27 novembro, 2025

A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS, UM TEMA BEM ACTUAL (DE QUE POUCOS FALAM)

Este post não é uma tese é uma mera reflexão que achei oportuno trazer logo a partir das palavras iniciais do militante e lutador comunista, falecido em 2022. Refere ele, que iniciando a actividade na construção civil, cedo ingressou indústria, primeiro na Construtora  Moderna e depois nos Estaleiros Navais do Alfeite. Logo aí, ingressou no Partido. 

Nesses tempos era relativamente fácil assumir consciência de classe e desenvolver laços de relação solidárias. Tal facilidade resultava tanto da percepção de haver uma enorme (e injusta) distância entre o valor do trabalho e o do produto,  como dos próprios laços de relação impostos pelo modo operatório, em que um posto de trabalho depende do anterior e condiciona o que se lhe segue.

Com a desindustrialização tudo isso se vai reduzindo... Com o desaparecimento da Construtura Moderna, foram à vida, para além da Siderurgia, as jóias da coroa da metalomecânica pesada: a Cometna; a Mague; a Sepsa; a Equimetal; a Sorefame; a Fundição de Oeiras e, ainda agora, a EFACEC luta pela sobrevivência. 

Nada disto é novidade por razões já ditas. A minha surpresa foi constatar que a industria de construção e reparação naval, por onde Jaime Serra andou lutando, jamais será aquilo que já foi. Dê-se ao trabalho de analisar o quadro. Dele apenas destaco que o sector, em três décadas, passou de mais de 26 mil trabalhadores para cerca de 900...


Quadro retirado daqui

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