Agora, só me resta ir fazer o que andei para aí a dizer...
[a imagem tem aqui as respectivas (e merecidas) legendas]
(poema lido no Comício de Encerramento da campanha CDU Oeiras)RECADO AOS MEUS FILHOS
Se vos disserem que não há outro caminho,
Não acreditem!
Se vos disserem, para que neles votem,
Que não vão aumentar os impostos,
Não acreditem!
Se vos disserem que os contratos são para cumprir,
Porque o Estado é pessoa de bem,
Acreditem que eles só estão a falar das famosas PPP
E não das reformas que contrataram com o vosso pai.
Por isso, não acreditem!
Se vos disserem que a Cultura é a base fundamental
Para a evolução de um Povo,
Não acreditem!
Os 0,1% do Orçamento dedicados à Cultura
São a única verdade desta enorme mentira!
Se vos disserem que vivemos acima das nossas possibilidades,
Não acreditem!
Acreditem apenas que alguns tem vivido impunemente,
Em cima das nossas dificuldades!
Se vos disserem que basta votar em promessas
Para dizerem que estamos em democracia,
Não acreditem!
Democrático era demiti-los logo que não as cumprissem,
Porque só a gente honesta merece dirigir uma democracia!
Se vos disserem que tem de ser assim,
Porque há uma troika que está acima da vossa vontade,
Não acreditem!
Este país ainda é nosso!
E, acreditem, ainda é possível a honra e a dignidade
Que, ao longo dos anos, vos tentei transmitir,
Para que a Liberdade e a verdadeira democracia
Sejam para vós tão reais como o ar que respiram.
Acreditem que é possível mudar!
Se acreditarmos que temos a força necessária
Para lutar por uma vida onde caiba o sonho,
O trabalho, a cultura, a beleza, a solidariedade
E a esperança de um futuro onde possamos, todos,
Sentir que a luta valeu a pena,
Acordemos de vez para ela porque é esta a hora da Verdade!
Um beijo do vosso pai,
Fernando Tavares Marques
Céu, mar e o nosso pensar
Muda o mar
Muda a onda que se rebela
Eu ela
Ela eu
O mar se comoveu
Perante um céu
Assim...
(fosse a realidade o mar
e seria tão fácil mudar)
Rogério Pereira
A campanha iria bem se os valores fossem outros. O poder vai pender para quem pode, dizem. E há quem tenha dinheiro (sabe Deus vindo donde) e quem, mesmo não o tendo, o gasta. Gasta à farta. O eleitor, aquele e este outro senhor, vão decidir pelo que lhes entra no olho, dizem. Quem mais prometer e se mostrar é que vai ganhar, dizem. E a batalha está aí. Batalha no verdadeiro sentido da palavra, pois até chegaram a vias de facto. Mas batalha, também, para ver quem arrebanha mais gente... Quem tem mais outdoors com promessas de sonho... Mais veículos pintados, com rostos aperaltados... mais camisolas garridas oferecidas... mais passeios nas ruas e avenidas... mais comezainas e banquetes. Espectáculo. Triste e caro espectáculo, onde se espera que os construtores do empobrecimento e seus marionetas, figurantes e figurões, vençam. Vencerão, dizem...
Em minha opinião, será grande a abstenção e enorme o nosso reforço. Reforço por que me esforço, com os valores que tarde ou cedo serão reconhecidos. O povo tarde ou cedo há-de acordar, digo.