(reeditado com alterações)
COMO PODE?
Como pode
a mesma mão que esculpe a arte
semear a guerra e a morte?
Como pode
a mesma mão que desenha a vida
semear sede e fome?
Como pode
a mesma mão que inventa e cria
dar ao mundo tão má sorte?
Como pode
a mesma mão que embala o berço
desgovernar o Mundo?
Eu sei como pode!
(mas não é hora
de trazer tal tema
ao poema)Rogério Pereira/2022
Este poema levanta questões profundas sobre a dualidade da natureza humana e a contradição entre a capacidade de criar beleza e a propensão para a destruição. A repetição da ideia de "mesma mão" sugere que somos responsáveis tanto pelo bem quanto pelo mal no mundo. A reflexão sobre como podemos gerar tanto sofrimento, mesmo tendo o poder de criar e cuidar, provoca uma introspecção sobre a condição humana e as escolhas que fazemos. A menção de que "não é hora de trazer tal tema" indica uma consciência da complexidade e da gravidade dessas questões, sugerindo que, embora sejam importantes, podem ser difíceis de abordar.
ResponderEliminar"Com as mãos se faz a paz, se faz a guerra
ResponderEliminarCom as mãos tudo se faz e se desfaz"
And so on de Manuel Alegre
Abraço