo.
um beijinho
Com tanta umbicalidade,
ResponderEliminarSorri, não pude conter-me,
Mas digo, em boa verdade,
Que nenhum pode prender-me...
:) Abraço!
Meu querido amigo
ResponderEliminarHá por aí quem o umbigo é o seu EU mais profundo...como profundos são os seus versos.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Desde a sátira aos narcisistas nacionais e outros que tais, tudo por aqui é bela poesia, onde não faltam a dos ais.
ResponderEliminarParabéns, Rogério! A sua veia poética cada vez está mais acutilante, aprimorada e certeira.
Também muito doce e ternurenta...
Avinagrando os umbigos
Da nossa triste Nação,
O Rogério aplica castigos…
Mas dá prémios em jeito de saudação!
:-)
Beijinhos
Boa, Janita
ResponderEliminarQuadra bonita
Muito bem! Muito bem!
ResponderEliminarBeijinhos