a Dimitris Christoulas, em Atenas, Abril de 2012
de súbito
insustentável
na praça Syntagma a relva surgiu vermelha
junto do tronco impassível da árvore abandonada
e toda a Grécia estremece com o espanto de um grito
um grito só e aflito que cruzou a Terra toda
como se fora pequena
como se valesse a pena despertar ainda a aurora
e jaz num corpo vazio que nos perturba a cidade
(...)
Poema de Jorge Castro (continuar a ler aqui)
Nunca julguei quem atenta contra si, Aliás, j+a abordei o tema lá no "são".
ResponderEliminarPaz a este Homem, que os canalhas asassinaram!
Boa noite, amigo.
Por acaso até sei quais são os meus limites de resistência, exatamente o sítio onde fica a linha de separação... e já tenho pensado, muitas vezes, no que faria...
ResponderEliminarBjos
Caro Rogério
ResponderEliminarEste é daqueles posts que faz com que apeteça "ir para a rua gritar" mas engulo em seco as palavras e palavrões que me apetecia soltar.
O seu "pensamento" e o poema do Jorge de Castro que graças a si tive oportunidade de conhecer(ou talvez rever)são como que uma sacudidela das grandes.
Abraço
Rodrigo
Que dizer, quando o suicídio tem a força de uma denúncia implacável?
ResponderEliminarPois, caro amigo, um interregno para quê? O que se segue?
ResponderEliminarQuem sabe?!
Quem pode mudar
será que quer?
Quem poderia
não quer
porque julga ter
toda a vida para bem viver
sem olhar a quem tiver de morrer
para que essa sua vida possa vencer
a própria razão da Vida!?...
Loucos que nós somos!
Aqui à espera de quê?
De milagres?!
Valha-nos sto ambrósio e todas as santidades que constam dos livros, que a esperança está a desvanecer...
O sistema de organização política e económica do Homem está caduco, doente terminal, o que se segue, estará ao nosso alcance uma solução que salve a humanidade?
????????????????????????????
Digo que isto está a precisar de...
ResponderEliminarBeijo
É um poema e tanto.
ResponderEliminarJá tinha lido a nota de suicídio deixada por Dimitris Christoulas, publicada no Athens News onde se pode perceber porque
"há-de ter nome de rua
há-de erguer-se em monumento
e ser contado na lenda
se o soubermos merecer"
É assim:
“O Governo de Tsolakoglou aniquilou toda a possibilidade de vivência para mim, que se baseava numa pensão muito digna que eu paguei por minha conta, sem nenhuma ajuda do Estado, durante 35 anos. E, dado que a minha avançada idade não me permite reagir de outra forma (ainda que se um compatriota grego pegasse numa kalashnikov, eu o seguiria), não vejo outra solução que por fim à minha vida desta forma digna para não ter que terminar remexendo nos caixotes de lixo para poder subsistir. Creio que os jovens sem futuro empunharão algum dia as armas e enforcarão os traidores deste país na praça Syntagma, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945″.
L.B.
Um poema excelente. Trazê-lo aqui e ilustrá-lo com esse exemplo de quem ultrapassou os limites revela a sua humanidade, meu amigo. Por isso aqui venho - no meio de dias longuíssimos de trabalho.
ResponderEliminarEu rumo sempre para Sul.
Bj
Depois dos episódios ocorridos esta manhã no bairro da Fontinha, no Porto, começo a pensar que talvez um dia destes tenhamos um caso idêntico por cá...
ResponderEliminarÉ bem verdade! E há tanto quem o faça em nome de um Deus que nunca ninguém viu e que, se existe, deve levar todas as culpas desse mal.
ResponderEliminarNunca julgo ninguém e nunca sei e acho que ninguém sabe os limites da sua resistência até que ela seja posta à prova.
ResponderEliminarSaio em silêncio e prefiro não comentar, porque já vejo muita gente que ainda resiste, que começa a chegar aos limites e aflige-me pensar no futuro dos jovens a curto e médio prazo.
Beijos
Nada consigo fazer senão chorar depois de tudo que li e depois de perguntar-me: quais são os meus limites?
ResponderEliminar"...um grito só e aflito que cruzou a Terra toda
como se fora pequena
como se valesse a pena despertar ainda a aurora..."
Avassalador!!!
Beijokas e saudades.
Amigo Rogério:
ResponderEliminarO seu pensamento diz tudo!
Quando nos tiram tudo,já não temos limites.
Comovedor e triste, muito triste.
beijinhos
Julgar aos outros é fácil para aqueles que não conseguem ver nem a si próprios. Calo e choro.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Grato pela divulgação, meu amigo. Que cada comentário e cada palavra do poema revertam em favor de uma Humanidade mais digna, maior, mais «limpa e inteira», como nos dizia a Sophia.
ResponderEliminarUm forte abraço.