17 setembro, 2025

OUVIRAM DIZER QUE ESTOU CANSADO? NÃO LIGUEM, É BOATO!


Ouvimos dizer que estás cansado 

Ouvimos dizer que estás cansado
Ouvimos dizer que estás arrasado.
Que já não podes andar de cá para lá.
Que estás muito cansado.
Que já não és capaz de aprender.
Que estás liquidado.
Não se pode exigir de ti que faças mais
Pois fica sabendo: nós exigimo-lo.
Se estiveres cansado e adormeceres
ninguém te acordará, nem
dirá: levanta-te, está aqui a comida.
Porque é que a comida havia de estar ali?
Se não podes andar de cá para lá, ficarás estendido.
Ninguém te irá buscar e dizer : houve uma Revolução.
As fábricas esperam por ti.
Porque é que havia de haver uma Revolução?
Quando estiveres morto, virão enterrar-te,
quer tu sejas ou não culpado da tua morte.
Tu dizes: que já lutaste muito tempo.
Que já não podes lutar mais.
Pois ouve: quer tu tenhas culpa ou não,
se já não podes lutar mais serás destruído.
Dizes tu: que esperaste muito tempo.
Que já não podes ter esperanças.
Que esperavas tu? Que a luta fosse fácil?
Não é esse o caso: a nossa situação
é pior do que tu julgavas.
É assim: se não levarmos a cabo o
sobre-humano, estamos perdidos.
Se não pudermos fazer o que ninguém
de nós pode exigir afundar-nos-emos.
Os nossos inimigos só esperam que
nós nos cansemos.
Quando a luta é mais encarniçada é
que os lutadores estão mais cansados.
Os lutadores que estão cansados demais,
perdem a batalha

Bertolt Brecht/Poema reeditado (2014)


16 setembro, 2025

A MARIA FEZ QUINZE ANOS... CHEIOS DE VAIDADE (PRÓPRIA DA IDADE)


 Que a luz
que lhe ilumina o gesto
lhe ilumine o caminho
e que a vaidade 
se transforme 
em determinação e vontade
em o percorrer

Parabéns querida neta

14 setembro, 2025

FOI HÁ CINCO ANOS QUE PARTIU... MAS PARA SEMPRE ESTARÁ PRESENTE


 
 Fui lá e percorri todos os espaços que são memória de um "nós" que nem a morte separa. Findo o percurso, fixei longamente aquele mar enquanto as ondas sussurravam mensagens sem fim. O vento parou para que ouvisse também as pedras e as nuvens se afastaram para que o sol me beijasse. Fiquei por ali tempos sem fim...

Já regressei e à chegada a emoção abraçou minha alma resignada e ambas contiveram uma lágrima. Só eu não contive a minha... 

Não, não é dor! É saudade!


10 setembro, 2025

JANELA DE OPORTUNIDADE, COM GRADE...


A janela, e a grade que puseram nela
Entre o espaço dali
E o de lá 
Havia um pequena fresta
E a luz da manhã
Vinha todos os dias beijar-lhe o rosto
E os sons da manhã
Vinham todos os dias acordar-lhe o sono
E os odores da manhã
Vinham todos os dias dar-lhe conforto 
Hoje, a fresta é uma gradeada janela 
E nada lhe entra ou sai por ela 
 Como é que se sai disto?

 Rogério Pereira, Setembro de 2012

05 setembro, 2025

MEMÓRIAS DESTE DIA, HÁ TRÊS ANOS ATRÁS... (AINDA ESTOU DE ALMA CHEIA)

Naquele espaço da "Festa do Avante" eram múltiplas e diversas as iniciativas e, por dispersas, de inicio não estavam muitas crianças, mas foram-se juntando...
 
O Miguel, jovem "pioneiro"contou um conto...
 
Coube ao escritor Domingos Lobo palavras de apreço, não deixando de alertar para a bela ilustração da Sílvia Mota Lopes e de citar Lídia Borges (a "madrinha" do livrinho)...
 
E porque o caruncho não me permitiu ir onde tanto gostaria de estar, resta-me recordar o que foi (e voltar a sentir a Minha Alma cheia)