Chegado à Voz do Operário o coração bateu forte pela corrente que se prestara à entrada. Só encontrei lugar na galeria. Escolhi a primeira cadeira, ainda vaga, pois teria que sair a tempo de ir fazer o que tinha de ser feito. Ao meu lado, à direita de mim, gente idosa. À minha esquerda, sentados num degrau, um jovem casal, com discreto comportamento de namoro. Ela segurava um sorriso. Ele, dois cravos vermelhos. Provoquei-os e por resposta tive a oferta de um dos cravos. Em troca, dei-lhes 20 dos meus 80 anos e senti-me rejuvenescido, sentimento reforçado pela dominante predominância de tanta juventude, espalhada pela sala.
Na plateia, já bem cheia, ainda ia chegando gente. E vi, por ali, inesperadas pessoas que se iam juntando aos que estavam, designadamente "Capitães de Abril". Reconheci-os, mas não tinha presente o nome e socorri-me do jovem que me dera o cravo para o questionar. "Quem é?" e, da ponta-da-língua, lhe saiu o nome.
Postos os actos formais e o discurso de abertura, veio a esperada intervenção.
E não foram apenas as palavras ouvidas por parte de quem as disse, foi por todo o contexto, pelos aplausos e cânticos, pela transbordante confiança e pela presença de tanto jovem, que saí da Voz do Operário cheio de esperança e com a convicção: "Mudar o Mundo não nos custa muito, leva é tempo".
Temos orgulho na nossa opção.
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