Hoje, de manhã, um vizinho do "bairro velho" lembrava que aquela agência da CGD foi uma resposta tardia às reivindicações da "comissão de moradores do Bairro da Medrosa". A partir daí, e durante a recolha de assinaturas contra o encerramento da Caixa, foi um desfilar de memórias. À memória dele, juntava eu a minha, somando o que foram as exigências para o arranjo dos logradouros, para que fossem de aterros passados a espaços ajardinados. Para que ali passasse a haver uma farmácia, um campo de futebol, uma escola.
Depois de muita luta, de deslocações ao Fundo de Fomento de Habitação e à Câmara (que considerava o bairro clandestino) e depois dos moradores plantarem, com as sua próprias mãos, algumas árvores, lá cedeu a Câmara em ordenar e empedrar passeios, a ajardinar espaços e a colocar aparelhos para recreio da pequenada.
Depois veio a escola, primeiro em barracões e depois no que é hoje a EB Beça Múrias (patrono que fora morador, e insigne jornalista). E veio a farmácia, primeiro num sítio e hoje noutro. E no que eram os barracões, hoje Centro Paroquial, por lá ensaiava a banda do Nélito (cujos acordes eléctricos, despertavam reclamações dos vizinhos do Bairro Velho) e se meia a tensão aos idosos, com a voluntária prestação de jovens médicos.
Tudo isto veio à conversa, numa jornada de recolha de assinaturas...
Agora que reporto essa empenhada tarefa de hoje vieram à baila os rostos. A imagem acima (de 1973 ou por aí) é a única que tenho comigo, e está longe de retratar todos aqueles que contribuíram para dar identidade ao nosso bairro.
(memória, saudosa, dos que já partiram)
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