Em 2007, numa entrevista ao Diário
de Notícias, José Saramago disse não ser um profeta mas fez uma
previsão: Portugal acabaria por se tornar uma província de Espanha e
passaria a integrar um novo país que «provavelmente teria o nome de
Ibéria».
Segundo a notícia «Saramago juntou Portugal a outras províncias espanholas como a
Andaluzia, a Catalunha, o País Basco ou a Galiza e disse acreditar que
isso daria origem a um novo país com o nome de Ibéria.»
A propósito da atual crise na Catalunha faz sentido ir buscar tal utopia?
Faz! Não tanto para reafirmar a oportunidade da previsão de Saramago, mas para colocar a posição de uma força cuja palavra tem sido arredada, como se a sua opinião não contasse. Refiro-me à Izquierda Unida, que não defendendo posições separatistas e autonómicas, vê como futuro para a Espanha, algo que fica a caminho da Ibéria e que seria a solução, não só para a Catalunha, mas para todos os problemas territoriais da Espanha: a criação de uma República Federal.
Sobre a situação criada, o coordenador federal da Esquerda Unida, Alberto Garzón manifestou, na passada sexta-feira (27), a sua preocupação com o futuro cenário
institucional e político da Catalunha em razão da declaração unilateral
de independência decidida pela maioria do Parlamento Catalão e
aprovação, pelo Senado Espanhol, da aplicação imediata do artigo 155 da
Constituição, que autoriza o Governo de Mariano Rajoy a intervir na
região.
"Infelizmente, (Mariano) Rajoy e (Carles) Puigdemont nos levaram a uma situação incerta em que ninguém sabe as consequências, nem mesmo eles", o que significa "a irresponsabilidade mais séria de um líder político", advertiu Garzón.
"Infelizmente, (Mariano) Rajoy e (Carles) Puigdemont nos levaram a uma situação incerta em que ninguém sabe as consequências, nem mesmo eles", o que significa "a irresponsabilidade mais séria de um líder político", advertiu Garzón.
Desculpa-me se me excedo, mas... no actual contexto político - e histórico -, com todas as lições que temos vindo a "aprender" (da pior maneira...) sobre o péssimo funcionamento do princípio dos vasos comunicantes na Europa, não me sinto lá muito tentada a imaginar Portugal debaixo das asinhas de um rei...
ResponderEliminarNo actual contexto histórico, repito, com o capitalismo quase no auge e de garras bem abertas sobre o mundo inteiro.
É uma opinião muito pessoal que publicarás, ou não, segundo entendas por bem.
Abraço!
Maria João
É uma situação muito sensível sobre a qual me sinto meio perdida, como numa jangada de pedra, à deriva. Por um lado simpatizo muito com Artigo 7º da nossa Constituição (gostaria que fosse universal) onde se lê, no ponto 3 o seguinte: "Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão." Por outro lado, a questão prática e a sua real praticabilidade deixam-se muito apreensiva.
ResponderEliminarLídia
com os nacionalismos em ebulição suspeito que essa previsão não se concretize...
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