Edição Nº 4 | 2018-09-28 |
TEMPOS MUITO PERIGOSOS
Se dúvidas houvesse, o discurso do
presidente dos Estados Unidos da América perante a assembleia Geral das
Nações Unidas desfê-las, como se demonstra na nova edição de O Lado Oculto. O
chamado "Estado profundo" norte-americano retomou totalmente a
iniciativa e o Pentágono reassumiu, com Trump, ou contra Trump, ou
apesar de Trump o comando da autêntica política norte-americana, a que é
ditada pelo establishment, a tremenda coligação
económica-financeira-militar- industrial-científica- tecnológica...
E política. Essa política é a guerra de dominação. Por isso são cada
mais perigosos os tempos em que vivemos, porque o aparelho militar do
império age como se reinasse em situação de domínio absoluto. A guerra pelo derrube do governo de Damasco e
destruição da Síria, cuja continuação foi prometida por Trump em Nova
York não é equiparável, em possíveis consequências, às invasões da Líbia
e do Iraque. A guerra contra a Síria e os seus aliados traz no bojo a
ameaça de um confronto com amplitude e resultados imprevisíveis.
E se dúvidas houvesse quanto às reais intenções de Washington, basta aprofundar um pouco o que se passa, por exemplo, na Jordânia ou no Koweit, países transformados em colónias e bases de agressão. Ou através do comportamento provocatório de Israel ao atacar repetidamente a Síria e testando, mais uma vez, até onde irá a Rússia.
Não
é apenas no Médio Oriente que se percebe o perigo.
A guerra trava-se, por enquanto, por outras formas na Venezuela e também
no Brasil, onde a aposta imperial e neoliberal se deslocou
descaradamente para a solução fascista, fazendo das eleições
presidenciais de 7 de Outubro um momento de escolha entre democracia e barbárie.
E as provas de que o neoliberalismo dominante se vira cada vez mais
para o lado do fascismo e suas variantes podem encontrar-se hoje na Alemanha; ou no maior partido do Parlamento Europeu, o PPE,
que integra o PSD e o CDS. Nada há, porém, de novo nesta convergência
entre o neoliberalismo e a supressão da democracia. Na verdade foi assim
que tudo começou, há 45 anos, no Chile terrorista de Pinochet e Milton Friedman.
Para contínuo gáudio, dos senhores do
dinheiro e dos supostamente tão rigorosos reguladores bancários,
nacionais ou europeus, que não conseguiram enxergar sob os seus olhos a
gigantesca fraude de pelo menos 200 mil milhões de euros montada a partir de uma das pátrias do chamado "milagre báltico".
No meio dos perigos, um sinal de esperança na aproximação entre as duas Coreias. Infelizmente o entendimento não depende das próprias, sobretudo de Seul, também ela colónia do império.
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