(ESTE ESPAÇO NÃO ESTARIA EM BRANCO,
SE O BLOGGER ME TIVESSE DEIXADO INSERIR IMAGEM)
L`embellie por Rene Magritte |
Em tempos escrevi uma coisa assim:
São cada vez mais frequentes os momentos em que sou tomado pelo impulso de fechar a porta. Depois, olho-a, e medito. Se saio, fico de fora como se estivesse cá dentro. Se fico cá dentro, sinto a mesma liberdade como se estivesse fora.
Consultada Minha Alma, numa ocasião semelhante à de hoje, perguntando se parto ou se fico, responde-me ela com as mesmas palavras de então:
Eh pá, sei lá! É verdade que a blogosfera já não é aquilo que era. Que parece que de ti esperam eternos e repetidos interregnos para coisas belas, poemas, textos bucólicos bem construídos e pejados de alegorias ou metáforas, e nada de actos apelando à cidadania. Mas se teu lema era "O meu acto de cidadania é um constante (e militante) apelo à resistência...", fechar esta porta é desertar de um projecto. É fechar um diário por acabar. É deixar de resistir...Fico, mas passo em revista os tantos que há uma dúzia de anos desistiram do seu espaço, os tantos que partiram (a lista é uma mera amostragem) fazem parte da minha memória...
- mdsol 26 de setembro de 2010 às 10:54
- A.Tapadinhas 26 de setembro de 2010 às 11:33
Carlos Albuquerque 26 de setembro de 2010 às 12:31
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DESTA VEZ BATO MESMO COM A PORTA
ADEUS
Só aqui não tragoporque o bloggercolocou-me arame farpadoTente por aqui
"Este é o Martinho, cabo-verdiano de cerca de 50 anos que há muito anda, na vida, perdido.A imagem é clara. Eu aponto-lhe o caminho. Ele confirma. Vamos ver se o segue ou se desiste. Não me limito a dar-lhe rumo, pois tenho vindo a dar-lhe apoio, nada tendo feito sem sua aceitação. Está nas suas mãos o que fazer da sua vida. Já o acompanhei em duas consultas no Centro de Saúde de Oeiras, pois sofre de dependência alcoólica. A própria médica, pediu-me que estivesse na próxima (ainda por agendar). Consegui que alguém, com trabalhos diversos nas obras lhe desse atenção e lhe encaminhasse trabalho. Ok registado. E Martinho está agradecido...
Quanto ao apoio, não estou só nessa tarefa. Alguém lhe terá oferecido um telemóvel e o respectivo cartão pronto a ser usado... Amanhã, vou perceber como é que ele se desenrasca..."
Nos dias seguintes, e nos outros, e outros fui percebendo que nada mudou na vida do Martinho. Quantos mais contentores e autocarros vão arder até que a vida de gente como a dele vai mudar? Quanta gente ainda vai ter de morrer?
Há gente em que rir é frequente. Riem por duas razões: por tudo e por nada. A esses, nada interessa este meu pensamento mesmo sem ter a certeza de a todos os outros tal juízo possa interessar. Ultrapasso a dúvida e passo a dissertar pondo em confronto o verdadeiro com o falso:
... outras vezes o território explode... mas ainda há arquitectos como Nuno Portas. E mais, com a visão que ele tinha! Este trabalho dele tem mais de 40 anos, mas está mais que atual...
"Não houve ponta de nostalgia quando, em Janeiro de 2011, com a minha primeira edição das “Redacções do Rogérito” eu recordava as da Guidinha.Julgo que o mesmo se passará com a autora das redacções da “Nova Guidinha”. O que me move, e o que a moverá a ela, não é apenas o prazer lúdico de brincar com as palavras mas, sobretudo, a redescoberta de uma forma de comunicação que conseguia romper com o espaço espartilhado e vigiado pela censura fascista.Faz sentido hoje reinventar o objectivo e o estilo? Eis uma pergunta que seria (quase) disparatada, não fosse a lembrança de intervenções de alguns jovens jornalistas no seu Congresso, em Janeiro passado e o sepulcral silêncio a que as remeteu a imprensa.Inquieta? Não tanto como no passado, mas é seguro estar alerta. É que se é verdade que os processos repressivos de então já não terão mais lugar, não é menos verdade que bastará a ameaça da omissão, do desemprego ou do trabalho precário para que o resultado seja o mesmo.Parafraseando uma célebre frase, diria que é preciso que muita coisa mude, para que tudo fique na mesma.Aproveito para render homenagem ao “pai” da Guidinha (Sttau Monteiro) em tempos em que a Justiça pactuava com o “regime” e em que a liberdade era crime."
Eram tempos para onde tendem os tempos de hoje...
*Jornal onde trabalhei, como revisor de imprensa