HOMILIA DE HOJE
"Tenho uma visão bastante céptica do que chamamos de democracia. Na verdade, vivemos sob uma plutocracia, sob o governo dos ricos. Com o neoliberalismo económico, certas alavancas que o Estado detinha para agir em função da sociedade praticamente desapareceram. Não se discute hoje a democracia com seriedade. Foram impostos tantos limites à democracia que se impede o desenvolvimento de outras áreas da vida humana. Veja o exemplo do Fundo Monetário Internacional. Trata-se de um organismo que não foi eleito pela população, mas que controla boa parte da economia internacional."José Saramago, in O Estado de S. Paulo, São Paulo, 29 de Outubro de 2005--"O que temos chamado de “poder político” converteu-se em mero “comissário político” do poder económico."
José Saramago in Visão, Lisboa, 26 de Julho de 2001
Caro Rogério
ResponderEliminarO que me "chateia" é só agora ir descobrindo esta lucidas analises de Saramago. Era eu que andava a "dormir" ou a sua divulgação ficou por fazer?
Obrigado meu caro.
Abraço
Os "limites da democracia" subvertem a essência do conceito o que, na prática, a torna impraticável.
ResponderEliminarJosé Saramago conjugava o seu pensamento no tempo futuro. Daí a incompreensão de que foi alvo, muitas vezes. Nem todos podem ter perspectivas tão nítidas sobre o mundo.
PS. Ando a tentar localizar a fonte (referencia completa) desta afirmação de Saramago para o poder citar num trabalho, mas ainda não encontrei.
“A busca do Outro talvez seja o caminho pelo qual cada um de nós consegue chegar a si próprio. Para aproximar-nos àquilo que somos temos de passar pelo Outro. É preciso saber o que os outros pensam.” - José Saramago
Se o Rogério puder ajudar, ficar-lhe-ia grata.
Um beijo
L.B.
Procuremos pois " a maior flor do mundo"...
ResponderEliminarMuito obrigada pela partilha ( eu conheço alguma coisa de Saramago, mas muito pouco comparado com o Rogério, verdadeiro amante da sua escrita e parece-me dos seus ideais)
Beijinho
Folha Seca,
ResponderEliminarComo diz a Lídia, Saramago desenvolvia a análise e chegou mais cedo que todos nós à evidência que muitos ainda não enxergam...
Cara Lídia,
As palavras que refere referem-se ao romance "O Ano da Morte de Ricardo Reis" (tenho-o emprestado a um amigo). Já as citei aqui, quando andava a interrogar-me sobre a minha própria identidade...
Sandra, Não sei se haverá hora mais urgênte que a presente para regressar às palavras do nosso Nóbel. É uma permanente redescoberta do que somos e do que querem fazer de nós...
O meu professor de Teoria da Literatura (Prof monteiro Grilo, que morreu novo de repentino ataque de coração a meio do ano lectivo deixando-nos "à rasca" (?!) sem professor das teóricas) dizia que o Poeta era um Vate. De facto, os poetas a sério vêem antes e com grande lucidez. É o caso.
ResponderEliminarBoa selecção - como de costume.
E agora em vez de uma entidade temos três e o mais curioso é chamarem-na de "troika" que em russo significa um carro conduzido por três cavalos alinhados lado a lado, ou mais freqüentemente, um trenó puxado por cavalos. Em política, a palavra troika designa uma aliança de três personagens do mesmo nível e poder que se reúnem em um esforço único para a "gestão de uma entidade ou para completar uma missão", como o triunvirato histórico de Roma.
ResponderEliminarResumindo e concluindo... agora o povo passou a ter razão... um mal nunca vem só e Um, definitivamente, já chegava ;)
Bjos
Rogério, venho agradecer a preciosa ajuda.
ResponderEliminarNão teria tempo de a localizar, pois estava convencida que a lera numa das revistas "Colóquio Letras" e concentrava aí a minha pesquisa.
Obrigada! :)
Um beijo